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Lobo em Pele de Ovelha - 3

No dia seguinte, como Matteo disse, alguns vestidos chegaram e Gabriel me ajudou a escolher. Quando o vestido já havia sido escolhido, Gabriel mandou que retirassem os que haviam sobrado. Em seguida, uma mulher chegou, ela estava muito entusiasmada.

— É ela? Como ela é linda!— a mulher exclamou.

Olhei para as mulheres e depois para Gabriel confusa.

— Ela irá te aprontar para o baile...— Gabriel disse seriamente.

— Hó minha querida, não se preocupe, você ficará linda!— a mulher disse sorridente. Em seguida olhou para a minha perna e vi seu semblante mudar.— O que houve com a sua perna?

— Você é paga para trabalhar, não para conversar, se apresse para fazer seu trabalho.— Gabriel interrompeu rapidamente e a mulher ficou quieta.

A mulher arrumou uma bancada com algumas maquiagens e pincéis, como eu já havia tomado banho, ela começou a me maquiar. Alguns longos minutos depois, ela terminou e começou a arrumar meu cabelos, enquanto Gabriel me observava do canto da sala. Assim que a moça terminou, ela foi embora e Gabriel se retirou do quarto para eu me trocar.

Coloquei o vestido e me olhei no espelho, eu fiquei congelada com o meu reflexo. O vestido era dourado, todo trabalhado em pedrarias e brilho, ele era longo e tinha o estilo sereia com um decote em coração. Meus cabelos ruivos estavam presos em um coque despojado, que fazia contraste com a minha maquiagem e meus olhos verdes. A maquiagem tinha tons quentes, como laranja e dourado, combinando perfeitamente com o esfumado marrom, o que me deixava com o olhar marcante. Eu estava linda. Coloquei um sapato baixo, e mancando um pouco saí do quarto.

Tinha um homem na porta do meu quarto, provavelmente estava me vigiando, ele me acompanhou até às escadas que davam para o hall de entrada, onde Matteo e Gabriel me esperavam.

Desci as escadas apoiando no corrimão, enquanto sentia os olhares de Matteo e Gabriel em mim. Ao chegar no fim da escada, Gabriel se aproximou e me ajudou. Fomos para o carro, e me preparei para as longas 3 horas de viagem até Veneza.

Quando finalmente chegamos na casa onde ocorreria o baile, já estava anoitecendo e pude ver os carros luxuosos em frente a mansão. Na frente da mansão estava toda e imprensa, tirando fotos de todos que entravam, afinal todos queriam aparecer nos blogues e revistas comparecendo a um baile beneficente, é bom para a imagem. Mas a verdade que nenhum desses paparazzis sabiam, é que o baile beneficente era só para acobertar algum acordo sujo da máfia.

Eu, Matteo e Gabriel entramos na enorme mansão e eu me impressionei com o lugar, tudo estava luxuosamente decorado em tons de dourado e branco. Haviam várias mesas espalhadas pelo hall, e uma mesa com diversas comidas que atravessava o local de um lado ao outro. No canto do estacionamento, havia uma orquestra que tocava suavemente algumas canções, o que combinava perfeitamente com o local e as pessoas que ali estavam. As pessoas exibiam suas roupas mais chiques e glamourosas, o que demonstrava que todos ali tinha muito dinheiro. De repente vi um homem gordo e calvo se aproximar.

— Matteo e Gabriel, que surpresa extraordinária! Pensei que não iriam vir, por causa dá... Milena.— o homem disse aparentemente receoso ao citar o nome da menina.

Matteo me encarou e olhou para o homem.

— Oi tio... Eu não perderia esse baile.— Matteo disse firmemente.

O tio de Matteo sorriu francamente, e olhou para Gabriel.

— Gabriel meu caro, como está?— ele perguntou com um enorme sorriso.

— Bem tio, na medida do possível.

O homem me olhou, e como se ignorasse minha existência voltou sua atenção para Matteo.

— Vocês estão lindos!— ele disse gentilmente.— Preciso ir agora, aproveitem a festa.

O tio deles não estava mentindo. Matteo estava muito elegante e sexy usando um terno totalmente preto, o que destacavam sua pele bronzeada. Enquanto Gabriel usava um terno azul marinho, que fazia um contraste perfeito com seus olhos azuis.

Matteo olhou para a multidão de pessoas e Gabriel fez o mesmo.

— Acho melhor ir pegar um bebida, a noite será longa.— Gabriel disse olhando a multidão.— Querem?

Eu e Matteo respondemos que não e Gabriel foi buscar a bebida, logo ele me encarou.

— Eu preciso... de um ar. Pode aproveitar a festa, mas te lembro que está sendo vigiada.— Matteo disse seriamente e começou a andar entre as mesas e entrar em um corredor.

Poderia ser o momento perfeito para fugir, mas conhecendo a máfia, a casa estaria completamente vigiada e com ordens precisas para não me deixar sair. Então a única opção era provar para Matteo que eu estava ao seu lado, e ganhar sua confiança.

Fui atrás de Matteo e o encontrei em uma varanda que dava para o jardim da mansão. Ao me ouvir chegar, Matteo se virou rapidamente e ao me ver, soltou um suspiro de frustração.

— O que faz aqui?— ele perguntou.

— Fiquei preocupada, você não parecia muito bem.— disse suavemente.

Matteo deu um sorriso sarcástico e balançou a cabeça.

— Por favor Yhelena, eu não sou burro. Está somente procurando a melhor oportunidade para fugir...— Matteo disse me olhando nos olhos.

De repente ouvimos um telefone tocar, Matteo olhou ao redor, e seguiu o som do telefone. Segui Matteo, e vimos que o som vinha de uma sala que ficava no mesmo corredor que dava para a varanda. Matteo abriu a porta e nos deparamos com um escritório, era estranho pois não havia nenhum guarda no escritório, contando que era o escritório de um mafioso.

— É o escritório do meu tio Theobaldo, ele nunca deixa está sala sem guardas, provavelmente estão todos lá fora.— Matteo sussurrou e entrou.

Segui Matteo e entramos no escritório. O telefone continuou a tocar e quando Matteo iria atender, ouvimos a voz do tio de Matteo.

— Estão ligando a muito tempo?— ele perguntou para alguém.

— Não senhor, assim que escutei, fui lhe chamar.— alguém respondeu.

Matteo então me empurrou e nos escondemos em baixo da mesa. Ouvimos Theobaldo entrar e estender a mão para atender o telefone.

— Alô?— ele esperou por alguns segundos e finalmente disse alguma coisa.— Sim, ele está aqui. Comentei sobre Milena com ele, mas não disse nada. A família inteira já sabe que ela sumiu.

Matteo me olhou confuso, e fez sinal para que eu ficasse quieta. Depois de alguns minutos, Theobaldo continuou.

— Que bom que meus serviços foram úteis, mas não trabalhei sozinho.— ele disse com a voz entusiasmada.— Sim, está tudo no pen drive que me enviaram, irei dar um fim nele. Só que nesse instante eu preciso voltar, antes que sintam a minha falta.

Depois de mais alguns minutos, Theobaldo desligou e se retirou da sala. Saímos de baixo da mesa e Matteo se apoiou nela tentando entender o que havia acabado de acontecer.

— Que porra aconteceu aqui?

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