Lizandra (Lily para os íntimos)
Hoje o dia estava bastante movimentado na pousada da minha tia e quase não me sobrou tempo até mesmo para algo simples como uma refeição e eu já estava sentindo os músculos dos braços doendo de tanto esforço repetitivo com a vassoura e outras tantas coisas que já tinha feito desde que acordei pela manhã. Era sempre assim no verão, principalmente quando estamos no último dia do ano e os chalés ficam lotados para o tradicional Réveillon de São Miguel do Gostoso.
Foi com grande alívio que vi o meu horário de trabalho chegar ao fim e comecei a sonhar com um bom banho e ir ao encontro do meu namorado, enquanto guardava os utensílios que eu tinha usado para a limpeza dos chalés dos hóspedes, mas, antes mesmo que ela pudesse dizer qualquer coisa, eu senti o cheiro doce e forte do perfume de tia Lucrécia e uma oração se formou em meus lábios.
— Lily, querida — ela foi logo dizendo e eu me arrepiando de asco — Eu sei que você já estava encerrando o seu expediente, mas acaba de chegar um dos melhores hóspedes e você precisa ir deixar algumas toalhas extras para ele.
— Mas, tia… — Comecei a retrucar.
— Nada de reclamações, Lily! — ela me interrompeu. — O que custa você ir deixar algumas toalhas para o Luciano Monteiro?
Então, era realmente um hóspede VIP e a minha tia sempre atende a todos os desejos daquele homem, por mais estapafúrdio que pudesse ser.
— Já passa das oito horas da noite e estou trabalhando há quase doze horas, tia — apontei com desânimo — Preciso de comida e descansar, que amanhã já começa tudo outra vez.
Eu não consegui ficar calada desta vez, quando eu me sentia próximo da exaustão, pois eu estava trabalhando há quase um mês sem direito a nenhum único dia de folga desde que começou o verão em Gostoso, um dos destinos turísticos mais apreciados no Brasil e que atrai muitos visitantes durante todo o ano.
— Não me venha com drama, Lily — ela disse já bastante aborrecida — Sabe que o Luciano prefere sempre ser atendido por você. Depois que entregar as toalhas você poderá fazer o que quiser, sua preguiçosa mal agradecida.
Mesmo cansada e louca para encerrar o dia, percebi que era melhor não contrariar a minha tia, pois ela podia se tornar bastante cruel quando ficava com raiva e eu não estava em condições físicas de ouvir todos os seus desaforos, e ainda mais o discurso que ela sempre faz todas as vezes que se aborrece comigo.
— Vou buscar as toalhas — falei e dei-lhe as costas sem me importar em qualquer tipo de despedida cordial.
Preferi adiar um pouco o meu descanso do que discutir com Lucrécia mais uma vez, o que estava se tornando bastante corriqueiro nos últimos meses. Na verdade, a nossa relação estava se tornando cada dia mais tensa desde que eu tinha recebido uma proposta para me mudar para o Rio de Janeiro e trabalhar como modelo.
Eu não tinha aceitado, afinal, não iria confiar em propostas como aquela quando a internet está repleta de relatos de pessoas, principalmente jovens mulheres como eu, que tinham sido enganadas e caído em golpes envolvendo trabalhos no sudeste do país, principalmente em se tratando de algo tão glamouroso como ser modelo.
Pensar nesse assunto me deixava nervosa e irritada, ainda mais quando eu me lembrava das palavras grosseiras da minha tia me mandando usar a minha beleza para algo útil como conquistar um turista milionário.
— Deveria parar de perder tempo com um pobre coitado como o Samuel e aceitar as propostas dos turistas, sua boba — ela repetia sempre que tinha oportunidade — Se a Juliana tivesse a sua beleza eu tenho certeza de que ela nem estaria mais em Gostoso e sim na Europa com algum homem rico, vivendo rodeada de luxo, como a Lourdes fez.
Sorri com cinismo ao lembrar de um desses seus sermões e a cara que a minha prima fez quando ela a envolveu em seus delírios, pois Juliana claramente não era a pessoa que a mãe dela acreditava que ela fosse. Além de ser bastante introvertida, ela sempre me dizia que jamais se envolveria com alguém por causa de dinheiro ou status como a sua mãe vive sugerindo que ela faria.
Mas é melhor prestar atenção naquilo que eu estava fazendo e esquecer a minha tia, então separei algumas toalhas limpas e engomadas que estavam embaladas e prontas para o uso e fui rapidamente até um dos chalés da pousada mesmo que a minha tia não tivesse me dito em qual deles o seu hóspede VIP estava. Luciano Monteiro tem um dos chalés reservados conosco, pois aquele é um dos seus destinos preferidos para trazer seus parceiros comerciais.
— Oh, você já está aqui! — Luciano comentou com evidente satisfação ao abrir a porta para mim.
— Trouxe as toalhas limpas — falei, tentando entregar o pacote e ir embora o mais rápido possível.
— Não vá agora — ele pediu em tom simpático — Gosto muito da sua companhia, Lily.
Eu não gostava nenhum pouco da forma como alguns hóspedes se comportavam comigo, principalmente quando falavam com aquela intimidade, mesmo que eu não tenha realmente deixado brecha alguma para aquilo. Mas para que a minha tia não perdesse clientes, eu sempre me mantinha quieta diante de comportamentos como aquele. A Lucrécia jamais me perdoaria se algum hóspede fosse embora da sua pousada por minha causa.
— Desculpe-me, senhor Monteiro — Eu acabei pedindo de maneira delicada — Mas combinei com o meu namorado que iria encontrar com ele daqui há alguns minutos e nem mesmo estou pronta ainda.
Eu sempre fazia questão de ressaltar que tenho um namorado e odiava ter que fazer isso, pois dizer que “não” já deveria ser suficiente. Mas eu jamais poderia deixar brecha alguma para alguma atitude mais inconveniente e tampouco desagradar a minha tia.
— Claro, claro — concordou rapidamente o homem, mas logo veio uma sugestão indesejada — Não vai acompanhar a queima de fogos? Podemos nos encontrar lá.
Eu realmente gostaria de não responder nada sobre aquilo. Não queria dar a entender qualquer coisa minimamente pessoal entre nós, mas precisei ressaltar mais uma vez.
— Irei com o meu namorado, senhor Monteiro.
Diante da expressão de claro desagrado do hóspede, eu apenas sorri e pedi licença após entregar finalmente as benditas toalhas.
Tentei não deixar transparecer nada do que eu estava realmente sentindo naquele momento e caminhei rapidamente para a casa da minha tia, que ficava convenientemente próximo, apenas alguns metros de distância do prédio principal da pousada, local onde ficava toda a parte administrativa, assim como também a recepção do lugar.
Entrei em casa apressada, não queria correr o risco de encontrar com a minha tia mais uma vez naquela noite, pois com toda a certeza ela iria me passar mais alguma tarefa de última hora e eu estava realmente necessitando de um banho demorado e relaxante de ducha, algo que fiz logo que me vi dentro do banheiro minúsculo.
A casa de Lucrécia é pequena e sem luxo algum. O seu interesse estava concentrado apenas na pousada, que é o local onde ela ganha bastante dinheiro, então havia poucos móveis e alguns reparos visíveis para serem feitos, mas aquilo realmente não me incomodava. Pior que qualquer outra coisa é a pessoa dela e eu começava a pensar seriamente em aceitar a proposta de casamento do Samuel e sair de uma vez daquela casa e de perto da minha tia.
Mas o que eu mais temia era ter que continuar na mesma cidade que ela, que por mais que fosse um lugar lindo e com um apelo turístico muito forte, eu talvez não conseguisse emprego em nenhum outro comércio, pois todos iriam se questionar porque eu não trabalhava para a minha própria tia, afinal, a sua pousada era uma das melhores da cidade.
Ninguém sabe realmente o quanto Lucrécia pode ser desagrádavel e que ela é uma mulher mesquinha e cruel, que por algum mistério obscuro me criou desde que a sua irmã Lourdes foi embora com um estrangeiro que conheceu naquela mesma pousada e deixando para trás uma filha de cinco anos.
A minha tia fazia absoluta questão de me lembrar desse fato e de apontar o quanto ela foi bondosa por criar uma criança que não era dela, mesmo sendo uma mulher viúva e sozinha, com uma filha também pequena ainda.
Juliana é filha de Lucrécia e tem vinte e dois anos, praticamente a mesma idade que eu, com uma diferença de apenas dois anos. A minha prima e eu somos muito amigas e mesmo com o temperamento difícil da sua mãe, nós conseguimos viver em relativa paz e nunca tivemos grandes conflitos uma com a outra.
Ela tinha saído para a casa de uma de suas amigas da faculdade, ela cursava administração em uma universidade em Natal, que é a capital do estado, há mais de cem quilômetros de distância de São Miguel, mas estava de férias no momento e aproveitou para sair e se divertir um pouco.
Depois de me sentir devidamente alimentada, a exaustão parece ter me abandonado e senti que tinha disposição suficiente para sair de casa aquela noite e encontrar com o meu namorado, que diga-se de passagem, eu não o via há dias! Resolvi fazer uma surpresa para o Samuel e ir até a sua casa, tenho certeza que ele ficaria muito feliz em me ver após tantos dias longe, mesmo que tivéssemos combinado que ele viria me buscar em casa apenas por volta das vinte e três horas e ainda faltava mais de uma hora.
Iremos assistir juntos à queima de fogos na orla de Gostoso e depois passear na beira da praia, namorar um pouco.
Agora com grande animação, troquei rapidamente a roupa confortável que eu estava usando por um vestido leve e branco de alcinhas. A noite estava quente e mais pano do que isso era desnecessário, pensei com um sorriso.
Caminhei apressada - hábito de andar rápido e fazer tudo com pressa - e poucos minutos depois eu estava chegando em frente a casa do Samuel, que estava toda escura, o que só poderia indicar que ele não estava em casa. Como a casa não tinha muros na frente e era rodeada de varandas, decidi sentar em uma das cadeiras que estavam ali dispostas com intenção de mandar uma mensagem para o meu namorado e verificar onde ele estava.
Estava digitando quando ouvi algo parecido com gemidos. Gemidos? Eu mesma questionei a minha escolha de palavras, mas continuei em silêncio e fiquei de pé. Provavelmente alguém tinha aproveitado a ausência dos donos da casa e estava usando as redes da varanda para coisas bastante inapropriadas, pensei com desagrado.
Como já estava acostumada com a penumbra do local, analisei as minhas opções, mas logo concluí que eu não deveria denunciar o casal de amantes - estava cada vez mais claro que se tratava disso, pois os gemidos estavam se tornando mais “intensos”.
Decidi sair dali o quanto antes, não queria saber quem eram as pessoas e estava prestes a descer as escadas da varanda e ir embora quando um gemido mais forte e um pedido bastante audível me fez paralisar no lugar.
— Mais forte, Samuel!
Eu reconheço aquela voz…
— Mais, meu amor!
Juliana!?
LizandraEu estava em choque. Será que os meus próprios ouvidos estavam me enganando? A voz feminina que estava gemend0 como uma gata no ci0 e o nome que ela repetia de maneira incessante era o que eu estava pensando ouvir? Talvez fosse melhor ir embora e fingir que nada daquilo estava acontecendo.— Gostos@!Agora foi a vez de uma voz masculina dizer e depois soltar algo muito parecido com um urro, que me deixou completamente en0jada e logo foi se formando em meu interior um sentimento forte de indignação com a situação que estava vivenciando naquele momento. Eu precisava tomar uma atitude, mas os meus pés pareciam estar plantados no chão da extensa varanda.— Vamos levantar, Jú. Estou coberto de suor e preciso tomar um banho.Não havia mais dúvida alguma sobre o dono da voz masculina e eu estava claramente diante de uma dura traição. — Calma, deixa eu arrumar o meu vestido, Sam — Juliana pediu com um sorriso na voz.Consegui ouvir os passos deles e as risadas mais próximas. Eu est
HeitorDepois de muita insistência da Heloísa eu tinha aceitado acompanhá-la para passar o Réveillon em São Miguel do Gostoso e agora eu me questionava porque eu sempre acabava cedendo aos caprichos da minha irmã chata e impulsiva. Logo eu respondia a mim mesmo: Eu a amo, apesar de tudo.— Você deveria tentar se divertir, Heitor! — Heloisa repete a mesma frase pela enésima vez só naquela noite — É sempre tão certinho. — Sou um cara responsável, foi isso que você quis dizer, não? — sugeri de maneira irônica.— Um chato! Foi isso que a Heloisa quis dizer — Bernardo diz, se intrometendo no assunto.— Não lembro de ninguém aqui ter pedido a sua opinião, Bernardo — falei de maneira rude.— Gente, vamos apenas aproveitar o réveillon? — Heloísa tenta mais uma vez — É possível ou não? — A Heloísa tem razão — Catarina diz de maneira cordata — O que acham de descer e nos juntar ao restante dos hóspedes e assistir a queima de fogos?Todos concordaram em seguir a sugestão de Catarina e pedimos
LizandraApós ver o Samuel e a Juliana juntos perante todos os moradores da cidade em pleno Ano Novo, foi impossível continuar firme e fingir que nada estava acontecendo quando eu estava sangrando por dentro.Acabei aceitando um copo de uma bebida qualquer que o Luciano me ofereceu e tomando todo o conteúdo da taça de um único gole, o que me deixou imediatamente tonta e com uma sensação de euforia totalmente estranha diante do que eu estava vivendo naquele momento ao ver os dois traidores sorrindo felizes logo após me fazer de palhaça.Apesar de me sentir zonza e com vontade de rir da minha própria desgraça, eu tentei me controlar a todo custo e consegui me esquivar do Luciano na primeira oportunidade que tive. A bebida não tinha me dominado completamente e eu apenas andei sem rumo pela orla da praia, molhando os pés nas ondas, enquanto desejava a todo custo que aquelas sensações esquisitas sumissem, o que não estava acontecendo realmente.Sem nem mesmo perceber o que estava fazendo,
Heitor Eu deveria apenas seguir meu caminho e voltar a procurar por Catarina, que tinha bebido um tanto quanto além do que o recomendável quando eu a vi pela última vez e por quem eu tenho responsabilidade. Eu pretendia fazer isso, mas ao caminhar apenas alguns poucos metros, notei que alguns homens visivelmente embriagados caminhavam na direção da garota insuportável e aquilo foi suficiente para me deixar apreensivo de uma maneira desconcertante.Eu não tenho que me preocupar com aquela garota, mas foi impossível continuar a andar sem ter certeza de que aqueles indivíduos iriam seguir o seu caminho sem incomodá-la. Acabei diminuindo completamente a velocidade dos meus passos apenas para confirmar que eles realmente não iriam notar a presença da garota solitária sentada à beira mar.— Olha o que temos diante de nós, meus amigos — um deles falou alto o suficiente para que eu conseguisse ouvir — Uma gata dessas sozinha aqui. Deve estar perdida…— Ou está apenas esperando que alguém a e
LizandraToda a adrenalina pelos últimos acontecimentos deve ter interferido em meu emocional e mesmo ciente de que eu estava chorando copiosamente na frente de um completo estranho, eu não consegui evitar.Ao ouvir a sua oferta, no entanto, decidi pôr um basta na minha fraqueza e sequei o meu rosto, ou ao menos tentei fazer isso de alguma forma, mas sabia que deveria estar totalmente descabelada, mas isso realmente não tem importância alguma para mim. Aquela noite estava sendo longa demais e eu cheguei ao meu limite. Então, quando aquele estranho se ofereceu para me acompanhar até um local mais seguro, eu simplesmente aceitei. O fato dele não ter dito que iria me acompanhar até em casa me fez sentir mais tranquila, mesmo que pudesse ser uma grande idiotice da minha parte, pois sei que não deveria confiar em alguém que acabei de encontrar na praia e que com toda certeza é um turista, alguém que está apenas de passagem por Gostoso e pode muito bem se aproveitar da situação, afinal, n
HeitorDepois que deixei a garota em um local bastante movimentado, voltei apressado para o hotel, que ficava a apenas alguns minutos de distância. Estava me sentindo culpado pelo tempo que acabei perdendo por estar com a garota na praia. Para o meu alívio, logo cheguei já encontrei com a Heloísa, que veio ao meu encontro de maneira afobada.— Onde você estava? — perguntou ansiosa — Eu já estava ficando preocupada.— Você conseguiu encontrar Catarina? — perguntei, fugindo da pergunta comprometedora.— Catarina está bem, não se preocupe — contou — Bernardo a encontrou na praia.Algo naquela informação me deixou um pouco incomodado e isso com certeza tem haver com aquilo que a garota insinuou na durante nosso estranho encontro.— E como Bernardo soube que estávamos à procura de Catarina? Ele não estava aqui quando saí… — Eu liguei para o Bernardo e pedi a sua ajuda para localizar a Catarina — Heloísa explicou — Ela parecia bem normal, para falar a verdade. Ainda assim, eu a acompanhei
LizandraEu mal consegui pregar os olhos a noite toda e não poderia realmente dizer que acordei. Em consequência da péssima noite rolando na cama e derramando rios de lágrimas, na manhã seguinte eu me senti horrível. Parecia que um trator tinha passado por cima do meu corpo, me deixando totalmente dolorida. E ainda sem falar na cara inchada e nos olhos vermelhos.Levantei sem ânimo, pensando como faria para enfrentar mais um dia de trabalho na pousada da minha tia depois de tudo o que aconteceu ontem. Não havia outra opção, ao menos não no momento. Mas eu pretendia conversar com Lucrécia logo que as coisas acalmassem e tentar provar a minha inocência e que o dinheiro que estava guardado debaixo do meu colchão é fruto das minhas economias de anos. Depois de tomar um banho demorado e chorar mais um pouco no banheiro, eu decidi ser forte e enfrentar tudo o que aconteceu de cabeça erguida. Chega de chorar! Nada se resolve com lágrimas e eu já tinha derramado muitas desde a hora que entre
LizandraChegamos ao Rio de Janeiro naquele mesmo dia à noite, algo que me deixou realmente surpresa com a facilidade encontrada pelo dinheiro e o apartamento do Luciano dizia que ele realmente possuía uma condição financeira privilegiada, pois apenas em ver o edifício extremamente luxuoso já ficou claro para mim que ao menos em relação a esse assunto ele tinha falado a verdade.— Eu pensei em te hospedar no meu apartamento, pois imagino que você não tenha condições de se manter até que comece a trabalhar — ele disse ao entrarmos na sala de estar decorada em tons de marrom — E espero que se sinta em casa aqui.Dizer para eu me sentir em casa era no mínimo gentil da parte dele, mas completamente impossível para mim, quando eu estava temerosa até mesmo de tocar em qualquer coisa e por um descuido qualquer acabar derrubando algum daqueles objetos valiosos.— Obrigada, Luciano. Não soube nada mais para dizer em agradecimento a tudo o que o Luciano estava fazendo e já tinha repetido aquel