Dei a volta pelos fundos, passando pela lavanderia para deixar minhas roupas. Notei que a porta estava aberta, o que quer dizer que Glorinha estava em casa. A Glorinha era uma mulher de meia idade, baixinha, cabelos escuros com a raiz grisalha já aparente, sempre de avental. Ela trabalhava para nós desde que meus pais se casaram, o que quer dizer que me conhece desde que eu nasci, nós nos dávamos muito bem, ela era minha confidente e amiga. Quando entrei na cozinha ela me olhou com cara de espanto colocando as duas mãos em seu rosto teatralmente.
– Menina, onde estão suas roupas?
– Na lavanderia – sorri passando meu braço em torno de seu pescoço
– E quem é o homem cheiroso dono dessa camisa?
– Dá pra sentir o perfume daí, não da?
– Qual o nome dele? – Glorinha e eu somos a personificação da fofoca.
– Bernardo. É meu namorado...
– E desde quando você namora que você não me contou nada?
– Desde essa madrugada e to contando agora!
– Vou passar um café e você me conta tudo
– Eu preciso dormir então dispenso o café, mas contar eu conto sim.
Sentei em uma das cadeiras da cozinha e comecei a contar absolutamente tudo com riqueza de detalhes enquanto a água do café fervia, quando pronto, Glorinha se serviu de uma xícara e sentou de frente pra mim ainda atenta fazendo pequenos comentários como "que fofo" ou “olha como ele é romântico”. Meu sorriso ia de orelha a orelha e estava estampado na minha cara o quão feliz eu me sentia. Terminei de contar sobre a minha noite e avisei que ia dormir, me despedi da Glorinha e subi em direção ao meu quarto.
Subindo as escadas, peguei meu celular e enviei uma mensagem ao Jonas “estou em casa, tudo ok”, em pouco tempo ele me respondeu “noite intensa... chegando em casa seminua" eu me esqueci que da janela do quarto dele era possível ver meu portão, apenas enviei um emoji envergonhado e avisei que ia dormir. Já no meu quarto, coloquei a camisa do Bernardo sobre minha cama e me encaminhei para o banheiro, entrei debaixo do chuveiro com a água morna e fechei meus olhos revivendo cada detalhe daquela noite incrível, terminei o banho, vesti um roupão e voltei para a cama. Deitei e conferi as redes sociais antes de cair no sono novamente.
××
Algumas horas depois acordei com o estômago roncando, notei que dormi abraçada a camisa do Bernardo e o girassol que ele me deu estava na mesa de cabeceira, sorri ainda pensando na noite anterior. Desci as escadas em direção à cozinha para comer alguma coisa, havia um bilhete de Glorinha dizendo que deixou um prato para mim no microondas – ela é mesmo um amor, – como eram quase 17h ela já havia ido embora. Aqueci a comida e me sentei para comer, peguei o celular e fiz algo que meu pai ia enlouquecer se soubesse: assisti o Plantão de Notícias da emissora concorrente. Assisti apenas a parte que mostrava Bernardo falando, a dicção dele era perfeita... ele estava certo sobre a maquiagem cobrir as olheiras, ele estava impecável. É isto, sou uma boba apaixonada.
Voltei a olhar as redes sociais, havia mensagens de alguns grupos então rolei a tela para ver se tinha algo relevante. Estavam falando de um festival para o qual eu havia comprado ingresso, me bateu aquela preguiça enorme de me arrumar para ir, mas eu sabia que não me deixariam em casa num sábado à noite então terminei de comer e voltei para o quarto para escolher uma roupa.
Aproveitei para falar com Bernardo, enviei a mensagem “nos vemos no festival hoje?”, deixei o celular de lado e abri o armário procurando algo bonito e confortável, experimentei vários looks sem conseguir me decidir por nenhum, a pilha de roupas na minha cama já estava enorme. Voltei a olhar o celular, Bernardo respondeu “claro, te encontro lá” seguido de um emoji de coração, Jonas me mandou “esteja pronta às 22h” que bom que eu tinha uma carona, não queria ir dirigindo.
Eu resolvi vestir uma calça jeans escuro, uma bota cano longo preta e um body ombro a ombro também preto, meus cabelos soltos com as ondas bem definidas. Não eram nem 21h30 quando Jonas entrou em casa, eu estava terminando a maquiagem. Ele sentou na minha cama enquanto me encarava pelo reflexo do espelho com cara de riso.
– Será que essa roupa continua aí até você voltar para casa?
Corei levemente.
– É claro que sim, – disse orgulhosa – eu sou uma garota comprometida agora
– Não creio! – ele zombou.
– Bernardo me pediu em namoro.
– O cara de ontem? – apenas assenti com a cabeça. – Ah que bom, quem sabe assim Yago me deixa em paz. Acredita que ele ficou o resto da noite falando sobre você?
– Ai Jonas, você sabe que eu nunca fui com a cara desse teu amigo, mas ultimamente ele tem sido ainda mais inconveniente.
– Vai se acostumando, vai ter que ver ele todos os dias no próximo mês…
Eu tinha me esquecido, Yago tinha fechado um contrato de 30 dias com meu pai para um projeto de marketing o que significa que estaria diariamente na emissora até concluir o trabalho. Revirei os olhos imaginando a tortura que seria.
– Felizmente eu fico lá só meio período! – agradeci. – Vamos, eu to pronta. Combinei de encontrar o Be na portaria e não quero deixar ele esperando.
– Vamos, eu vou passar na casa da Débora, ela vai com a gente.
– Hmmm a Débora… – provoquei saindo do quarto.
Débora era uma menina baixa, cabelos lisos em tom naturalmente claro, olhos grandes e boca pequena, não falava muito. Estava saindo com Jonas havia algumas semanas, mas era obvio como os dois se gostavam porque os olhos deles brilhavam ao se olharem. Ao pararmos em frente à casa dela fui para o banco de trás do carro para que ela se sentasse ao lado dele. Ela me cumprimentou sorrindo depois de dar um selinho tímido no meu amigo. Os dois conversaram sobre qualquer coisa no caminho enquanto eu apenas prestava atenção na música.
O evento era em um espaço aberto, um gramado amplo e a portaria ficava uns 500m distante do palco principal. Bernardo me esperava ainda para o lado de fora com sua calça preta que favorecia suas coxas e uma camiseta branca, o topete jogado para trás e, claro, aquele sorriso. Ao lado alguns amigos que eu conhecia de vista, acenei para Jonas e Débora que já iam entrar enquanto me aproximava dos meninos. Dei um beijo rápido em Bernardo.
– Galera, essa é a Camilla? – Be nos reapresentou
– Acho que nos vimos algumas vezes. – sorri simpática enquanto eles diziam oi.
Os meninos se viraram para entrar e Bernardo me puxou para um beijo mais demorado.
– Quero minha camisa de volta. – ele sussurrou no meu ouvido.
– Vai ter que ir buscar, assim você aproveita e conhece meu quarto… – sorri me virando para a portaria.
Os amigos de Bernardo foram para perto do palco enquanto nós dois ficamos mais afastados, eu nem tinha certeza de quem eram as atrações, quando comprei o ingresso foi por insistência das meninas da faculdade. O primeiro show já havia terminado e Be resolveu buscar algumas bebidas para nós, alguns minutos depois que ele saiu uma voz conhecida chegou aos meus ouvidos.
– Achei que esse mala não ia desgrudar de você.
– O único mala aqui é você, Yago. – Respondi ríspida.
– Ih, ficou com o cara dois dias e já tá defendendo ele? – ele riu debochado
– Não que eu lhe deva qualquer satisfação, mas saiba que o Bernardo agora é meu namorado.
– Era só o que faltava. Você agora namora aquele merdinha?
– Olha lá como fala – ameacei.
– Você não faz ideia de quem ele é. – Yago se aproximou de mim como se fosse me beijar. – Talvez se soubesse não se envolveria assim com ele…
– Sai de perto de mim! – empurrei ele.
Na mesma hora senti uma mão na minha cintura me puxar para trás e percebi que Bernardo estava de volta já se colocando entre mim e Yago.
– Deixa ela em paz. – disse olhando para ele e depois para mim – Tá tudo bem, meu amor?
– Tá sim – respondi olhando feio para Yago.
– A gente se fala quando teu namoradinho não estiver por perto. – Yago disse com as mãos para cima em defesa já se afastando. Mostrei meu dedo do meio para ele.
– Você conhece ele? – Bernardo perguntou com uma expressão dura.
– É o amigo babaca do meu vizinho, Jonas. – expliquei – E você, de onde conhece o Yago?
– Não é importante.
– Ok então… – achei melhor mudar de assunto – Sabe, você me chamou de meu amor agora a pouco.
– E não é isso que você é? – as expressões dele se suavizaram. – Até onde sei você é o meu amor – deu ênfase nas palavras.
– Então eu sou – lancei meus braços em seu pescoço e o beijei.
Depois de algumas horas os shows terminaram, eu já tinha combinado com o Jonas que iria embora com Bernardo então saímos abraçados em direção ao estacionamento. A camionete não estava longe e logo que chegamos Be abriu a porta para mim, ele deu a volta para entrar pelo lado do motorista e eu vi Yago se aproximando de nós visivelmente bêbado cercado de outros idiotas bêbados. Ele passou pelo carro e quando me viu jogou um beijo gritando:
– Até quarta-feira anoite, gatinha!
Bernardo entrou e fechou a porta, sem dizer nada deu partida e foi em direção à saída do estacionamento. Somente depois de algumas quadras ele finalmente falou.
– Não sei como você aguenta aquele cara.
– Não aguento. – respondi revirando os olhos.
– O que tem quarta-feira anoite?
– Um jantar. – me ajeitei no banco virando para ele – Você quer ir?
– Não – ele resmungou mal-humorado.
– É um jantar de negócios, – suspirei – a emissora e a empresa que o Yago trabalham estão assinando um contrato publicitário, esse jantar é pra celebrar o acordo, sei lá. Meu pai gosta de fazer isso.
– E o que um jornalista de outra emissora vai fazer lá?
– Eu pensei em apresentar você para os meus pais… – analisei sua expressão e ela continuava séria, mas em poucos segundos se desfez em um meio sorriso.
– Quer que eu conheça teus pais?
– É claro, você é meu namorado.
– Sendo assim, eu vou. – ele hesitou por alguns segundos – Você quer conhecer a minha mãe?
– Se você quiser me apresentar…
– É claro, você é minha namorada – ele repetiu minhas palavras.
– Sendo assim, eu vou. – repeti também nos fazendo rir. – Será que ela vai gostar de mim?
– Ninguém nesse mundo é louco de não gostar de você, Cami. Além disso, de tudo o que eu já falei de você dá pra ver que ela gostou.
– Você fala tanto assim de mim?
– O tempo todo – ele corou. – O que eu posso fazer? Você não sai da minha cabeça!
Senti minhas bochechas queimarem e me virei para a janela. Depois de alguns minutos em silêncio ele voltou a falar:
– Então está combinado, na quarta eu conheço teus pais e na próxima visita da minha mãe você conhece ela.
– Quando ela vem?
– Em breve, ela tá me ajudando com a mudança.
– Que mudança?
– Ah eu não te falei? Comprei um apartamento, por isso não te levei em casa esse fim de semana ainda, minha quitinete está uma bagunça de tanta caixa e o apartamento ainda está vazio. Estou dormindo num colchão no chão – ele riu.
– Não essa noite, – comentei pretensiosa – hoje vai dormir na minha cama.
– Só assim para recuperar minha camisa, né? – ele deu de ombros e resolvi entrar na brincadeira.
– Isso mesmo, o único jeito de reaver a tua roupa é passando pela tortura de dividir a cama comigo.
– Então eu quero ser torturado por muitas e muitas noites… – ele disse em um tom baixo que me fez arrepiar.
Estava claro que ele era muito melhor em me seduzir.
Os dias passaram rápido, o ponto auge do meu domingo foi acordar ao lado de Bernardo e passar o resto do dia com ele. Na segunda-feira trabalhei pela manhã e durante a tarde troquei mensagens com meu mais novo namorado enquanto fazia os trabalhos da faculdade, anoite aula e mais mensagens, terça e quarta-feira tudo se repetiu, mas ao invés da aula o tal jantar. Pedi para Bernardo passar em minha casa um pouco mais cedo para conhecer meus pais antes de ir ao restaurante, ele chegou com um blazer preto, camisa branca de botões e uma calça caqui, nas mãos mais um girassol, eu poderia me acostumar com isso.Foi impressionante como eles se deram bem, ele e meu pai pareciam amigos de longa data e me senti satisfeita com minha mãe dizendo o quanto ele era “bonitão”. Fomos para o restaurante de um hotel 5 estrelas que possui salas reservadas para reuniões como essa, meus pais em um carro e eu c
O relógio marcava 9h15 quando despertei de um sono turbulento e cheio de pesadelos, caminhei até o banheiro, olhei para o espelho analisando minhas olheiras e os olhos inchados do choro da noite anterior, tentei cobrir com alguma maquiagem e quando decidi que estava satisfeita com o resultado desci para tomar café da manhã. Eu havia recebido uma mensagem de bom dia de Bernardo dizendo que estava no trabalho e pedindo para avisar quando acordasse, respondi enquanto descia as escadas. Já na cozinha, encontrei Glorinha guardando as compras que haviam acabado de entregar, ela abriu um sorriso acolhedor ao me ver.– Soube que tua noite foi difícil, preparei teu café da manhã favorito.– Glorinha, você é a melhor pessoa do mundo.Ela mostrou na mesa um bolo de fubá com goiabada que ainda estava morno e um copo térmico contendo cappuccino. Me sentei e comecei a comer, ela def
Cheguei em casa no fim da tarde, meus pais estavam na cozinha com Glorinha tomando café, aproveitei para sentar com eles e contar como foi o dia com Bernardo. Não quis expor as coisas mais íntimas que ele me disse, então apenas falei que o pai dele estava preso injustamente e que Yago descobriu ⁹por seu pai.– Que bom que tudo se esclareceu – disse Glorinha com a mão no meu ombro.– Mas aquele menino, o Yago, não podia ter feito o que fez – minha mãe ressaltou balançando a cabeça em negação. – Ele nem deveria ter acesso à informações assim sobre os casos do pai dele, muito menos expor para nós, no meio de um jantar.– Sim, foi antiético. – meu pai concordou – Fico feliz que tenha conversado com teu namorado, eu gostei dele. Convida o Bernardo pra jantar conosco no sábado, dessa vez aqui em casa e s
Vários dias se passaram, minha escrivaninha estava cheia de girassóis dados por Bernardo a cada vez que nos encontrávamos, inclusive naquele sábado que meu pai o havia convidado para jantar. Eu resolvi deixá-los secar e ir guardando em uma caixinha, depois poderia colá-los em um livro em branco ou algo assim, ainda estava decidindo essa parte, mas queria guardar de forma especial.– Você esqueceu de um. – Bernardo estava parado na soleira da porta do meu quarto.Ele vestia uma regata cinza, uma calça de tactel na cor preta e um tênis de trilha, em uma das mãos o girassol da vez. Hoje era o dia do acampamento, Bernardo tinha aceitado ir mesmo sabendo que Yago estaria lá, afinal não perderíamos qualquer diversão com meus amigos por causa de ninguém. Ele caminhou até a cama, sentou ao meu lado entregando a flor e eu a coloquei com as outras logo ap&oac
O céu ainda tava escuro quando saímos da barraca, Jonas estava passando um café que exalava um cheiro maravilhoso, nos aproximamos dele aguardando o restante do pessoal acordar.– E o Heitor? Tá dormindo ainda? – Bernardo perguntou.Jonas apenas fez um sinal com a cabeça indicando a barraca de Sofia.– Tá brincando – quase gritei.– Um pouco depois que todos dormiram eu percebi ele saindo da barraca, achei que ele ia no banheiro, mas ouvi o barulho de outra barraca abrindo e quis espiar – Jonas fofocou. – Ele não voltou mais, passaram o resto da noite juntos. – fez cara de safado.– Caramba, nunca imaginei... – falei surpresa – Será que é casual ou vai rolar algo a mais?– Você descobre com a Sofia e o Jonas com Heitor, depois me contam tudo. – Bernardo propôs animado.– Meu nam
Bernardo me apresentou sua família em um jantar íntimo em seu apartamento, seus pais foram adoráveis comigo e me senti acolhida com o jeito fraterno de serem. Guilhermina era uma mãe coruja, tratava os filhos com muito amor e estendeu esse carinho para mim ao fazer questão de preparar meu prato favorito – nhoque de batatas à bolonhesa – para aquela noite. Já Osvaldo evidenciava os dias de sofrimento na prisão e o cansaço dominava seu semblante, ainda assim aproveitou todo o tempo possível ao lado dos filhos, Bernardo e Fernando também se dedicaram a matar a saudade do pai.Já faziam 3 semanas desde então e finalmente conseguiram um lugar seguro para Osvaldo se abrigar, eu não tinha detalhes desse lugar, todas as informações ficaram restritas a Bernardo e o pai. Eles viajaram juntos durante a madrugada de sexta-feira e no domingo de manhã eu busque
Acordei com frio, minha garganta ardia não sei se era sede ou se eu estava ficando resfriada pela baixa temperatura, além da dor na cabeça onde fui golpeada. Abri os olhos lentamente tentando enxergar alguma coisa, percebi que estava em movimento, tentei me mexer, mas o espaço era apertado, eu estava no porta-malas de um carro. Meu primeiro instinto foi tentar gritar, porém sabia que ninguém me ouviria.De dentro do carro eu conseguia ouvir uma música, só que de tão baixo eu não reconhecia qual era. Não sei dizer quanto tempo passei trancada ali, o carro fazia curvas em alta velocidade me arremessando de um lado para o outro naquele cubículo escuro e apertado, eu colidia com as paredes e o teto quase o tempo todo o que me rendiam muitas dores. Em determinado momento bati a cabeça e eu tinha certeza de que tinha cortado minha testa.O veículo parou, ouvi as portas abrirem e
Ouvi o barulho das teclas enquanto o homem dos cabelos descoloridos discava, o aparelho era de um modelo antigo ainda com os botões com os números digitados. Eu encarava o celular que parecia pequeno em meio as mãos ásperas do sequestrador, ele me olhava fixamente enquanto eu permanecia no colchão conforme ele orientou, eu tremia sob a ameaça de que qualquer coisa inesperada que eu fizesse poderia desencadear a minha morte antes mesmo da ligação terminar. No viva-voz, chamou apenas uma vez e já ouvi meu pai atender perceptivelmente desesperado:– Alô.– Pai! – gritei por instinto sendo repreendida pelos sequestradores.– Camilla, filha. Onde você tá? O que aconteceu? Filha… – o homem tirou o celular do viva-voz enquanto se afastava de mim sorrindo.– Isso aí, é a