EPÍLOGODubai – Emirados ÁrabesTrês anos depois...Jade Borkan MaktoumMeus dedos alisavam seus cabelos em uma carícia dengosa, tentando fazê-la pegar no sono novamente, enquanto observava minuciosamente a sua face.Iasmin, a minha pequena que hoje está com três anos, e a sua chegada só trouxe ainda mais felicidade para nossa família. Depois de tudo que passei, não esperava ser agraciada com os dois melhores presentes da minha vida. Ela, mesmo sem saber foi uma guerreira, pois em meio ao medo que senti ao descobrir que estava tão perto do homem que sempre foi o meu maior pesadelo, o grande tormento da minha vida, o pior poderia ter acontecido. E, todas as descobertas que vivi nesses três anos, não me seriam permitidas.Quando saí daquele sono profundo, nunca pensei que iria ouvir as palavras que fizeram todo o meu corpo vibrar. Meus batimentos aceleraram de tal forma, que meu coração parecia que ia saltar pela minha boca, eu fiquei tão perdida em meio as sensações e dúvidas, que nenh
— Execute!Sentado no carro a 10 metros da praça de execução, oKadar observou o traidor ser colocado na roda com um olhar gelido.O traidor é a primeira pessoa a enganar por tantotempo o maior dominador dos Emirados Árabes Unidos, e até escapar de Dubai. Mas também será o último.A execução pública não foi usada há muito tempo, maspara alertar outras pessoas com os mesmos ideias más, o príncipe Kadar escolheuesse método e todos que desafiarem o príncipe do deserto, terão o mesmo destino.O traidor foi espancado e o som de gritos ressoou por toda a praça. Algumas pessoaschegaram a cobrir os olhos , um após ooutro então de dentro do veículo KADAR esboçou um sorriso , pois o efeito foialcançado.— Podemos sair. — o Kadar ordenou.— Sim senhor. — Respondeu seu motorista e depoisde alguns minutos em movimento o veículo parou devido uma freada repentina oque fez Kadar franzir a testa.— Desculpe senhor, é uma menina que pulou donada —O motoristanervoso, com medo de deixar o p
MAYSUN Fico tão atordoada que nem percebo que o meu véu se soltou de meus cabelos. Depois de me recompor, em passos largos, deixo o local ao lado do meu irmão. Quando chego em casa, passo a maior parte do dia ajudando a minha mãe, com as roupas, arrumando a casa e depois fazendo a comida. Com tudo já pronto, falo a ela que vou para o meu quarto por não estar me sentindo muito bem. Mesmo com fome, estou sentindo um forte embrulho no meu estômago. Já tinha ouvido falar que essa é a punição para um traidor. Sei que no lugar onde vivo, isso se torna um costume entre a população, mas eu, Maysun Wehbe, darei um jeito de em breve ir embora de Dubai. Meus pais sempre dizem que vivo no mundo da lua, mas eu nunca senti que faço parte desse lugar. Jamais aceitarei viver como as mulheres daqui, ser uma esposa modelo, uma fantoche que vive sendo subjugada pelo marido. Sempre sonhei viver em um lugar onde nós mulheres temos o direito de fazer as nossas próprias escolhas, de escolher com quem dev
MAYSUNAcordo em um sobressalto ao ouvir os gritos da minha mãe. Ainda meia sonolenta, me levanto, indo em direção ao som da sua voz. A cada passo dado, começo a sentir um calafrio percorrer todo o meu corpo, uma sensação ruim paira sobre mim, ao me aproximar do local de onde sua voz está vindo. Vejo a porta do quarto do meu irmão aberta, em passos largos adentro o ambiente, e no momento que meus olhos ficam fixos na imagem a minha frente, sinto o meu coração bater em um ritmo frenético. Minha garganta se fecha ao ver o meu irmão totalmente imóvel no chão, enquanto meus pais tentam desesperadamente reanimá-lo sem obter nenhuma reposta. Vejo meu pai pegá-lo em seus braços, indo em direção à porta. Atordoada por não saber o que de fato está acontecendo, começo a ir na mesma direção em que eles vão. Minha mãe logo abre a porta de entrada, e antes que minhas pernas se movessem para deixar o cômodo, sua voz ecoa no ambiente.— May, preciso que você fique aqui e termine de organizar as ro
KADARAssim que chego na casa de Maysun, meus homens que estão vigiando o lugar me informam que os pais dela sairam as pressas com um menino desacordado. Trato de ligar imediatamente para Jamil, dando ordens para que ele descubra o que o garoto tem, e após encerrar a ligação, deixo o automóvel e em passos largos me aproximo da entrada da pequena residência a minha frente. Analiso minuciosamente a casa e não me agrada em nada vir a um lugar que pela aparência, já se dá para ver a pobreza com que vivem. Próximo a porta, dou uma batida na mesma e segundos depois, ela é aberta por aquela que vem ocupando os meus pensamentos.A beleza diante dos meus olhos é estonteante, embora esteja vestida com trapos, os mesmo não foram capazes de ofuscar tamanha beleza. Me divirto ao ver a reação da mulher a minha frente que esá petrificada. Resolvo quebrar o silêncio no ambiente, e como odeio fazer rodeios, vou direto ao que interessa e nem espero um convite, já adentro o cômodo. Para minha total su
MAYSUMAcordo atordoada com meu pai me chamando e dizendo que irá até o hospital para assim mamãe poder descansar um pouco em casa. Depois que ele sai, tomo um banho e trato de fazer um café bem reforçado para ela tomar assim que chegar, certamente estará com fome. Cerca de uma hora depois enfim minha rainha está em casa. Alguns minutos depois de sua chegada e enquanto conversavámos, ouço uma batida na porta, minha mãe logo adentra a sala saindo da cozinha, sabendo que só pode ser o senhor Ebraim que veio pegar o dinheiro do aluguel. Caminho na sua frente e abro a porta, olhando para o homem que está parado com uma expressão diferente no seu rosto, acho um tanto estranho pois sempre está de cara fechada, como se tivesse de mal com a vida, mas não com... pesar. Saio dos meus devaneios quando ouço a voz da minha mãe.— Maysun, peça ao senhor Ebraim que entre, onde está sua educação?— Me desculpe senhor Ebraim, pode entrar.Enquanto o homem adentra o centro do cômodo, dona Fátima caminh
MAYSUM Ficamos nos encarando sem desviar o olhar um do outro, só se ouvindo o som das nossas próprias respirações, porém o silêncio é quebrado quando a porta atrás de mim é aberta e a senhora que encontrei minutos antes na recepção entrega o envelope que tinha em sua mão para ele e, em seguida, deixa o ambiente na mesma velocidade que adentrou.— Sente-se. — Diz apontando para a cadeira em frente a sua mesa, assim que se acomoda em sua poltrona. Sem delongas resolvo me sentar, quero acabar logo com tudo isso e sair desse lugar que parece me sufocar igualmente ao elevador. Ele abre o envelope tirando um montante de papéis, logo estende na minha direção, falando:— Nesse contrato então todas as cláusulas que você terá que seguir, assim como todos os benefícios que sua família irá receber assim que ele for assinado.Olho perplexa hora para os papéis e hora para Kadar que tem um ar de satisfação visível na sua expressão. Percebendo minha reação, sua voz novamente se faz presente:—
KADARAlém dos homens que estam vigiando a casa dos Wehbe, o próprio Jamil ficou fazendo o monitoramento no hospital. Depois das palavras que ouvi quando estive na residência de Maysun, que nunca aceitaria minha proposta, coloquei em ação o que já tinha cogitado desde o momento que li no dossiê a situação deles em relação a casa onde vivem. Depois de efetuar a compra da residência, avisei ao antigo proprietário que precisava com urgência que o imóvel fosse desocupado.Quando fui informado que o estado de saúde do pequeno Wehbe tinha piorado, sabia que sua irmã não teria outra alternativa a não ser me procurar, e tudo aconteceu mais rápido do que eu esperava. Através dos homens que estavam e estão vigiando cada passo dela, soube antes mesmo dela chegar até a empresa que enfim aquela atrevida iria engolir cada palavra que me foi dito e aceitar tudo que eu tinha a propor. Para melhorar ainda mais o meu dia, soube que novamente seu irmão passou mal, onde a única alternativa era fazer imed