— Execute!
Sentado no carro a 10 metros da praça de execução, o Kadar observou o traidor ser colocado na roda com um olhar gelido.
O traidor é a primeira pessoa a enganar por tanto tempo o maior dominador dos Emirados Árabes Unidos, e até escapar de Dubai. Mas também será o último.
A execução pública não foi usada há muito tempo, mas para alertar outras pessoas com os mesmos ideias más, o príncipe Kadar escolheu esse método e todos que desafiarem o príncipe do deserto, terão o mesmo destino.
O traidor foi espancado e o som de gritos ressoou por toda a praça. Algumas pessoas chegaram a cobrir os olhos , um após o outro então de dentro do veículo KADAR esboçou um sorriso , pois o efeito foi alcançado.
— Podemos sair. — o Kadar ordenou.
— Sim senhor. — Respondeu seu motorista e depois de alguns minutos em movimento o veículo parou devido uma freada repentina o que fez Kadar franzir a testa.
— Desculpe senhor, é uma menina que pulou do nada —
O motorista nervoso, com medo de deixar o patrão ainda mais bravo se justificou .
— Desça e veja se ela está bem, uma pessoa sangra hoje já está suficiente, ela teve a sorte.
— Sim!
— Você tem olhos não tem? Quer morrer? Você realmente deveria agradecer a Deus por sua misericórdia. Nosso chefe não se importa, então arrume suas coisas e saia agora!
Maysun, quem está caindo no chão, queria refutar, mas ao olhar para o carro à sua frente e para o homem sério dentro do veículo , já sabia que não era alguém que conseguiria ofender , então teve que se desculpar.
Ela arrumou apressadamente as roupas limpas espalhadas pelo chão, sem querer o véu em seu rosto se espalhou com a cabeça abaixada e o vento soprando do lugar desconhecido, revelando totalmente o rosto da garota.
O ligeiramente impaciente Kadar que esperava no carro recolheu o olhar do centro da praça para a garota na frente do automóvel e de repente congelou. QUE ANJO. Ele tinha dormido com mulheres incontáveis, mas esta era a primeira que ele não conseguia desviar o olhar. Pele clara, olhos estrelados e lábios delicados que dão vontade de beijar.
Percebendo que o véu foi afrouxado, a Maysun parece cair no problema maior e rapidamente se arruma e pega as roupas que haviam caindo no chão. O irmão mais novo à distância ainda havia alertado-a para ir a rapidamente para casa , pois sua mãe estava esperando , pois o dinheiro recebido pela limpeza das roupas seria destinado ao aluguel que estava em atraso . O dono da casa já havia dado um aviso final...
O peso da realidade voltou a cair sobre Maysun, fazendo-a se sentir sufocada novamente.
O carro partiu, mas aquele rosto ainda ocupava os pensamentos do Kadar, o que o deixou estranho.
— Nesse caso, parece que ela está destinada a ser minha.
Ele então voltou sua atenção para o lado esquerdo o qual seu homem de confiança estava acomodado dando as seguintes ordens:
— Descubra imediatamente a identidade dessa mulher, 24 horas, quero saber a resposta. — Kadar ordenou, nem mesmo percebendo o leve sorriso em seu rosto
Não importa quem ela seja ou a quem ela pertence, será minha de qualquer jeito.
MAYSUN Fico tão atordoada que nem percebo que o meu véu se soltou de meus cabelos. Depois de me recompor, em passos largos, deixo o local ao lado do meu irmão. Quando chego em casa, passo a maior parte do dia ajudando a minha mãe, com as roupas, arrumando a casa e depois fazendo a comida. Com tudo já pronto, falo a ela que vou para o meu quarto por não estar me sentindo muito bem. Mesmo com fome, estou sentindo um forte embrulho no meu estômago. Já tinha ouvido falar que essa é a punição para um traidor. Sei que no lugar onde vivo, isso se torna um costume entre a população, mas eu, Maysun Wehbe, darei um jeito de em breve ir embora de Dubai. Meus pais sempre dizem que vivo no mundo da lua, mas eu nunca senti que faço parte desse lugar. Jamais aceitarei viver como as mulheres daqui, ser uma esposa modelo, uma fantoche que vive sendo subjugada pelo marido. Sempre sonhei viver em um lugar onde nós mulheres temos o direito de fazer as nossas próprias escolhas, de escolher com quem dev
MAYSUNAcordo em um sobressalto ao ouvir os gritos da minha mãe. Ainda meia sonolenta, me levanto, indo em direção ao som da sua voz. A cada passo dado, começo a sentir um calafrio percorrer todo o meu corpo, uma sensação ruim paira sobre mim, ao me aproximar do local de onde sua voz está vindo. Vejo a porta do quarto do meu irmão aberta, em passos largos adentro o ambiente, e no momento que meus olhos ficam fixos na imagem a minha frente, sinto o meu coração bater em um ritmo frenético. Minha garganta se fecha ao ver o meu irmão totalmente imóvel no chão, enquanto meus pais tentam desesperadamente reanimá-lo sem obter nenhuma reposta. Vejo meu pai pegá-lo em seus braços, indo em direção à porta. Atordoada por não saber o que de fato está acontecendo, começo a ir na mesma direção em que eles vão. Minha mãe logo abre a porta de entrada, e antes que minhas pernas se movessem para deixar o cômodo, sua voz ecoa no ambiente.— May, preciso que você fique aqui e termine de organizar as ro
KADARAssim que chego na casa de Maysun, meus homens que estão vigiando o lugar me informam que os pais dela sairam as pressas com um menino desacordado. Trato de ligar imediatamente para Jamil, dando ordens para que ele descubra o que o garoto tem, e após encerrar a ligação, deixo o automóvel e em passos largos me aproximo da entrada da pequena residência a minha frente. Analiso minuciosamente a casa e não me agrada em nada vir a um lugar que pela aparência, já se dá para ver a pobreza com que vivem. Próximo a porta, dou uma batida na mesma e segundos depois, ela é aberta por aquela que vem ocupando os meus pensamentos.A beleza diante dos meus olhos é estonteante, embora esteja vestida com trapos, os mesmo não foram capazes de ofuscar tamanha beleza. Me divirto ao ver a reação da mulher a minha frente que esá petrificada. Resolvo quebrar o silêncio no ambiente, e como odeio fazer rodeios, vou direto ao que interessa e nem espero um convite, já adentro o cômodo. Para minha total su
MAYSUMAcordo atordoada com meu pai me chamando e dizendo que irá até o hospital para assim mamãe poder descansar um pouco em casa. Depois que ele sai, tomo um banho e trato de fazer um café bem reforçado para ela tomar assim que chegar, certamente estará com fome. Cerca de uma hora depois enfim minha rainha está em casa. Alguns minutos depois de sua chegada e enquanto conversavámos, ouço uma batida na porta, minha mãe logo adentra a sala saindo da cozinha, sabendo que só pode ser o senhor Ebraim que veio pegar o dinheiro do aluguel. Caminho na sua frente e abro a porta, olhando para o homem que está parado com uma expressão diferente no seu rosto, acho um tanto estranho pois sempre está de cara fechada, como se tivesse de mal com a vida, mas não com... pesar. Saio dos meus devaneios quando ouço a voz da minha mãe.— Maysun, peça ao senhor Ebraim que entre, onde está sua educação?— Me desculpe senhor Ebraim, pode entrar.Enquanto o homem adentra o centro do cômodo, dona Fátima caminh
MAYSUM Ficamos nos encarando sem desviar o olhar um do outro, só se ouvindo o som das nossas próprias respirações, porém o silêncio é quebrado quando a porta atrás de mim é aberta e a senhora que encontrei minutos antes na recepção entrega o envelope que tinha em sua mão para ele e, em seguida, deixa o ambiente na mesma velocidade que adentrou.— Sente-se. — Diz apontando para a cadeira em frente a sua mesa, assim que se acomoda em sua poltrona. Sem delongas resolvo me sentar, quero acabar logo com tudo isso e sair desse lugar que parece me sufocar igualmente ao elevador. Ele abre o envelope tirando um montante de papéis, logo estende na minha direção, falando:— Nesse contrato então todas as cláusulas que você terá que seguir, assim como todos os benefícios que sua família irá receber assim que ele for assinado.Olho perplexa hora para os papéis e hora para Kadar que tem um ar de satisfação visível na sua expressão. Percebendo minha reação, sua voz novamente se faz presente:—
KADARAlém dos homens que estam vigiando a casa dos Wehbe, o próprio Jamil ficou fazendo o monitoramento no hospital. Depois das palavras que ouvi quando estive na residência de Maysun, que nunca aceitaria minha proposta, coloquei em ação o que já tinha cogitado desde o momento que li no dossiê a situação deles em relação a casa onde vivem. Depois de efetuar a compra da residência, avisei ao antigo proprietário que precisava com urgência que o imóvel fosse desocupado.Quando fui informado que o estado de saúde do pequeno Wehbe tinha piorado, sabia que sua irmã não teria outra alternativa a não ser me procurar, e tudo aconteceu mais rápido do que eu esperava. Através dos homens que estavam e estão vigiando cada passo dela, soube antes mesmo dela chegar até a empresa que enfim aquela atrevida iria engolir cada palavra que me foi dito e aceitar tudo que eu tinha a propor. Para melhorar ainda mais o meu dia, soube que novamente seu irmão passou mal, onde a única alternativa era fazer imed
MAYSUNEla estende o vestido que até agora não havia percebido estar em suas mãos e pede para que eu vá até o banheiro me trocar, que em seguida ela irá arrumar o meu cabelo e fazer uma maquiagem descente e apresentavel. Mesmo contra a minha vontade, acabo fazendo o que ela manda. Não posso deixar que descubra toda a verdade. Entro no pequeno cômodo e olho para o vestido, ficando encantada com a riqueza de detalhes e mais ainda pela cor. Depois de vestida deixo o banheiro indo até ela, que já começa a arrumar os meus cabelos rapidamente. Lágrimas surgem no canto de seus olhos quando finalmente estou pronta.— Você está linda. Uma verdadeira princesa.Desvio meu olhar para o espelho, e eu mesma não acredito no que vejo. Modestia parte, estou muito bonita. Fico me olhando na frente ao espelho até ouvimos o som de alguém batendo na porta, abro a porta pensando ser o demonio que será meu marido, mas no lugar está uma senhora por volta dos 50 anos. De algum modo fico decepcionada, mas feli
MAYSUNCom os olhos fixos na mesa e ainda parada no mesmo lugar, Kadar fala em meu ouvido:— Vamos, você sentará ao meu lado.Em passos vacilantes caminho até o lugar indicado por ele, me acomodo ficando de cabeça baixa olhando para os objetos a minha frente. A senhora Maktoum pede que a comida seja servida, a sensação que tenho é de que todos estão me observando, levanto a cabeça tento a confirmação das minhas suspeitas. A mulher, por nome Haifa, que é prima de Kadar se pronuncia:— Deve ser difícil para alguém de uma classe inferior como você, que nunca viu uma mesa como esta, saber quais os utensílios deve usar. Primo, antes do seu casamento, você deveria contratar alguma professora para Maysun ter aulas de etiqueta já que será uma Maktoum. — Minha garganta se fecha no mesmo instante. Há sarcasmo em cada palavra proferida por Haifa, e antes que eu possa dar a resposta que merece, Kadar se pronuncia:— Talvez esse seja o motivo pelo qual ainda continua solteira, prima, por não sabe