Com isso, Chloe se virou e saiu da sala, as portas se fechando com um estrondo que ressoou como um eco de sua dor. O que antes era uma discussão já tensa agora se tornara uma cena de desespero e traição. Angela desabou em prantos, as lágrimas escorrendo pelo rosto, a dor e a culpa tomando conta dela. Eu me aproximei, tentando confortá-la, mas me sentia impotente diante da situação. O que havia começado como um amor proibido agora se transformara em uma tempestade de emoções, atingindo todos ao nosso redor. — Angela, eu sinto muito — eu disse, tentando segurar suas mãos, mas ela se afastou, perdida em sua dor. — Isso não era o que eu queria. __Ninguém esperava que as coisas chegassem a esse ponto. — Eu não queria causar isso — ela respondeu, a voz entrecortada pelas lágrimas. — Eu só queria ser feliz. O peso da culpa a consumia, e eu sabia que as palavras de Chloe haviam atingido um ponto sensível. A raiva e a frustração não eram apenas direcionadas a mim, mas a todos nós. Era
O ar estava denso, pesado como um cobertor molhado. O silêncio na mansão era ensurdecedor, quebrado apenas pelo tique-taque incessante do relógio na sala de jantar – um relógio que parecia zombar da nossa imobilidade, cada segundo uma eternidade. Eu podia sentir o cheiro de medo, impregnado nas paredes, misturado com o aroma enjoativo de flores murchas que adornavam os vasos. A mansão, antes um símbolo de opulência, agora era uma prisão dourada.Anibal e Chloe estavam trancados em seus quartos, duas ilhas de silêncio em meio ao turbilhão de angústia. Eles não falavam, apenas observavam, esperando. Esperando o quê? Eu também não sabia. Talvez a morte. Talvez a salvação.Angela, chorava baixinho, soluços abafados que rasgavam o silêncio. Meu filho, Richard, tentava acalmá-la, repetindo frases vazias, sem sentido, como um mantra desesperado: __"Vai ficar tudo bem, Angela. Vai ficar tudo bem." Mas eu sabia que não estava bem. Nada estava bem.Encontrei Nicolas em seu escritório, falando
Fitei firme Richard, meu filho. Ele estava abatido, a sombra dos últimos dias cravada em seu rosto. O peso da situação era palpável, pairando entre nós como uma névoa tóxica. “Sente-se, filho”, pedi, minha voz mais suave do que eu pretendia. Ele obedeceu, as mãos grandes e calejadas repousando pesadamente sobre os joelhos. ___“Então, filho, o que queria?” A pergunta saiu rouca, carregada de uma apreensão que eu tentava esconder. __“Primeiramente, me desculpar, pai. Sei que sou o culpado por toda essa desgraça.” A confissão saiu em um sussurro, quase inaudível. __“Se culpar não vai mudar nada, Richard. Temos que procurar consertar o estrago.” A verdade era que uma parte de mim já havia se conformado com a possibilidade de não haver conserto. _“E se não tiver mais jeito, pai?” A pergunta, carregada de desespero, me atingiu como um soco no estômago. __“Para tudo tem jeito, filho. Acredite.” Minhas palavras soaram mais como um mantra para mim mesmo do que uma promessa a ele. Ri
A fumaça esbranquiçada do meu Narguilé, preenche o meu quarto, enquanto observo com deleite as chamas dançando insinuantes e sedutoras, elas parecem me chamar para dançar uma dança perigosa, letal. Passo alguns minutos dominado pelo leve torpor e na minha mente conturbada, lembranças difusas do passado. Recordo de coisas das quais gostaria de esquecer, a imagem vívida e detestável de Alicia, presente neste momento.Ela era a mulher que infelizmente me trouxe ao mundo, apenas isto porque a mesma nunca desempenhou papel de mãe ela uma viciada em drogas e se prostituir para pagar seu vício, ela me odiava e fazia questão de demonstrar isto diariamente me queimando com o seu cigarro. O cheiro forte de maconha me causando náuseas, me afogando diversas vezes na banheira durante o banho, também me lembro de um dos seus inúmeros amantes me espancando no meu quarto, enquanto ela transava com outro no quarto ao lado.Só aos sete anos que me livrei desse inferno, quando o conselho tutelar me tiro
Apesar de viver em um bairro perigoso, jamais imaginei que algum dia estaria diante de uma situação como a que agora estou. Observo apavorada o homem sentado numa poça de sangue, o seu próprio sangue, ele ainda está acordado, porém, sua respiração está bastante irregular, sua pele pálida como cera. Minha vontade é de sair correndo daquele beco sujo e deixá-lo lá, porém, minha consciência não me permite tal atitude covarde, ele é um ser humano e não posso simplesmente dar as costas e ir embora e deixá-lo ali para morrer. Que ser humano seria se fizesse isto?Tiro o celular da bolsa e digito uma mensagem de texto no WhatsApp, enviando para minha amiga que divide apartamento comigo, ela é minha última esperança no momento, felizmente a resposta veio rápida, curta e direta.__"Estou indo!"Notei que o ferimento do homem estava sangrando muito, logo tomei uma atitude extrema, retirei a sua camisa social azul claro e, embolando-a, coloco-a sobre seu ferimento. Fico segurando até que min
O tempo passou rápido demais, já até se passaram um mês e uns dias desde aquele dia e, o homem não retornou e nem mesmo sabíamos se havia dado tudo certo na cirurgia. Ou se tinha morrido, ou, qualquer outra coisa. Tinha até sonhado com ele umas duas vezes e acordado exaltada, ensopada de suor. Ele era um ingrato, podia muito bem ter enviado um cartãozinho dizendo que estava bem, mas nada nem uma mísera informação, os ricos são todos iguais, só nos enxergam nos momentos que precisam.Como trabalhava apenas à noite, durante o dia não tinha nada que fazer, então me dedicava a tarefas domésticas e a cuidar de minhas plantinhas. Neste momento mesmo eu estava na varanda molhando as orquídeas e aspirando o perfume doce provindo das flores, estes eram um dos raros momentos em que eu ficava feliz.Terminando essa tarefa, fui para a cozinha preparar o almoço que compunha de arroz branco, strogonoff e batata palha, comida que eu sabia fazer muito bem, além ser a preferida de Dafne. Poucos minuto
Eu senti vontade de espremê-la nos meus braços para que ela não sentisse medo, ou frio. - Era você mesmo que eu queria encontrar! - digo. Ela se vira no mesmo momento surpresa brilhando nos meus olhos, notei que de perto ela era ainda mais linda do que imaginava parecia um anjo. Me apresentei dizendo que era o homem que ela tinha salvo porém ela nada disse continuou me olhando parecendo angustiada gostaria de ter o poder de ler mente para saber o que afligia ela. Então ela fez algo inusitado, saiu correndo como se houvesse mil demônios a perseguindo , corri. na sua trás, mas não consegui alcançá-la, pois a mesma se enfiou dentro de um táxi. Fiquei ali parado no meio da rua olhando o táxi sumir de vista, retornei para meu carro me dirigindo para casa estava frustrado, queria ter conversado com aquela menina e ter feito mil e uma coisas mais. Gargalhei com o rumo dos meus pensamentos. - Pirou Nicolas? Me virei encontrando meu irmão sentado na penumbra da sala, bebendo um whi
No final de semana meu plano era ficar em casa sentada num sofá e assistindo filmes clichês, comendo brigadeiros e chorando numa cena triste, mas minha amiga tinha outros planos.- Por favor Amy, vamos...Balancei a cabeça negativamente e eu não estava no clima para sair.- Amy, não acredito que você prefere ficar sozinha em casa em plena sexta-feira a ir comigo beber em um pub?Dei de ombro gesticulando simplesmente:- "Você vai se divertir mais se eu não for."- Não entendo por que diz isto!Movi minha mão com agilidade formando as palavras.- Sou uma companhia chata, silenciosa as pessoas se enfadam de mim- Não diz isto amiga, amo sua companhia.Gesticulei a resposta da minha querida amiga.- "Só você pensa isso, vejo como os seus amigos ficam entediados" ...- Claro que não amiga é impressão sua, vamos por favor.Balancei a cabeça negando, porém Dafne não se dava por vencida.- Não vou convidar ninguém desta vez, será só você e eu...Gesticulei- "Você não vai desistir, né?"- Nã