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Frente à Frente ( amy)

No final de semana meu plano era ficar em casa sentada num sofá e assistindo filmes clichês, comendo brigadeiros e chorando numa cena triste, mas minha amiga tinha outros planos.

- Por favor Amy, vamos...

Balancei a cabeça negativamente e eu não estava no clima para sair.

- Amy, não acredito que você prefere ficar sozinha em casa em plena sexta-feira a ir comigo beber em um pub?

Dei de ombro gesticulando simplesmente:

- "Você vai se divertir mais se eu não for."

- Não entendo por que diz isto!

Movi minha mão com agilidade formando as palavras.

- Sou uma companhia chata, silenciosa as pessoas se enfadam de mim

- Não diz isto amiga, amo sua companhia.

Gesticulei a resposta da minha querida amiga.

- "Só você pensa isso, vejo como os seus amigos ficam entediados" ...

- Claro que não amiga é impressão sua, vamos por favor.

Balancei a cabeça negando, porém Dafne não se dava por vencida.

- Não vou convidar ninguém desta vez, será só você e eu...

Gesticulei

- "Você não vai desistir, né?"

- Não!

- "Está bem sua louca, eu vou!"

- Eu faço sua maquiagem.

"É o mínimo!"

Depois do banho me enrolei na toalha, calçando confortáveis pantufas e abrindo o meu guarda roupa, jogando sobre a cama as minhas melhores roupas que eram uma confusão de cores. Estampas e brilhos tinham um estilo bastante diferenciado, apesar de não ganhar muito dançando na boate eu arranjava jeito para pagar minhas contas e sobrar um pouco para alimentar minha vaidade feminina

No fim optei por um vestido curto estilo balona e um salto baixo, meus cabelos cacheados juntei num coque alto deixando pequenas mechas caindo, momento depois, Dafne já arrumada e irresistível como sempre, entrou no meu quarto e me maquiou como prometido.

- Ah amiga queria ter um rostinho delicado como o seu só uma camada de maquiagem e você está linda!

- "Que exagero Dafne"! - gesticulei.

- Um pouquinho de amor próprio te cairia bem amiga, você se diminui muito queria que você se visse como as pessoas te veem.

Movi a mão formando as palavras que me permeiam a alma.

- Sem graça, inútil, mudinha!

- Amy Carter pare já com isso!

O Uber que ela tinha chamado chegou buzinando, então peguei minha bolsa e descemos juntas entrando no carro. Dafne foi tagarelando o caminho todo e fingi escutá-la, mas minha mente estava em outro lugar, antes de entrar no pub que estava lotado ela disse:

- Tire essa cara de velório e bote um sorriso nos lábios.

Nos sentamos próximas ao balcão e pedimos tequila virei de uma vez a bebida descendo rasgando na garganta. Dafne pede mais e viramos outra vez, a cada dose me sinto mais Dafne até sorrindo.

viu só sua boba e você ainda não queria vim...

Ela me arrastou para dançar a próxima música, nos movíamos sensualmente ciente dos olhares em nós duas, retornamos para nosso lugar pedindo outra bebida, dois homens se aproximaram de nós duas.

- Sozinhas meninas? - um deles indaga.

- Sim estamos. - Dafne disse.

- Podemos fazer companhia a vocês?

- Seria ótimo!

Um dos homens sentou ao lado de Dafne e outro do meu lado, era um homem bonito loiro de olhos claros.

- Olá princesa, sou Thales e você é?

Era por isto que odiava sair pois as pessoas se aproximavam de mim e queriam puxar conversa, queria eu ter voz para me socializar, mas infelizmente isto me tinha tirado, envergonhada, movi minhas mãos para o confuso homem.

- O que isso quer dizer?

Dafne felizmente respondeu por mim, dessa vez gostaria que ela estivesse sempre presente.

- Minha amiga é muda.

- Muda?

O homem fez a mesma expressão que todos os outros faziam quando descobriram que a bela jovem era uma muda idiota,

- Sim, Amy é muda, ela se comunica por sinais!

- Ohhh!

- Algum problema para você? - Dafne indaga.

- Claro que não, um defeito como esse não diminui em nada a beleza dessa bela dama!

Ele falou isso, olhando diretamente para não me oferecer, um não, um sorriso.

Para quebrar o clima tenso o homem ao meu lado o tal Thales pediu bebida para nós , um coquetel de frutas.

- Gostou?

Balancei afirmativamente a cabeça, a bebida era uma delícia, estava certa que aquele homem se enfadaria de mim em alguns minutos assim como muitos outros. Não dá para manter uma conversa com um mudo sem saber a linguagem dos sinais, porém me surpreendi. Thales era muito engraçado e fez de tudo para manter um diálogo comigo, no fim estava gargalhando feito uma hiena de uma piadinha sem graça que ele falou.

- Está vendo só Amy? Posso ser uma boa companhia!

Ele me chamou para ir para fora tomar um ar e eu aceitei, me arrependendo segundos depois, pois assim que ficamos sozinhos, Thales se mostrou ser um grande aproveitador barato e tentava a todo momento tirar uma casquinha de mim. As mãos na cintura escorregando para mais abaixo, tentava me soltar dele, mas ele tinha muita força. Ele tentava beijar meus lábios, porém, me esquivava e ele continuava investindo, então, movida de fúria, ergui o joelho acertando os testículos do homem que caiu gemendo de dor.

- Vagabunda inútil!

Chutei-lhe as costelas e então retornei para dentro da boate onde acabei me esbarrando num homem que nem se moveu, parecia mais um bloco de pedra no meu caminho, teria caído se ele não me segurasse firme.

- Angel?

Ergui o olhar encontrando um par de olhos negros e profundos intenso era os mesmos olhos que haviam me implorado ajuda meses antes.

- Não vai fugir desta vez Angel!

Ele estava me chamando por meu nome artístico provavelmente tinha estado todo este tempo me assistindo dançar na boate

- Vai me ignorar outra vez? Por acaso te dói dizer uma só palavra?

Estava desesperada com aquela situação outra vez sob poder de um homem que tentava puxar meus braços, mas aquele homem me segurava com força e por sua expressão fechada se notava que ele estava irritado e que não me deixaria ir.

- Vamos, fale alguma coisa, porra?

- Ela é muda, idiota!

Nunca antes a voz de minha amiga me soou tão doce quanto agora, o homem aparentando confuso, soltou o meu já braço dolorido por sua pressão

- Muda?

Já tinha ouvido esta pergunta outras inúmeras vezes, inclusive hoje.

- Exatamente!

Ele buscou meu olhar e eu sustentei me arrependendo disso os olhos dele estava cálido e quentes como um vulcão, estendendo a mão em minha direção disse:

- Perdoe minha indelicadeza, Angel, eu não sabia de...

Dafne o interrompeu no mesmo instante.

- É Amy, não Angel!

- Na boate a anunciaram como Angel.

Levada pelo impulso, movi os lábios respondendo a ele dizendo "nome artístico", obviamente não sai som, mas ele compreendeu bem, pois sorriu dizendo:

- Ah sim entendi, nome artístico, combina bem com você.

Sorri surpresa e ele sorriu dando de ombros.

- Sou muito bom em linguagem labial!

Mordi os lábios, desconcertada com a resposta ousada dele, a verdade é que a presença dele me desconcertou sobremaneira, ele tinha uma aura de sedução e magnetismo.

- Estou devendo a vocês duas uma compensação por ter me ajudado uns dias atrás.

- Não precisa Montenegro, é este seu nome, não? - indaga Dafne

- Exatamente, mas podem me chamar de Nicolas!

Ele conversava com Dafne, mas mantinha o olhar pregado em mim.

- Me deixa pagar uma bebida para vocês?

Dafne me olhou indagativa e eu me movi rapidamente às mãos, seria uma boa aceitar o convite deste homem?

- Eu einto muito, Nicolas, mas não vamos aceitar o convite!

- Não aceito recusa, tenho uma dívida com vocês duas!

Balancei a cabeça negando veemente.

- Amy eu não mordo, por favor, aceite.

Gostei do fato dele não me tratar como inútil ele falava diretamente comigo.

Gesticulei com as mãos aquilo o que queria dizer e Dafne ia repetindo para o Nicolas:

- Amy agradece seu convite, mas vai recusar, ela disse também que não há nenhuma dívida entre vocês que pode ficar tranquilo...

Dito isso, arrastei Dafne para irmos para casa, porém, o homem não se deu por satisfeito.

- Levo vocês!

Suspirei resignada e logo fomos conduzidas a uma Ferrari Dafne gritou animada.

- Meu Deus! Vou andar numa Ferrari, me belisca Amy ...

O Nicolas sorriu da animação de minha amiga, que se enfiou na Ferrari no banco de trás. Admito que é um belo carro e teria aproveitado melhor se estivesse de bom humor, abri a porta do banco de trás para entrar, mas aquele homem disse sério.

- Banco da frente Amy!

Contrariada, me sentei no local designado e Nicolas colocou o cinto de segurança em mim. Nesse ato, nossos braços roçaram um no outro e eu tive um arrepio que aquele homem percebeu, soltando uma risadinha divertida.

- Qual endereço?

Dafne falou e ele colocou no GPS e então pisou fundo, foi uma viagem bastante rápida àquele homem dirigia como um louco, assim que ele estacionou em frente minha casa saltei fora do seu carro doida para ficar sozinha com meus pensamentos.

- Obrigado Nicolas. - Dafne diz.

- Por nada.

- Quer subir?

- Adoraria…

Olhei furiosa para minha amiga, que apenas sorriu para mim, logo lá estávamos os três subindo a escadaria.

- Engraçado Nicolas, você está subindo as escadas hoje, pois há um mês atrás, Amy e eu lhe levamos escada acima num carrinho de mão.

- Me lembro bem disso, por isto meu anseio de recompensar. Vocês duas foram incríveis.

Revirei os olhos e apressei os passos, passando na frente dos dois.

- Parece que sua amiga não ficou muito feliz com minha presença…

- O problema não é você, ela está chateada com a vida...

Gesticulei ligeiramente um palavrão para minha fofoqueira amiga.

- O que ela disse? - Indaga Nicolas.

- Ela mandou nós dois ir para a merda!

- Bravinha!

Abri a porta entrando em casa e indo direto para o meu quarto, podia ouvir os dois conversando na sala, invejava tanto Dafne. Daria tudo para poder falar e ter uma vida normal.

Limpei uma lágrima no rosto, no instante em que Dafne entrou no quarto que estava na penumbra.

- Amiga, o Nicolas quer falar com você!

Fiquei de costas ignorando totalmente ela.

- Vamos amiga…

Continuei na mesma posição sem mexer um só músculo. Vendo que não lhe daria atenção, ele saiu batendo os pés e quando enfim sozinha, suspirei fundo e as lágrimas foram escorrendo pelas minhas bochechas.

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