A OBSESSÃO DO MAFIOSO
A OBSESSÃO DO MAFIOSO
Por: Deby21
Me ajude( Nicolas)

A fumaça esbranquiçada do meu Narguilé, preenche o meu quarto, enquanto observo com deleite as chamas dançando insinuantes e sedutoras, elas parecem me chamar para dançar uma dança perigosa, letal. Passo alguns minutos dominado pelo leve torpor e na minha mente conturbada, lembranças difusas do passado. Recordo de coisas das quais gostaria de esquecer, a imagem vívida e detestável de Alicia, presente neste momento.

Ela era a mulher que infelizmente me trouxe ao mundo, apenas isto porque a mesma nunca desempenhou papel de mãe ela uma viciada em drogas e se prostituir para pagar seu vício, ela me odiava e fazia questão de demonstrar isto diariamente me queimando com o seu cigarro. O cheiro forte de maconha me causando náuseas, me afogando diversas vezes na banheira durante o banho, também me lembro de um dos seus inúmeros amantes me espancando no meu quarto, enquanto ela transava com outro no quarto ao lado.

Só aos sete anos que me livrei desse inferno, quando o conselho tutelar me tirou do monstro que tinha como mãe e me colocou num orfanato onde fui adotado por uma família importante que dominava o submundo do crime. Com a morte do meu pai adotivo, me tornei o chefão da máfia mais perigosa do país. Isso para desgosto do meu irmão Victor, que não aceitava que o seu pai tivesse nomeado como seu sucessor o filho adotivo, excluindo ele que era filho legítimo.

Me levanto da cama saindo depressa do quarto como se assim aquelas vozes e aquelas lembranças dolorosas fossem parar e me deixar em paz um segundo peguei minha Kawasaki ninja e saí correndo em disparada sem destino, sem rumo e sem nem mesmo me preocupar em levar um segurança comigo, o vento gelado no meu rosto e a adrenalina que corria por minhas veias, me lembrando que estou vivo.

Havia momentos em que me esquecia desse simples fato. Estaciono em frente a uma boate noturna entrando na mesma que estava lotada, as luzes fascinantes e o cheiro familiar de álcool e mulher me deixando animado, me sento próximo ao balcão bebendo uma dose atrás de outra de whisky, volto a atenção para o palco.

Quando o dono do local anuncia a bailarina da noite, os homens empoleiram em volta do palco como cachorro em frente à um açougue, levantando me junto a eles para ver o motivo de tanto alvoroço-me surpreendo com a bailarina que era uma mulher pequena e delicada como uma boneca, os lábios era um botão de flor. Os olhos azuis como o céu numa manhã calma de verão, uma profusão de cachos dourados caia em meio às suas costas, notei que as roupas curtas e sensuais não combinavam com ela parecia uma fantasia desproporcional.

Ela se movia sensualmente no palco, os homens uivaram quando ela deslizou pelo poste de pole dance ficando dependurada de cabeça para baixo parecia uma deusa neste instante nossos olhares se encontraram e pela primeira vez na vida senti meu coração bater mais rápido.

Quando ela abandonou o palco minutos depois os homens uivaram chamando a mesma de volta, mas a mesma desapareceu sem olhar para trás por uma porta, os homens desanimados se dispersaram eu me aproximando do balcão pedi mais uma bebida e enquanto bebia uma mulher se aproximou sentando do meu lado.

- Olá?

- Oi!

Percorri a mulher por inteiro, era muito atraente porém, minha mente estava em uma outra pessoa.

- Sozinho?

- É o que parece, hahah!

- Aceita companhia?

- Não! E se fosse querer uma companhia, não seria você!

- Idiota!

Dito isso, ela saiu pisando duro nos seus saltos altos, visivelmente irritada com a rejeição. Acabei não evitando uma risadinha zombeteira, pedi outra tequila absorvendo de uma vez, paguei e então me dirigi para fora da boate para poder fumar um cigarro, mimutos depois estava encostado numa parede num beco sujo fumando tranquilamente. Ao contrário do interior da boate que estava lotado, aqui fora estava deserto, era nítido que aqui era um lugar perigoso, mas eu não ligava sempre tive um fascínio por perigo e morte, por isso frequentava lugares como este. Terminei meu cigarro e caminhei pelo dito beco para retornar para boate.

- Nicolas Montenegro?

A voz firme partiu de um homem alto e encapuzado, a uma pequena distância de mim. Ele tinha nas mãos uma pistola, o que deixava claro sua intenção e apesar de saber que não tinha a menor chance, ainda tentei pegar a minha arma na cintura, porém, antes que eu alcançasse a mesma, ouvi o silvo de bala e um líquido quente escorrer por minha pele. Coloquei a mão no abdômen e quando ergui a mesma, estava empapada de sangue, o meu sangue vermelho vivo.

Vacilei um passo, caindo de bruços no chão sujo. Sabia que ele terminaria de me matar, então prendi a respiração me fingindo de morto. Sentir a mão dele no meu pescoço checando minha respiração e então logo em seguida ele desferiu vários chutes nas minhas costelas. Não me movo e nem solto qualquer ruído, apesar da dor que sentia. Convencido que eu estava morto, o homem liga para alguém dizendo:

- Está feito chefe! Nicolas Montenegro está morto!

Me mantive imóvel enquanto ouvia os passos se afastando pelo beco e quando tive certeza de que o homem havia ido embora, me arrastei pelo beco deixando um rastro de sangue, me sentei encostado na parede… eu estava fraco e sentia-me zonzo devido à quantidade de sangue perdida. Sabia que a inconsciência não tardaria a chegar e provavelmente a morte. Quando imaginei como ia morrer, não pensei que seria sozinho como um cachorro de rua num beco sujo, respirei fundo, minha boca seca só queria um gole de água, não queria morrer com sede.

Ouço passos vindo em minha direção, pensei que fosse aquele homem que estivesse voltando para verificar outra vez se de fato eu havia morrido, porém, para minha surpresa era a jovem bailarina da boate. Ao me ver ali sentado e sangrando, ela arregalou os olhos cobrindo a boca com a mão.

- Me ajude, me ajude! - peço-lhe.

Tal esforço me fez cuspir sangue, a jovem olha assustada em todas as direções e então começa a afastar depressa, obviamente ela não queria ser pega com um homem baleado à beira da morte. Não a culpo, compreendia sua reação, pois qualquer pessoa no lugar dela faria a mesma coisa. Fechei os olhos, resignados com o meu triste destino, abrindo-os minutos depois, quando senti um toque macio e morno no rosto. A jovem bailarina havia voltado e se ajoelhado ao meu lado segurando meu rosto entre as mãos, a jovem nada dizia, apenas me olhava fixamente. Ela tremia bastante, podia sentir seu medo no ar.

- Me ajude!

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