Capítulo 2 — Caça ao tesouro

Kalil

Pedras em meu caminho surgem a todo tempo, é incrível em como eu não consigo ficar tranquilo por um dia.

Parei em frente a casa do meu pai e pensei antes de entrar, ele só me liga quando precisa de algo.

— Problemas meu filho? — Perguntou ele, assim que me viu entrar.

— Você não imagina o quanto! Como está Suzana? Soube o que o quadro dela bem piorando, porque não me disse nada?

— Sua irmã está em um estado crítico, logo em breve poderá vê-la. Mas não é isso que me interesse agora e nem por isso que o chamei aqui. Meu filho, Jaz é uma peça chave para os nossos trabalhos, conhece muito bem coisas que não estão sob nossos alcances e por isso não pode descartar ele. Ele não tem culpa de os garotos são burros, mas com certeza ele vai dar um jeito em tudo isso.

— Will, eu só estou aqui porque o seu capanga me ligou dizendo que era urgente, portanto, faça-me o favor de ser breve. Com meus problemas eu resolvo depois, não preciso das suas opiniões.

— Tudo bem! Quero que você me traga a filha desta mulher. — Sob a mesa havia um envelope de cor parda, ele abriu o mesmo e retirou de dentro uma foto antiga de uma mulher. Estendeu a mão e me entregou a foto em cima do envelope.

— Quem é ela? — Perguntei ao abrir o envelope de sua mão, já aberto.

— Essa mulher acabou com a minha vida e eu quero a filha dela como uma forma de "pagamento" por tudo que ela me fez. Essa mulher da foto está morta, é a mãe dela, agir no impulso e não pensei duas vezes antes de mata-lá. A filha dela deve ser adulta e isso não é mais nenhum problema para mim.

— Onde ela está? — Não era problema meu, mas estava apenas fazendo meu trabalho e dinheiro nunca é demais.

— Em um convento na Itália. — Seu maldito sorriso quase me fizeram repensar sobre o que eu estava fazendo, mas como eu disse: não é problema meu.

— Eu tenho que me preparar para isso. Daqui há nove dias estarei partindo e vou mata-lá, como o senhor tanto deseja. — O riso cínico que ele dá sempre é algo insuportável.

— Eu não quero ela morta, Kalil. Quero ela para mim. Ela vai me pagar com o corpo toda a dívida que a mãe dela me deixou. Ela será apenas uma puta, pode usá-la também, depois de mim é claro!

— Você é nojento e eu quero uma ganha alta por essa merda. Me envia tudo por email, não quero mais bater papo contigo.

Sair direto para dentro do meu carro e acendi um cigarro enquanto esperava o sinal ficar verde. Cheguei em casa e vi Cristina dormindo na minha cama. Quantas vezes será que eu vou ter que dizer pra ela que eu não quero nada sério? A gente fode gostoso, mas ela não é mulher para ter um relacionamento, não vale a pena.

— Por que demorou tanto hoje? — É, me enganei ao pensar que ela poderia estar dormindo.

— E você já deveria ter ido embora. Qual é a sua, Cristina? Não sabe o que significa a palavra "casual"? É isso que nós fazemos, sexo casual e nada mais que isso. — Meu dia foi uma merda, como já não bastasse, ela ainda estava aqui.

— Você deve estar com outra. Você não reclamava tanto assim antes. Não sei porque, mas sempre que você se encontra com o seu pai você volta muito estranho, e você ainda diz que não se parece com ele.

— Vai se foder, Cristina. Eu não tenho nada do Will, se repetir isso outra vez a gente nunca mais vamos nos ver, você morrerá para mim. Enfim... estou cansado, quero ficar sozinho na minha casa, quer que eu chame um táxi?

— Vai pro inferno, Kalil. — Ela me apontou o dedo do meu, pegou sua bolsa e bateu a porta ao sair. Ela é um saco!

(...)

Dois dias depois me ligaram dizendo que havia voou para Itália, não pensei duas vezes e lá estava eu, dentro do avião que estava indo para o meu destino. A chuva forte me fez, pela primeira vez na vida ter medo de alguma coisa. Os raios caindo bem ao lado do avião, da janela que eu estava vendo tudo. Era apavorante.

Luiza

O desânimo me consome desde ao acordar até o adormecer. Eu sempre acordei antes de nascer do sol, meu quarto fica no terceiro andar e eu adoro ver o sol nascendo. Porém, há alguns dias eu venho pressentindo algo estranho. Acordei não eram nem duas da manhã, suando frio e apavorada. Levantei e fui até a dispensa, nunca me senti assim. Estava passando de frente ao quarto da Madri, quando vi sua porta entreaberta.

— Posso saber o que lhe atormenta? Percebi que está assim há alguns, inquieta e impaciente. Quer conversa sobre algo? — Não a vi, mas ouvir sua voz rouca.

— Estou tendo sonhos estranhos. Alguns me perseguindo e me matando. Sonho também que estou grávida de um bebê de nove meses que não para de mexer por um segundo, mas eu vejo meu corpo todo ensanguentado em questão de segundos. Eu começo a agonizar e acordo, parece que se passaram horas dentro do sonho, mas não forma nem mesmo cinco minutos. O que é isso, Madri?

— Isso saímos seus demônios querendo atormentá-la. Reze minha filha, reze com fé que tudo isso irá acabar logo. — Não ousei lhe responder e seguir meu caminho, quando ouvir sua voz chamar meu nome do corredor. — Luiza, tenho algo para você em seu armário, deve estar sem sono. Qualquer coisa me chame, agora feche a porta, por favor. Estou velha para levantar depois de coberta. E você vá para cama.

— Sim, Madri!

Após me certificar que ela estava realmente dormindo, assim como todas as outras, eu sair e fui até a casa da Bella, ela sempre estava acordada essas horas. Parei de frente ao seu quarto e joguei pedrinhas em sua janela.

— Olha só, vou ganhar serenata? — Ela pôs a cabeça para fora da janela, me olhou e desceu depressa. — Vem, entra logo.

Fomos até a vizinha, onde ela preparava um chá para nós duas.

— Por que não veio antes? Afinal, o que a margarida tem? Anda tão cabisbaixa.

— Essa margarida aqui precisa ser regada, pois está murcha a ponto de morrer. Vou te contar algo, mas peço segredo.

— Luiza, quando você me conheceu fofoqueira? — Se ela não tivesse espalhado para o vilarejo inteiro que a filha do seu Hanoar não era mais moça, a moça não teria sido obrigada a casar com aquele má elemento.

— Isabella! — Pisquei já irritada, querendo ser levada a sério por ela. — Estou pensando seriamente em fugir. — O café que ela tinha na boca foi cuspido e quase bateu em mim.

— Quê? Por que isso agora? Assim do nada?

— Porque estou cansada, Bella. E não é assim do nada. Há anos eu sou o fantoche das freiras. Sabe o que eu escutei hoje? Que elas sabem coisas sobre minha mãe, coisas sobre mim que eu não sei. A verdade é que a minha vida é um segredo para mim mesma.

— Tá... Mas para onde você pensar em fugir e o que vai fazer depois? Não pode também se precipitar desse jeito, Lu. Você mesma havia dito que bastava arranjar um emprego quando e tudo estaria quase resolvido. Sabe que pode contar comigo para isso, eu posso te ajudar a arranjar um emprego com alguma conhecida da minha mãe. Mas te peço que não faça loucura.

É... Na hora eu estava apenas precipitada, pensando apenas com os pensamentos intrusivos e deixando as emoções tomarem conta de mim, algo que nunca aconteceu.

— Você tem razão. Eu devo estar ficando louca, apenas isso.

— Deve ser somente cansaço. Vamos dormir, daqui a pouco amanhece e nós duas teremos um dia cheio. — Me deitei ao seu lado na cama e ela me abraçou, Aki eu perdi a noção do perigo e apenas adormeci no quentinho de Bella.

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