Luiza
Acordei em uma sala cheia de luzes, mas não era um hospital ou algo do tipo e aquilo me deixou aflita, eu já não estava entendendo nada e nem mesmo o porquê do tal Ferrari me querer! — Vejo que acordou consciente! — A voz rouca se fez presente e quando olhei para o lado, ele estava lá, encostado na porta com os braços cruzados. Então eu vi que não havia mais ninguém ali dentro além de mim, era um quarto pequeno e todo branco, com duas luzes no teto e era isso que fazia o lugar ficar tão claro, mas era tão pequeno como um quarto de solteiro. — Eu não entendo… por que a senhora mentiu para mim todos esses anos? Como ela foi capaz? — Me perguntava lembrando da Madri e de todas as outras freiras. — Luiza seu nome, não é? — Assenti quando ele perguntou, mas ainda sem forças para levantar. Seus passos estavam ficando cada vez mais próximos, até que ele sentou ao meu lado e me olhou nos olhos, tirando meu cabelo do rosto e colocando atrás da orelha. — Me perdoe por isso. Eu não sabia que era isso que aconteceria com você. — O quê? Achava que iria acontecer o quê? Então me trouxe aqui para que eu morresse de uma vez, é isso? Deveria ter fechado os olhos se não quisesse ter visto a cena ou talvez, poderia fazer papel de um homem e humano. — Não. Eu pensei que fosse haver uma conversa entre vocês antes, mas agora já não há mais volta. E eu não interveio nos problema de ninguém. — Seu jeito de falar me deixava com medo, embora eu não deixasse transparecer, eu estava com medo de morrer, ou de ser estuprada a qualquer momento. — Por favor, se for me tocar eu prefiro a morte. Eu não sei de nada, se o seu pai espera que eu seja útil para alguma coisa irá perder seu tempo. — Eu compreendo que não saiba de nada. Eu não posso me meter nos negócios do meu pai e você é problema dele, me entende? — Então ele vai fazer sexo comigo? Me usar e depois descartar quando perceber que eu não sei nada sobre a minha mãe? Não sei bem mesmo seu nome verdadeiro. Fechei os olhos na esperança de ter alguma lembrança boa, mas as dores não me permitiram pensar em nada além de querer levantar e não consegui. Eu ainda estava suja, meu corpo estava fedendo e eu estava me sentindo mal por tudo que estava acontecendo. Kalil Vê-la no estado em que ela estava era preocupante. Meu pai nunca havia feito tal coisa com ninguém, mas ele se referia a Luíza como se ela fosse culpada por tudo que mãe fez com ele. Em alguns momentos ele mensurou que iria fazer dela a sua puta, que sinceramente se depender de mim ele não vai. O quarto estava com um mau cheiro terrível, ela estava toda suja e eu era a única pessoa que poderia ajudá-la. Antes de ir até ela, passei em farmácia e comprei algumas coisas íntimas e sua higiene pessoal. Eu não sabia do que ela gostava de vestir, então comprei um vestido e algumas peças femininas, de acordo com o que a vendedora me orientou. Coloquei tudo dentro de uma sacola e levei para ela. — Consegue levantar? Eu trouxe um lanche, absorventes e uma roupa. — Coloquei a sacola ao seu lado e a vi fazer força para levantar, sua barriga estava roxa por causa dos chutes, assim como seu rosto e algumas partes do seu corpo. — Eu agradeço, mas mal consigo respirar quem dirá levantar. — Sem pensar duas vezes eu peguei seus braços e coloquei em volta do meu pescoço, lhe dando o apoio necessário para levantar ela e assim ela sentou. — Primeiro come, você precisa de forças. — Levantei da cama e fui até a janela, onde a mesma estava com grandes e cerca elétricas. — Depois eu ajudo você a tomar um banho. — Sair a deixando à vontade e trancando a porta por fora, levando a chave comigo. Enquanto andava pelos corredores, percebi que havia muitos homens verificando uma carga só, então fui até lá conferir o que era e então me deparei com algumas coisas que eu estava buscando há algum tempo. — Isso é pólvora? Onde está a mercadoria principal? — Perguntei ao motorista que estava sendo cercado pelos homens que trabalhavam para o meu pai. — O Sr. Ferrari pediu para deixar no galpão, ele disse que ele mesmo iria verificar a carga. — Como sempre ele está querendo passar na frente de tudo que é meu, mas eu estou tão cansado quanto ele. — Quando terminarem aqui me avise, são meus negócios e vocês devem satisfação a mim, não ao meu pai. Esse aqui é o meu território, e quem manda sou eu. — Disse autoritário e voltei para o quarto onde estava Luíza. Ao abrir a porta fui pego de surpresa com um tapa no rosto, certamente era pra ser algo impactante, mas pela sua falta de força foi apenas com carinho. Sua mão levantou para repetir o movimento, mas antes disse ela caiu sentada no chão e começou a chorar. — Se vai me matar que seja rápido, por favor. — Eu já não estava com paciência para conversas, então fui direto ao ponto onde queria chegar. Mas ela tinha lágrimas nos olhos e um olhar medroso. — Tem que melhorar bastantes se quiser atingir alguém, melhorar muito mais se quiser acertar o rosto de alguém. — Vai se ferrar, seu desgraçado! — Sua mão estava em cima da sua barriga e ela estava horrível, com suas roupas rasgadas e imunda. — Levanta daí, vai tomar um banho, está precisando. — Estendi a mão para ajudá-la, mas ela recusou cuspindo na mesma. — Ok. Então eu vou sentar ali e esperar a senhorita ter a boa vontade de cooperar comigo, tudo bem? Sem muitas conversas ela levantou e saiu se segurando nas paredes até o banheiro, que não tinha porta, a água era fria e o melhor de tudo, ficava de frente para cama e me dava a total visão do seu corpo nu e machucado. Tentei não pensar no quanto eu estava com ódio do meu pai nesse momento. — Não precisa ter vergonha, eu já vi mulheres nuas antes. Se veste e vamos dar um passeio. — Lhe dei uma piscadela e virei de costas para que ela se vestisse sem que eu visse.Kalil Ligação Ativa"Fui à sua casa e você não estava lá. A gente combinou de irmos à inauguração da boate da Lua, esqueceu? Qual é, Kalil. Vão tá cheio de mulher gostosa." Don era o famoso pau de mel, não sei o que ele tinha, mas as mulheres acabam ele um cara charmoso, eu acho! "Daqui a trinta minutos eu estou aí na sua casa. Precisei resolver alguns problemas hoje, mas agora estou livre.""Perfeito então. Chamei a Maya e ela vai com a gente também, ela terminou o namoro e essa é a sua chance. Vai fundo!""Vai se foder, Don. Maya é muito jovem, virgem e inexperiente. Não vou lhe dar o desprazer de transar comigo." Don era insistente, eu precisava conversar com meu pai o quanto antes sobre Luíza, mas hoje eu já não o acabaria mais em casa e então vou cair na noite com Don. Tentar esquecer um pouco sobre as imagens de Luíza nua, mesmo que toda machucada. “Tá aí ainda? Vou desligar, quando estiver saindo me avisa!”Ligação InativaMeus pensamentos estavam em Luíza. Ela ainda estava
Will FerrariAs coisas estavam indo muito bem, como não era de costume as coisas sempre saírem tão bem assim, porque sempre acontecia um imprevisto. Eu precisava saber onde ela estava, Kallil levou a garota sem me avisar sobre nada, estava a um passo de cometer alguma loucura. Então, liguei para ele, mesmo que já se passasse das duas da manhã. Ligação Ativa“Onde ela está?” Pergunto assim que ele me atende. “Você chega aqui, interrompe meus planos e tira ela daqui sem ao menos me dar uma satisfação? Que merda você tem na cabeça?”“Eu quem a busquei, eu quem a tirei de lá e o senhor ainda acha que tem algum direito sobre ela? Qual é, Will. Você me deu uma missão sem nem mesmo me dizer a verdade, sempre jogamos limpo, mas não quando o assunto é trazer uma freira até aqui e…”“E o quê? Não tem o direito de intervir em nada, Kalil. Eu lhe dei as informações necessárias. Lhe disse que a mãe dela acabou com a minha vida. Tem fotos dela, inclusive da garota também e sabe bem que ela não é f
Luiza Acordei um pouco atordoada. Estava em cima de uma cama dura, em uma sala não tão pequena, com uma poltrona ao meu lado e mais dois perto de uma mesinha de centro. Passei a mão sobre a minha barriga e percebi que não foi um sonho, eu estava realmente muito machucada. Não estava nua, estava com uma roupa de hospital, mas da que cobrirá tudo, tava mais para um pijama. Olhei para cima e vi o soro pingando enquanto meu braço estava ereto na cama. — Você dormiu pra caralho. — A voz grave atravessou a porta de metal e entrou, sendo ninguém menos que Kalil. Fiquei alguns minutos com a cabeça para cima enquanto ele mexia em algumas gavetas, quando o vi se aproximar virei o rosto para a parede e a encarei. — Por que fugiu ontem? Tem noção do perigo que você correu? — Ele sentou na poltrona ao meu lado e me entregou uma foto. — Acho que iria querer isso de volta. — Eu nunca a perdi. Como conseguiu? Você… — Meus olhos se encheram de lágrimas e já imaginando o que eu estava pensando ele
Luiza O lugar era totalmente diferente do que eu já havia pensado que fosse. As luzes piscavam em várias cores, deixando o lugar com um clima de bêbado. Kallil foi recebido por mulheres que lhe passavam a mão por todo seu corpo, beijava seu pescoço e até lhe pegavam em suas partes íntimas. Para ele, isso era normal. — E aí, gata, vai uma bebida? Eu peço alho leve, se você quiser, é claro. — Don já estava com um copo na mão, mas não me trouxe nada. — Posso experimentar o que você está bebendo? — Ele me entregou o copo e sorriu. — Vai com calma, isso aí é forte. Mas, se quiser, pode ficar à vontade pra encher a cara. Eu cuido de você, sem segundas intenções. — Então, não vejo motivos para não aproveitar. — Don me estendeu a mão e me levou até a pista de dança, ele era bonito, cavalheiro e tinha um cheiro muito gostoso. — Eu não sei dançar, Don. Não me faça passar vergonha, por favor. — Ele apenas sorriu e continuou segurando a minha mão. — Só me segue, a gente se solta juntos. Eu
Kalil As escadas que davam até o meu quarto, eram iluminadas por luzes vermelhas e azuis, deixando o celular sempre muito agradável. — Kalil, isso não é área restrita não? — Luíza era inocente em muitas coisas, ela não fazia ideia do que estava prestes a ver. — Relaxa, aqui os vips somos nós dois. — Prendi seu corpo contra a parede e passei o nariz em seu pescoço, deixando nossos lábios muito próximos. Luiza fechou os olhos e eu a beijei sem pensar duas vezes. Ela não facilitava as coisas entre a gente, embora tivesse medo, ela se arriscava. Mas ela bebeu e não era acostumada a isso, portanto já estava digamos bêbada. Soltei seus lábios e segurei sua mão. Se essa mulher soubesse o quanto me enlouquece. — Kalil, eu posso te pedir uma coisa? É só uma mesmo. — Sua voz estava chorosa, ela afrouxou sua mão da minha e deixou que a mesma se soltasse. Me virei pra ela erguendo a sobrancelha e esperando que ela dissesse o que queria, mas ao invés disso, ela me abraçou e começou a chorar,
Kalil Seu silêncio era torturador. Luiza estava olhando a vista pela janela havia alguns minutos, mas ainda permanecia calada sobre o que eu lhe falei. Decidi tentar mais uma vez, mas antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, ela virou para mim sorrindo e aquilo sim era novidade. — Eu aceito dizer o que você quiser, contanto que cumpra suas palavras depois disso. E não ria desse jeito, não pense que irei me deitar com você, será apenas uma troca! — Ela levava palavras a sério demais. Tínhamos quase tudo certo, ou estávamos ainda perto do quase. — Mas, preciso saber quando eu terei que falar isso, porque tenho que me preparar. Mentir nunca foi meu forte. — Poderíamos fazer isso agora mesmo se você quiser. — Ela me olhou e seus olhos quase saltaram para fora, não sei se de surpresa com medo. — Isso só depende de você. — Se só depende de mim, vamos amanhã então. Não vejo a hora de poder ser livre novamente… — Seu suspiro não foi de alívio, e aquilo me causou um certo desconfor
Luiza Como eu já pude pensar em casamento? Eu poderia estar louca e nem que Bella me disse que eu precisava conhecer o mundo, e agora que eu estou tendo essa tal liberdade, jamais irei pensar como antes, mas agora eu só consigo pensar no feio que está me matando. Os homens que faziam a segurança da casa, estavam todos observando cada passo que eu dava, mas não me deixaram entrar e sem pensar duas vezes eu saí de mansinho assim que eles estavam conversando entre si. Os arbustos rasgaram o vestido na altura da coxa, deixando quase toda minha bunda à mostra, e isso só piorou, porque foi bem nesse momento que Will parou com o carro à minha frente. Meu sangue gelou no mesmo momento, eu não sabia se corria ou se continha ali, parada e esperando a desgraça acontecer. — Pelo que podemos ver aqui, temos uma garota que parece perdida. — Will falava e os homens que estavam dentro do carro com ele, apenas riam, como se fosse uma coisa engraçada. Kalil estava com minha peça íntima em seu bolso
Kalil Meu pai estava à minha espera em sua sala, hoje eu tinha mais um trabalhão a se fazer, mas a minha vontade era de largar tudo isso, mas esse pensamento só iria só iria piorar as coisas. — Meu filho, vejo que está com um semblante de felicidade! — Will me dizia enquanto levantava de sua cadeira e vinha até mim. — Vamos direto ao ponto, pai. Eu já recebi as informações precisas, o senhor sabe que eu não… — Tudo aquilo foi apenas para chamar sua atenção, trouxe você aqui hoje por outros motivos. — O senhor tem ideia do que fez? Eu vim disposto a fazer a merda do trabalho sujo em que você me meteu e que eu escolhi, mas ao invés de falar sério fica tomando meu tempo. Pode me dizer logo o que quer? Eu tenho pressa! — Você está aqui hoje pela Luiza, a vida dela está sem suas mãos. — Ele andava de um lado para o outro, como se estivesse medindo suas palavras. — Eu não sou burro, Kalil. Eu sou teu pai e seu de todos os seus passos, sei também que entre você e a freirinha não aconte