Kalil Ali, na fila da pensão para conseguir alugar um quarto, num pensionato barato onde estava ela, que ao me ver estendeu a mão e já foi me dando explicações. — Me desculpe, eu não queria pegar o seu dinheiro e por isso mesmo já me arrependi do que fiz. — Ela estendeu a mão para mim segurando o envelope e aguardando que eu o pegasse. — Não estou falando do dinheiro, Luíza, e você sabe disso. Quero saber como foi que consegui acessar a porta por trás do espelho e o porquê de entrar lá e mexer em minhas coisas. — Ao perceber que eu não iria pegar o envelope, ela o colocou debaixo do braço e continuou ali na fila. — Primeiro; eu não mexi em nada que estava ali dentro e segundo; eu esbarrei no espelho e ele se abriu de repente, me jogando lá dentro e eu sem escolhas peguei a primeira coisa que estava a minha frente, esse envelope, que ao perceber que se tratava de dinheiro logo peguei. — A fila andou e ela acompanhou indo para um lugar onde já não dava mais para nós dois conversarmo
Luiza Não imaginei que encontraria Bella, muito menos com Don, posso afirmar que a vida é mesmo muito louca. Estava a sentir múltiplas sensações, mas a melhor delas é a que Kallil estava me causando, como uma pessoa que você não conhece pode se tornar seu desejo mais intenso? Eu também não sei, mas quero descobrir. Estavam dançando alegremente quando um sujeito com bafo de bebida barata se aproximou de mim, sussurrou em meu ouvido e passou uma das mãos em meu pescoço. — Vejo que está sozinha, eu posso lhe fazer companhia… — A risada no final foi o que me deixou mais irritada ainda. — Eu dou dois minutos pra você sair de perto de mim, caso contrário eu não responderei por mim. — Respondi mostrando um sorriso ladino que, ao invés do homem sair, se aproximou ainda mais. A mão que acertou seu rosto foi rápida, mais rápida que meus pensamentos. Kallil estava socando a cara do homem com tanta vontade que eu até senti pena do pobre coitado, avancei em cima do Kallil numa tentativa falh
Luiza O toque foi inevitável. Eu queria aquilo e sentia necessidade do seu toque, da sua pegada e do seu beijo. Passei sua camisa por cima dos seus braços e logo ele estava com seu peitoral de fora. — Você tem certeza disso? — Assenti e ele me beijou novamente. O carro parado no meio da estrada e o perigo a solta. Ele me enlouquece de uma forma absurda. Tentar ficar longe dele está me deixando confusa, esse homem mexeu com a minha mente de uma forma que eu não pensei que fosse possível. Abaixei a alça do vestido e o mesmo deslizou, parando em minha cintura. Meus seios saltaram para fora e ele sorriu ladino ao ver aquilo. Sua mão logo se estendeu em cima de um deles, o apertando e levando a boca em seguida. Sua língua fazia cócegas em minha aréola, ao mesmo tempo me deixando excitada e desejando mais que apenas beijos. Estava me sentindo incrível, quando de repente, ele parou e segurou meu rostos com suas mãos grandes, fazendo com que eu o encarasse. — Não minta para mim. — E
LuizaDe volta a minha vida sem graça e simples. Acordei antes do Kalil, deixei um bilhete escrito ao lado da cama, recolhi minhas coisas e fui embora. A noite foi uma loucura, mas uma noite maravilhosa. Estava atrasada para o trabalho, era meu segundo dia e eu queria causar uma boa impressão. "Bom dia, Sr. Jones, eu tive um imprevisto, mas chego em menos de meia hora. Me desculpe." Isso me deixava mal, eu posso colocar tudo a perder por causa dessa paixão absurda. O telefone parecia ter ficado mudo, mas era só ele pensando o que iria dizer. Minhas mãos estavam frias e tudo indicava que eu seria demitida, com muita razão."Você consegue vir na parte da tarde? Assim pode ficar para o fechamento. Tudo bem?" Isso era incrível, o fechamento sempre é legal e eu ganho muitas gorjetas. "Você é ótima. Obrigada por quebrar esse galho, não sabia o que fazer, agora que Dasha pediu demissão." "É uma pena mesmo, mas eu estarei aí no horário certo. Obrigada pela compreensão, eu agradeço de coraç
Kalil O vazio na cama me deixou vazio por dentro. Em cima da cama, havia um bilhete e antes que eu pegasse o mesmo para ler o que tinha escrito, o capanga do meu pai me ligava. “Acho melhor você ser rápido, se quiser sua noviça viva e intacta” Isso foi tudo que ele disse antes de desligar. Meu pai é um desgraçado sem coração, mesmo tendo uma filha à beira da morte. Em questão de minutos eu estava dirigindo até sua casa. — Bom dia, Sr. Ferrari, seu pai… — Bom dia é o caralho, onde tá o velho desgraçado? — Hanzel me olhou com medo e apontou para o escritório. Meti o pé na porta, sabendo que ele não abriria para mim, mas para minha surpresa, ele já não estava mais ali. Pelo menos, em sua casa tem algum útil: o arsenal que fica escondido atrás do seu closet. Estava abrindo a porta do quarto, tentando fazer o menor barulho possível, quando fui pego de surpresa por trás com Suzana me abraçando. — Finalmente você veio me visitar, irmão. — Seu abraço aconchegante e sem maldade me fez r
Luiza Não retruquei, muito menos relutei em dizer ou fazer alguma coisa. Tudo estava parecendo que estava indo tão bem e de repente tudo se tornou sombrio novamente. Will é nojento, sem escrúpulos e sem dúvidas, capaz de qualquer coisa com qualquer pessoa. Me sinto suja, descolada e sem ação. Kalil me levou para sua casa, me emprestou uma camisa e estava prestes a entrar no banheiro quando eu tomei sua atenção. — Obrigada por ter intervido hoje, mais uma vez, eu não sei o que seu pai ainda pretende me submeter. — Meu desânimo era grande, mas reconheço que se não fosse suas intervenções, eu já estaria sem rumo há muito tempo. — Por que saiu tão cedo? Senti sua falta quando passei a mão na cama e percebi que não estava mais ali. Tem algum motivo em específico para ter ido embora ou… — Eu pensei que seria melhor desse jeito. A gente nem deveria ter transado ontem, mas já que aconteceu, eu pensei que se eu fosse embora seria melhor. Sem sentimentos, sem mais problemas. — Mentira! O fa
Kalil Don estava procurando por algo em sua cozinha, algo que nos deixasse bêbados. Luiza não sei notícias, ela me evita ao máximo e eu entendo, é difícil estar no seu lugar. — Bela disse que não quer me ver nos próximos dias e eu não sei o que eu fiz. — As mulheres são complicadas, eu acho que nunca vou entender como pensam. — Luiza também não quer me vez, estamos na mesma situação. Tá fim de encher a cara hoje a noite? — Vamos nessa! Eu só preciso pensar em como eu vou fazer para descobrir o que eu fiz desta vez. Mas e você com a Luiza, o que pegou? — Meu pai fez merda, mas essa foi a última merda que ele fez, enfim… ele pegou Luiza e você já deve imaginar o restante, eu cheguei, ela estava toda amordaçada. Eu fui até aquele convento e tirei ela de lá só pra foder com a vida dela, Don. — Se eu pudesse voltar atrás, não teria aceito fazer isso. Me dói na alma, porque tenho uma irmã e jamais quero que aconteça algo semelhante com ela. — Se quiser eu chamo a Luiza e você chama a
Luiza — Vamos sair hoje, daqui há… qual seu horário de saída mesmo? — Inacreditável, Don estava me perturbando até onde estou trabalhando, só me questionei “a mando de quem?”— Não vai dar. Vou dobrar o turno, preciso de grana e não posso gastar. — Mas você não vai gastar. A verdade é que eu preciso de umas dicas pra saber o que eu fiz, sua amiga tá me ignorando e eu nem sei o motivo. Isabella é difícil pra caramba. — Sim, ela era. — Isso não parece estranho? Eu e você saindo, como quem não quer nada? Você é tão perturbado quanto seu amigo. Isso soou tão ridículo, que eu o deixei falando sozinho e voltei ao meu trabalho. Faltava menos de uma hora para meu expediente acabar, mas seu Jorge me perguntou se eu queria trabalhar a noite também, até que ele encontrasse outra funcionária, pois a última pediu demissão. Então, mesmo que eu quisesse, seria impossível aceitar isso. — Eu quero uma cerveja e sua resposta. — Peguei a cerveja, abri a tampinha e deslizei a garrafa no balcão, até