Luiza Acordei um pouco atordoada. Estava em cima de uma cama dura, em uma sala não tão pequena, com uma poltrona ao meu lado e mais dois perto de uma mesinha de centro. Passei a mão sobre a minha barriga e percebi que não foi um sonho, eu estava realmente muito machucada. Não estava nua, estava com uma roupa de hospital, mas da que cobrirá tudo, tava mais para um pijama. Olhei para cima e vi o soro pingando enquanto meu braço estava ereto na cama. — Você dormiu pra caralho. — A voz grave atravessou a porta de metal e entrou, sendo ninguém menos que Kalil. Fiquei alguns minutos com a cabeça para cima enquanto ele mexia em algumas gavetas, quando o vi se aproximar virei o rosto para a parede e a encarei. — Por que fugiu ontem? Tem noção do perigo que você correu? — Ele sentou na poltrona ao meu lado e me entregou uma foto. — Acho que iria querer isso de volta. — Eu nunca a perdi. Como conseguiu? Você… — Meus olhos se encheram de lágrimas e já imaginando o que eu estava pensando ele
Luiza O lugar era totalmente diferente do que eu já havia pensado que fosse. As luzes piscavam em várias cores, deixando o lugar com um clima de bêbado. Kallil foi recebido por mulheres que lhe passavam a mão por todo seu corpo, beijava seu pescoço e até lhe pegavam em suas partes íntimas. Para ele, isso era normal. — E aí, gata, vai uma bebida? Eu peço alho leve, se você quiser, é claro. — Don já estava com um copo na mão, mas não me trouxe nada. — Posso experimentar o que você está bebendo? — Ele me entregou o copo e sorriu. — Vai com calma, isso aí é forte. Mas, se quiser, pode ficar à vontade pra encher a cara. Eu cuido de você, sem segundas intenções. — Então, não vejo motivos para não aproveitar. — Don me estendeu a mão e me levou até a pista de dança, ele era bonito, cavalheiro e tinha um cheiro muito gostoso. — Eu não sei dançar, Don. Não me faça passar vergonha, por favor. — Ele apenas sorriu e continuou segurando a minha mão. — Só me segue, a gente se solta juntos. Eu
Kalil As escadas que davam até o meu quarto, eram iluminadas por luzes vermelhas e azuis, deixando o celular sempre muito agradável. — Kalil, isso não é área restrita não? — Luíza era inocente em muitas coisas, ela não fazia ideia do que estava prestes a ver. — Relaxa, aqui os vips somos nós dois. — Prendi seu corpo contra a parede e passei o nariz em seu pescoço, deixando nossos lábios muito próximos. Luiza fechou os olhos e eu a beijei sem pensar duas vezes. Ela não facilitava as coisas entre a gente, embora tivesse medo, ela se arriscava. Mas ela bebeu e não era acostumada a isso, portanto já estava digamos bêbada. Soltei seus lábios e segurei sua mão. Se essa mulher soubesse o quanto me enlouquece. — Kalil, eu posso te pedir uma coisa? É só uma mesmo. — Sua voz estava chorosa, ela afrouxou sua mão da minha e deixou que a mesma se soltasse. Me virei pra ela erguendo a sobrancelha e esperando que ela dissesse o que queria, mas ao invés disso, ela me abraçou e começou a chorar,
Kalil Seu silêncio era torturador. Luiza estava olhando a vista pela janela havia alguns minutos, mas ainda permanecia calada sobre o que eu lhe falei. Decidi tentar mais uma vez, mas antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, ela virou para mim sorrindo e aquilo sim era novidade. — Eu aceito dizer o que você quiser, contanto que cumpra suas palavras depois disso. E não ria desse jeito, não pense que irei me deitar com você, será apenas uma troca! — Ela levava palavras a sério demais. Tínhamos quase tudo certo, ou estávamos ainda perto do quase. — Mas, preciso saber quando eu terei que falar isso, porque tenho que me preparar. Mentir nunca foi meu forte. — Poderíamos fazer isso agora mesmo se você quiser. — Ela me olhou e seus olhos quase saltaram para fora, não sei se de surpresa com medo. — Isso só depende de você. — Se só depende de mim, vamos amanhã então. Não vejo a hora de poder ser livre novamente… — Seu suspiro não foi de alívio, e aquilo me causou um certo desconfor
Luiza Como eu já pude pensar em casamento? Eu poderia estar louca e nem que Bella me disse que eu precisava conhecer o mundo, e agora que eu estou tendo essa tal liberdade, jamais irei pensar como antes, mas agora eu só consigo pensar no feio que está me matando. Os homens que faziam a segurança da casa, estavam todos observando cada passo que eu dava, mas não me deixaram entrar e sem pensar duas vezes eu saí de mansinho assim que eles estavam conversando entre si. Os arbustos rasgaram o vestido na altura da coxa, deixando quase toda minha bunda à mostra, e isso só piorou, porque foi bem nesse momento que Will parou com o carro à minha frente. Meu sangue gelou no mesmo momento, eu não sabia se corria ou se continha ali, parada e esperando a desgraça acontecer. — Pelo que podemos ver aqui, temos uma garota que parece perdida. — Will falava e os homens que estavam dentro do carro com ele, apenas riam, como se fosse uma coisa engraçada. Kalil estava com minha peça íntima em seu bolso
Kalil Meu pai estava à minha espera em sua sala, hoje eu tinha mais um trabalhão a se fazer, mas a minha vontade era de largar tudo isso, mas esse pensamento só iria só iria piorar as coisas. — Meu filho, vejo que está com um semblante de felicidade! — Will me dizia enquanto levantava de sua cadeira e vinha até mim. — Vamos direto ao ponto, pai. Eu já recebi as informações precisas, o senhor sabe que eu não… — Tudo aquilo foi apenas para chamar sua atenção, trouxe você aqui hoje por outros motivos. — O senhor tem ideia do que fez? Eu vim disposto a fazer a merda do trabalho sujo em que você me meteu e que eu escolhi, mas ao invés de falar sério fica tomando meu tempo. Pode me dizer logo o que quer? Eu tenho pressa! — Você está aqui hoje pela Luiza, a vida dela está sem suas mãos. — Ele andava de um lado para o outro, como se estivesse medindo suas palavras. — Eu não sou burro, Kalil. Eu sou teu pai e seu de todos os seus passos, sei também que entre você e a freirinha não aconte
Kalil Ali, na fila da pensão para conseguir alugar um quarto, num pensionato barato onde estava ela, que ao me ver estendeu a mão e já foi me dando explicações. — Me desculpe, eu não queria pegar o seu dinheiro e por isso mesmo já me arrependi do que fiz. — Ela estendeu a mão para mim segurando o envelope e aguardando que eu o pegasse. — Não estou falando do dinheiro, Luíza, e você sabe disso. Quero saber como foi que consegui acessar a porta por trás do espelho e o porquê de entrar lá e mexer em minhas coisas. — Ao perceber que eu não iria pegar o envelope, ela o colocou debaixo do braço e continuou ali na fila. — Primeiro; eu não mexi em nada que estava ali dentro e segundo; eu esbarrei no espelho e ele se abriu de repente, me jogando lá dentro e eu sem escolhas peguei a primeira coisa que estava a minha frente, esse envelope, que ao perceber que se tratava de dinheiro logo peguei. — A fila andou e ela acompanhou indo para um lugar onde já não dava mais para nós dois conversarmo
Luiza Não imaginei que encontraria Bella, muito menos com Don, posso afirmar que a vida é mesmo muito louca. Estava a sentir múltiplas sensações, mas a melhor delas é a que Kallil estava me causando, como uma pessoa que você não conhece pode se tornar seu desejo mais intenso? Eu também não sei, mas quero descobrir. Estavam dançando alegremente quando um sujeito com bafo de bebida barata se aproximou de mim, sussurrou em meu ouvido e passou uma das mãos em meu pescoço. — Vejo que está sozinha, eu posso lhe fazer companhia… — A risada no final foi o que me deixou mais irritada ainda. — Eu dou dois minutos pra você sair de perto de mim, caso contrário eu não responderei por mim. — Respondi mostrando um sorriso ladino que, ao invés do homem sair, se aproximou ainda mais. A mão que acertou seu rosto foi rápida, mais rápida que meus pensamentos. Kallil estava socando a cara do homem com tanta vontade que eu até senti pena do pobre coitado, avancei em cima do Kallil numa tentativa falh