Luiza
Will Ferrari! Então era esse o nome do homem que estava à minha procura? O peruano quarto mal tinha espaços para locomoção, não havia luz e o cheiro estava terrível. Eu queria dormir e acordar disso tudo, mas já não há mais voltas, as freiras não fizeram nada para impedir. Nunca me disseram nada sobre quem era minha mãe,e agora eu terei que descobrir isso sozinha. Eu já não tinha mais nada que me lembrasse dela, agora eu só tinha que lutar pela minha, mas ainda precisava saber como. A porta de ferro estava rangendo e em seguida a porta em que eu estava por dentro também foi aberta. — Tá tudo bem aí? — O mesmo homem que me trouxe perguntava enquanto me via caída no chão, no meio dos insetos e da sujeira em que estava o local. Respondi balançando a cabeça e apoiando as mãos nos joelhos para levantar, mas tive meu corpo arremessado contra a porta de metal por um chute em minha barriga, o que me fez gemer de dor e cuspir sangue. — Você até que aguenta muita coisa! Mas me conta: como aquelas velhas conseguiram esconder você de mim por todos esses anos? — O velho Ferrari perguntava apertando meu rosto de forma brusca, enquanto o outro homem se mantinha de pé ao meu lado. — Eu não faço a mínima ideia do porquê estou aqui. Seria um prazer saber o porquê estou apanhando! — Disse com a mão na barriga, tentando não perder as forças quando ele desferiu um tapa contra o meu rosto, o que fez com que minha boca cortasse e eu cuspisse sangue mais uma vez. — Está aqui porque a sua mãe acabou com a minha vida e eu agora vou acabar com a sua, já que não tenho como fazer isso com ela, farei com você! Cada tapa que eu recebia, caia no chão e já estava ficando sem forças. Quando passei a mão no rosto senti que estava inchado e eu já não tinha mais forças para nada, nem mesmo para falar. Senti algo quente molhar as minhas pernas e foi então que eu percebi que eu também estava menstruada, só não tinha levantado ainda. O velho segurou meus cabelos e me forçou a olhar pra ele, enquanto socava o meu estômago sem dar pausas. — Pai, eu acho que já chega! Se continuar assim vai acabar matando ela. — Finalmente o homem falou alguma coisa e não foi surpresa alguma saber que são pai e filhos. — O que foi? Está com pena da vadia agora? Quer foder com ela antes que eu acabe com a vida dela de uma vez por todas? — Will Ferrari gritava enquanto me mantinha com a cabeça levantada pelos cabelos. — Você tem sorte que eu tenho nojo de mulheres imundas, caso contrário iria te foder aqui mesmo até que você morresse, sua imunda. — Por fim ele cuspiu em meu rosto e foi embora. Eu queria chorar; gritar; berrar pra ver se minha dor iria embora, mas eu já não tinha forças nem mesmo para me manter acordada, foi então que eu acabei adormecendo em meio a toda sujeira, como se eu fosse ninguém… Kalil — Por que fala com tanta ignorância quando se trata de minhas perguntas? — Perguntava seguindo meu pai pelos corredores. — Saiba que se eu soubesse que era pra fazer esse tipo de coisa não teria aceito o seu pedido nojento e pode ter certeza, esse foi o último. — Então você agora se importa com indigentes? Porque é isso que aquela vadia é, assim como a sua mãe foi um dia, ela também será e antes que esse mal se procrie, é melhor cortá-lo pela raiz antes que se prolifere. — Eu não vou deixar o senhor matar aquela mulher, Sr. Ferrari. — Então ele parou de andar e virou-se para mim. — Eu não saí daqui pra quase matar freiras e trazê-la para morrer aqui. Não me importa o que o senhor teve com a mãe dela, o que importa é que ela não é a mãe e isso não é problema seu. — Não vai me dizer que está apaixonado por aquela vadia? Ou… vai me dizer que você fodeu com ela antes de trazê-la até mim? Isso não é a sua cara, Kalil. Portanto, não queria me fazer de idiota e passar por cima das minhas ordens. — Pois sabe bem que não manda em mim. Eu vou tirar ela daquela sala agora e quero ver quem vai me impedir. Eu não tão desgraçado ao ponto de foder com a vida de alguém por mero capricho seu. Temos o mesmo instinto e o senhor sabe, eu vou enfrentar você até o meu último suspiro. — O gelado do metal de uma arma estava refrescando a minha nuca e por certa parte isso era bom. — Ou o senhor mandar esse merda tirar esse caralho da minha cabeça, ou ele não vai ter mais vida depois que eu sair daqui. Antes que eu pudesse voltar até onde estava a garota, olhei bem fundo nos olhos do meu e lhe dei um último recado. — Se continuar querendo me matar eu não vou ter escolhas a não ser revidar, meu pai. — Sorri de forma irônica e voltei até a garagem, onde a vi com os olhos ainda abertos, mas quase sem vida. Carreguei ela em meus braços e a levei até um quartinho onde os homens feridos ficavam quando meu pai os torturava. Tinha um colchão, luz e água, o necessário para sobreviver, mas eu vou deixá-la aqui, até porque se ela está nessa situação a culpa é minha e de mais ninguém. — Me deixe morrer! Vai estra me ajudando, sabia? — Seu pedido tinha lágrimas junto, seu rosto machucado e todo ensanguentado me fizeram calar a porra da boca e pela primeira vez agir em prol a vida de alguém que eu não conhecia. — Eu não vou te deixar morrer porque essa porra toda é culpa minha. Por isso, tenho que te manter viva para que você ainda possa me mandar eu ir me ferrar. — Sorri ladino e vi seus olhos fecharem.Luiza Acordei em uma sala cheia de luzes, mas não era um hospital ou algo do tipo e aquilo me deixou aflita, eu já não estava entendendo nada e nem mesmo o porquê do tal Ferrari me querer! — Vejo que acordou consciente! — A voz rouca se fez presente e quando olhei para o lado, ele estava lá, encostado na porta com os braços cruzados. Então eu vi que não havia mais ninguém ali dentro além de mim, era um quarto pequeno e todo branco, com duas luzes no teto e era isso que fazia o lugar ficar tão claro, mas era tão pequeno como um quarto de solteiro. — Eu não entendo… por que a senhora mentiu para mim todos esses anos? Como ela foi capaz? — Me perguntava lembrando da Madri e de todas as outras freiras. — Luiza seu nome, não é? — Assenti quando ele perguntou, mas ainda sem forças para levantar. Seus passos estavam ficando cada vez mais próximos, até que ele sentou ao meu lado e me olhou nos olhos, tirando meu cabelo do rosto e colocando atrás da orelha. — Me perdoe por isso. Eu não sab
Kalil Ligação Ativa"Fui à sua casa e você não estava lá. A gente combinou de irmos à inauguração da boate da Lua, esqueceu? Qual é, Kalil. Vão tá cheio de mulher gostosa." Don era o famoso pau de mel, não sei o que ele tinha, mas as mulheres acabam ele um cara charmoso, eu acho! "Daqui a trinta minutos eu estou aí na sua casa. Precisei resolver alguns problemas hoje, mas agora estou livre.""Perfeito então. Chamei a Maya e ela vai com a gente também, ela terminou o namoro e essa é a sua chance. Vai fundo!""Vai se foder, Don. Maya é muito jovem, virgem e inexperiente. Não vou lhe dar o desprazer de transar comigo." Don era insistente, eu precisava conversar com meu pai o quanto antes sobre Luíza, mas hoje eu já não o acabaria mais em casa e então vou cair na noite com Don. Tentar esquecer um pouco sobre as imagens de Luíza nua, mesmo que toda machucada. “Tá aí ainda? Vou desligar, quando estiver saindo me avisa!”Ligação InativaMeus pensamentos estavam em Luíza. Ela ainda estava
Will FerrariAs coisas estavam indo muito bem, como não era de costume as coisas sempre saírem tão bem assim, porque sempre acontecia um imprevisto. Eu precisava saber onde ela estava, Kallil levou a garota sem me avisar sobre nada, estava a um passo de cometer alguma loucura. Então, liguei para ele, mesmo que já se passasse das duas da manhã. Ligação Ativa“Onde ela está?” Pergunto assim que ele me atende. “Você chega aqui, interrompe meus planos e tira ela daqui sem ao menos me dar uma satisfação? Que merda você tem na cabeça?”“Eu quem a busquei, eu quem a tirei de lá e o senhor ainda acha que tem algum direito sobre ela? Qual é, Will. Você me deu uma missão sem nem mesmo me dizer a verdade, sempre jogamos limpo, mas não quando o assunto é trazer uma freira até aqui e…”“E o quê? Não tem o direito de intervir em nada, Kalil. Eu lhe dei as informações necessárias. Lhe disse que a mãe dela acabou com a minha vida. Tem fotos dela, inclusive da garota também e sabe bem que ela não é f
Luiza Acordei um pouco atordoada. Estava em cima de uma cama dura, em uma sala não tão pequena, com uma poltrona ao meu lado e mais dois perto de uma mesinha de centro. Passei a mão sobre a minha barriga e percebi que não foi um sonho, eu estava realmente muito machucada. Não estava nua, estava com uma roupa de hospital, mas da que cobrirá tudo, tava mais para um pijama. Olhei para cima e vi o soro pingando enquanto meu braço estava ereto na cama. — Você dormiu pra caralho. — A voz grave atravessou a porta de metal e entrou, sendo ninguém menos que Kalil. Fiquei alguns minutos com a cabeça para cima enquanto ele mexia em algumas gavetas, quando o vi se aproximar virei o rosto para a parede e a encarei. — Por que fugiu ontem? Tem noção do perigo que você correu? — Ele sentou na poltrona ao meu lado e me entregou uma foto. — Acho que iria querer isso de volta. — Eu nunca a perdi. Como conseguiu? Você… — Meus olhos se encheram de lágrimas e já imaginando o que eu estava pensando ele
Luiza O lugar era totalmente diferente do que eu já havia pensado que fosse. As luzes piscavam em várias cores, deixando o lugar com um clima de bêbado. Kallil foi recebido por mulheres que lhe passavam a mão por todo seu corpo, beijava seu pescoço e até lhe pegavam em suas partes íntimas. Para ele, isso era normal. — E aí, gata, vai uma bebida? Eu peço alho leve, se você quiser, é claro. — Don já estava com um copo na mão, mas não me trouxe nada. — Posso experimentar o que você está bebendo? — Ele me entregou o copo e sorriu. — Vai com calma, isso aí é forte. Mas, se quiser, pode ficar à vontade pra encher a cara. Eu cuido de você, sem segundas intenções. — Então, não vejo motivos para não aproveitar. — Don me estendeu a mão e me levou até a pista de dança, ele era bonito, cavalheiro e tinha um cheiro muito gostoso. — Eu não sei dançar, Don. Não me faça passar vergonha, por favor. — Ele apenas sorriu e continuou segurando a minha mão. — Só me segue, a gente se solta juntos. Eu
Kalil As escadas que davam até o meu quarto, eram iluminadas por luzes vermelhas e azuis, deixando o celular sempre muito agradável. — Kalil, isso não é área restrita não? — Luíza era inocente em muitas coisas, ela não fazia ideia do que estava prestes a ver. — Relaxa, aqui os vips somos nós dois. — Prendi seu corpo contra a parede e passei o nariz em seu pescoço, deixando nossos lábios muito próximos. Luiza fechou os olhos e eu a beijei sem pensar duas vezes. Ela não facilitava as coisas entre a gente, embora tivesse medo, ela se arriscava. Mas ela bebeu e não era acostumada a isso, portanto já estava digamos bêbada. Soltei seus lábios e segurei sua mão. Se essa mulher soubesse o quanto me enlouquece. — Kalil, eu posso te pedir uma coisa? É só uma mesmo. — Sua voz estava chorosa, ela afrouxou sua mão da minha e deixou que a mesma se soltasse. Me virei pra ela erguendo a sobrancelha e esperando que ela dissesse o que queria, mas ao invés disso, ela me abraçou e começou a chorar,
Kalil Seu silêncio era torturador. Luiza estava olhando a vista pela janela havia alguns minutos, mas ainda permanecia calada sobre o que eu lhe falei. Decidi tentar mais uma vez, mas antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, ela virou para mim sorrindo e aquilo sim era novidade. — Eu aceito dizer o que você quiser, contanto que cumpra suas palavras depois disso. E não ria desse jeito, não pense que irei me deitar com você, será apenas uma troca! — Ela levava palavras a sério demais. Tínhamos quase tudo certo, ou estávamos ainda perto do quase. — Mas, preciso saber quando eu terei que falar isso, porque tenho que me preparar. Mentir nunca foi meu forte. — Poderíamos fazer isso agora mesmo se você quiser. — Ela me olhou e seus olhos quase saltaram para fora, não sei se de surpresa com medo. — Isso só depende de você. — Se só depende de mim, vamos amanhã então. Não vejo a hora de poder ser livre novamente… — Seu suspiro não foi de alívio, e aquilo me causou um certo desconfor
Luiza Como eu já pude pensar em casamento? Eu poderia estar louca e nem que Bella me disse que eu precisava conhecer o mundo, e agora que eu estou tendo essa tal liberdade, jamais irei pensar como antes, mas agora eu só consigo pensar no feio que está me matando. Os homens que faziam a segurança da casa, estavam todos observando cada passo que eu dava, mas não me deixaram entrar e sem pensar duas vezes eu saí de mansinho assim que eles estavam conversando entre si. Os arbustos rasgaram o vestido na altura da coxa, deixando quase toda minha bunda à mostra, e isso só piorou, porque foi bem nesse momento que Will parou com o carro à minha frente. Meu sangue gelou no mesmo momento, eu não sabia se corria ou se continha ali, parada e esperando a desgraça acontecer. — Pelo que podemos ver aqui, temos uma garota que parece perdida. — Will falava e os homens que estavam dentro do carro com ele, apenas riam, como se fosse uma coisa engraçada. Kalil estava com minha peça íntima em seu bolso