Amber Brown— Pensei que você não viria nunca mais — as palavras saiam saudosas e um tanto desesperadas — não acredito que você está grávida — fala, parecendo genuinamente feliz — eu vou ser avô.— Você já é papai — falo e ele parece surpreso — eu tive uma menina, ela vai completar seis anos daqui a dois meses, veja, trouxe fotos dela para que você a conheça — ele olha as fotos com cuidado, uma a uma, enquanto lágrimas escorrem dos seus olhos. Ficamos um longo tempo em silêncio, enquanto ele olha todo o álbum que fiz de Mia — ela queria vir te conhecer, mas...— Não! — Afirma categórico — aqui não é lugar para uma criança — concordo com a cabeça.— Foi o que Dylan e eu pensamos.— Então ele que é o pai dela — sua voz soa dolorida, e o vejo engolir em seco.— Sim! — Confirmo de cabeça baixa, sem saber o que esperar.— Desse bebê também? — Pergunta olhando para o lado.— Sim! — Um silêncio absoluto toma conta da nossa conversa, até que resolvo quebrá-lo — vamos nos casar mês que vem — a
Amber Brown O dia finalmente chegou e o vestido branco que adornava meu corpo me fazia admirar as rendas suaves bordadas a mão. Minha barriga havia crescido muito no último mês, o que obrigou a costureira a abrir as costuras e colocar mais renda no lugar. Faltava apenas dois meses para o nascimento, mas Dylan desejava estar oficialmente casado antes do bebê chegar, e eu não fui contra isso. Giro no lugar e admiro o vestido em meu corpo. Papai não poderia vir ao casamento, mas eu trouxe um pedaço dele, pego o broche que ele fez para mim e o coloco no topo do meu coque, satisfeita com o quanto ele se integrou em todo o meu visual. — Mamãe! A senhora é uma princesa — Mia fala com a boquinha aberta e os olhos arregalados pela visão — tão lindinha minha mamãe! — continua com o elogio e corre até mim, dando um beijo no irmãozinho — você também está lindinho, Oliver — fala e logo ele começa a se mexer dentro de mim, esse menino é tão agitado que já começo a me preocupar com como ele será qu
Dylan CooperOito anos depoisEu estava terminando de ler alguns relatórios para liberar alguns novos produtos quando o relógio despertou, me tirando completamente do foco com a atividade. Respirei fundo me sentindo um pouco cansado, o dia havia sido intenso na empresa, mas agora era hora de ir buscar as crianças na escola, hoje era o meu dia, ou seja, eu precisaria levar trabalho para casa para terminar depois que todos dormissem.— Certo! — Falo já me levantando e juntando as pastas que eu precisaria levar para casa. Minha secretária saia uma hora mais cedo, não apenas ela, mas depois que Oliver nasceu, reduzi uma hora da carga horária dos funcionários como um todo, a produção aumentou, e todos sem exceção podiam buscar seus filhos na escola sem precisarem correr desesperadamente. Foi uma decisão boa essa, meus funcionários passaram a trabalhar com mais satisfação ainda, o que só trouxe coisas boas para a Make Pro.Eu e Amber compramos uma casa nova, com as crianças, achamos melhor t
Amber Brown O dia amanhecera cinzento, combinava em muito com o meu estado de espírito, mas isso já não era importante, o que eu sentia, ou o que eu deixava de sentir não mudava em nada a minha realidade, e ela era muito pior do que eu gostaria de viver, ou do que eu acreditava que merecia viver, minha vida era completamente perfeita, eu não tinha o que reclamar, porém de uma hora para a outra tudo mudou da água para o vinho em questão do quê? Dias? Horas?Levantei da cama com muito custo, pois sabia que seria a última vez que me deitaria nela, caminhei lentamente, desfrutando da visão do meu quarto, enquanto ele ainda era meu, até que cheguei a janela para observar o jardim, pensava que talvez eu pudesse vê-lo novamente no futuro, mas muito provavelmente, eu jamais o veria de novo. Desci as escadas e vi mamãe sentada no sofá com os olhos perdidos, olhando para um ponto fixo, ela com certeza deve estar muito mais desorientada do que eu com tudo que nos aconteceu.— Bom dia! Mamãe! —
Amber Brown — SOLTA ISSO! ! ! ! NÃO É SEU! ! ! — Seu grito era estridente e apavorado, girei o corpo imediatamente para conseguir ver o que acontecia, e a cena era completamente assustadora.Três homens enormes estavam catando nossas malas, e minha mãe tentava inutilmente puxar sua frasqueira onde eu sabia estarem guardadas suas joias mais caras, num impulso eu tentei ajudá-la, apenas para sentir um poderoso tapa em meu rosto que me fez perder completamente o eixo, fiquei tonta, já não escutava nada, minha cabeça rodava, eu não consegui ver muita coisa depois disso apenas sentia minha cabeça girar com força, continuei escutando os gritos de mamãe, os gritos dos homens, era tudo como um borrão, não dava para entender o que eles falavam.Depois de alguns minutos, que eu não saberia estimar quanto, senti minha consciência voltando lentamente, então consegui enfim me erguer do chão e o que vi depois disso me deixou completamente desolada, mamãe estava caída ao chão, em prantos, segurando
Amber Brown Havia se passado cerca de quinze dias desde que eu e mamãe nos mudamos para a casa nova no Bronx, eu estava começando bem aos poucos a me sentir familiarizada com a casa, não havia muito o que conhecer por aqui, era uma casa bem pequena, um dia foi mais que suficiente para ver tudo que havia nela, também aproveitei para conhecer parte do bairro.Conheci a localização dos mercados mais pertos da casa, o parque Crotona Park que era relativamente próximo, não fui muito a frente pois se fosse chegaria ao zoológico, e era um lugar que eu não queria retornar, provavelmente nunca mais na minha vida, mapeei todos os pontos de ônibus e as estações de metrô para quando fosse necessário me locomover gastando pouco eu saber exatamente aonde ir, conheci alguns barzinhos, e outras lojas que haviam por aqui, mesmo que não tivesse desfrutado dos serviços oferecidos por ele em prol da economia forçada.Tentei uma vaga de emprego em absolutamente todo o comércio existente nas redondezas, j
Amber Brown — Ele pediu para a você entrar, a reunião acabou — Sorri satisfeita, eu só precisava fazer um pouco de pressão, eu não iria embora de verdade, apenas queria saber se ele estava me testando, havia ouvido falar desses testes que fazem com novos empregados, para saber o quanto eles querem a vaga, com isso o deixam esperando sem necessidade, para saber o quanto aguentam, se ele me chamou ao invés de me deixar ir embora, eu realmente tinha alguma chance como Bob me disse mais cedo, essa Clara com certeza era bem vista nessa empresa.Agradeci a ela pela informação e segui em direção a porta, a abrindo e entrando no escritório formal e masculino que existia atrás dela. O homem estava de pé, olhando para o paredão de vidro que havia atrás de sua mesa.— Boa tarde sr...— Cooper — Sua voz era grave, e por alguma razão que eu não soube explicar naquele momento, eu senti medo ao ouvi-la, uma familiaridade estranha perpassando pelo meu corpo, ele estava em pé, de costas para mim, admi
Amber Brown — Dylan ... — Meus olhos não acreditavam no que eu via, isso não era possível, por que diabos de todos os malditos homens do mundo, tinha que ser justamente ele o homem que estava naquela posição a minha frente? quantos caras eu já namorei? Dez? Vinte? Nem eu sou capaz de numerar, e justo o relacionamento (não chegou a ser um namoro pois nunca oficializamos nada) mais conturbado, com mais consequências e situações completamente adversas, o que teve o fim mais trágico é o que está aqui, seu sorriso maldoso me fazendo desconfiar das condições as quais eu cheguei até aqui.Não! Não era possível, Bob pediu a filha dele para me ajudar, Dylan com certeza sabe tudo que passei, saíram nos jornais matérias sobre o meu pai, quando Clara me indicou ele deve ter se deliciado com a oportunidade de me colocar nessa posição.— Receio que não seja oportuna essa vaga, bem, acho melhor eu ir, vou retirar minha candidatura, de todo modo, muito obrigada pela oportunidade — Optei pela cordial