Dylan Cooper — Você estava seguindo, ela também queria recomeçar, mas ai descobrimos a gestação, eu agi por impulso, acreditava que se ela te contasse você ia correr igual um desesperado atrás dela, como sempre fez, não importando tudo que ela tinha feito a você, você respirava ela, você vivia para se vingar, você vivia para vigiá-la, você vivia a sua vida em razão dela, e se ela tivesse algo tão poderoso como uma criança, você jamais ia deixar de olhar para ela. Pareceu uma ideia boa na hora, eu fiquei com raiva, eu queria que ela fosse, ela queria ir, você tinha desistido. Era uma oportunidade, ao menos na hora eu achei que era. — Eu só fiz. Pouco depois eu me arrependi, mas aí eu já tinha feito, eu disse a ela que você tiraria a criança dela, pois ela quis ficar quando soube da gestação, mas quando eu disse o que você faria, ela sentiu medo de perder a filha, então ela aceitou ir. Eu não poderia deixar ela de mãos abanando, afinal, a filha era sua, e eu não confiava nela, então el
Dylan Cooper Sinto os primeiros raios de sol brilhando sobre meu corpo quando noto enfim que passei a noite aqui fora. Minha mente estava um turbilhão de pensamentos tão intensos e poderosos que eu não me sentia capaz de me mover. O tempo passou tão acelerado que eu nem fui capaz de contabilizar as horas, e apenas a alvorada me fez notar o quanto eu estava imerso dentro de mim mesmo. Fico grato por terem me deixado sozinho, a ideia de ter alguém perguntando incansavelmente se eu estou bem ou não me traz um sentimento de irritação profunda. Ergo meu corpo ainda letárgico e ando sem pressa para dentro da mansão, parte do orvalho das plantas estão sobre mim, o cheiro tão agradável e que tanto me faz bem, consolando a minha alma, então me direciono para o meu quarto e sigo direto para o chuveiro. Um banho quente talvez me ajude a relaxar um pouco mais o corpo ainda tenso devido as recentes revelações. Fico talvez por mais algumas horas de baixo dele, pois quando saio e olho pela janela
Dylan Cooper — Estarei mantendo seu salário, e você continuará morando aqui pelo tempo que desejar, qualquer despesa extra que tiver e não puder manter eu estarei cobrindo, basta solicitar, mas o melhor que fazemos por nós dois, é ficarmos longe um do outro. Eu jamais imaginei que as coisas chegariam a esse ponto, mas chegaram, e tudo se tornou insustentável. Não quero que alimente coisas na sua cabeça que nunca vão acontecer, quero que siga a sua vida, reencontre o seu caminho e seja feliz. Talvez um dia, no futuro, poderemos voltar a ser um pouco do que já fomos um dia — uma lágrima cai do meu olho nesse momento, é doloroso dizer adeus, mas é necessário — eu tenho muitas coisas para resolver na minha vida, e sei que você pode estar desnorteada e perdida no momento, mas tem muitas coisas para resolver na sua também. E eu desejo que consiga encontrar o que procura. Clara mantém o choro silencioso, e eu sinto que não consigo manter essa conversa por mais tempo. Ergo meu corpo sentind
Amber Brown— Terminamos, mamãe! — Mia fala já com uma expressão cansadinha, noto. Finalmente a sessão de fisioterapia acabou, e vamos para casa. É sexta a tarde e está calor, pretendia levá-la para tomar sorvete quando saíssemos do hospital, mas só de olhar a forma que ela está sei que irá apagar dois minutos depois de entrar no carro.Dito e feito, pouco depois que liguei o carro Mia estava completamente apagada. Solto um suspiro pesado, me sinto preocupada. Alguma coisa está errada. Clara nunca atrasou um único pagamento desde que eu vim para a Pensilvânia, mas tanto a pensão quanto o valor do hospital que deveriam ter caído há dois dias, até o momento não caíram. Notei essa questão apenas hoje quando fui ao mercado comprar alguns itens no momento que Mia estava na fisioterapia, com isso acabei vendo o meu saldo. Clara sempre paga religiosamente no dia certo, tanto que nem me preocupei em conferir antes.Estico as mãos no volante me sentindo aflita, daqui poucos dias tenho que paga
Dylan Cooper Subo as escadas sem pressa, observando todas as marcas que uma criança deixa pela casa, até que na antessala dos quartos vejo a bagunça enfim. Alguns brinquedos no chão. Dinossauros, muitos dinossauros, alguns sem patas, outros sem cabeças, alguns com membros variados, outros com adesivos de coração colados neles. Sigo observando e noto outros animais, cachorros, vaquinhas, cabras, uma diversidade de brinquedos dos mais variados tipos de animais, então olho a porta amarela cheia de fadas desenhadas e sorrio. Abro a porta e vejo o quartinho dela. Uma cama com um dossel, como de uma princesa, forrada com um lençol branco e amarelo, e um sol de pelúcia apoiado no travesseiro. Continuo a minha exploração e vejo uma estante com muitos livros, ando até ela curioso, a biblioteca de uma pessoa diz muito sobre ela. Pego os livros e fico encantado ao ver o quanto ela gosta de bichos, de todos os tipos. Livros com dinossauros, repteis, insetos, mamíferos, animais domésticos, e tod
Dylan Cooper Tomamos o café em silêncio, enquanto observo a inquietude dela. Não era meu desejo que ela ficasse tão amedrontada nem tão reativa, mas sei bem que ela não abriria a porta se eu tivesse apenas batido. Sei que a forma que entrei na casa dela escondido se configura crime, mas foi a forma que encontrei de fazê-la me receber. Noto seus dedos tamborilando com certa força contra a mesa, deixando claro o seu nervosismo e ansiedade. Solto um suspiro, tentando pensar com clareza como iniciar essa conversa. — Você sabe que posso ligar para a polícia e você será preso por invasão de propriedade. Não sabe? — Fala sem olhar para mim, tentando soar ameaçadora, mas contradiz as próprias ações, pois até o momento nem se preocupou em pegar o telefone para cumpri-las. Contenho um sorriso ao pensar nisso. — Teria aberto a porta se eu tivesse batido? — Não! — Responde rápido, confirmando meus pensamentos. — Por isso entrei... — Ela ergue o olhar, parecendo irritada. — Estamos felizes a
Dylan Cooper — Ela é nossa, Amber — corrijo — por que você escuta apenas o que quer? Eu já te disse que não vou tirar ela de você, quantas vezes vou precisar repetir isso para você entender? Mas isso não muda o fato de que eu tenho direitos sobre ela também, você não a fez sozinha, e não pode simplesmente decidir me tirar da vida dela. Pelo amor de Deus Amber, você melhor do que ninguém sabe o quanto é doloroso ser rejeitada pelos pais, não posso permitir que minha filha cresça acreditando que o pai dela ignora a existência dela. — Ela não precisa saber sobre você, posso dizer que você morreu e... — Não vou aceitar isso — interrompo chocado — estou vivo e pretendo continuar assim por muito tempo. Consegue imaginar o quão absurdo é o que está propondo? Pelo amor de Deus, Amber, eu estou aqui vivo, lutando pelo direito de ser pai da minha filha, plenamente disposto a entrar em um acordo com você para que possamos exercer nossos direitos e deveres sobre ela, e você simplesmente me que
Dylan Cooper — Eu não sou apenas amigo da sua mãe, Mia! E sim, eu sabia do seu aniversário, e pretendo te dar outro presente no dia, mas para isso vou precisar que me ajude a escolher um bem legal — Falo sentindo meu coração acelerar fortemente dentro do peito, uma antecipação que eu não estava preparado para sentir. Se ela não gostar de mim? — E o que mais o senhor é? — Pergunta educada. Amber olha para mim como se implorasse para que eu não dissesse a verdade ainda. A minha vontade é de ignorá-la por completo e dizer aquilo que estou louco para que ela saiba de uma vez. — Sou seu amigo também, e mais outras coisas que ainda são segredos, mas logo você vai descobrir. Você gosta de segredos? — Mia afirma parecendo animada com o mistério. — Então aguarde um pouco que logo, logo teremos um grande mistério para você descobrir. — Afirmo e ela dá um pulinho animada. — Eu posso brincar de detetive mamãe? — Pede fazendo um biquinho encantador, interpretando a situação ao seu modo. — Ago