Vladimir se deliciou com um gole de água de fresca, o dia estava quente e árido. Como todos os outros pensou o misterioso conselheiro do rei. Fazia horas que estava cavalgando um dromedário, o animal era grande e de uma pelagem marrom escuro. O mestre de estábulo havia dito que o animal se chamava Poço, devido a sua cor. Vladimir obviamente considerava o ato de nomear um animal uma completa estupidez. A sua volta havia apenas areia e mais areia. Dunas se erguiam e estendiam-se por metros. Usava um lenço marrom para proteger do sol como era comum do povo do deserto. De fato, era uma trajetória difícil, o deserto de Ealendil ao extremo oeste de Amabel era um dos locais mais desagradáveis de se viver em Arqueham. Os dias eram quentes como o sol e as noites fria como o gelo. Vladimir vinha enfrentando essas condições nos últimos três dias. Contudo nada disso importava se realmente encontra
Introdução Seus olhos castanhos e brilhantes, como um incêndio numa noite dominada pela escuridão, observavam maravilhados a alta muralha de pedra que se erguia majestosa em sua frente. Ladros estava, finalmente, de volta à cidade de Amabel, capital do reino de Aldebaran. Sentia dentro si uma certa nostalgia, tinha vivido a maior parte de sua vida nessa cidade. Foi onde sofreu e aprendeu suas maiores lições. Em sua cabeça ainda soava a maior delas, sobreviver.Lição esta que aprendeu a um duro custo. Ele voltara onde, há seis anos, fora pego roubando da nobreza local, roubar era a memória mais próxima que tinha relacionada a diversão e brincadeiras em sua infância. Apesar que isso muitas vezes não acabava bem, porém não tinha como evitar, sobreviver sempre foi a prioridade.Na época ele era pouco mais que uma criança, um pequeno garoto esfarrapado que crescera nas ruas, mas agora já se tornara um homem, tinha seus 17 anos, seu cabelo castanho já p1
Após a separação do grupo, as famílias reais seguiram adentro do Palácio de Neve, este sem dúvida tão magnífico por dentro como era por fora. Enquanto, caminhavam pelos corredores, amplos e espaçosos, Daenor não conseguia deixar de reparar na majestade do local, as paredes eram tão altas que tornava difícil enxergar os detalhes do teto. As colunas que sustentavam o lugar eram ornamentadas em ouro. Algumas pinturas e relíquias estavam dispostos no local, formando uma espécie de museu particular da família Sonne.A atenção dos olhos cinzentos de Daenor foram levadas para uma cimitarra feita toda em ouro, ele conhecia as lendas por trás dessa arma. Diziam que foi uma poderosa arma na Guerra pelo Sol, o próprio Alafar, o Gigante, a carregava, derrubando mais de 100 homens com seus golpes dourados. Para o garoto Mesiac parecia difícil acreditar nesta história, uma arma feita em ouro parecia pesada demais em combate, mesmo para um gigante. Apesar de nunca ter visto um gigante.
Daenor reparou na música enchendo o salão. Possuía um ritmo acelerado e festivo, a banda utilizava todos os tipos de instrumentos, desde pífaros, saltérios, tambores e no embalo da canção o príncipe Mesiac se aproximou de Naina. Ela estava trajada de um vestido alaranjado, fazendo um belo contraste com seus cabelos pretos, sua pele cor de mel e seus olhos escuros, brilhantes e profundos, era realmente uma princesa de Aldebaran. — Você está linda princesa — não era apenas um gracejo, Daenor realmente a achava linda e não era por menos — Que tal fugir desta festa? Se importaria de me acompan
O golpe veio de cima como um relâmpago furioso, Arthur conseguiu se defender colocando seu escudo entre o martelo e seu corpo. O instrumento, no entanto, não resistiu ao ataque de Gared, sendo totalmente amassado ao contato com martelo de batalha. O irmão do Rei estava trajado com sua armadura preta e, estampado em seu peito, o emblema da família Mesiac — a grande lua minguante prateada. Seu elmo era da mesma cor, negro, porém tinha chifres de touro entalhado. Já o capitão da guarda dos Sonnes vestia uma armadura vermelha completa com vários detalhes de ouro formando um sol no peito. Carregava na mão direita um alfanje e na esquerda um escudo, que ao ser atingido por Gared, caiu no chão.Apesar do calor da região ningu
— Então amanhã é o grande dia! Nós realmente vamos roubar a coroa do rei! — Seus olhos brilhavam de entusiasmo.— Sim nós vamos. Foram meses de treinamento e planejamento, mas finalmente chegou a hora, lembra o plano? — Perguntou Stevan arqueando uma sobrancelha.— Durante a tarde farão um desfile para apresentar a nova coroa. A noite será levado ao salão de entrada do castelo para exposição durante três dias. Durante a madrugada nós atacaremos. — Repetiu como uma máquina programada.— Ótimo! Esse é meu garoto! Então vamos.“Meu garoto” essa frase soou estranha e um pouco desconfortável na cabeça desconfiada do menino, mas aos poucos ele começava a gostar da ideia e sentia-se mais aberto a pensar assim.As ruas estavam cheias de pessoas, para
Ele se levantou, estava cedo ainda. Suas costas incomodavam um pouco da noite mal dormida. Examinou à sua volta, conseguia enxergar o de sempre, areia, pedras, solos terrosos e o Sol. Tudo aos seus olhos parecia tão cinza, a luz solar não possuía mais o mesmo brilho de antes e aquele mar amarelo não parecia tão vívido. Apenas de olhar para aquele astro sentia algo se contorcendo dentro de si. Não conseguia ver aquilo sem lembrar-se de um símbolo, um maldito símbolo, o símbolo da família Sonne.— Daenor, não temos tempo para admirar a paisagem, vamos mexendo-se.— Já faz dias que estamos cavalgando e dois dias sem comer, logo vai começar uma disputa... Quem morre antes, nós ou os cavalos?— Não Ladros, nós iremos sobreviver, nós precisamos sobreviver. — Havia uma chama de fúria
— Toda vez esse lugar me dá arrepios — Praguejou Gared — Não importa quantas vezes passamos aqui, ainda não consigo me acostumar. Os três olhavam para a paisagem a frente, com um olhar de admiração e curiosidade, mas uma ansiedade crescente pela sensação de estar diante de um mistério e ser envolvido por medo por não saber o que vem adiante. Perplexidade e arrepio assomam as sensações que percorriam os três, estavam diante de um dos cenários mais magníficos existentes em Arqueham, nem mesmo os melhores pintores e artistas conseguiram transpassar em sua arte a verdadeira beleza e mistério ali encontrado, estavam diante da Divisa. Este é o nome dado não ao lugar no qual estava localizada a fronteira entre as terras de Razalon e Aldebaran, mas de onde o deserto seco e árido se encerrava misteriosamente e começava aparecer vegetações. Era como se uma linha atravessasse de norte a sul, separando misteriosamente a areia da grama, todo aquele amarelo