Knoc Knoc. O que deve ser agora? pensou a garota Mesiac. Os últimos dias foram bem agitados, tiveram que viajar de Beliriel para a gêmea ocidental. Naina visitou Daenor, trouxe muitas notícias, havia um duelo por sua vida. O duelo… Já era amanhã a luta, como os últimos meses passaram rápido. Verdade fosse dita, a princesa tinha até que se acostumado com a vida entre os Sonnes. A filha mais nova de Maegor se tornou uma amiga e até a presença de Elrom começava a se tornar agradável.
Lyliane olhou para sua mão e lembrou quem era seu inimigo. Ela carregaria aquela marca, aquele vazio para o resto da vida. Porém era uma lembrança que a acompanhava todos os dias, uma lembrança de quem ela devia destruir.
— Pode entrar.
Um dos guardas apareceu — Boa noite, senhora. Você está sendo convocada pelo Rei Maegor.
— Maegor? — A última vez que ele tinha a chamado para conversar ainda estavam em Amabel. O que será que
Próximo capítulo será o aguardado duelo! Para quem é sua aposta?
Daenor olhou para espelho tentando enxergar através de si. Seus olhos cinzas pareciam mais cansados do que o comum, porém sua aparência não parecia diferente do ordinário, exceto a coroa de prata sob sua cabeça. Apesar disso, ele sabia que era um dia diferente, talvez o último dia de sua existência. O rei Mesiac chacoalhou a cabeça tentando afastar esse pensamento. Não podia abrir brechas, nem em pensamentos, não neste dia. Havia muito coisa em jogo, sua vida, a vida de sua irmã, o reino. Não vou falhar, não hoje.— Está pronto? — perguntou Gared entrando na barraca junto com Ladros.Dae olhou para sua espada no canto da tenda, lá estava Nevasca. Ela parecia calma e tranquila como sempre. Gostaria de estar assim, pensou. .O Mesiac mais novo virou para seu tio o encarando firmemente. Seus olhos cinzas, sérios e
Gritos de vitória e celebração ecoavam fora do palácio, comemoração que possuía toda razão em ser realizada. Conquistar a Gêmea do Leste concedia uma enorme vantagem estratégica para os Sonnes e seus vassalos, agora eles possuíam um caminho fácil até Razalom, poderiam até mesmo marchar para Idalon.Lyliane acompanhada de dois guardas caminhava lentamente em direção ao grande hall do pequeno palácio no qual um dia fora sediado por uma família menor de Razalon. Ela tinha lembranças de visitar este salão com seu pai quando era mais novo. Havia um grande banquete, música, todos sorriam e cantavam. Hoje, por outro lado, o ambiente parecia diferente. Cheirava a morte. E a manifestação física daquele sentimento era Maegor, e lá estava ele, sentado ao final do salão em um pequeno trono local.
— Você acha que ele vai acordar? — indagou Cliver curioso.— Não sei, depende do que ele trocou para ter acesso a aquele poder. — respondeu Sisur, o guarda que fazia a vigia junto com ele.— Como assim? - perguntou ainda mais curioso.— Você viu o que ele fez, certo? Ele usou magia e parou a chuva no meio do ar. Eu já ouvi histórias sobre feiticeiros e magos que para receber poder precisavam fazer um pacto com a Magia.Cliver remexeu-se tocando o cabo da sua espada — O que você acha que ele trocou por aquilo?— Sua vida? Dinheiro? Não há como saber — colocou a mão no queixo pensativo — Bom, pelo menos não enquanto ele estiver dormindo. Se algum dia ele voltar a acordar, talvez consigamos uma resposta.— Ele vai voltar, ele é o cavaleiro da noite. Precisa voltar.O outro guarda bu
Puxou o capuz escondendo o rosto enquanto descia as ruas de Idalon. Deu uma olhadela para Inular. A noite estava escura fazendo as chamas destacarem-se enquanto elas se alastravam pelas janelas. O sino ressoava incansavelmente, um recado para os soldados de Razalon ajudarem a conter o incêndio. Ladros não esperava que o fogo fosse se espalhar assim, mas foi necessário, se ficasse ali morreria. Por isso pendurou-se na janela do quarto e trepou-se na parede até outro dormitório, onde usou os caminhos secretos entre as paredes de pedra para locomover-se de maneira furtiva até fora do castelo. Daqui alguns minutos. Garganta. As palavras de Razar ressoavam em sua cabeça, ao passo que tentava passar despercebidos pelos perplexos cidadãos de Idalon que assistiam as chamas no castelo. A adaga estava fincada no peito de Gared e seu corpo não estava quente, ele já estava morto. Razar montou uma armadilha e eu caí perfeitamente...ele queria que eu fosse a
Vladimir se deliciou com um gole de água de fresca, o dia estava quente e árido. Como todos os outros pensou o misterioso conselheiro do rei. Fazia horas que estava cavalgando um dromedário, o animal era grande e de uma pelagem marrom escuro. O mestre de estábulo havia dito que o animal se chamava Poço, devido a sua cor. Vladimir obviamente considerava o ato de nomear um animal uma completa estupidez. A sua volta havia apenas areia e mais areia. Dunas se erguiam e estendiam-se por metros. Usava um lenço marrom para proteger do sol como era comum do povo do deserto. De fato, era uma trajetória difícil, o deserto de Ealendil ao extremo oeste de Amabel era um dos locais mais desagradáveis de se viver em Arqueham. Os dias eram quentes como o sol e as noites fria como o gelo. Vladimir vinha enfrentando essas condições nos últimos três dias. Contudo nada disso importava se realmente encontra
Introdução Seus olhos castanhos e brilhantes, como um incêndio numa noite dominada pela escuridão, observavam maravilhados a alta muralha de pedra que se erguia majestosa em sua frente. Ladros estava, finalmente, de volta à cidade de Amabel, capital do reino de Aldebaran. Sentia dentro si uma certa nostalgia, tinha vivido a maior parte de sua vida nessa cidade. Foi onde sofreu e aprendeu suas maiores lições. Em sua cabeça ainda soava a maior delas, sobreviver.Lição esta que aprendeu a um duro custo. Ele voltara onde, há seis anos, fora pego roubando da nobreza local, roubar era a memória mais próxima que tinha relacionada a diversão e brincadeiras em sua infância. Apesar que isso muitas vezes não acabava bem, porém não tinha como evitar, sobreviver sempre foi a prioridade.Na época ele era pouco mais que uma criança, um pequeno garoto esfarrapado que crescera nas ruas, mas agora já se tornara um homem, tinha seus 17 anos, seu cabelo castanho já p1
Após a separação do grupo, as famílias reais seguiram adentro do Palácio de Neve, este sem dúvida tão magnífico por dentro como era por fora. Enquanto, caminhavam pelos corredores, amplos e espaçosos, Daenor não conseguia deixar de reparar na majestade do local, as paredes eram tão altas que tornava difícil enxergar os detalhes do teto. As colunas que sustentavam o lugar eram ornamentadas em ouro. Algumas pinturas e relíquias estavam dispostos no local, formando uma espécie de museu particular da família Sonne.A atenção dos olhos cinzentos de Daenor foram levadas para uma cimitarra feita toda em ouro, ele conhecia as lendas por trás dessa arma. Diziam que foi uma poderosa arma na Guerra pelo Sol, o próprio Alafar, o Gigante, a carregava, derrubando mais de 100 homens com seus golpes dourados. Para o garoto Mesiac parecia difícil acreditar nesta história, uma arma feita em ouro parecia pesada demais em combate, mesmo para um gigante. Apesar de nunca ter visto um gigante.