Gritos de vitória e celebração ecoavam fora do palácio, comemoração que possuía toda razão em ser realizada. Conquistar a Gêmea do Leste concedia uma enorme vantagem estratégica para os Sonnes e seus vassalos, agora eles possuíam um caminho fácil até Razalom, poderiam até mesmo marchar para Idalon.
Lyliane acompanhada de dois guardas caminhava lentamente em direção ao grande hall do pequeno palácio no qual um dia fora sediado por uma família menor de Razalon. Ela tinha lembranças de visitar este salão com seu pai quando era mais novo. Havia um grande banquete, música, todos sorriam e cantavam. Hoje, por outro lado, o ambiente parecia diferente. Cheirava a morte. E a manifestação física daquele sentimento era Maegor, e lá estava ele, sentado ao final do salão em um pequeno trono local.
— Você acha que ele vai acordar? — indagou Cliver curioso.— Não sei, depende do que ele trocou para ter acesso a aquele poder. — respondeu Sisur, o guarda que fazia a vigia junto com ele.— Como assim? - perguntou ainda mais curioso.— Você viu o que ele fez, certo? Ele usou magia e parou a chuva no meio do ar. Eu já ouvi histórias sobre feiticeiros e magos que para receber poder precisavam fazer um pacto com a Magia.Cliver remexeu-se tocando o cabo da sua espada — O que você acha que ele trocou por aquilo?— Sua vida? Dinheiro? Não há como saber — colocou a mão no queixo pensativo — Bom, pelo menos não enquanto ele estiver dormindo. Se algum dia ele voltar a acordar, talvez consigamos uma resposta.— Ele vai voltar, ele é o cavaleiro da noite. Precisa voltar.O outro guarda bu
Puxou o capuz escondendo o rosto enquanto descia as ruas de Idalon. Deu uma olhadela para Inular. A noite estava escura fazendo as chamas destacarem-se enquanto elas se alastravam pelas janelas. O sino ressoava incansavelmente, um recado para os soldados de Razalon ajudarem a conter o incêndio. Ladros não esperava que o fogo fosse se espalhar assim, mas foi necessário, se ficasse ali morreria. Por isso pendurou-se na janela do quarto e trepou-se na parede até outro dormitório, onde usou os caminhos secretos entre as paredes de pedra para locomover-se de maneira furtiva até fora do castelo. Daqui alguns minutos. Garganta. As palavras de Razar ressoavam em sua cabeça, ao passo que tentava passar despercebidos pelos perplexos cidadãos de Idalon que assistiam as chamas no castelo. A adaga estava fincada no peito de Gared e seu corpo não estava quente, ele já estava morto. Razar montou uma armadilha e eu caí perfeitamente...ele queria que eu fosse a
Vladimir se deliciou com um gole de água de fresca, o dia estava quente e árido. Como todos os outros pensou o misterioso conselheiro do rei. Fazia horas que estava cavalgando um dromedário, o animal era grande e de uma pelagem marrom escuro. O mestre de estábulo havia dito que o animal se chamava Poço, devido a sua cor. Vladimir obviamente considerava o ato de nomear um animal uma completa estupidez. A sua volta havia apenas areia e mais areia. Dunas se erguiam e estendiam-se por metros. Usava um lenço marrom para proteger do sol como era comum do povo do deserto. De fato, era uma trajetória difícil, o deserto de Ealendil ao extremo oeste de Amabel era um dos locais mais desagradáveis de se viver em Arqueham. Os dias eram quentes como o sol e as noites fria como o gelo. Vladimir vinha enfrentando essas condições nos últimos três dias. Contudo nada disso importava se realmente encontra
Introdução Seus olhos castanhos e brilhantes, como um incêndio numa noite dominada pela escuridão, observavam maravilhados a alta muralha de pedra que se erguia majestosa em sua frente. Ladros estava, finalmente, de volta à cidade de Amabel, capital do reino de Aldebaran. Sentia dentro si uma certa nostalgia, tinha vivido a maior parte de sua vida nessa cidade. Foi onde sofreu e aprendeu suas maiores lições. Em sua cabeça ainda soava a maior delas, sobreviver.Lição esta que aprendeu a um duro custo. Ele voltara onde, há seis anos, fora pego roubando da nobreza local, roubar era a memória mais próxima que tinha relacionada a diversão e brincadeiras em sua infância. Apesar que isso muitas vezes não acabava bem, porém não tinha como evitar, sobreviver sempre foi a prioridade.Na época ele era pouco mais que uma criança, um pequeno garoto esfarrapado que crescera nas ruas, mas agora já se tornara um homem, tinha seus 17 anos, seu cabelo castanho já p1
Após a separação do grupo, as famílias reais seguiram adentro do Palácio de Neve, este sem dúvida tão magnífico por dentro como era por fora. Enquanto, caminhavam pelos corredores, amplos e espaçosos, Daenor não conseguia deixar de reparar na majestade do local, as paredes eram tão altas que tornava difícil enxergar os detalhes do teto. As colunas que sustentavam o lugar eram ornamentadas em ouro. Algumas pinturas e relíquias estavam dispostos no local, formando uma espécie de museu particular da família Sonne.A atenção dos olhos cinzentos de Daenor foram levadas para uma cimitarra feita toda em ouro, ele conhecia as lendas por trás dessa arma. Diziam que foi uma poderosa arma na Guerra pelo Sol, o próprio Alafar, o Gigante, a carregava, derrubando mais de 100 homens com seus golpes dourados. Para o garoto Mesiac parecia difícil acreditar nesta história, uma arma feita em ouro parecia pesada demais em combate, mesmo para um gigante. Apesar de nunca ter visto um gigante.
Daenor reparou na música enchendo o salão. Possuía um ritmo acelerado e festivo, a banda utilizava todos os tipos de instrumentos, desde pífaros, saltérios, tambores e no embalo da canção o príncipe Mesiac se aproximou de Naina. Ela estava trajada de um vestido alaranjado, fazendo um belo contraste com seus cabelos pretos, sua pele cor de mel e seus olhos escuros, brilhantes e profundos, era realmente uma princesa de Aldebaran. — Você está linda princesa — não era apenas um gracejo, Daenor realmente a achava linda e não era por menos — Que tal fugir desta festa? Se importaria de me acompan
O golpe veio de cima como um relâmpago furioso, Arthur conseguiu se defender colocando seu escudo entre o martelo e seu corpo. O instrumento, no entanto, não resistiu ao ataque de Gared, sendo totalmente amassado ao contato com martelo de batalha. O irmão do Rei estava trajado com sua armadura preta e, estampado em seu peito, o emblema da família Mesiac — a grande lua minguante prateada. Seu elmo era da mesma cor, negro, porém tinha chifres de touro entalhado. Já o capitão da guarda dos Sonnes vestia uma armadura vermelha completa com vários detalhes de ouro formando um sol no peito. Carregava na mão direita um alfanje e na esquerda um escudo, que ao ser atingido por Gared, caiu no chão.Apesar do calor da região ningu