Sara dirigiu-se a um dos bancos rotativos que estavam presos ao chão e sentou-se ao balcão. Olhou em volta e viu que a lanchonete era simples, mas acolhedora. Era maior do que parecia do lado de fora. Estavam poucas pessoas, mas também eram só sete da tarde e provavelmente só enchiam á hora das refeições. Ao longe estava uma senhora a servir café a um casal. Devia ser a dona, pois sorria e conversava animadamente com os clientes.
Enquanto observava a senhora aproximar-se do balcão com um sorriso nos lábios, olhando-a fixamente, Sara suspirou. O seu estômago começou a doer de nervosismo. Ultimamente parecia uma menina assustada no seu primeiro dia de escola, não uma mulher adulta que sabia exactamente aquilo que queria.
__ Olá! O que deseja tomar, minha querida?
__ Olá! - Sara respondeu um pouco timidamente. Pegando o menu, a senhora olhou por uns segundos para a bagagem que estava aos seus pés.
__ Veio de visita á nossa cidade, ou veio para ficar?
Sara entregou-lhe a lista dos menus e pediu uma sandes de carne e um café.
__ Por acaso, tenciono ficar! - Ela sorriu um pouco apreensiva. __ Mas vou precisar da sua ajuda para me orientar por aqui. Sinceramente sinto-me um pouco perdida.
A senhora deu uma gargalhada e entregou-lhe uma caneca de café.
__ E não nos sentimos todos um pouco assim em alguma fase da vida? O meu nome é Marta! - Estendeu-lhe a mão. __ Seja bem-vinda. Em que posso ajudar?
Depois de ouvir aquelas palavras, Sara sentiu-se imediatamente mais leve. Apertou-lhe a mão e apresentou-se.
__ Eu sou Sara, muito prazer! - Olhou para o café com um ar derrotista. __ Eu vim para ficar na cidade, mas estou um pouco assustada. Preciso de trabalho e um sítio para viver mas não sei por onde procurar. Quando comecei esta viagem, estava um pouco mais optimista, posso garantir.
Marta deu-lhe uma palmadinha no ombro. Sara levantou a cabeça e reparou que ela tinha um grande sorriso nos lábios.
__ Oh! Minha querida! Não tens nada que te preocupar, as pessoas aqui gostam de ajudar. Estás na cidade certa para começar uma nova vida e serás muito acarinhada por este lugar.
__ Espero bem que sim, não quero que me vejam como uma estranha, mas sim alguém que se quer fixar e enquadrar.
Sorrindo, Marta caminhou para fora do balcão e sentou-se em frente a ela. Só por esse acto, Sara sentia-se mais tranquila. Marta era uma mulher á volta dos seus 60 anos, transmitia muita confiança e simpatia e Sara já a adorava do fundo do coração.
__ Então que tipo de trabalho procuras?
Marta voltou a encher as duas xícaras com café .
__ Aceito o que houver. Mesmo que não tenha experiência, aprendo rápido. - Suspirou e compartilhou um olhar com a velha senhora .__ Só preciso de um trabalho. - Balançou a cabeça. __ Se for possível até recebo um salário menor em troca de quarto e comida.
__ Então, mais uma vez te digo que vieste á cidade certa. - Enquanto tomava o seu café na robusta xícara de barro, ela olhou para Sara. __ Aqui só temos uma pousada, por isso um quarto e uma refeição encontra-se sempre. O Rafael é o dono, ele sempre vem cá ao final do dia. Eu dou-lhe uma palavrinha, não te preocupes.
Agora pelo menos sabia que já não estava completamente á deriva, ela suspirou de alívio.
__ Muito obrigado, Marta. Não sei o que faria sem a sua ajuda.
__ De nada, querida. Esta é uma cidade em que todos se ajudam entre si. Agora, se me dás licença vou adiantar os jantares, daqui a pouco começam a surgir os meus clientes. Aguarda por aqui e conversamos um pouco mais tarde, quem sabe, até pode surgir trabalho ainda hoje.
__ Ah , isso era muito bom, quase um milagre nos dias de hoje. - Sara sorriu descrente que algo assim acontecesse logo no primeiro dia.
__ Quem sabe, pode ser que esta cidade seja milagrosa, ou...que o destino a tenha trazido para aqui ...por alguma razão.
Marta piscou o olho se afastando com aquelas palavras, a deixando confusa e um pouco surpresa pela forma como as dizia. Destino? Sara não acreditava no destino e sim na sorte ou no azar que a vida podia trazer.
Quando começaram a surgir os primeiros clientes, Sara observou que eram conhecidos, habituais, pois todos se cumprimentavam como se fossem velhos amigos. Embora ninguém se sentasse no balcão, ela percebeu que sempre que entravam, a olhavam dos pés á cabeça, mas sempre sorriam e ela devolvia a simpatia.Alguns moços mais atrevidos até a convidaram para jantar, mas Sara simplesmente sorria e recusava. Ela começou a pensar que realmente os homens eram todos iguais, fosse na cidade grandes ou pequena, só tinham conversa fiada. Enquanto eles seguiam em frente sem danos colate
Mesmo ficando com a sensação estranha de que algo era omitido ali, Sara tentou se focar no que necessitava urgentemente naquela noite. Um sítio para dormir. Ficando um pouco apreensiva por nada ainda teraparecido ,olha Marta, ficando consciente em segundos deque Rafaela olhava de novo, pensativo por momentos. Observou-a dos pés á cabeça lentamente, o que a fez revirar os olhos subtilmente. "Por favor!!! "Realmente tinham que parar de avaliar as pessoas desta maneira, ela não era gado para ser vendido só queria umsitiopara ficar para procurar trabalho pela manhã.__ A senhorita tem al
Rafael a partir do momento em que sentiu o corpo de Sara colado ao seu, naquele abraço impulsivo, sabia que ia ter problemas. Além do facto que por momentos sentiu um aroma fascinante vindo dela. Um aroma afrodisíaco de canela, que estimulava todo o seu corpo, que colocava todos os seus sentidos em alerta, isso não era bom.Como homem – lobo, conseguia controlar todos os sentidos quando necessário, salvo na lua cheia. Mas com Sara estava a ser complicado. Sabia que ela tinha algo diferente porque nenhuma outra mulher tinha afetava o seu lobo assim. Rafael sempre tinha tido as mulheres que queria, quando o desejo sexual surgia, ele simplesmente saciava
Sara despertou relaxada e cheia de ânimo, era o seu primeiro dia de trabalho numa nova cidade e um patrão delicioso. Ela piscou os olhos e sentou-se rapidamente. Caramba, ela tinha que deixar de pensar no Rafael sexualmente, pois isso só ia trazer dores de cabeça. Exalou um suspiro e afundou de volta contra os travesseiros. Maravilha, só se tinham passado algumas horas desde a sua chegada e as hormonas já estavam a arranjar confusão.Ela livrou-se do lençol e dirigiu-se á mala. Agarrou a roupa interior, um top e uns jeans. Eram sete da manhã , provavelmente podia tomar um banho antes dos homens da casa. Correndo de imediato, rumou para o banheiro, ensaboando o cabelo, tentando se des
Ainda com dificuldade em respirar Sara colocou os dedos nos lábios e olhou para a porta. Céus!!! Nunca na vida tinha sido beijada assim com tanta luxuria, desejo. Sentou-se um pouco com esperança que o seu corpo voltasse ao normal. Ela continuava tremente com a estimulação, ainda não podia acreditar no que tinha acontecido. "Seria possível que Rafael estivesse interessado nela? Os sentidos exaltaram, só de imaginar as possibilidades.Já andava agitada com o desejo que crescia dentro dela desde que o conheceu. Mas a reação do seu corpo foi surpreendente, ele somente a tinha beijado. Ela jamais tinha ficado excitada daquela forma.
__ Parece que tiveste uma visita hoje! - Marco afirmou tentando não demonstrar preocupação. __ O quê? - Olhei-o nervosa, eles não gostavam do Gaspar , por isso ia sobrar para mim. __ Estiveste a conversar com Gaspar . - Rosnou Rafael. __ O que é que ele queria? __ Como é que sabes que era ele? - Sara rapidamente declara com perplexidade . Berta chegou á mesa com o jantar, saudando cada um deles com um sorriso, não desvia o olhar de Sara como se a tranquilizasse.<
Como podia um sonho parecer tão real? Sara não sabia, mas seu corpo ainda vibrava do prazer que Rafael lhe tinha presenteado com sua boca...em sua mente. Droga, ele tinha que sair de seus pensamentos , rapidamente. Não iria voltar a se iludir com algo passageiro, ou estaria perdida de nova em sentimentos dolorosos. Durante os restantes dias a rotina era igual. Poucas vezes via o Rafael ou o Marco, somente ao jantar e ao pequeno-almoço. Mas isso era bom, assim não teria que controlar o seu desejo por ele, que infelizmente crescia dia após dia. Berta informou-a que quando tinham contractos a cumprir, era normal passarem mais tempo na floresta para preparar a madeira.
Naquela manhã, Sara acordou com uma forte dor de cabeça. Era normal, depois de Rafael a ter deixado quente e frustrada, devia ter tomado outro duche, mas desta vez frio. Em vez disso foi para a cama e revirou-se durante horas até adormecer.Ela ouviu vozes do lado de fora, levantou-se e foi até á janela. Abriu as cortinas e viu Marco e Rafael na entrada. Sabia que tinham planeado visitar um cliente e que iam estar fora todo o dia. Ela colocou a mão na boca.__ Maldição! Esqueci-me completamente.