Mesmo ficando com a sensação estranha de que algo era omitido ali, Sara tentou se focar no que necessitava urgentemente naquela noite. Um sítio para dormir. Ficando um pouco apreensiva por nada ainda ter aparecido , olha Marta, ficando consciente em segundos de que Rafael a olhava de novo, pensativo por momentos. Observou-a dos pés á cabeça lentamente, o que a fez revirar os olhos subtilmente. "Por favor!!! "Realmente tinham que parar de avaliar as pessoas desta maneira, ela não era gado para ser vendido só queria um sitio para ficar para procurar trabalho pela manhã.
__ A senhorita tem alguma experiência em hotelaria? - Rafael perguntou com expressão séria, mas estudando seu rosto atentamente.
Começando a ficar farta das emoções que a invadiam no momento, cansaço, desilusão, atração, Sara ia começar a protestar, mas no momento que percebeu as palavras de Rafael, ela exalou o ar que sustentava mesmo sem notar.
__ Por favor me chame só Sara! - Respirou fundo para acalmar os batimentos de seu coração no momento que a esperança a invadiu. __ Aceito qualquer trabalho que tenha para me oferecer, mesmo que não tenha experiência lhe garanto que sou rápida a aprender.
Sara esboçou um sorriso terno e de suplica para o estranho e atraente homem. Apesar de não ser uma boa ideia andar perto dele muito tempo, naquele momento teria que deixar isso para trás e só se preocupar em conseguir algo para se sustentar além de sitio para ficar essa noite. Não sabia porque reagia assim com ele. Já tinha socializado com homens atraentes antes, mas não sentia nenhuma emoção mais forte do que resignação. Sabia que um homem daqueles nunca olharia para ela com luxúria, mas ele despertava um fogo intenso dentro dela, um fogo que nem sabia que existia.
Devido a ter sido traída por seu ex-marido, a auto estima foi muito para baixo. Só há pouco tempo tinha começado a perceber que sempre fora bonita e atraente mesmo com curvas voluptuosas, bonita. Alguns homens apreciavam seu corpo, mas também sabia que um homem como Rafael teria um monte de mulheres atrás dele e não olharia para ela duas vezes, se não fosse somente a nivel profissional. E mesmo que olhasse, ser traida novamente ? "Não obrigada!" Com tanta oferta ao redor de Rafael e sua beleza , mais valia obrigar seu coração a estar quietinho no seu canto .
__ Certo! Eu e o meu irmão Marco. - Apontou para o homem ao seu lado que acenou com um sorriso maroto. __ Temos um negócio de madeira e uma pousada. A sede do escritório é lá. Se estiver disposta a ser polivalente, ajudar no que for necessário, tanto na pousada como no escritório, então... está contratada.
Os olhos de Sara brilharam com a ameaça de lágrimas de alegria, não podia desejar mais do que isso, era sorte , muita sorte ter uma proposta daquelas no mesmo dia em que chegara a cidade.
__ Eu... nem ...sei o que... dizer...
A minha voz falha ao tentar agradecer, Rafael me olha apreensivo por um momento acrescentando.
__ Ofereço-lhe um quarto, todas as refeições e um salário adequado a função. Então... o que me diz?
Nem mesmo ela se apercebeu que um segundo depois tinha saltado do banco e estava abraçada a ele , sem palavras pela emoção. Rafael lhe oferecera tudo o que necessitava para começar uma nova jornada em sua vida, uma que ela tentaria que fosse feliz.
__ Rafael... obrigada, muito obrigada !– Enquanto envolvia os braços a volta do pescoço, um suspiro sai de seus lábios, minha mente relaxava finalmente pelo alivio de algo dar certo na minha vida, num sussurro declara aquilo que realmente sentia no momento.__ Acabou de me salvar a vida.
Imediatamente sentiu um agradável aroma que lhe deu vontade de roçar o nariz no pescoço dele e respirar fundo. Tinha um cheiro tão agradável. Um cheiro a macho e a canela. Sara adorava canela!
Só se deu conta que estava com seu corpo praticamente colado ao seu, os seios completamente pressionados contra o peito musculoso de Rafael quando viu Marco de queixo caído e olhos arregalados, os encarando. Os seus quadris estavam encaixados entre as pernas dele, fazendo quase impossível evitar de notar o volume que sua virilha ostentava.
Sara sentiu Rafael ficar tenso, sua respiração ficou mais mais acelerada. Seu rubor foi visivel na hora , sua atitude foi um pouco impulsiva, afinal não o conhecia para fazer algo tão intimo, mesmo que fosse por gratidão ,como uma adolescente.
__ Peço desculpa. Foi...foi um impulso de alegria. - Ela mordeu o lábio, o encarando constrangida. Estava á espera de uma expressão furiosa, mas só encontrou um olhar perplexo e quente...muito quente.
__ Sem...problema!-Rafael declara com voz rouca enquanto Marco soltava uma risada enigmática.
__Nós cuidamos de quem quer fazer parte da nossa comunidade.- Rafael sabia o que a risada de seu irmão significava. Ele percebera o quanto tinha sido afectado pelo corpo de Sara . Como Rafael lhe tinha dito que não precisava de mulher nenhuma nos próximos 50 anos, que só traziam chatices, teria que aguentar piadas de seu irmão o resto da noite. Marco fez lhe uma careta, enquanto agarrava as sanduiches que Marta acabara de trazer.
__ Está pronta para ir já connosco? - Rafael perguntou a Sara dando uma rápida olhada em suas malas. __ Assim já pode ficar instalada e começar amanhã.
Exibindo um tímido sorriso Sara acenou, realmente feliz.Marta rodeou o balcão e Sara de imediato deu-lhe um grande abraço.
__ Muito obrigada Marta, de coração!
__ Oh, querida. Não precisas de agradecer. Rafael está há muito tempo só. Precisava de alguém ... tal como tu. Acho que foi o destino. - Piscou-lhe o olho e sorriu. __ Não podias estar entregue em melhores mãos.
"E que mãos." Pensou Sara. Ela caminhou até á porta de saída junto com eles não pensando muita nas palavras estranhas da velha senhora, provavelmente se referia a falta de pessoal para os ajudar em seu trabalho. Acenou a Marta ao sair com a promessa de voltar mais vezes. Enquanto os seguia para a camioneta ela reparou nos ombros largos de Rafael, com a camisa preta justa que lhe moldava as costas e que lhe acentuava o corpo forte. Dava vontade de o abraçar como antes e desfrutar de seu calor, seu perfume, sua proteção, pois com seu tamanho , qualquer mulher se sentiria protegida em seus braços fortes. Mas o pior era aquele traseiro, e que traseiro! Bem firme naqueles jeans , se ele as usasse mais apertadas seria pecado.
Enquanto Sara ia naqueles devaneios sobre o seu futuro empregador, Marco abriu a porta do veiculo para que entrasse. Antes de chegar á pousada, tinha que colocar a cabeça no lugar. Sentia-se como se este dia inteiro tivesse sido um sonho e não queria nada que a fizesse acordar. Não podia estragar tudo, só porque seu salvador despertava os seus mais profundos desejos.
Não, não se podia viver de paixão. Ela já tinha tido a prova disso na sua vida e não cairia nessa mais uma vez...
Rafael a partir do momento em que sentiu o corpo de Sara colado ao seu, naquele abraço impulsivo, sabia que ia ter problemas. Além do facto que por momentos sentiu um aroma fascinante vindo dela. Um aroma afrodisíaco de canela, que estimulava todo o seu corpo, que colocava todos os seus sentidos em alerta, isso não era bom.Como homem – lobo, conseguia controlar todos os sentidos quando necessário, salvo na lua cheia. Mas com Sara estava a ser complicado. Sabia que ela tinha algo diferente porque nenhuma outra mulher tinha afetava o seu lobo assim. Rafael sempre tinha tido as mulheres que queria, quando o desejo sexual surgia, ele simplesmente saciava
Sara despertou relaxada e cheia de ânimo, era o seu primeiro dia de trabalho numa nova cidade e um patrão delicioso. Ela piscou os olhos e sentou-se rapidamente. Caramba, ela tinha que deixar de pensar no Rafael sexualmente, pois isso só ia trazer dores de cabeça. Exalou um suspiro e afundou de volta contra os travesseiros. Maravilha, só se tinham passado algumas horas desde a sua chegada e as hormonas já estavam a arranjar confusão.Ela livrou-se do lençol e dirigiu-se á mala. Agarrou a roupa interior, um top e uns jeans. Eram sete da manhã , provavelmente podia tomar um banho antes dos homens da casa. Correndo de imediato, rumou para o banheiro, ensaboando o cabelo, tentando se des
Ainda com dificuldade em respirar Sara colocou os dedos nos lábios e olhou para a porta. Céus!!! Nunca na vida tinha sido beijada assim com tanta luxuria, desejo. Sentou-se um pouco com esperança que o seu corpo voltasse ao normal. Ela continuava tremente com a estimulação, ainda não podia acreditar no que tinha acontecido. "Seria possível que Rafael estivesse interessado nela? Os sentidos exaltaram, só de imaginar as possibilidades.Já andava agitada com o desejo que crescia dentro dela desde que o conheceu. Mas a reação do seu corpo foi surpreendente, ele somente a tinha beijado. Ela jamais tinha ficado excitada daquela forma.
__ Parece que tiveste uma visita hoje! - Marco afirmou tentando não demonstrar preocupação. __ O quê? - Olhei-o nervosa, eles não gostavam do Gaspar , por isso ia sobrar para mim. __ Estiveste a conversar com Gaspar . - Rosnou Rafael. __ O que é que ele queria? __ Como é que sabes que era ele? - Sara rapidamente declara com perplexidade . Berta chegou á mesa com o jantar, saudando cada um deles com um sorriso, não desvia o olhar de Sara como se a tranquilizasse.<
Como podia um sonho parecer tão real? Sara não sabia, mas seu corpo ainda vibrava do prazer que Rafael lhe tinha presenteado com sua boca...em sua mente. Droga, ele tinha que sair de seus pensamentos , rapidamente. Não iria voltar a se iludir com algo passageiro, ou estaria perdida de nova em sentimentos dolorosos. Durante os restantes dias a rotina era igual. Poucas vezes via o Rafael ou o Marco, somente ao jantar e ao pequeno-almoço. Mas isso era bom, assim não teria que controlar o seu desejo por ele, que infelizmente crescia dia após dia. Berta informou-a que quando tinham contractos a cumprir, era normal passarem mais tempo na floresta para preparar a madeira.
Naquela manhã, Sara acordou com uma forte dor de cabeça. Era normal, depois de Rafael a ter deixado quente e frustrada, devia ter tomado outro duche, mas desta vez frio. Em vez disso foi para a cama e revirou-se durante horas até adormecer.Ela ouviu vozes do lado de fora, levantou-se e foi até á janela. Abriu as cortinas e viu Marco e Rafael na entrada. Sabia que tinham planeado visitar um cliente e que iam estar fora todo o dia. Ela colocou a mão na boca.__ Maldição! Esqueci-me completamente.
Já tinha passado uma semana desde o segundo beijo e Sara tinha conseguido evitar, com sucesso ficar sozinha com Rafael. Já que ele tinha o hábito de a beijar apaixonadamente e depois a deixar tratar do resto sozinha, ela tinha que se proteger. Sabia que Rafael tinha percebido a distância que ela estava a interpor entre eles. Mas era necessário, porque se ele a beijasse de novo ia obrigá-lo a ir até ao fim e não sabia se era o certo a fazer. Ela queria que ele o fizesse de livre vontade, por ...amor.Ela estava encostada no armário a beber café com estes pensamentos quando Rafael entrou na cozinha, imediatamente ficou tensa. Ele olhou para ela, cauteloso.
Enquanto conduzia a camioneta para a pousada, pensava em como Gaspar era um mistério. Havia algo nele que não batia certo. Sempre que o via, sentia um aperto no estômago e o modo como a olhava metia medo. Quando entrou avisou Berta que tinha chegado e levou as cartas para o escritório. Colocou-as em cima da secretária, menos uma que não tinha remetente ,mas era destinada para ela.Subindo as escadas em direção de seu quarto, a abre de imediato, curiosa no inicio, apreensiva logo em seguida quando descobre que era de seus pais. Parou alarmada, eles nunca lhe escreviam. Ela sempre lhes telefonava uma vez por semana para dar notícias e saber como estavam. Sentou-se nos dois primeiros degraus