Rafael a partir do momento em que sentiu o corpo de Sara colado ao seu, naquele abraço impulsivo, sabia que ia ter problemas. Além do facto que por momentos sentiu um aroma fascinante vindo dela. Um aroma afrodisíaco de canela, que estimulava todo o seu corpo, que colocava todos os seus sentidos em alerta, isso não era bom.
Como homem – lobo, conseguia controlar todos os sentidos quando necessário, salvo na lua cheia. Mas com Sara estava a ser complicado. Sabia que ela tinha algo diferente porque nenhuma outra mulher tinha afetava o seu lobo assim. Rafael sempre tinha tido as mulheres que queria, quando o desejo sexual surgia, ele simplesmente saciava seu corpo da tensão sexual. Depois não restava mais interesse e dessas vezes o lobo nem sequer se manifestava. Mas com Sara, o lobo queria subir á superfície, queria rosnar, queria caça-la.
Enquanto Rafael conduzia para a pousada, não resistiu em olhar pelo retrovisor para ver aqueles olhos pequenos e redondos de uma cor chocolate linda. As vezes que tinham trocado de olhares, a cor ficava mais escura e com um brilho encantador. Tinha uns lábios pequenos e não muito grossos, ele desejava saber que sabor teria desde o momento em que ela o encarou. "Se a beijasse intensamente, será que aquele rosa suave se tornaria vermelho?"
A pele era um mistério para ele. Como poderia uma mulher ter uma pele tão suave, quente, ele não sabia. Os cabelos eram curtos ao longo do rosto e compridos ate ao meio das costas encaracolados, com certeza seriam como fios de seda ao toque.
Ele estava perdido nos seus pensamentos e não reparou que foi apanhado na sua avaliação. Ao ver Sara com um olhar interrogativo, ele retornou imediatamente a atenção na estrada. Passados quinze minutos chegaram, estacionando perto da entrada,. Rafael deu meia volta e pegou a mala da camioneta. Sara o encarou surpresa.
__ Sr. Rafael! Por favor, eu posso levar a minha própria mala, não é assim tão pesada.
__ Não, não é pesada! Mas eu levo-a na mesma. - Ele declarou firme. __ E se me continuar a chamar de senhor, então a chamarei de senhorita.
__ Meu irmão não gosta que lhe chamem de senhor, soa velho demais. - Marco zomba com um tom divertido, se fixando em Sara pisca o olho. __ Mas a mim podes chamar o que quiseres, princesa.
Enquanto Sara dava uma pequena risada, ela ouviu um grunhido.
__ Não te preocupes Sara, cão que ladra...não morde. Marco é daqueles que ladram muito. - Resmungou Rafael.
__ Hei! Eu não sou nenhum maldito cão! - Rosnou Marco um pouco furioso.
Rafael revirou os olhos e deslizou um olhar para Sara que subia as escadas da entrada. Ele tentou ignorar a atração que sentia por ela, mas era difícil. Ainda não tinha conseguido reparar no corpo devido à camiseta larga que trazia vestida. Mas com aquele abraço conseguiu perceber que tinha uns quadris largos, ideais para um homem – lobo agarrar sem medo de machucar por ser uma fêmea frágil fisicamente. Os seios eram cheios, redondos. "Será que enchiam suas mãos ? "
Inferno!!Pensar nisso não estava a ajudar a diminuir a já atração natural que sentia por ela. Ainda mais o perfume que transmitia, estava a começar a excitá-lo e o lobo queria surgir a todo o custo. Isso era um problema, diria até uma maldita dor de cabeça.
Sara o encara timidamente na porta de entrada, esperando que fizesse o que um bom anfitrião deveria fazer, a convidar a entrar. Seu sorriso o coloca em ponto de ebulição, assim decidiu que o melhor era a deixar a vontade o mais rápido possível e tomar um banho gelado.
Alguns minutos mais tarde, Rafael já tinha feito a visita guiada da pousada. Sara não conseguia parar de sorrir de felicidade, estava longe de seus problemas, de todos os que a tinham machucado e se sentia bem ali. A pousada era mais aconchegante do que pensara. Dividida por uma cozinha, um escritório e uma sala de estar com lareira no andar de baixo. Acima da escadaria no primeiro andar ficavam os quartos e uma casa de banho.
Rafael explicou que Berta era a cozinheira. Mas vivia com a família numa das casas das redondezas, só vinha pela manhã cedo e saía ao anoitecer. O resto dos quartos da pousada estavam situados do lado de fora, com escadaria individual para acesso privado dos hóspedes, assim eles não teriam que se cruzar com eles a toda á hora.
No primeiro andar haviam dois quartos de cada lado, separados pela casa de banho, que estava no centro mesmo em frente das escadas. Enquanto iam em direcção ao quarto, Sara sentiu um alívio por finalmente conseguir descansar, sentia-se exausta.
__ Este será seu quarto. Se existir qualquer coisa que precises é só bater na porta em frente... é o meu. - Rafael encostou-se na lateral da porta, com os braços cruzados no peito e o olhar fixo nela. __ Só temos uma casa de banho que vamos ter que dividir entre os três. Mas tanto eu como Marco damos-te prioridade sempre que precisares.
__ Não vai haver problema, obrigada. – Seu sorriso era sincero enquanto se perdia no olhar dele, não podia desejar mais nada, estar em paz era somente o que necessitava , ali seria seu refugio.
__ Nós vamos comer agora. Tens fome?
__ Jantei na Marta antes de vocês chegarem, mas agradeço de coração. – Sara colocou a mão em seu peito, num gesto terno e inocente . __ De verdade !
Rafael ficou pensativo uns segundos descendo seu olhar para sua mão, ele se fixa ali, um olhar enigmático mas de repente sem mais nem menos ele simplesmente dá meia volta declarando.
__ Até amanha... às oito horas. – Murmurou pausadamente, desaparecendo.
__ Certo! Pelo menos agora sei que horas começo. - Sara sussurrou fechando a porta , se espreguiçando com uma alegria como há muito não a invadia, esperança também.
Ela não percebeu como a presença do homem a afectava intensamente até que ele saiu . Afundou-se na cama, tirou rapidamente a roupa e deslizou-se para debaixo do lençol, suspirando com a sensação de alívio do seu corpo cansado. Não sabia o que o futuro poderia trazer, pela manha seria o primeiro dia de sua nova vida e ela estava pronta para fazer tudo por tudo para ter a felicidade que sabia que merecia.
Sara despertou relaxada e cheia de ânimo, era o seu primeiro dia de trabalho numa nova cidade e um patrão delicioso. Ela piscou os olhos e sentou-se rapidamente. Caramba, ela tinha que deixar de pensar no Rafael sexualmente, pois isso só ia trazer dores de cabeça. Exalou um suspiro e afundou de volta contra os travesseiros. Maravilha, só se tinham passado algumas horas desde a sua chegada e as hormonas já estavam a arranjar confusão.Ela livrou-se do lençol e dirigiu-se á mala. Agarrou a roupa interior, um top e uns jeans. Eram sete da manhã , provavelmente podia tomar um banho antes dos homens da casa. Correndo de imediato, rumou para o banheiro, ensaboando o cabelo, tentando se des
Ainda com dificuldade em respirar Sara colocou os dedos nos lábios e olhou para a porta. Céus!!! Nunca na vida tinha sido beijada assim com tanta luxuria, desejo. Sentou-se um pouco com esperança que o seu corpo voltasse ao normal. Ela continuava tremente com a estimulação, ainda não podia acreditar no que tinha acontecido. "Seria possível que Rafael estivesse interessado nela? Os sentidos exaltaram, só de imaginar as possibilidades.Já andava agitada com o desejo que crescia dentro dela desde que o conheceu. Mas a reação do seu corpo foi surpreendente, ele somente a tinha beijado. Ela jamais tinha ficado excitada daquela forma.
__ Parece que tiveste uma visita hoje! - Marco afirmou tentando não demonstrar preocupação. __ O quê? - Olhei-o nervosa, eles não gostavam do Gaspar , por isso ia sobrar para mim. __ Estiveste a conversar com Gaspar . - Rosnou Rafael. __ O que é que ele queria? __ Como é que sabes que era ele? - Sara rapidamente declara com perplexidade . Berta chegou á mesa com o jantar, saudando cada um deles com um sorriso, não desvia o olhar de Sara como se a tranquilizasse.<
Como podia um sonho parecer tão real? Sara não sabia, mas seu corpo ainda vibrava do prazer que Rafael lhe tinha presenteado com sua boca...em sua mente. Droga, ele tinha que sair de seus pensamentos , rapidamente. Não iria voltar a se iludir com algo passageiro, ou estaria perdida de nova em sentimentos dolorosos. Durante os restantes dias a rotina era igual. Poucas vezes via o Rafael ou o Marco, somente ao jantar e ao pequeno-almoço. Mas isso era bom, assim não teria que controlar o seu desejo por ele, que infelizmente crescia dia após dia. Berta informou-a que quando tinham contractos a cumprir, era normal passarem mais tempo na floresta para preparar a madeira.
Naquela manhã, Sara acordou com uma forte dor de cabeça. Era normal, depois de Rafael a ter deixado quente e frustrada, devia ter tomado outro duche, mas desta vez frio. Em vez disso foi para a cama e revirou-se durante horas até adormecer.Ela ouviu vozes do lado de fora, levantou-se e foi até á janela. Abriu as cortinas e viu Marco e Rafael na entrada. Sabia que tinham planeado visitar um cliente e que iam estar fora todo o dia. Ela colocou a mão na boca.__ Maldição! Esqueci-me completamente.
Já tinha passado uma semana desde o segundo beijo e Sara tinha conseguido evitar, com sucesso ficar sozinha com Rafael. Já que ele tinha o hábito de a beijar apaixonadamente e depois a deixar tratar do resto sozinha, ela tinha que se proteger. Sabia que Rafael tinha percebido a distância que ela estava a interpor entre eles. Mas era necessário, porque se ele a beijasse de novo ia obrigá-lo a ir até ao fim e não sabia se era o certo a fazer. Ela queria que ele o fizesse de livre vontade, por ...amor.Ela estava encostada no armário a beber café com estes pensamentos quando Rafael entrou na cozinha, imediatamente ficou tensa. Ele olhou para ela, cauteloso.
Enquanto conduzia a camioneta para a pousada, pensava em como Gaspar era um mistério. Havia algo nele que não batia certo. Sempre que o via, sentia um aperto no estômago e o modo como a olhava metia medo. Quando entrou avisou Berta que tinha chegado e levou as cartas para o escritório. Colocou-as em cima da secretária, menos uma que não tinha remetente ,mas era destinada para ela.Subindo as escadas em direção de seu quarto, a abre de imediato, curiosa no inicio, apreensiva logo em seguida quando descobre que era de seus pais. Parou alarmada, eles nunca lhe escreviam. Ela sempre lhes telefonava uma vez por semana para dar notícias e saber como estavam. Sentou-se nos dois primeiros degraus
Já tinha passado uma hora desde que Sara se tinha ido deitar. Rafael foi ao quarto verificar se tudo estava bem, seu nervosismo estava latente em todo o corpo desde a hora em que ela fugira de seus braços. Sara dormia pacificamente estendida na cama, abraçando uma almofada. Como ele desejava substituir aquele simples objeto.Com aquele pijama minusculo, seu corpo reagia de imediato e ele suspira . Sem conseguir evitar , Rafael senta-se na beirada , alisando seu rosto com carinho, murmurando.__ Minha companheira.Sara remexe-se por momentos e ele para, observando cada detalhe de seu rosto, ouvindo cada batimento de cor