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Capítulo  5   

Rafael a partir do momento em que sentiu o corpo de Sara colado ao seu, naquele abraço impulsivo, sabia que ia ter problemas. Além do facto que por momentos sentiu um aroma fascinante vindo dela. Um aroma afrodisíaco de canela, que estimulava todo o seu corpo, que colocava todos os seus sentidos em alerta, isso não era bom.

Como homem – lobo, conseguia controlar todos os sentidos quando necessário, salvo na lua cheia. Mas com Sara estava a ser complicado. Sabia que ela tinha algo diferente porque nenhuma outra mulher tinha afetava o seu lobo assim. Rafael sempre tinha tido as mulheres que queria, quando o desejo sexual surgia, ele simplesmente saciava seu corpo da tensão sexual. Depois não restava mais interesse e dessas vezes o lobo nem sequer se manifestava. Mas com Sara, o lobo queria subir á superfície, queria rosnar, queria caça-la.

Enquanto Rafael conduzia para a pousada, não resistiu em olhar pelo retrovisor para ver aqueles olhos pequenos e redondos de uma cor chocolate linda. As vezes que tinham trocado de olhares, a cor ficava mais escura e com um brilho encantador. Tinha uns lábios pequenos e não muito grossos, ele desejava saber que sabor teria desde o momento em que ela o encarou. "Se a beijasse intensamente, será que aquele rosa suave se tornaria vermelho?"

A pele era um mistério para ele. Como poderia uma mulher ter uma pele tão suave, quente, ele não sabia. Os cabelos eram curtos ao longo do rosto e compridos ate ao meio das costas encaracolados, com certeza seriam como fios de seda ao toque.

Ele estava perdido nos seus pensamentos e não reparou que foi apanhado na sua avaliação. Ao ver Sara com um olhar interrogativo, ele retornou imediatamente a atenção na estrada. Passados quinze minutos chegaram, estacionando perto da entrada,. Rafael deu meia volta e pegou a mala da camioneta. Sara o encarou surpresa.

__ Sr. Rafael! Por favor, eu posso levar a minha própria mala, não é assim tão pesada.

__ Não, não é pesada! Mas eu levo-a na mesma. - Ele declarou firme. __ E se me continuar a chamar de senhor, então a chamarei de senhorita.

__ Meu irmão não gosta que lhe chamem de senhor, soa velho demais. - Marco zomba com um tom divertido, se fixando em Sara pisca o olho. __ Mas a mim podes chamar o que quiseres, princesa.

Enquanto Sara dava uma pequena risada, ela ouviu um grunhido.

__ Não te preocupes Sara, cão que ladra...não morde. Marco é daqueles que ladram muito. - Resmungou Rafael.

__ Hei! Eu não sou nenhum maldito cão! - Rosnou Marco um pouco furioso.

Rafael revirou os olhos e deslizou um olhar para Sara que subia as escadas da entrada. Ele tentou ignorar a atração que sentia por ela, mas era difícil. Ainda não tinha conseguido reparar no corpo devido à camiseta larga que trazia vestida. Mas com aquele abraço conseguiu perceber que tinha uns quadris largos, ideais para um homem – lobo agarrar sem medo de machucar por ser uma fêmea frágil fisicamente. Os seios eram cheios, redondos. "Será que enchiam suas mãos ? "

Inferno!!Pensar nisso não estava a ajudar a diminuir a já atração natural que sentia por ela. Ainda mais o perfume que transmitia, estava a começar a excitá-lo e o lobo queria surgir a todo o custo. Isso era um problema, diria até uma maldita dor de cabeça.

Sara o encara timidamente na porta de entrada, esperando que fizesse o que um bom anfitrião deveria fazer, a convidar a entrar. Seu sorriso o coloca em ponto de ebulição, assim decidiu que o melhor era a deixar a vontade o mais rápido possível e tomar um banho gelado.

Alguns minutos mais tarde, Rafael já tinha feito a visita guiada da pousada. Sara não conseguia parar de sorrir de felicidade, estava longe de seus problemas, de todos os que a tinham machucado e se sentia bem ali. A pousada era mais aconchegante do que pensara. Dividida por uma cozinha, um escritório e uma sala de estar com lareira no andar de baixo. Acima da escadaria no primeiro andar ficavam os quartos e uma casa de banho.

Rafael explicou que Berta era a cozinheira. Mas vivia com a família numa das casas das redondezas, só vinha pela manhã cedo e saía ao anoitecer. O resto dos quartos da pousada estavam situados do lado de fora, com escadaria individual para acesso privado dos hóspedes, assim eles não teriam que se cruzar com eles a toda á hora.

No primeiro andar haviam dois quartos de cada lado, separados pela casa de banho, que estava no centro mesmo em frente das escadas. Enquanto iam em direcção ao quarto, Sara sentiu um alívio por finalmente conseguir descansar, sentia-se exausta.

__ Este será seu quarto. Se existir qualquer coisa que precises é só bater na porta em frente... é o meu. - Rafael encostou-se na lateral da porta, com os braços cruzados no peito e o olhar fixo nela. __ Só temos uma casa de banho que vamos ter que dividir entre os três. Mas tanto eu como Marco damos-te prioridade sempre que precisares.

__ Não vai haver problema, obrigada. – Seu sorriso era sincero enquanto se perdia no olhar dele, não podia desejar mais nada, estar em paz era somente o que necessitava , ali seria seu refugio.

__ Nós vamos comer agora. Tens fome?

__ Jantei na Marta antes de vocês chegarem, mas agradeço de coração. – Sara colocou a mão em seu peito, num gesto terno e inocente . __ De verdade !

Rafael ficou pensativo uns segundos descendo seu olhar para sua mão, ele se fixa ali, um olhar enigmático mas de repente sem mais nem menos ele simplesmente dá meia volta declarando.

__ Até amanha... às oito horas. – Murmurou pausadamente, desaparecendo.

__ Certo! Pelo menos agora sei que horas começo. - Sara sussurrou fechando a porta , se espreguiçando com uma alegria como há muito não a invadia, esperança também.

Ela não percebeu como a presença do homem a afectava intensamente até que ele saiu . Afundou-se na cama, tirou rapidamente a roupa e deslizou-se para debaixo do lençol, suspirando com a sensação de alívio do seu corpo cansado. Não sabia o que o futuro poderia trazer, pela manha seria o primeiro dia de sua nova vida e ela estava pronta para fazer tudo por tudo para ter a felicidade que sabia que merecia.

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