Era uma linda tarde de Junho e Sara estava sentada na esplanada de um pequeno café. Onde a maioria das pessoas bebiam a sua bebida fresca e ela bebia um capuccino, só para ser diferente. Sim...diferente.
Estava saturada da vida que levava, não estava a ir a lado nenhum. Tudo bem, naquele momento, quem a visse parecia que ela estava ótima. Mas não podiam estar mais enganados.
A vida de Sara estava um caos. Como se fosse um beco sem saída. Estava divorciada, não tinha emprego, nem carro. O apartamento era alugado e nem amigos tinha. Depois de um casamento, que a fez desacreditar completamente na habilidade dos homens de poderem amar e serem fiéis, perdeu a única coisa que necessitava. Uma carreira profissional e seus amigos da faculdade. Esse casamento custou-lhe a independência financeira, pois deixou-se levar pelo amor e dedicou-se á casa e ao bem-estar do marido quando ainda era muito jovem. Enquanto isso ele dedicava-se á sua bela secretária, loura e com seios de silicone.
Quando casou, Sara pensava que o amor era lindo e que o seu marido cuidaria dela e a iria amar para toda a vida. "Burra, burra, burra! Como podia ter sido tão ingénua."
Para as empresas, uma administrativa de vinte e oito anos sem experiencia não era ideal. Agora o que restava eram trabalhos temporários, sem qualquer futuro, saltando de emprego em emprego ao longo de dois anos, e até mesmo isso, ela já não tinha.
Sentia-se completamente frustrada, ainda que seus pais estivessem sempre presentes na sua vida e a ajudavam constantemente, Sara sentia-se deprimida , carente de atenção e carinho. Tinha chegado á conclusão que era altura de sair dali, ir para longe de tudo o que causava tristeza e lembranças ruins. Como seus pais diziam, precisava de dar uma reviravolta na sua vida. E nada melhor do que começar tudo de novo, noutro lugar, sem conhecer ninguém. Novas caras, um novo local para viver e um novo emprego, era isso mesmo o que ela precisava. Uma mudança radical onde uma nova esperança reavivasse sua mente e corpo
Sara, estava aterrorizada, a palavra certa era... aterrorizada. Na teoria deixar tudo o que ela conhecia para trás e começar de novo era fácil, mas na prática. "Ai! Meu!Deus!"
Embora com o apoio incondicional de seus pais e com a opinião reforçada deles em que realmente devia mudar o rumo de sua vida. Não estava a correr como esperava, o medo do desconhecido começou a apoderar-se dela.
Encontrava-se num sítio completamente desconhecido com um único mapa na mão e um sentido de orientação que a costumava levar a perder-se até na sua própria casa, e o apartamento não era muito grande. Depois de uma cansativa viagem de avião, Sara ainda tinha pela frente umas horas até chegar á pequena cidade onde tinha decidido viver. Apanhou um táxi e dirigiu se á sua nova vida.
A caminho da cidade começou apreciar a vista através da janela do táxi e os batimentos do seu coração começaram a relaxar. O campo, a natureza, a deixavam em paz. Era uma das razões de ter escolhido aquele lugar. Aquilo sim transmitia-lhe tranquilidade. Até já começava a acreditar que tudo iria correr bem e que ia começar com o pé direito. Mas já devia desconfiar, com o seu karma, que não poderia começar tudo assim tão bem no inicio. Era sorte... muita sorte.
Logo que a pequena cidade começou a surgir no horizonte, ficou de boca aberta. Quando o táxi parou, ela saiu e olhou ao seu redor, imediatamente começou a ter dificuldades em respirar.
__ Tem a certeza que este é o sítio certo? – Perguntou perplexa.
__ Certeza absoluta, senhorita. - O taxista sorriu com um semblante calmo. __ Não se preocupe, irá se dar muito bem por estes lados.
__ Tem a certeza disso? – Mordeu o lábio duvidando daquelas palavras quando o taxista rodeou o carro, abriu a bagageira e tirou a sua mala .
__ Claro que sim! Até porque não é todos os dias que recebem moças simpáticas e bonitas por aqui. – Ele largou a mala a seus pés.
__ Claro! – Ela disse enquanto abanava a cabeça e suspirava. __ Posso lhe garantir que não consegui ficar mais tranquila com essa afirmação.
Quando Sara reparou que o homem começou a dirigir-se para o carro para se ir embora, entrou em pânico.
__ Espere! Não vai partir já, pois não?- Segurando seu braço ela quase suplicava por algum tipo de ajuda .__ Pelo menos me diga onde posso pedir algumas informações, por favor.
__Tenha calma. - Ele sorriu amigavelmente. __ Tudo vai correr bem. Só precisa ir á Lanchonete da Marta. Ela conhece tudo e todos. É uma jóia de mulher. Ela ajudará, é só pedir. - Rindo o homem colocou o carro a trabalhar, acenou para ela com um a mão e partiu.
__ Já não há nada a fazer... coragem Sara. - Murmurou para si mesma.
Quando ela se informou sobre a cidade, sabia que era uma pequena cidade do interior, com uma população de uns quinhentos habitantes. Era o ideal, porque procurava um local para viver, onde as pessoas se conhecessem, se preocupassem umas com as outras e fossem unidas. Mas o que se encontrava perante ela era no mínimo assustador.
Do que a vista alcançava, podia ver casas de madeira, tipo chalés, separadas entre si por alguns metros e todas rodeadas por uma pequena cerca. Eram agradáveis á vista e pareciam aconchegantes. Estavam situadas no meio de uma clareira. Á volta da cidade existia uma densa floresta, á excepção da estrada que conduzia até ali, a cidade estava rodeada por enormes árvores.
Mas o problema dela não era as árvores, nem a floresta. O problema era que além de umas poucas lojas, uma estação de correios, uma pastelaria e uma pequena bomba de gasolina, ela não via um modo de subsistência nesta cidade. Como ganhavam a vida por aqui?E onde arranjaria um emprego nessa pequena cidade? Essa era a sua questão. Ela caminhou em direcção á lanchonete, colocando as preocupações de lado por alguns momentos.
__ Ele tem razão! - Sussurrou, respirando fundo. __ Eu consigo fazer isto, afinal não tenho mais para onde ir!
Sara pensou em voz alta entrando com o pé direito e exalando uma boa baforada de ar puro, tentando acreditar em suas próprias palavras,pois aquele era o primeiro dia ...de uma nova vida.
Sara dirigiu-se a um dos bancos rotativos que estavam presos ao chão e sentou-se ao balcão. Olhou em volta e viu que a lanchonete era simples, mas acolhedora. Era maior do que parecia do lado de fora. Estavam poucas pessoas, mas também eram só sete da tarde e provavelmente só enchiam á hora das refeições. Ao longe estava uma senhora a servir café a um casal. Devia ser a dona, pois sorria e conversava animadamente com os clientes.Enquanto observava a senhora aproximar-se do balcão com um sorriso nos lábios, olhando-a fixamente, Sara suspirou. O seu estômago
Quando começaram a surgir os primeiros clientes, Sara observou que eram conhecidos, habituais, pois todos se cumprimentavam como se fossem velhos amigos. Embora ninguém se sentasse no balcão, ela percebeu que sempre que entravam, a olhavam dos pés á cabeça, mas sempre sorriam e ela devolvia a simpatia.Alguns moços mais atrevidos até a convidaram para jantar, mas Sara simplesmente sorria e recusava. Ela começou a pensar que realmente os homens eram todos iguais, fosse na cidade grandes ou pequena, só tinham conversa fiada. Enquanto eles seguiam em frente sem danos colate
Mesmo ficando com a sensação estranha de que algo era omitido ali, Sara tentou se focar no que necessitava urgentemente naquela noite. Um sítio para dormir. Ficando um pouco apreensiva por nada ainda teraparecido ,olha Marta, ficando consciente em segundos deque Rafaela olhava de novo, pensativo por momentos. Observou-a dos pés á cabeça lentamente, o que a fez revirar os olhos subtilmente. "Por favor!!! "Realmente tinham que parar de avaliar as pessoas desta maneira, ela não era gado para ser vendido só queria umsitiopara ficar para procurar trabalho pela manhã.__ A senhorita tem al
Rafael a partir do momento em que sentiu o corpo de Sara colado ao seu, naquele abraço impulsivo, sabia que ia ter problemas. Além do facto que por momentos sentiu um aroma fascinante vindo dela. Um aroma afrodisíaco de canela, que estimulava todo o seu corpo, que colocava todos os seus sentidos em alerta, isso não era bom.Como homem – lobo, conseguia controlar todos os sentidos quando necessário, salvo na lua cheia. Mas com Sara estava a ser complicado. Sabia que ela tinha algo diferente porque nenhuma outra mulher tinha afetava o seu lobo assim. Rafael sempre tinha tido as mulheres que queria, quando o desejo sexual surgia, ele simplesmente saciava
Sara despertou relaxada e cheia de ânimo, era o seu primeiro dia de trabalho numa nova cidade e um patrão delicioso. Ela piscou os olhos e sentou-se rapidamente. Caramba, ela tinha que deixar de pensar no Rafael sexualmente, pois isso só ia trazer dores de cabeça. Exalou um suspiro e afundou de volta contra os travesseiros. Maravilha, só se tinham passado algumas horas desde a sua chegada e as hormonas já estavam a arranjar confusão.Ela livrou-se do lençol e dirigiu-se á mala. Agarrou a roupa interior, um top e uns jeans. Eram sete da manhã , provavelmente podia tomar um banho antes dos homens da casa. Correndo de imediato, rumou para o banheiro, ensaboando o cabelo, tentando se des
Ainda com dificuldade em respirar Sara colocou os dedos nos lábios e olhou para a porta. Céus!!! Nunca na vida tinha sido beijada assim com tanta luxuria, desejo. Sentou-se um pouco com esperança que o seu corpo voltasse ao normal. Ela continuava tremente com a estimulação, ainda não podia acreditar no que tinha acontecido. "Seria possível que Rafael estivesse interessado nela? Os sentidos exaltaram, só de imaginar as possibilidades.Já andava agitada com o desejo que crescia dentro dela desde que o conheceu. Mas a reação do seu corpo foi surpreendente, ele somente a tinha beijado. Ela jamais tinha ficado excitada daquela forma.
__ Parece que tiveste uma visita hoje! - Marco afirmou tentando não demonstrar preocupação. __ O quê? - Olhei-o nervosa, eles não gostavam do Gaspar , por isso ia sobrar para mim. __ Estiveste a conversar com Gaspar . - Rosnou Rafael. __ O que é que ele queria? __ Como é que sabes que era ele? - Sara rapidamente declara com perplexidade . Berta chegou á mesa com o jantar, saudando cada um deles com um sorriso, não desvia o olhar de Sara como se a tranquilizasse.<
Como podia um sonho parecer tão real? Sara não sabia, mas seu corpo ainda vibrava do prazer que Rafael lhe tinha presenteado com sua boca...em sua mente. Droga, ele tinha que sair de seus pensamentos , rapidamente. Não iria voltar a se iludir com algo passageiro, ou estaria perdida de nova em sentimentos dolorosos. Durante os restantes dias a rotina era igual. Poucas vezes via o Rafael ou o Marco, somente ao jantar e ao pequeno-almoço. Mas isso era bom, assim não teria que controlar o seu desejo por ele, que infelizmente crescia dia após dia. Berta informou-a que quando tinham contractos a cumprir, era normal passarem mais tempo na floresta para preparar a madeira.