Capítulo 3 A casa limpa com esmero, a mesa posta com perfeição, a comida insuportavelmente deliciosa, temperada com o sabor amargo do silêncio, e, acima de tudo..., a cadeira vazia junto à mesa. Fred já não suportava aquele ritual. Desde o bater dos talheres na louça ao tique-taque alucinante do relógio de parede, que, no vão deixado pela ausência de palavras, soava quase ensurdecedor. Fred sentia-se sufocar. Sentia-se completamente inútil, incapaz de fazer Sandra feliz e incapaz de trazer o filho de volta. Perguntar à esposa sobre seu dia? Não, isso a faria se lembrar de que agora sua vida se resumia apenas a limpar a casa repetidamente, até que houvesse apenas poeira imaginária. Verificar religiosamente se os brinquedos do filho estavam todos enfileirados como ele gostava, esperando sua volta para levá-los para brincar no quintal e, por fim, a jornada rumo à cozinha, para preparar os pratos com sabor dos dias felizes que já
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