Meu pai me mandou ir para o meu quarto assim que chegamos em casa. Obedeci sem questionar, subindo as escadas até meu quarto em silêncio. Não disse uma única palavra, talvez porque, no fundo, sabia que seria melhor esperar o dia seguinte antes de provocá-lo. Ele estava furioso, e confrontá-lo naquele momento só pioraria a situação.A noite foi horrível. Rolei várias vezes na cama, molhando o travesseiro de lágrimas que não paravam de cair. Cada vez que fechava os olhos, a cena do parque se repetia, o tapa, a raiva nos olhos do meu pai, a impotência que senti. Não consegui dormir, e quando finalmente adormeci, os sonhos foram perturbadores, cheios de rostos distorcidos e sussurros que não faziam sentido.Quando o dia começou finalmente a clarear, levantei-me com uma sensação de vazio no peito. O que quer que tivesse acontecido na noite anterior, sabia que as coisas só piorariam. Suspirei, levantando-me devagar. Meu corpo parecia pesado, os músculos tensos, como se eu tivesse corrido um
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