Na terça-feira, de manhã, de volta ao trabalho — era advogado, especializado em causas trabalhistas e trabalhava numa grande empresa do ramo — procurou seu colega Kleber, na sala adjacente à sua. Kleber — sujeito de seus trinta e poucos anos, moreno-claro, gordo e baixo, que usava feiosos óculos de grau —, encontrava-se sentado à mesa, concentrado, digitando, no notebook, alguns textos. Não eram realmente amigos, até porque tinham filosofias diferentes, no que dizia respeito a quase tudo. Kleber, casado, era religioso demais para seu gosto. Contudo, respeitava o colega, apesar deste ter sido contratado, pela empresa, há somente um ano e meio. Apesar do pouco tempo dele ali, já haviam colaborado um com o outro, em vários trabalhos. Ele era do tipo sério, tranquilo, educa
Ler mais