JODERYMA TORRES
UM
ESTRANHO
DIÁLOGO
"UM ESTRANHO DIÁLOGO", de Joderyma Torres.
Publicado no excelente site BUENOVELA, em setembro de 2021.
Livro de ficção. Qualquer semelhança com a vida real é apenas coincidência. Inventei tudo isso, meu. Juro. Eheheheh.
Obra dedicada ao meu ex-sogro Dão, a quem considero um segundo pai. Cidadão gente boa.
Obrigado por tudo, “seo” Dão.
INTRODUÇÃO
Olá, prezado leitor!
Aí está mais um livro da minha coleção.
Sentei à mesa, peguei meu computador, tomei uma boa xícara de café, e comecei a atacar o teclado.
Dias depois, surgiu este intenso romance.
Trata-se de uma trama tensa, que envolve assassinato, fanatismo religioso e homofobia.
Um homem, de nome Macto (todos os meus romances tem um personagem chamado Macto), ao visitar a esposa doente, é abordado por um suposto médico, que lhe faz algumas perguntas bem... estranhas.
Um estranho diálogo.
Depois disso, a esposa de Macto morre e ele acaba se envolvendo numa trama realmente diabólica.
Eis um romance repleto de suspense, onde o imprevisível se faz presente, com atos que vão deixar você, leitor, completamente arrepiado.
Recomendo. Eheheheh.
Era 16h45min. Macto, que estava sentado no estreito banco de madeira — pintado de branco neve —, levantou-se, visivelmente aflito, quando viu o que parecia ser o médico se aproximando. Ele conduzia um caderno médio, de espiral de arame, capa vermelha-escura, e uma caneta esferográfica de tinta azul, prontos para o uso. → Macto Krisser? → ele disse. → Eu mesmo. E aí, doutor? → perguntou, visivelmente nervoso → Como ela está? → Sente-se, por favor. Ambos sentaram. O largo corredor do imenso hospital estava vazio, naquele horário. Algo lúdico e perfeitamente normal, p
Duas horas depois, às 18h45min, Macto recebeu a trágica e surpreendente notícia, por meio de outro médico, no hospital mesmo. Tétrica notícia! Sua esposa acabara de falecer. Câncer de mama, aos 25 anos. Teve uma parada cardíaca fulminante, 20 minutos após a segunda cirurgia. Vera! Morta! Morta! Mas… como??? Não poderia acreditar e aceitar isso! Entrou em desespero, ao cair na real! Perdera precocemente sua amada companheira. Quatro anos apenas. Cinco, se contar o ano de namoro. Um amor intenso, que seria para a vid
Seus pais atrasaram a cerimônia do enterro em um dia, para que ele pudesse comparecer. Durante o enterro — inconformado e em estado de choque —, desmaiou de novo. As perniciosas e ignóbeis trevas o envolveram. A mãe de sua esposa também. Ambos foram levados ao hospital, onde lá permaneceram por quatro longas horas. Não viram, em consequência, o corpo descer para a cova. O choro contínuo — dos familiares e amigos — e a maquiavélica tristeza predominaram, naquela cerimônia deprimente e lamentável. Pegou um mês de dispensa do trabalho. Eles anteciparam suas férias, na verdade. Férias deploráveis, sem dúvida.
De manhã cedo — após o delicioso café expresso, que tomou na padaria da esquina, com três pães de queijo —, num sábado ensolarado, sozinho no apartamento (este localizado no quarto andar de um condomínio, na zona norte), tomou uma inusitada decisão. Ainda triste, mas já recuperado, decidiu dar uma olhada na única foto que tinha de Vera, a foto especial, que havia guardado numa das gavetas do guarda-roupa. Por orientação do doutor Fernando, todas as fotos de Vera — ou dos dois juntos — estavam na casa de seus pais. Deveriam permanecer lá por pelo menos três ou quatro anos, até que as ignóbeis feridas sarassem. Entregou todas as fotos… menos aquela. Era seu mirífico segredo.&nb
Mantendo a rotina, domingo, após a missa, Macto almoçou com os pais, a irmã e Marcelo, o namorado dela. Conseguiu, obviamente, disfarçar seu maquiavélico estado de espírito. Optou por não contar a eles sobre a conversa que tivera com o médico e sua pretensão de encontrá-lo, pois corria o risco de ser mal interpretado. Débora anunciou que iria se casar com Marcelo dentro de seis meses. Excelente notícia, uma vez que Marcelo se mostrou uma pessoa de bem, um sujeito realmente honesto, simpático, além de possuidor de ótimo caráter. O almoço foi tranquilo. Na segunda-feira, de manhã — entre curioso e ansioso —, pediu dispensa do trabalho e seguiu para o efici
Na terça-feira, de manhã, de volta ao trabalho — era advogado, especializado em causas trabalhistas e trabalhava numa grande empresa do ramo — procurou seu colega Kleber, na sala adjacente à sua. Kleber — sujeito de seus trinta e poucos anos, moreno-claro, gordo e baixo, que usava feiosos óculos de grau —, encontrava-se sentado à mesa, concentrado, digitando, no notebook, alguns textos. Não eram realmente amigos, até porque tinham filosofias diferentes, no que dizia respeito a quase tudo. Kleber, casado, era religioso demais para seu gosto. Contudo, respeitava o colega, apesar deste ter sido contratado, pela empresa, há somente um ano e meio. Apesar do pouco tempo dele ali, já haviam colaborado um com o outro, em vários trabalhos. Ele era do tipo sério, tranquilo, educa
No sábado, deixou o Uno verde-escuro no imenso estacionamento da igreja às 7h45min. A rua Hunt Mállaguer, da zona norte — mesma zona onde residia —, localizada num bairro nobre, estava bastante movimentada, com aquela montanha de gente indo na direção do templo. Pessoas desesperadas? Saiu e deu uma olhada no templo. Era imenso — pelo menos uns 80 metros de largura — e possuía dois andares. Na frente, uma enorme escadaria, de 12 degraus, em aclive, que dava acesso à enorme porta da entrada — esta teria uns bons 30 metros de largura. Templo suntuoso e luxuoso! "Coisa de louco, meu. UAU!" Parou de admirar a estrutura, juntou-se à multidão, voltou à frieza e entr
À tarde, retornou ao templo e repetiu as ações que fizera pela manhã. Viu tudo, menos o falso médico. Saiu de lá frustrado. À noite, mais uma tentativa. Em vão. Mas viu Kleber, que estava acompanhado de uma mulher gorda e de dois meninos. Por sorte, não foi visto por ele. Ao lado deles, de modo surpreendente, viu Patrick — o esquelético e tímido Patrick —, outro colega de trabalho. “Nossa! Não sabia que o Patrick tinha embarcado nessa. Esse Kleber tem muita lábia, convenhamos.” Decidiu não se aproximar deles, para conversar. Não valeria à pena. Saiu de mansinho, ciente de que teria que prosseguir com a caçada.&nbs