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Todos os capítulos do Faces Ocultas : Capítulo 1 - Capítulo 10
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Prólogo - A ilha
O vento soprava gelado naquela ilha. O som do mar, o mesmo que acalmava, irritava-o. Miguel se sentou abraçando as pernas, balançava-as como o restante do corpo no mesmo ritmo... Lento. Ele batucava os dedos no joelho enquanto observava a espuma branca que batia de encontro as rochas. Com os olhos fixos no mar agitado devido a uma tempestade na noite anterior, Miguel chorava.Sentia-se mais solitário do que nunca. Nessa manhã, nem o sol e nem os pássaros daquela ilha deram o ar da sua graça, apenas nuvens, chuva e a solidão. Miguel fechou os olhos e suspirou, com o coração pesado e cansado de saudades.Ele escutava cada gota de chuva bater de encontro às folhas, era para ser reconfortante, se não fosse tão solitário.Afinal, ele não sabia como havia parado ali. Não sabia quem era, ou o que havia acontecido, mas, dentro de si, um vazio o atormentava ferozmente
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Capítulo um - Memórias
Fumaça.Havia muita fumaça.MIGUEL recobrou a consciência e tentou se manter em pé, mas isso parecia ser uma missão impossível, o barco balançava de um lado para o outro e sua cabeça latejava fortemente.Levou a mão à cabeça e sentiu algo viscoso, quando olhou, percebeu que era sangue, por isso, ficou confuso por alguns instantes. Ele havia caído? Não lembrava direito, focou os olhos na mancha de sangue no chão do barco e, então, relembrou tudo o que aconteceu minutos atrás, a discussão, a briga e, por fim, as pancadas na cabeça.O coração de Miguel se contraiu, enquanto, em sua mente, ele só conseguia se perguntar: como Lucas pôde? Como ele pôde se virar contra ele? Ele era seu melhor amigo, não era? Fechou os olho
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Capítulo dois - Sentimentos que ficam
É impossível existir sem te abraçarNo meu corpo, tu reinavasFechava os olhos e então te via chegarMas tu não estavas.Dias atuais.MALÚ acordou naquela manhã com os pensamentos em Miguel, por mais que o tempo passasse, ela não conseguia esquecê-lo. Ela nunca se conformou com a partida dele, algo dentro dela lhe dizia que a história deles ainda não tinha terminado, mas como podia confiar nesse pressentimento quando, na verdade, ele havia morrido? Talvez, isso acontecesse pelo fato deles nunca terem achado o corpo de Miguel, mesmo achando os restos do barco.Era difícil para ela, pois a saudade castigava seu coração todos os dias. Viveu feliz uma boa parte de sua vida, mas, de repente, a felicidade foi arrancada dela com brutalidade.Suspirou ao recordar do sonho que teve com o amado. Estavam em uma praia, e nela tinha uma lagoa linda,
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Capítulo três - Rancores
LUCAS andava de um lado para o outro, estava tenso e nervoso. Toda vez era isso, Malú sempre o afastava mesmo com todo seu esforço e dedicação para ganhar o amor da moça. Ele não sabia mais o que fazer, já tinha se livrado de Miguel, o grande empecilho que tinha entre eles, mas, agora, tinha Maicon. Lucas odiava aquele moleque. Por ele, poderia tê-lo matado sufocado quando nasceu, mas ele nunca conseguiu ficar sozinho com o menino, Malú não deixava. Tinha a certeza de que ela não se entregava a ele por conta do garoto. Entrou em seu consultório nervoso, sentou-se e ligou o computador, fazia tempo que Lucas não pensava no passado, mas naquela manhã as lembranças da infância e adolescência invadiram sua cabeça, fazendo-o sentir mais raiva de Miguel. Com os cotovelos em cima da mesa e o rosto entre as mãos, Lucas relembrou sua infância com aquele que ele julgava que tinha o traído. Miguel e Lucas se conheceram aos três anos de idade. Em uma noite, o menino acord
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Capítulo quatro - O resgate
A única coisa que limita as suas aspirações é a sua imaginação.   MIGUEL observava seu amigo João-de-barro, o pequeno passarinho pegava alguns gravetos e levava até seu ninho, gorgolejava e batia as asas com alegria, ele sorriu com a alegria de seu amigo. O dia estava lindo, o sol brilhante, e nenhuma nuvem era vista no céu. Ele se levantou, retirou o short velho e correu até o mar, em seguida, mergulhou, a água estava quente, ficou algum tempo ali nadando perto da borda, pois não poderia ir para muito longe. Apesar de saber nadar bem, a arrebentação era perigosa e morrer naquele paredão de pedras não era mais seu objetivo. Sua meta agora era traçar um plano para que pudesse voltar para casa. Após relembrar tudo o que aconteceu com ele, Miguel ficou ainda mais triste, porque por mais que ele pensasse, mais conclusões ruins ele chegava. Saiu do mar e sentou-se na areia, observou bem o mar, e sua cabeça e seu coração lembraram a mulher que
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Capítulo cinco - Um coração cheio de espinhos
Se apagaron las estrellas que tú y yo encendimosDentro tuyo se hizo piedra todo ese dolorTuve el cielo entre tus brazos y lo eche al vacíoPor creer que estaba escrito en las hojas del destino Samo- Doy un pasi atrás   MALÚ acordou assustada, viu em sua frente um rosto de um homem negro, tinha cabelos raspados, olhos tão negros que parecia que ela olhava um abismo, nariz grosso assim como seus lábios, ele era grande e musculoso, mas quando ela o olhou novamente, ele sorriu e aquele sorriso transmitiu paz e segurança. Lembrou-se de suas palavras, então algo dentro de si se acendeu, sentiu novamente esperança. “Em breve!” Foi isso que aquele homem disse, um simples “em breve” e seu coração se agitou. Mas como era possível? Malú sabia que tinha um coração amargurado, cheio de espinhos, ela sabia que a única pessoa que ela conseguia demostrar sentimento era Maicon, nem com seus pais, Malú conseguia mais, era difícil e dolo
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Capítulo seis - O cargueiro
MIGUEL se remexeu na cama. Sentiu-se estranho e desconfortável, era como se aquele ali não fosse seu lugar, estranhou o balanço do mar e o colchão macio. Sentou-se na cama e seu amigo João-de-Barro gorgolejava feliz na cabeceira, ele não podia o deixar lá sozinho, Miguel sabia que a solidão não era para nenhum deles. Escutou batidas suaves na porta, Matias entrou sem esperar a permissão do ocupante. O homem grande sorriu quando entrou no quarto, trazia um prato de comida e um copo em mãos. — Obrigado! — Miguel agradeceu, aceitando o prato de comida, que parecia apetitosa, o macarrão ao molho estava fumegante, salivou ao sentir o cheiro. — De nada, meu amigo. — respondeu com um sorriso. Matias se sentou no chão ao lado de Miguel e observou-o comer, com calma e com classe. Apesar de tudo e da aparência deplorável de Miguel, via que ele tinha uma educação muito boa. Balançou a cabeça pensando no que ele tinha passado, sentiu uma profunda dor ao ver as ma
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Capítulo sete - De volta
MIGUEL acordou naquele dia com uma nova visão da vida. Embora ainda achasse que tudo mudou, ele tinha uma incrível esperança que no final tudo daria certo. Ele só esperava que Malú, mesmo com a distância, continuasse a amá-lo. Esperava que ela não o houvesse esquecido, porém sabia que não poderia exigir nada dela, afinal, foi ele quem sumiu, mesmo contra a vontade. Suspirou pesadamente com a hipótese: se ela tivesse seguido em frente, ele teria que suportar, certo? Por mais que cada pedaço de sua vida e de seu mundo fosse destruído, ele sabia que continuaria seguindo e amando-a, mesmo sem o amor dela.— Miguel? — Matias entrou e observou o amigo deitado no chão, as pernas esticadas e os braços embaixo da cabeça. — O que faz aí?— Ah! Desculpe, mas a cama... ela está muito mole — disse e deu de ombros.—
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Capítulo oito - O reencontro Parte 1
 — Alô! — disse do outro lado da linha.A voz de Miguel ficou embargada pela emoção, algumas lágrimas teimosas escorriam pelo seu rosto.— Alô! — a voz insistiu. — Se não me responder, vou desligar.— Mãe! Sou eu, Miguel... — Miguel escutou quando sua mãe suspirou antes de voltar a falar.— Isso não tem graça, irei desligar! — Os olhos de Josiane marejaram, como alguém poderia fazer esse trote? Não sabiam a dor que ela carregava no coração?— Mãe, sou eu, não é nenhum trote, por favor, não desligue.Josiane ficou confusa, a voz era muito parecida com a de Miguel, mas tinha uma rouquidão que seu filho amado não tinha, ficou na dúvida entre desligar e esperar para ver onde aquela brincadeira se
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Capítulo nove - Descobrindo a verdade
MIGUEL se sentou no sofá, seus pais se sentaram um de cada lado e sua irmã ao lado de sua mãe, eles mantinham as mãos unidas dando apoio ao filho para que ele começasse a contar tudo o que aconteceu. Por mais que fosse difícil, Miguel tinha que falar, as palavras de Lucas o assombrava todos os dias.— Bem, como sabem estávamos em uma viagem nas ilhas do caribe, quando chegamos nos registramos em um hotel, dois dias depois, o barco de Lucas chegou. — Todos prestavam atenção em Miguel. — Depois de conhecer um pouco da ilha, resolvemos navegar sozinhos em alto mar, Lucas disse que um tempo sozinhos em contato com o mar seria bom para nós, que iríamos recuperar as energias.— Não me diga que o Lucas... — Tony começou, mas se calou, não queria concluir seu pensamento.—Pai, me deixe terminar. — pediu educadamente.O homem
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