No outro dia Álex estava muito quieto e pensativo, quase não falou na mesa do café, somente o essencial. Terminaram e desceram, pegaram a Cadillac Escalade e os três foram para o colégio. Lá chegando, Álex encontrou com Douglas que agora parecia muito diferente do que era antes. Nem andava mais tão almofadinha.
- Oi Álex! – falou ele secamente.
- E aí? – respondeu Álex.
- Falou com ela? – perguntou Douglas.
- Não! Ela nem quis falar comigo. Eu vacilei mesmo nessa, não é? – disse Álex visivelmente triste.
- É! Eu sei. Depois daquilo tudo que disse. – falou Douglas se afastando de Álex.
Logo, Rose chega com Marcela. Álex percebe e vai atrás, Cláudio mais atrás os observa.
- Rose! – chama Álex, mas Rose continua andando. – Rose! Por favor, espera!
- Álex! Deixe-me em paz! Você já não falou o suficiente do que acha de mim? Ou quer acrescentar mais alguma coisa? – falou Rose virando e ficando cara a cara com Álex.
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Álex acordou com o telefone tocando durante a madrugada na pequena casa da família Olivier. Levantou assustado e saiu do quarto onde dividia com mais um pequeno irmão de oito anos de idade, 10 anos mais novo que ele. Afonso era um daqueles moleques “endiabrados” e quando acordou, também com o barulho do telefone tocando, já foi logo perguntando “quem deveria ser o desavisado que ligaria a essas horas”. Logo que foi para a sala, seu pai, Sebastião Olivier, atendia ao telefone com “cara” de sono. Sua mãe, Fátima, já estava de pé, com as duas filhas também a “tiracolo”. Sofia, a mais velha com 17 anos e Fernanda, a anterior a Afonso, que tinha 12, quase completando 13 anos. - Alô! – disse o patriarca da família. – Quem fala? ... Sim, ele mesmo! Pois não! – ia dizendo, o pai, olhando para todos que gostariam de estar escutando também o que estava sendo falado ao telefone. – Sim, é meio tarde, mas de manhã eu estarei aí... Sim, até logo! Obrigado! Sebastião deslig
No outro dia logo cedo, Sebastião, o patriarca da família, avisou ao colégio que deveria fazer uma viagem inesperada por motivos familiares para a cidade vizinha, uns cem quilômetros de distância. Todos os filhos acordaram e foram tomar café. Fernanda e Afonso brigavam todos os dias enquanto dividiam a mesa, as cadeiras, a faca, a manteiga e o pão. Sofia arrumava seus cadernos de acordo com seu horário no colégio e sempre se vestia de forma simples. Fernanda já não fazia o mesmo. Embora não possuísse muitas roupas, gostava muito de fazer seus artefatos de enfeite com miçangas e lantejoulas, o que sempre a levava a arrumar suas peças de vestuário. No fim, gostava de improvisar algo novo com suas roupas velhas. Afonso não sabia e muito menos queria saber de algo. Jamais fazia distinção entre seus amigos, e, por isso, sempre era convidado para ir brincar na casa deles, sempre com o bom e o melhor de tudo que todos os seus amigos possuíam. Era “endiabrado” e as “artes” que costumava faz
Acabando a aula naquele fatídico dia, dentro e fora de sua casa, Álex foi um dos primeiros a sair do colégio. Nem mesmo esperou pelos irmãos como sempre o fazia. Por pouco também Cláudio não ficou para trás. - Ei Álex! Saiu correndo hoje do colégio hein? – disse Cláudio ofegante o alcançando numa esquina um pouco à frente do colégio. - Pois é. Hoje esse cara me tirou do sério. – disse ele falando de Jeff. - Não liga para eles. São uns otários que se acham melhores do que todo mundo. – fizeram silêncio e voltaram a caminhar. – Ei! Fiquei sabendo que hoje tem uma balada interessante. Vamos? - Poxa Cláudio! Sabe que não tenho dinheiro pra esse tipo de programa! Mas, uma cervejinha talvez role. - Beleza! Já tenho os dois ingressos aqui. Quando receber você me paga! Os dois riram da situação e continuaram a andar. Logo Cláudio foi para a sua casa e Álex foi para a sua. Álex chegou a sua casa e sentou-se ao pequeno sofá da sala, escu
Álex entrou no ônibus depois de fazer um lanche rápido em um estabelecimento dentro da rodoviária. No caminho, ficou pensando em tudo novamente e como aquilo o que aconteceu no colégio o deixava cada vez mais irritado. Lembrou-se também de seu “subemprego”, porque realmente o que fazia na empresa de materiais de construção não era mesmo um emprego. Trabalhava para o Sr. Costa que era um daqueles velhos chatos que tinha uma loja com uma fachada antiga. Justamente muito parecida com o dono. Uma passada no pensamento pela Rose também foi incondicional. Sempre em momentos que não havia nada para fazer dentro de seu trabalho, o pensamento buscava o rosto magnífico de Rose. Chegando à rodoviária de Aplanador, Álex desceu e logo em seguida já encontrou com seu pai. - Fez boa viagem Álex? – disse ele com uma cara animada para uma notícia de velório. - Sim pai. Foi tranquila. O que está acontecendo para que eu tivesse que perder um dia de trabalho para vir até
O Advogado disse que a morte era iminente e que iria arrumar os papéis para passar tudo ao jovem Álex e assim saiu. O Mordomo da casa se retirou para arrumar algo para os dois herdeiros comerem e se recostarem, pois poderia ser a morte de seu Tio em poucos minutos ou até em alguns dias.No meio da madrugada aconteceu o que já era esperado. O grande e extremamente rico Sr. Sebastião Oliviére havia completado seu ciclo neste mundo e assim morreu. Sebastião e seu filho foram acordados pelo mordomo e se levantaram rapidamente. O médico veio até eles depois que estes já estavam à frente do quarto do seu Tio.- Fizemos tudo o que nos foi possível para que ele morresse sem sofrimento. Embora sua doença já estivesse avançada. – disse ele em condolência aos familiares e herdeiros.- Sabemos que estivera presente em sua vida durante muito tempo e o quanto o
Álex sentou-se dentro do carro e olhou aquele painel a qual ficava sonhando todas as noites, como um sonho de consumo completamente irreal para ele. Trabalhando durante anos talvez pudesse comprar somente um carro usado com quilometragem alta. Tocou o volante com uma profunda paixão. Olhou para o seu pai que naquele momento estava entrando na Limusine, também olhando tudo aquilo com olhos tão brilhantes quanto o interior do carro.- Ei pai! – chamou Álex parando seu carro perto da porta da limusine. – Hoje não vou pra aula, como pode ver mesmo que quiséssemos não chegaríamos antes das 10 horas da manhã.- Sim, sim. Você está certo meu filho. Vou direto para casa e pegar sua mãe, nos encontramos no colégio? – disse ele.- Sim, sim. Você vai ficar com a mansão de Encantos Verdes, não é?- Tenho certeza que sim. &ndash
Abrindo a porta do elevador, uma imensa porta estava à sua frente. Colocou a mão na maçaneta e ela abriu suavemente, quase sem fazer barulho e o chão de pisos negros e reluzentes foi se abrindo à sua frente. Logo viu que seus funcionários o aguardavam. Esperavam por ele, um mordomo, duas cozinheiras e duas faxineiras. Cumprimentou a todos se apresentando e recebendo as apresentações em seguida. - Acho que gostaria de conhecer sua nova residência, não estou certo Sr. Olivier? – disse Frank, o mordomo, com aquela mesma entonação ao ter que mudar repentinamente o sobrenome que há tantos anos pronunciava em outra entonação. - Sim. Gostaria sim. – respondeu com Sofia e Cláudio à “tiracolo”. Frank, o Mordomo, começou a mostrar o grande apartamento. Por onde entraram, logicamente era a sala. Grande e com a vista inteira da cidade pela grande janela de vidro, de um canto a outro. Um sofá bem luxuoso e confortável estava posto diante um grande aparelho de TV, com tudo
Saíram dali e foram para o shopping da cidade para comprar coisas que achariam necessárias para a sua nova vida. Anteriormente, somente viam as vitrines e não possuíam condições para comprar roupas, tênis e outros acessórios. Um guarda-roupa novo é o que estavam pensando, mas, outros artefatos tecnológicos também. Pararam o carro dentro do estacionamento do shopping. O sorriso e a alegria, juntamente com a excitação de todos eles eram contagiantes. Se ninguém soubesse o que havia com eles, diriam na certa que eram jovens rebeldes e drogados. No momento em que entraram, pararam em uma loja de aparelhos eletroeletrônicos. Álex pediu para ver os computadores portáteis. Cláudio ficou ao seu lado. Sofia foi se entreter com os celulares de última geração. Logicamente, em toda a transição feita anteriormente a chegada de Álex à casa de Sebastião, seu Tio, tudo já havia sido arrumado. Com a entrega do testamento e com toda a esperada morte de seu Tio, tudo já estava