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Cap. 6 - De volta à rotina nada convencional

Álex sentou-se dentro do carro e olhou aquele painel a qual ficava sonhando todas as noites, como um sonho de consumo completamente irreal para ele. Trabalhando durante anos talvez pudesse comprar somente um carro usado com quilometragem alta. Tocou o volante com uma profunda paixão. Olhou para o seu pai que naquele momento estava entrando na Limusine, também olhando tudo aquilo com olhos tão brilhantes quanto o interior do carro.

- Ei pai! – chamou Álex parando seu carro perto da porta da limusine. – Hoje não vou pra aula, como pode ver mesmo que quiséssemos não chegaríamos antes das 10 horas da manhã.

- Sim, sim. Você está certo meu filho. Vou direto para casa e pegar sua mãe, nos encontramos no colégio? – disse ele.

- Sim, sim. Você vai ficar com a mansão de Encantos Verdes, não é?

- Tenho certeza que sim. – Respondeu Sebastião sem hesitar.

- Tudo bem então. Estava pensando mesmo nisso, e pensando em ficar com a cobertura do prédio. – disse Álex.

- Perfeito! – disse o pai e depois de alguns segundos continuou: – Não vê meu filho? Acho que a sorte sorriu para nós, finalmente! Ou melhor, sorriu para você afinal! – disse seu pai.

- Sim, é verdade. Estou até meio bobo dentro deste carro! – ficou alguns segundo olhando o interior do carro.

- Bom. Já vou indo. – disse o pai. – Tome cuidado na estrada e não corra! Até mais meu filho!

Sebastião Olivier saiu em sua limusine branca, fechando o vidro do carro. O motorista a frente ficou interessado nesses novos patrões. Álex ficou ali ainda olhando para tudo. O mordomo da casa veio perguntar se estava tudo bem, sendo respondido somente com um balançar de cabeça. Foi começando a andar com seu carro quando teve uma ideia e assim parou novamente.

- Qual o seu nome? – perguntou ao Mordomo.

- Meu nome é André, Sr. Oliviére. – respondeu prontamente.

- André! Irei voltar no final de semana. Gostaria que preparasse uma festa para todos os funcionários. Gostaria de conhecê-los. Poderia organizar tudo isso? Chegarei na hora do almoço.

- Sim senhor! Assim farei! Deseja algo especial? – perguntou parado ao lado do carro sendo escutado por alguns outros funcionários.

- Somente um churrasco, com acompanhamentos e muita bebida para todos se sentirem bem. – disse isso e deu uma piscadela.

- Tudo bem! Farei tudo para que seja feito isso senhor!

- Obrigado! Até o final de semana!

Os funcionários estavam completamente atordoados e divididos. Estavam pesarosos com a morte de seu patrão, que sempre fora amigável e amoroso para com todos que trabalhavam ao seu redor, mas, estavam ansiosos para saber como seriam os novos patrões. Um misto de dor e alegria contagiava a todos os funcionários dos novos bilionários.

Finalmente arrancou com seu carro de motor possante e ronco magnífico. Deu tempo ainda de passar rapidamente pela cidade de Aplanador. Viu que não era ruim aquela cidade. Parou no centro e foi comprar seus cigarros preferidos, pois mesmo sempre sendo fumante, como um garoto rebelde como sempre fora no colégio, ainda assim agora, que moraria longe de seu pai e sua mãe, iria sim continuar com seu vício.

Enquanto estava parado, alguns jovens que matavam aula na praça olharam seu carro e ficaram admirando-o. Tinham a mesma idade que Álex, de forma que bateram palmas e ainda disseram que este sim poderia se “achar” naquele carro. Álex ainda sorriu e parou o carro perto deles.

- Esse é o mais tranquilo que tenho agora. Tentem imaginar os outros. – riu-se e os garotos aplaudiram ainda mais e Álex saiu arrancando e cantando pneus.

A viagem saiu de acordo com o que esperava. Quase chegando a Encantos Verdes viu a limusine de seu pai à sua frente. Ultrapassou e buzinou sendo devolvida a resposta. Foi para o colégio. Logicamente iria parar em frente ao seu colégio para contar as novidades ao seu grande amigo Cláudio. Sem perceber o que aconteceu, parou o grande carro atrás do carro de seu rival. Jeff. Logo seu pai passou e disse que iria buscar sua mãe, dizendo para que segurasse seus irmãos ali.

Álex saiu de perto do carro e ficou um pouco mais distante. Esperou o sinal e a saída do pessoal. Logo saiu sua irmã mais velha junto com a outra irmã mais nova. Em seguida saiu Afonso correndo como sempre e Álex teve que gritar pelo seu nome. Estavam do outro lado do portão do colégio.

- Esperem aqui! Daqui a pouco papai irá passar aqui para pegar vocês. – disse Álex.

- Como assim? – perguntou Fernanda. – Meu pai está de carro?

- Sim. – respondeu secamente olhando ainda para o portão esperando Cláudio sair.

- O que aconteceu em Aplanador? - perguntou Sofia mais responsável.

- Você nem mesmo imagina Sofia. Está vendo aquele carro preto? – perguntou.

- Aquele importado? – espantou-se.

Álex nem falou nada, somente mostrou a chave dependurada em sua mão de forma discreta. Na verdade todos olhavam para o carro, passavam perto, olhavam seu interior, visto a janela estar aberta, pois seu dono estava perto se houvesse qualquer problema. Logo percebeu que Cláudio estava saindo e logo atrás veio a “turminha” de Jeff. Todos pararam à porta do colégio. Todos olharam para o carro preto estacionado perto do carro de Jeff, que devemos dizer, ficou velho e quase sem potência.

- Ei Cláudio! – gritou Álex do outro lado da rua fazendo-o olhar e correr até ele.

- Ei meu caro! – disse cumprimentando como sempre faziam. – Passei em sua casa na sexta e sua mãe disse que tinha viajado a Aplanador. Deu tudo certo lá com seu Tio?

- Sim, sim. Mais do que certo, se não fosse eu ter conhecido o velho no mesmo dia em que ele morreu. – disse pesadamente. - Mas, dê uma olhada! – disse Álex somente com os olhos indicando o “super carro” estacionado logo à frente.

- O que? – disse Cláudio. – Eu vi esse carro. É show! Deve custar uma nota. – concluiu vendo todos olharem para ele.

- Pois é Cláudio. Dê uma olhada aqui! – fazendo-o virar e perceber a chave pela metade, pois estava escondida no bolso de sua calça.

- Meu Deus do céu Álex! – disse isso tão alto que seu amigo teve que contê-lo.

- Não dê bandeira ainda cara! Espere mais um pouco. – disse Álex agora olhando para o carro e vendo que Jeff deu uma boa olhada nele.

Todos os amigos de Jeff, incluindo ele, olharam para o carro com admiração. Alguns deles foram até perto para ver o seu interior, mas Jeff era arrogante demais para ir olhar de perto. Ele e seu irmão somente pararam perto de seus carros olhando-o de longe. Alguns momentos depois, ao longe na esquina, aparece uma grande limusine branca, tão grande que quase não conseguiu virar se não fosse a capacidade do motorista em fazer a manobra. Veio devagar e parou a porta de trás bem ao meio do carro de Jeff e Álex.

- Papai chegou. – disse Álex deixando seus irmãos e Cláudio quietos sem entender nada.

A figura de Sebastião apareceu na janela da limusine.

- Venham crianças! Vamos conhecer nossa casa nova! – disse com sorriso ao rosto agora abrindo a porta para que as crianças entrassem.

Afonso e Fernanda ficaram alguns segundos parados com um sorriso bobo ao rosto e olharam para mim.

- Vão! Papai está chamando vocês! – disse Álex.

Não demorou muito e assim eles correram para o encontro com seu pai. Nesse momento era impossível não notar que toda aquela rua estava parada, nenhum movimento era feito, estavam imóveis e todos olhavam de boca aberta para o que estava acontecendo. Sebastião era um simples zelador e todos os seus filhos eram bolsistas naquele colégio. Alguns professores já estavam de saída também e não deixaram de notar o que estava acontecendo. Logo a diretora do colégio foi avisada e estava saindo ao encontro de tudo aquilo que estava acontecendo.

Vendo isso, Sebastião, que não havia ligado nem mesmo para avisar o que havia acontecido, somente olhou para a Diretora que estava à porta do colégio do outro lado do carro, e disse:

- Me desculpe por não ter avisado. Agradeço este tempo que trabalhei neste colégio. Como vê, estive ocupado resolvendo questões familiares e assim que possível, virei para acertar as mensalidades de meus filhos. Então, tenha um bom dia! – disse isso e já com os dois filhos menores dentro do carro, percebeu que Sofia não havia entrado, ainda estava parada ao lado de Álex. – Sofia? Você não vem?

- Acho que gostaria de ir com Álex. Pode ser Álex? – disse agora perguntando a seu irmão.

- Mas é claro! Sei que irá ficar melhor comigo do que com eles! – disse e riu disso também tirando risos de seu pai.

Somente o que se ouvia naquela rua eram as conversas dos Olivier e nada mais. Estavam realmente todos de boca aberta.

- Bom, então vamos também? – perguntou Álex dando o primeiro passo em direção ao carro.

- Mas, pra onde vamos? – disse Cláudio seguindo-o acompanhado de perto por Sofia.

- Fica quieto e entra no carro. – disse Álex com um sorriso misterioso nos lábios.

Foram entrando um a um no carro. Cláudio atrás e Sofia ao lado de Álex à frente. Deu a partida e o ronco “estremeceu” o silêncio. Todos ainda estavam parados, totalmente admirados em ver aquela cena. O Sr. Sebastião numa limusine branca pegou os filhos bolsistas e ainda pediu demissão na frente de todos os que estavam ali, dizendo ainda que iria acertar as mensalidades de seus filhos e, isso, quando pudesse! Álex, que sempre andara a pé, estava agora dirigindo um Mustang importado e muito potente! Não era de se admirar que todos ficassem parados ali e completamente sem ação!

Acelerou o carro e passou à frente de Jeff que se mordia de raiva. Ficaram realmente sem ação e somente podia-se ver o rosto de raiva de Jeff.

Depois de algum tempo andando pelas ruas de Encantos Verdes e atrás da limusine de seu pai à frente, Álex virou a uma rua ao contrário do que seu pai continuava.

- Para onde vamos? – perguntou Sofia.

- Pode me deixar na próxima esquina Álex! – disse Cláudio.

- Não Cláudio! Vou lhe mostrar onde é minha casa agora!

- Mas papai virou na esquina anterior! – disse Sofia virando-se para trás num gesto de tentar informar o ocorrido.

- Também não Sofia. Vou morar sozinho e pela sua escolha de vir comigo, papai entendeu que irá morar junto comigo!

Os dois ficaram quietos e nem ao menos fizeram questão em perguntar. Depois de algum tempo, chegaram até o prédio mais luxuoso da cidade. “Flat Oliviére”.

- Tudo faz sentido agora! – disse Cláudio. – Você herdou do seu Tio um apartamento nesse prédio e esse carro e seu pai ficou com a Limusine!

- Em partes! – respondeu Álex parando perto da guarita.

- Olá! Que posso ajudá-los? – perguntou o segurança com cara de poucos amigos numa voz polifônica protegida por vidros.

- Bom dia! Sou Alexandre Olivier, sobrinho de Sebastião Oliviére.

- Olá! Bom dia! Tenho que lhe dizer em nome de todos os funcionários do prédio que sentimos muito pela perda de seu Tio. Ele era um homem muito bom para todos nós e também estamos muito tristes com o ocorrido. – disse ele com outro ar, mas com um belo sorriso ao rosto, o que pareceu pelo tom de sua voz, embora não se podia vê-lo através dos vidros fumês da guarita. – Fui informado que o jovem Sr. Olivier, - disse modificando o tom sem o acento que Oliviére possuía - iria chegar hoje para conhecer seu apartamento. Vou ligar a seu apartamento e dizer que está subindo.

- Muito Obrigado, Senhor? – disse Álex em tom de pergunta para saber o nome de seu funcionário.

- Miranda! Pode me chamar de Miranda. Era assim como seu Tio me chamava. – disse todo resplandecente em ser questionado pelo seu nome logo no primeiro dia.

- Tudo bem Miranda, tenha um bom dia! – disse Álex.

- Muito obrigado e para o senhor também Sr. Olivier! – disse abrindo a garagem.

- Senhor? – perguntou Cláudio. – Parece até que é seu funcionário. – disse rindo.

- E é! – respondeu Álex.

- Como assim? – perguntaram os dois ao mesmo tempo.

- Não herdei o apartamento, ou melhor, a cobertura. – disse.

- Não herdou? – perguntou Sofia. – O que herdou então?

- Cobertura? – perguntou Cláudio.

- Herdei o prédio inteiro! E trata-se de um prédio de aluguel! E sim, iremos morar na cobertura de dois andares e com heliporto! – disse Álex empolgado procurando a vaga escrita na parede “cobertura”.

- Meu Deus! – disse Sofia, pois era a única que conseguia falar diante tudo aquilo. – Então se tem heliporto quer dizer que...que...

- Sim! Tenho um helicóptero também! – disse Álex e riu-se como se já estivesse acostumado com tudo aquilo.

Álex encontrou o local onde era o seu lugar de estacionar. Tratava-se não somente de um lugar, mas um lado inteiro do estacionamento e alguns carros estavam ali parados com capas protetoras todas iguais. Havia cinco carros ali, num total de dez vagas, onde estavam escritas “Cobertura” e logo abaixo com marca de que havia sido corrigido os acentos, de “Oliviére” para “Olivier”.

- Não me diga que esses carros são seus? – disse Cláudio descendo do carro e não deixando de notar.

Dentre eles, havia dois carros cobertos bem grandes, um carro de tamanho normal e outros dois bem baixos.

- Pelo jeito são sim. – disse Álex de forma preocupada.

- Não quer vê-los? – disse Cláudio quase implorando para olhar em baixo daquelas capas.

- Agora não. Já sei quais devem ser. – disse ele parando enquanto andava até o elevador. – Precisa ver a garagem na mansão em Aplanador! – disse rindo.

- Temos casa em Aplanador? – perguntou Sofia mostrando o mínimo de interesse, mais por estar anestesiada do que realmente falta de interesse.

- Sim! – respondeu. – E outras em alguns países por aí! Acredita?

- Álex! – disse Cláudio quando entraram no elevador que já se mostrava extremamente luxuoso. – Me diga! Eu estou sonhando?

- Eu é que deveria me perguntar isso Cláudio! – disse Álex olhando para cima vendo que estavam no meio do prédio.

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