Kiara Raffaello
Bato na porta a primeira vez, espero uma resposta mas ela não vem. Bato uma segunda vez, espero um pouco por resposta mas não ouço nada, suspiro e abro a porta devagar colocando minha cabeça para dentro do quarto. Então eu a vejo, ela está deitada na cama, de olhos abertos olhando para o teto com as mãos ao lado do corpo. Abro a porta, ela se assusta como se tivesse com a cabeça tão longe que ao menos tinha escutado eu bater na porta. Assim que ela me vê arregala os olhos e se senta na cama, arrumando o lençol nas suas pernas. — Oi, tudo bem? Eu me chamo Kiara. — Pergunto mas não obtenho resposta, me aproximo. — Eu trouxe comida, está com fome? — Sim! — Ela fala me deixando aliviada. Ando até ela e me sento ao seu lado, coloco o parto e xícara em cima da mesinha de cabeceira. — Eu espero que você não se importe de dividir essa comida comigo, trouxe para nós duas. — Falo com um pequeno sorriso, tentando soar amigável. — Mas se você estiver com muita fome ou não gostar de algo que esteja nesse prato, eu posso ir lá em baixo e pegar outras coisas. — Não precisa, tudo o que está no prato eu gosto! — Ela fala calmamente, observo ela pegar o pão e começa a comer. Assinto e pego um pão com queijo, pão dando uma bela de uma mordida, enquanto ela come analiso a criança. Meu Deus. É óbvio que ela é filha do Vittorio, a menina é a cara dele. Formato do rosto e a cor dos olhos. Na verdade a cor dos olhos é idêntica, seus cabelos são cacheados e lindos. Ela é a cópia perfeita dele. Graças ao bom Deus, não me parece uma criança que apanhava ou era maltratada. — Seu pai me cortou o que aconteceu com a sua mãe, eu sinto muito! — Murmuro e ela continua olhando fixamente para comida. — Eu também perdi a minha mãe, na verdade eu perdi os meus pais no mesmo dia em um incêndio criminoso. Pela primeira vez desde que estamos uma de frente para a outra, eu vejo a confusão nos seus olhos. — A mulher que estava com o Vittorio…meu pai ela não é — A mulher lá embaixo é minha mãe de sangue, mas eu tive uma mãe adotiva. — Falo e vejo seus olhinhos curiosos sobre mim, ela está confusa. — A história é grande e meio confusa, se você quiser saber eu posso contar. — Falo esperando uma resposta, mas ela só volta a olhar para o prato, suspiro pego outro pãozinho. — Minha mãe falou que você é casada com o meu pai. — Ela fala e me olha outra vez. — Porque vocês não moram juntos? Jogo minha cabeça para o lado e mordo o canto da minha boca tentando formular uma resposta normal, como essa menina é esperta Jesus. Olho para ela, em seus olhos eu vejo cansaço, tristeza e dor. Não vale a pena mentir. Ela não merece isso. — Eu e seu pai já fomos muito felizes, existiu muito amor entre nós dois…mas decidimos que o melhor era cada um ir para o seu lado. — Falo — Ele é um homem mau? — Arregalo os meus olhos. — Não! Quem te disse que o Vittorio é mau? — Questiono e ela dá de ombros. — Minha tia. — Fala e eu nego. — Ela falou que se ele não me quisesse, iria me vender para outro e que todos eles eram mau que nem o Vittorio. Que mulher mais vagabunda, dissimulada e nojenta. Como alguém tem coragem de falar algo assim para uma criança? — Vittorio vai ser o melhor pai do mundo. E ser ele não for, eu e minha frigideira iremos ter uma conversa com ele. — Falo e pela primeira vez vejo um pequeno ar de sorriso nos lábios. Mas logo ela volta a ficar séria, seu sorriso morre e seus olhos enchem de lágrimas. — Minha mamãe também me falou que ele seria um ótimo pai para mim, também me falou que você seria minha segunda mãe e que ela sabia que vocês dois juntos, iriam cuidar bem de mim. — Engulo em seco com a sua fala. — Quando a sua mãe morreu? — Questiono. — Ontem. — Ela fala e eu arregalo os meus olhos. — Ela morreu ontem, eu não me lembro o horário mas já estava de dia e eu não tinha almoçado ainda. — Na Itália? Sua mãe morreu na Itália?— Questiono confusa. — Sim. — Ela fala e pega a xícara tomando um gole de chocolate quente. — E sua tia te colocou em um voo de onze horas sem ao menos deixar você enterrar a sua mãe? — Questiono vendo os seus olhos já cheios de lágrimas quase transbordando. — Ela disse que não tinha dinheiro, que comprou o voo mais barato que tinha. — Ela murmura. — Ela disse que deixaria o corpo da minha mãe para ser enterrado como o indigente. — Sua mãe não vai ser enterrada como indigente e você irá se despedir dela, ok? — Questiono e ela assente. — Falarei sobre isso com o seu pai, tenho certeza que ele concordará comigo. — E se ele não for o meu pai? — Questiona e eu nego. — Minha tia me disse que minha mãe era uma mulher ruim e — Sua tia mentiu, meu amor! Ela mentiu, sua mãe era a melhor pessoa do mundo, tenho certeza que ela te ama e vai cuidar de você lá no céu para sempre. — Falo e ela continua me olhando com atenção. — Esquece tudo o que a sua tia falou, Vittorio é sim o seu pai. — Tem certeza? — Questiona e eu assinto com firmeza. — O que sua mamãe falou sobre mim ou do seu pai para você? — Questiono. — Falo ele é um homem bom, que quando ela fosse embora eu iria ficar com o meu pai, que eu devia contar tudo o que aconteceu com ela e ele iria cuidar de mim. — Ela fala e eu assinto. — Ela me mostrava fotos dele, eu vi fotos do casamento de vocês em todas as revistas. — Sério,você achou meu vestido bonito? — Questiono tentando descontrair e ela assente. — Você parecia uma princesa! Eu e mamãe adoramos o daquela mulher, que é sua amiga. — Ela fala e eu assinto. — Ela é minha melhor amiga, mãe dos seus primos e mulher do Rocco, irmão do seu tio. — Falo e ela assente. — Eu fiquei com tanto medo, pedi para mamãe não me deixar, todo mundo fala que madrasta é ruim. — Ela fala e eu nego. — Eu jamais faria algo de ruim contra você, princesa! — Falo e ela assente e boceja, deve agora que está alimentada deve ter dado sono novamente. — Dorme, irei descer e falar com o seu pai para irmos até a Itália, pegar os seus documentos e enterrar a sua mãe. Ok? — Tá bom, Kiara! — Ela fala. Então eu pego o prato, me levanto e vejo ela se deitar e fechar os olhos, o remédio deve ser bem forte mesmo. Saio do seu quarto, ando pelo grande corredor e desço as escadas, vou direto para a cozinha encontrando os três, coloco o prato vazio em cima da mesa e olho para Vittorio. — Aquela criança precisa de você, Vittorio. Você não pode em hipótese alguma a jogar na porra de um colégio interno ou convento. — Falo com seriedade. — E cadê a vadia da tia dela? Preciso ensinar para ela que é bom ter respeito aos falecidos e cuidado com a sobrinha dela. — Você acha que eu deixaria aquela vadia viva? — Ele fala e eu vejo sua mandíbula travada. — Ela queria me vender a menina, disse que se eu não aceitasse, venderia para outro que tivesse interesse em crianças. — Nojenta! — Escuto a voz da Olívia. — Espero que esteja no colo do capeta! — Também temos que voltar para a Itália, a vadia da tia ao menos deixou a menina se despedir da mãe dela. — Falo com seriedade. — Temos que enterrar ela em um lugar bom, para que no futuro sua filha possa visitar a mãe e levar os filhos para conhecer a avó.E se você não quiser fazer isso, eu farei! — Onde aquela criança for, eu irei! — Ele fala e eu assinto. — Ok. — Falo e relaxo, olho para o lado vendo Vladimir e Olívia me encarando, engulo em seco e volto a olhar para Vittorio. — Eu já estou indo, fiz a reservar em um hotel e irei dormir nele esta noite. — Falo e vejo ele arquear a sobrancelhas. — Amanhã cedo venho para tomarmos café e falamos sobre a sua filha, irei agilizar tudo sobre o velório e a documentação dela com os meus contatos na Itália. — Filha, não faça assim… você pode dormir lá em casa e nós podemos conversar, comer bolo e tomar chá. — Olívia fala e eu nego a encarando. — O filho de vocês é o Vittorio e não eu, Olivia. — Falo e ela morde os lábios, acho que segurando as lágrimas. Me viro e saio da casa do Vittorio, vou até o carro que já estava me esperando e entro nele novamente, falo o nome do hotel para o motorista e ele começa a dirigir. ***** Estou na hidromassagem sentindo a água quente aquecer a minha pele, relaxo com a água quentinha e quando me dou por satisfeita saiu da água e entro no meu quarto somente de roupão. Quase caiu para trás quando vejo Vittorio bem ali no meio do quarto, sentado em uma cadeira perto da varanda fumando a porra de um charuto fedido para um caralho. — Ah, não. Pelo amor de Deus, o que você está fazendo aqui, Vittorio? — Questiono parada, me mantendo bem longe dele. — Temos que conversar, Afrodite! — Ele fala e eu nego veementemente. — Temos sim, meu amor! — Não me chame de “meu amor, você perdeu esse direito a maldito dois anos, porra! — Falo com seriedade. — Tudo o que temos que conversar pode ser falado amanhã, agora eu estou com sono e — Você irá voltar para a nossa casa comigo e agora! — Vittorio fala com seriedade, suspiro negando. — Ou Vittorio, eu não quero travar essa guerra com você agora, mas se for preciso eu posso pegar a minha munição e te garanto que não é pouca. — Falo cortante. Vittorio fuma a porra do charuto, traga e solta a fumaça aos poucos, seus olhos ainda estão fixos em mim. — Eu não assinarei o pedido de divórcio, se é isso o que você acha que temos que conversar. — Fala e eu dou de ombros. — Tá bom meu requerido, o juiz assinará por você! Agora sai do meu quarto e vá embora. — Falo e ele solta a fumaça abrindo um sorriso cretino. — Se esse juiz desejar ser morto, ele com toda certeza irá mexer nisso. — Fala e eu nego rindo. Vendo que a minha risada mexe com ele o desestabiliza. — Você é o Don na Rússia, mas seu irmão é o Dom da Itália e adivinha só? Lá na Itália é o Alessandro que manda e obedece quem tem juízo, ele já falou que irá me ajudar a ter o meu tão sonhado divórcio. — Falo, vejo pela sua mandíbula trincada que isso o incomoda, mas o desgraçado disfarça bem. — Uma porra que ele vai, Alessandro não é doido! — Ele fala e sua voz fica mais sóbria.— Eu sou capaz de esquecer que ele tem meu sangue e cometer uma chacina, naquela porra de país. Engulo em seco, pois pelo seu tom de voz ele não demonstra brincadeira. É triste pensar que esse Vittorio eu não reconheço mais e no final, meu pai conseguiu o Don que ele sempre quis. — Eu não me importo, Don Vittorio. — Falo com a maior frieza do mundo, não lhe dando brecha para ver as minhas emoções. — Vai lá, mata todo mundo só para me ter ao seu lado, te odiando e desejando a sua morte. Eu posso te dar as balas e munição. Eu vejo que a minha fala faz com que pela primeira vez ele oscile e deixe sua emoção reaparecer. Respiro fundo e ando até a minha cama onde está a minha mala e pego um conjunto de moletom. — Não é justo como você está tratando a sua mãe. — Ele fala e eu sorrio ironicamente. — Ela te ama e seu pai também. — Os meus pais que nunca me abandonam, nunca abriram mão de mim e sempre estavam do meu lado mesmo eu sendo uma filha da puta, morreram queimados e eu tive que ir até o Brasil reconhecer os corpos, eles sim nunca me abandonaram. — Falo com seriedade. — Você sabe muito bem que você foi sequestrada e tivemos que — Chega! Não aja como se eu fosse a menina inocente que precisou que todos se colocassem em riscos. — Falo e solto uma risada irônica. — Você caiu na pilha do Vladimir, deixou ele entrar na sua cabeça e olha só no que deu. Olho para a roupa em minha mão, ele já me viu nua um milhão de vezes, então eu simplesmente deixo a toalha cair. Com rapidez visto a calça rapidamente e depois a blusa, sem olhar para ele eu vou até a porta e abro vendo três seguranças e me viro olhando para Vittorio. — Estou cansada, preciso dormir e você está atrapalhando, pode se retirar!? — Falo olhando em seus olhos. Vittorio se levanta, anda até mim calmamente e seus olhos transmitem um ar sério, do tipo “eu sou a presa” Quando ele está tão perto de mim que nossas respirações se misturam, eu me recuso dar um passo para trás. — Amanhã, às 9h o motorista estará aqui para te buscar e levar você até mim, esteja lá em casa com todas as suas malas e não teste a porra da minha paciência, Kiara! Você não sabe o que eu sou capaz de fazer. — Ele fala com seriedade. Engulo em seco e ele sai, eu bato a porta e travo com o trinco, pau no cu dele! Me afasto da porta, ando até a cama e me jogo nela me enrolando no lençol, ele que lute! Porque ele também não sabe o que eu sou capaz de fazer.Kiara Raffaello — Você está brincando com fogo, Kiara! — Escuto Pavel falar assim que eu saio do elevador. — Vocês está testando os limites dele, não sabe o que ele é capaz de fazer agora. — Olá, Pavel. — Falo para o homem na minha frente. — Eu sei o que ele é capaz de fazer, também sei que ele não é louco. Enquanto eu passava pela porra de um tratamento intenso, Pavel sempre estava ao meu lado, sendo meu mentor, segurança particular e com o tempo amigo. Criamos uma relação boa, quando eu estava esgotada ele desligava o rádio e me levava para um lugar longe de todos que me permitia extravasar toda a minha dor. E só eu e ele sabíamos sobre isso. — Cadê as suas malas, Kiara? — Ele pergunta e eu dou de ombros. — Está lá em cima e ninguém irá tirar ela de lá. — Falo olhando seriamente para Pavel, ele suspira cansado e balanca a cabeça em negação. — Vamos, meu querido? Pavel não responde nada, saímos do hotel do silêncio, quando chegamos perto do carro ele abre a porta do ca
Kiara Raffaello — Kiara, me perdoa eu…— Vladimir vai falando assim que me vê saindo da sala de jantar, ergo minha mão em um sinal para que ele se cale.— Não! Eu não quero falar com você, não agora, quando estou tão brava. Meu pai e minha mãe nunca me bateram,eles nunca encostaram um dedo em mim. — Falo com seriedade. — Imagina depois dos meus vinte anos, eu viver apanhando dos meus pais que diziam me amar e depois que conseguiram alguém para o trono deles, me abandonaram na primeira oportunidade.— Você está sendo injusta conosco, fizemos isso para o seu bem. — Olívia fala e só então eu percebo que ela está logo atrás dele.— Que estavam correndo risco de vida todo mundo sabe, inclusive eu fui sequestrada, torturada e passei por situações que somente eu e Deus sabemos. Mas eu nunca pedi para cair fora e estava honrando a minha promessa, que eu fiz com sangue. — Questiono com ironia. — O que fizemos foi o melhor e mais seguro, tudo o que fizemos foi para a sua segurança. — Ela fala
Kiara Raffaello — Então está tudo certinho? — Questiono e ele assente. — Tudo certo com a contabilidade e tudo certo em relação ao enterro! — Ele fala com calma. — Muito obrigado! — Falo e ele assente. — Esses dois dias, estão parecendo um ano! Eu só quero resolver tudo isso e poder voltar logo para a nossa casita. — Aquele homem não parece disposto a te deixar ficar aqui sem ele. — Lucas fala e eu dou de ombros. — Aquele homem e a opinião dele é insignificante, para mim! — Falo com seriedade. — Tem algo a mais para me falar? — Não, agora irei para meu quarto e dormirei embaixo da cama. — Sorrio negando. — Bobo! Ele não é nem louco de fazer algo contra você. — Falo me levantando da cadeira pronta para sair. Lucas vai para o quarto dele e eu vou para o quarto que eu escutei as meninas conversando, abro a porta devagar vendo Giuliana dormindo calmamente, sorrio e encosto a porta. Desço as escadas escutando um falatório na cozinha e vou direto para lá, encontrando Afro
Kiara Raffaello Sorri complacente ao ver Rocco, Afrodite, Aurora, Alessandro, Antonella e a mãe dos meninos.Vittorio está em pé ao lado do caixão, olhando fixamente para Giulia que caminha até o caixão da mãe com uma rosa branca nas mãos.Ela se aproxima delicadamente, ergue a cabeça e olha para o rosto da mãe, que já está pálida, sem vida e seus olhos fechados.Observo Vittorio se aproximar da filha, colocar a mão em seu ombro e falar algo para ela, vou até Aurora e Alessandro e fico só lado do Capô que olha a cena sem demonstrar emoção.— Meu Deus, ele realmente tem uma filha! — Aurora fala em choque.— Eu tive a mesma reação quando vi a pequena! — Falo e ela suspira. — Pena que as circunstâncias, não são as melhores.— Eu me lembro da Cristal, trabalhava em uma das nossas boates. — Alessandro fala chamando a minha atenção para o assunto. — Eu mesmo assinei a carta de demissão, ela era fixada como dançarina e ganhava bem, um dia Vittorio viu ela dançando, decidiu que a queria e
Kiara Raffaello Pulo da cama logo cedinho e vou direto para o banheiro, tomo banho bem quentinho e visto uma calça legging, blusa de lã já que está frio e uma bota de cano longo, faço minha higiene matinal e quando termino saiu do quarto com minha bolsa. Desço as escadas e não me surpreendo ao ver Vittorio desmontando uma arma na sala de estar e a limpando. Porra são nove da manhã, ele não dormiu? — Bom dia! — Falo e passo direto para a cozinha. Sorrio ao ver que minha cafetera que já está programada para fazer café sozinha, ela já fez o meu cafezinho, me sinto tão amada com isso. Pego uma xícara que eu ganhei dos meus babys, me sirvo de café e me viro, ficando encostada na bancada, tomo meu café calmamente e quando termino saiu da cozinha indo para a sala, vendo o bonito ainda sentado no sofá. Escultor um barulho na porta e quando olho, vejo o casal vinte, vindo sorrindo, se beijando e falando baixinho. Eles sim são a minha meta de relacionamento. — Bom dia, casal vi
Kiara Raffaello Entro dentro de casa e escuto risadas, sorrio e entro de fininho, a cena na minha frente faz o meu coração aquecer, Vittorio e Giulia estão vendo “O Rei leão” comendo pipoca e bebendo chocolate quente. — Boa noite! — Falo e na mesma hora Giulia se vira e eu vejo um sorriso no rosto da menina, fico feliz com isso. — Tia Kiara, vem ver o desenho com a gente! — Giulia me chama com a sua voz super fofinha, eu penso em negar, subir direto para o meu quarto mas o brilho nos seus olhos me contagiou. — Claro! — Falo e ando até ela me sentando ao seu lado. Ela pega o balde de pipoca do Vittorio e coloca entre mim e ela, fazendo ele nos olhar feio, fingindo está bravo, sorrio e olho para a TV — Esse é o meu filme preferido da Disney! — Falo e ela me olha chocada. — O meu também! — Fala. — Eu amo os três, mas o último filme é o que eu mais amo. — O do Kovu? É o meu preferido também. — Falo e ela rir. — Podemos prestar atenção no filme, mocinhas? — Vittorio f
Kiara Raffaello A porta é aberta, eu me viro vendo os três entrar, olho primeiramente para o rosto de Rocco e ele desvia os olhos do meu. Isso significa que as coisas não são boas. — Kiara, eu entrei em um acordo muito difícil com o Vittorio e quero dizer que isso não vai ser fácil para mim! — Alessandro começa a falar. — Você ficará um ano na Rússia, sob o comando do Vittorio. Terá que obedecer às ordens dele, será prisioneira dele. Depois de um ano, a traremos de volta se assim você quiser. Ele não pode te agredir, te forçar a nada que você não queira e nem te manter presa. Você terá liberdade para trabalhar, nos visitar depois que for liberada por ele e manteremos contato. — Você… você só pode está de brincadeira, né? — Falo e ele nega. — Você fez merda, porra! — Alessandro fala. — Essa é a lei, a nossa lei e sinto muito que você não sabia. — Isso é injusto! — Afrodite fala segurando a minha mão com força. — Seguranças, peguem a senhorita Raffaello agora mesmo e a leve
Kiara Raffaello Duas semanas! Hoje faz a porra de duas semanas que eu estou na Russia, duas semanas que a unica coisa que eu faço é acordar, levantar da cama, tomar banho, voltar para cama, trabalhar e ver TV o dia todo.Ultimamente até para comer é difícil, pois eu não sinto a mínima vontade, tudo tem sido complicado.Tenho trabalhado pelo notebook, tem sido difícil explicar para as pessoas o motivo de eu ter me mudado para a casa do meu “ex” marido que me traiu diversas vezes.Os sites de fofocas especulam sobre isso, o nome dos Rafaellos é algo grande, causa alvoroço e essa notícia sobre mim tem causado tantas piadinhas, o pessoal cai matando, falando coisas horríveis sobre mim. Eu virei chacota. E a piadinha mais nojenta é “Pelo green card, até milhares de chifres dá para aguentar”— Senhora? — Olho para trás e só então percebo a senhora que me traz comidas todos os dias, ela está me olhando com um olhar de alívio. — Meu Deus, me desculpe, mas…que alívio de ver você bem, aqui es