Capítulo 6

Kiara Raffaello

Sorri complacente ao ver Rocco, Afrodite, Aurora, Alessandro, Antonella e a mãe dos meninos.

Vittorio está em pé ao lado do caixão, olhando fixamente para Giulia que caminha até o caixão da mãe com uma rosa branca nas mãos.

Ela se aproxima delicadamente, ergue a cabeça e olha para o rosto da mãe, que já está pálida, sem vida e seus olhos fechados.

Observo Vittorio se aproximar da filha, colocar a mão em seu ombro e falar algo para ela, vou até Aurora e Alessandro e fico só lado do Capô que olha a cena sem demonstrar emoção.

— Meu Deus, ele realmente tem uma filha! — Aurora fala em choque.

— Eu tive a mesma reação quando vi a pequena! — Falo e ela suspira. — Pena que as circunstâncias, não são as melhores.

— Eu me lembro da Cristal, trabalhava em uma das nossas boates. — Alessandro fala chamando a minha atenção para o assunto. — Eu mesmo assinei a carta de demissão, ela era fixada como dançarina e ganhava bem, um dia Vittorio viu ela dançando, decidiu que a queria e o resto vocês já sabem. Então um dia ela pediu a demissão, disse que estava grávida e não poderia trabalhar, quando eu perguntei se era do Vittorio ela respondeu com muita convicção que não e sim de um ficante.

— Ela já estava grávida do Vittorio! — Falo e ele assente

— Ela era fixa do Vittorio. Eles tinham uma contrato e a multa era milionária, com dó por saber da situação atual dela deixei a situação oculta. — Fala. — Eu só falei para ele que ela tinha deixado a vida, tinha outras mulheres e ele nem ligou.

— Que loucura! — Murmuro.

— Meu pai…— Olho para frente vendo Vittorio com a Giulia em seu colo olhando para nós, seus olhos estão molhados e soa voz está sofrida. — Minha mãe antes de morrer me disse que vocês seriam minha família e disse que eu deveria me apresentar. Meu nome é Giulia, tenho seus anos e sou órfã de mãe e eu quero dizer algumas coisas sobre ela.

— Oh meu Deus! — Escuto o choro, olho para o lado vendo a mãe dos meninos já aos prantos e Afrodite também.

— Ela é a pessoa mais especial da minha vida! Mamãe me ensinou tudo o que eu sei hoje, me ensinou a nunca mentir, ser grata pela vida, pela saúde e por cada novo dia que abrimos os nossos olhos e podemos contemplar as maravilhas que o nosso Deus nos oferece. — Ela fala e eu vejo as lágrimas escorrendo, juntamente com a sua voz entrecortada. — Mamãe me ensinou a admirar o mar, o céu e estrelas. Ela me ensinou que tudo o que eu quisesse pedir a Deus, eu deveria pedir no pôr do sol, pois quando ele fosse encontrar com Deus, ele levaria o meu pedido, ela disse que aprendeu isso com o seu cantor preferido. Minha mãe foi forte até o último minuto e fez de tudo para que eu não ficasse sozinha no mundo. Ela foi incrível.

— Tenho certeza que ela foi muito guerreira! — Rocco fala e Giulia dá um pequeno sorriso para ele e então olha para o caixão da mãe que está aberto.

— Obrigado por tudo mamãe! Obrigado mais ainda por ter ido somente quando teve certeza que eu não estaria sozinha! — Ela fala afunda o rosto no pescoço do pai e chora copiosamente.

Vittorio anda até mim, ficando ao meu lado, eu seguro na mão da Giulia e dou um beijo, mas ela continua com o rosto afundando no pescoço do paim

O pastor fala algumas palavras, depois faz uma oração e diz mais palavras bonitas, mas nada com o que se compare com as palavras da Giulia.

Então chega a hora de colocar o caixão na cova, os homens aos poucos vai abaixando o caixão vai se abaixando.

Giulia não vê essa cena e eu até prefiro assim, somente quando o caixão já está fechado, cada um de nós leva a sua rosa e j**a na cova.

Com carinho e cuidado, eu tiro ela dos braços do Vitório e levo ela até a cova, Giulia j**a a rosa e volta a afundar o rosto no meu pescoço chorando bastante.

Me viro e olho para Vittorio, ele entende o que eu quero dizer e então eu saio com ela direto para fora do cemitério, não quero que ela nem mais um segundo aqui.

******

— Como ela está? — Pergunto assim que Vittorio entra na cozinha.

— Giulia só parou de chorar quando dormiu.— Ele fala e pela primeira vez eu vejo alguma emoção em seus olhos. — A vida é injusta para caralho! Tirou a mãe dela com uma doença fodida e trouxe ela para mim, um fodido que leva uma vida fodida.

Respiro fundo e solto a minha respiração aos poucos, volto a mexer o arroz que está no fogo e quando vejo que já está quase seco desligo e me viro para Vittorio.

— Eu não sei mais o que falar ou dizer, mas aquela criança precisa de você! — Falo. — E o Vittorio que eu conheci a anos atrás precisa voltar, ele precisa voltar para aquela menininha que está sofrendo.

— Ele morreu! — Fala olhando em meus olhos e eu nego.

— Não, ele não morreu! — Falo com seriedade. — Ele só está escondido, deixando o Vittorio bandido aparecer, aquela criança precisa de amor e carinho, precisa de colo, de um pai e você precisa dar isso e muito mais para ela.

— Você já viu a vida de merda que eu levo, porra? — Suspiro.

— Já sim, Vittorio. Essa é a mesma vida que Alessandro e Rocco levam, eles são ótimos pais e marido. — Falo e vejo que isso lhe tira os argumentos. — Quanto tempo pretende ficar?

— Eu iria embora amanhã, mas ela precisa de família! — Ele fala e eu assinto. — Também irei resolver toda papelada legal, como ela nasceu aqui tenho que está presente.

— Ok! — Falo, eu posso me arrepender amargamente do que eu irei dizer, mas não tem muito a ser feito.— Você pode dormir aqui, pode escolher entre o quarto que sua filha está ou no que fica ao lado dela, para se manter perto dela, já que eu terei que trabalhar e não terei tempo.

— Ok. — Ele fala e eu assinto.

— Boa noite! — A voz de Lucas soa e eu sorrio vendo meu amigo vim até mim com seu sorriso galanteador. — Boa noite gata!

— Boa noite gatinho. — Falo e ele nega indo até a geladeira.

— Você mora aqui a quanto tempo, Lucas? Não pretende voltar para os Estados Unidos? — Vittorio pergunta.

— Moro aqui há dois anos e não pretendo ir embora. — Ele fala e pisca para mim. — Mas pode ficar relaxado, eu não ofereço nenhum risco para você! Essa mulher é uma irmã para mim, se tivesse que ter acontecido algo, iria ser nesses dois anos, mas não aconteceu e nunca vai acontecer.

Quase engasgo com suas palavras, mas amei que Lucas finalmente tomou coragem.

— E como eu posso confiar na sua palavras? — Vittorio pergunta com uma certa ironia.

— Pelo amor de Deus, essa mulher é minha irmã, uma amiga e confidente! — Lucas fala com seriedade. — Jamais perderia isso por uma noite, senhor Raffaello!

— Lucas! — Falo com seriedade e meu amigo desvia os olhos do meu ex. — A janta está pronta, pode pôr a mesa por favor?

— Eu já jantei anjo, mas Vittorio pode lhe fazer companhia! — Ele fala e eu nego.

— Quero saber quem é a muié que você tá se encontrando escondido de mim, porque não me contou essa fofoca ainda. — Falo e ele rir saindo da cozinha. — Meus amigos, já foram melhores, viu!

Falo vendo ele se afastar, olho para Vittorio e ele está sério, carrancudo e com cara de bunda, desligo o fogo da carne.

— A comida já está pronta, vou me servir e comer lá no meu quarto, leve um prato de comida para Giulia, ela com toda certeza está com fome. — Falo colocando a comida no meu prato e partindo para a parte de cima, nem fodendo eu fico aqui sozinha com ele.

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