Kiara Raffaello Duas semanas! Hoje faz a porra de duas semanas que eu estou na Russia, duas semanas que a unica coisa que eu faço é acordar, levantar da cama, tomar banho, voltar para cama, trabalhar e ver TV o dia todo.Ultimamente até para comer é difícil, pois eu não sinto a mínima vontade, tudo tem sido complicado.Tenho trabalhado pelo notebook, tem sido difícil explicar para as pessoas o motivo de eu ter me mudado para a casa do meu “ex” marido que me traiu diversas vezes.Os sites de fofocas especulam sobre isso, o nome dos Rafaellos é algo grande, causa alvoroço e essa notícia sobre mim tem causado tantas piadinhas, o pessoal cai matando, falando coisas horríveis sobre mim. Eu virei chacota. E a piadinha mais nojenta é “Pelo green card, até milhares de chifres dá para aguentar”— Senhora? — Olho para trás e só então percebo a senhora que me traz comidas todos os dias, ela está me olhando com um olhar de alívio. — Meu Deus, me desculpe, mas…que alívio de ver você bem, aqui es
Kiara Raffaello Me olho no espelho e sorrio gostando do que eu vejo. Bom, pelo menos em partes, né! Eu estou precisando urgentemente de um cabeleireiro, uma manicure, massagem relaxante e três anos no Havaí. Passar esses dias dentro desse quarto me adoeceu e envelheceu legal, minha unha está feia, cabelo ressecado e sobrancelha parecendo uma taturana. Passo meu perfume e sorrio, vou para o quarto, pago a minha bolsa e desço as escadas calmamente. Assim que chegou na sala de janta, vejo uma cena um tanto inusitada, mas que me deixa feliz. Vittorio está com a sua filha sentada ao seu lado, eles riem e brincam, conversando enquanto tomam café, um pequeno sorriso brota em meus lábios. Assim que vê a surpresa no rosto deles é evidente, Giulia pula nos braços do pai e corre até mim se jogando com força em meus braços. — Oi tia! — Giulia fala e ergue a cabecinha jogando seus lindos cabelos cacheados para trás, me fazendo enxergar a imensidão dos seus olhos. Prendo a minha
Kiara Raffaello A porra do meu celular toca me tirando dos meus pensamentos, porra! Pego o celular e atendo, levando até meu ouvido. — Senhor Smirnov, seu gerente do banco quer falar com o senhor agora e disse que é urgente, deseja atendê-lo? — Passo a mãos nos meus cabelos. — Pode passar a ligação! — Falo. — Senhor Smirnov? — Esculto meu gerente fala a porra do sobrenome que tem me trazido tanta dor de cabeça como se fosse um colírio, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. — Eu realmente espero que seja algo urgente, não tenho muito tempo e você me atrapalhou. — Senhor, estão fazendo compras no cartão que o senhor pediu recentemente. — Ele fala com rapidez. — São valores absurdos, no total já foi gasto mais de cem mil reais e — É a minha mulher, pode liberar mais limite e nem pense em bloquear o cartão! — Falo e ele se cala. — Algo mais? — Não senhor, até logo! — Ele fala e eu desligo. Sorrio, porra! Como que essas mulher já gastou cem mil se ela está no sho
Kiara Raffaello Me olho no espelho, gostando do jeito que o vestido se molda ao meu corpo, o jeito que ele marca cada curva minha mãe deixa feliz. Olho na etiqueta e sorrio ao ver o valor, doze mil rublo russo, sorrio e me viro para a atendente que está com um puta sorriso no rosto, afinal a comissão dela será mais que gorda. Esse já é o décimo vestido que eu estou provando e todos os outros anteriores eu já confirmei que irei levar. — Irei levar esse, outra da cor vermelha, preto e azul também! — Falo e o seu sorriso cresce tanto que eu acho que a qualquer momento seus lábios irão se rasgar. — Sim senhora! Faz bem em levar todos eles, absolutamente todos ficaram lindos em seu corpo. — Falo e ela sorri. — Sim, ficarão lindos! — Murmuro me admirando no espelho. — Irei passar no cartão avista, por favor! — Ó meu Deus, irei te trazer um champagne! Você gosta? — Adoro! — Falo e seu sorriso cresce mais ainda. — E irei trazer outras peças de roupas, tem peças exclusivas
Kiara Raffaelo— Gostou dos filmes? — Vittorio questiona e eu consigo detectar um pouco de ansiedade em sua voz.Olho para o lado e vejo os olhos de Vittorio fixos em mim, engulo em seco e volto a olhar para frente.— Eu amei, Vittorio! Você sabe que esse desenho é o meu preferido e de qualquer jeito eu amaria. — Falo e com o canto dos olhos vejo um sorriso brotar em seus lábios. — Você deveria vim com a Giulia, tenho certeza que ela vai amar essa experiência com você.— Podemos vir nós três em família, Kiara! — Sorrio ironicamente e passo a língua em meus lábios que de repente ficaram ressecados.Olho para o motorista vendo que é o Pavel e sorrio feliz. Entro no carro e ele faz o mesmo, as portas se fecham e logo o carro começa a se mover.— Não somos uma família, Vittorio! — Falo relaxada no banco, sem ligar para a minha postura ou o fato do vestido está quase mostrando o que não deveria. — E nunca iremos ser! — Kiara olha para mim! — Ele ordena, continuo olhando para frent
Kiara Raffaello — TIA ? — Volto a realidade com Giulia me olhando confusa. — Está tudo bem, Kiara? — Questiona Vittorio e eu assinto, vendo que ele aparenta estar verdadeiramente preocupado. — Sim, está tudo ótimo! — Falo me levanto. — Vamos para esse dia do lixo, estou ansiosa para ver o que você aprontou para nós. Pego meu celular e na mesma hora ele vibra, eu atendo já sabendo quem é. — Oi Afrodite, como estão os três amores da minha vida? — Questiono e escuto a risada que ainda continua gostosa de escutar, mesmo ela já sabendo uma mocinha crescida. — Titia, quando você vai voltar? Mamãe já está me sufocando com toda a sua carência. Ela me abraça e me beija o tempo todo. — Sophia, só pelo tom da sua voz eu percebo que ela está super irritada. — E os gêmeos não me deixam em paz tia, eu não consigo mais ver um desenho sozinha. UM DESENHO. Prendo uma gargalhada que está prestes a explodir na minha garganta. — Poxa Sophia! Eu sinto muito que você está aguentando essa b
Kiara RaffaelloSaio do meu quarto me sentindo energética, meio ansiosa e muito feliz. Desço as escadas correndo, quase pulando.Assim que chego na sala de refeições dou de cara com Vittorio tomando café e fumando um charuto ao mesmo tempo, se não estivesse de bom humor eu o mandaria apagar essa merda fedida na mesma hora.— Bom dia, Vittorio! — Falo sem ao menos o olhar.Hoje eu sinto que Vittorio está com um humor do cão, não quarto arrumar briga com ele. Coisa que costuma mais fazer, só de nós olhar. Um pouco imaturo? Sim. Mas inevitável.Pego uma maçã e uma banana, enfiando a banana na minha bolsa, ficando somente com a maçã em minha mão dando uma boa mordida.Saio da sala e corro para a saída, assim que vejo o carro do Pavel, sorrio e corro até o carro o abrindo e me jogo no banco de trás, fechando a porta ansiando pela partida do carro. — Bom dia, Pavelzinho! Já podemos ir. — Falo, mas ele olha suspira e nega.— Kiara, Vittorio não liberou a saída! — Ele fala e eu franzo
Kiara Raffaello— Eu ia contar, mas eu — Porque você não falou que é o meu padrinho? — Pergunto confusa, tentando entender o motivo por Pavel ter escondido isso de mim.— Bom…eu irei entrar e…Juliet não fala mais nada, ela só entra para dentro de casa parecendo muito chateada e envergonhada com a situação.Olho para Vittorio, vendo que ele está olhando fixamente para Pavel com seriedade, como se esperasse alguma reação dele negativa.— Vittorio, você já sabia sobre isso? Digo, sobre ele ser meu padrinho. — Questiono confusa e ele assente.— Sim. Seu pai me contou faz um tempo. — Fala e eu assinto. Olho para Pavel e vejo sua expressão seria, mandíbula trincada e corpo tenso.— Eu não te contei, porque a culpa do que aconteceu naquela madrugada e todo o sofrimento, que você e sua família passou foi por causa da minha irresponsabilidade! — Ele fala e eu arqueei minha sobrancelha, meio confusa e dei um passo para trás. — Naquela noite, seu pai não estava lá. Eu tinha que proteger