HANNER NARRANDOEntrar naquele local do velório me deu uma péssima impressão. Eu não consigo parar de pensar em tudo: No Alexander, no fato de eu ser o herdeiro do Ryan... Porra, o Ryan literalmente colocou um alvo nas minhas costas. Essa é a verdade.Alana foi até o caixão. Está com um vestido preto até o pé, eu não posso me aproximar dela, porque ela é a viúva do Ryan aqui. Estou orando a Deus para que o amigo dela não venha nesse velório, porque tecnicamente, ele é aluno de um dos amigos do Ryan.Alana chorava. E então, eu vi Alexander chegar, com a maior cara de pau do mundo. Ele até parecia triste. Ele se aproximou de mim e sentou ao meu lado.— A viúva parece bem triste. — Debochou.— Pois é, e ela nem o amava. — Sussurrei. — Sabe qual é a pior parte? Ele foi morto pela pessoa que dizia o amar.— Diga isso de novo e eu mato você. — Eu sorri de forma irônica.— Acha que tenho medo das suas ameaças? Alexander... Já passamos dessa fase. — Afirmei.— Não importa em que fase estamos.
HANNER NARRANDO— Alô? Ryan? Ryan, é você? Meu Deus, o Alexander deve ter me drogado. — Falei em voz alta.— Não, idiota, sou eu mesmo.Juro que meus joelhos viraram uma espécie de geleia. Eu fiquei nervoso por inicialmente não entender o que aconteceu, tão nervoso que não sabia nem como começar a perguntar.— Como pode ser? Eu não estou entendendo, me explica isso direito, pelo amor de Deus. — Falei.— Tudo bem, eu já vou explicar, mas precisa ser pessoalmente. Quero que me encontre no bar do Quinn. Aquele bairro pobre do outro lado da cidade, sabe? É o único bar com esse nome. Eu estou aqui.— Certo, eu vou. — Desliguei o telefone.Eu corri que nem um louco pra me arrumar e ir até o Ryan, eu precisava entender o que estava acontecendo. Peguei meu carro e dirigi durante meia hora para chegar até o tal bar, e quando cheguei, entrei procurando Ryan. Vi alguém acenando para mim, de boné. Sim, era Ryan, com o cabelo tingido de preto, e vestindo roupas de mecânico. Sério, ele estava com u
ALANA NARRANDOEstou completamente ofegante. Estava sentada por cima de Hanner, com ele dentro de mim, rebolando feito uma vadia, pra ele. Esse homem me deixa alucinada. Assim que ele saiu de dentro de mim, eu me deitei por cima dele e me aninhei em seu corpo gostoso. Hanner parece uma galeria de obras de arte. Adoro seu corpo todo tatuado, seu cheiro gostoso pois anda sempre perfumado, seu cabelo sempre bem arrumado... Hanner é bem mais velho que eu, vinte anos e alguns meses, mas isso não faz diferença. Quem olha pra esse homem sabe o motivo de eu não resistir.Me deitei ao lado dele, finalmente, depois de ter ficado por cima dele um tempo. Me entreguei àqueles grandes braços que me envolvem sempre com muito carinho. É bom demais ter o Hanner pra mim, nossa... É bom demais ser dele. Ele me dá um conforto fora do comum. Nunca me senti assim, nunca.Fecho meus olhos e respiro fundo. Meu rosto está aninhado em seu peito, e ele acaricia meu cabelo.— Tudo bem, ratinha? — Ele questionou.
ALANA NARRANDOHanner ficou muito preocupado com minha dor no abdômen, e marcou médico para de manhã. Ele conseguiu um encaixe com uma amiga médica e quando deu sete da manhã, já estávamos a caminho do local da consulta.— Como você está se sentindo? — Ele perguntou.— Estou melhor que ontem. Não precisava desse alarde, foi só uma cólica, isso é normal.— Não custa conversar com a médica e tirar possíveis dúvidas, não é mesmo? — Eu concordei com a cabeça.Isso não era ruim, de forma alguma. A preocupação de Hanner comigo me encanta.Quando chegamos no consultório, chiquérrimo por sinal, fizemos um pequeno cadastro e logo uma loira muito bonita, alta e de jaleco veio em nossa direção.— Hanner, meu amigo! — Ela veio com simpatia demais para perto dele. Não gosto disso, mas olhei para a mão dela e vi uma aliança. — Como está? Quanto tempo!— Laura! Eu estou muito bem, e você? Não te vejo desde a... Georgia.— Faz dezoito anos, Hanner. Você é um amigo muito ausente. — Ela riu e o abraçou
HANNER NARRANDOEu estava parado na cozinha, observando a cara da Alana, que estava em estado de choque.— Hanner, eu... — Ela fez uma pausa. Eu ainda estava segurando seu braço, então a soltei. — Eu estou grávida!Puta merda.— Oi? — Questionei. — Como?— Até onde eu sei, pessoas que fazem sexo correm esse risco. — Ela disse e cruzou os braços.Tive vontade de rir do bico que ela fez. Eu sentia meu corpo gelar dos pés a cabeça. Alana tem quase dezenove anos, mas ainda assim, acho jovem demais para ter um filho... Ainda mais com um assassino da máfia, e no meio de uma guerra!— Puta que pariu! — Exclamei. Não foi pela gravidez em si, mas sim pelo momento. — E agora? — Ela me olhava, com os olhos arregalados como se fossem saltar de seu rosto.— Eu não sei, Hanner! Eu estava tomando as pílulas, mas... Ai, que droga, a culpa é toda minha. Eu sou uma grande idiota. — Ela resmungou para si mesma.Eu estava ansioso, nervoso e com um monte de sentimentos misturados. Gente, Alana está grávid
HANNER NARRANDOEstou sentado na cozinha da minha linda casa, afiando uma faca para cortar a carne do churrasco que estamos fazendo no jardim. É aniversário da nossa filhinha. Depois que terminei de afiar a faca, comecei a cortar a carne na tábua de corte e levei os bifes para o lado de fora. Observei os convidados: Cerca de oitenta pessoas, com chapéus de festa, balões... O rosto de cada um deles era bastante familiar: Fui eu quem tirei suas vidas. Eu fui até a churrasqueira, enquanto em silêncio, eles me olhavam, em silêncio também. Uns com tiros, sangrando. Outros com facadas, outros ensopados de água, alguns com cordas no pulso ou algum tipo de corrente... Todos em silêncio.Alana saiu de dentro de casa com um bolo na mão, e todos eles começaram a aplaudir e cantar “parabéns para você”. Uma garotinha, com vestido cor de rosa, me olha com um lindo sorriso... Alana coloca o bolo em cima da mesa, e pega a menininha no colo. Elas continuam a cantar parabéns, felizes, mas eu ainda olho
HANNER NARRANDOPassear com Alana para fazer compras parecia uma ideia maravilhosa, mas o estômago dela não concordou com isso. Ela quase vomitou algumas vezes dentro das lojas, e na última, vomitou de verdade.— Hanner... Está muito calor, eu não estou aguentando mais andar. Vamos embora, vai. — Disse, desistindo das compras.— Vamos. — Concordei.Compramos poucas coisas, tudo branco e amarelo, porque não sabemos o que vem por aí. Torço para que seja uma menina e um menino, mas tudo bem se não for.Quando chegamos em casa, Alana correu para o banheiro. Ela estava passando super mal. Vomitou mais uma vez e eu fiz um chá de erva doce, para ver se ela melhorava um pouco. Ela tomou e decidiu deitar, para descansar um pouco.Como eu e Alexander brigamos, tenho passado bastante tempo em casa. Tenho fuçado nas coisas, já que essa casa não é minha e sim de Ryan, e pensado em um plano para controlar o Alexander de vez.“Meow”, ouvi. Olhei para trás e Vlad me olhava com os olhos bem arregalado
HANNER NARRANDOSaí com a mão na testa, sabendo que estava sangrando. Eu não ligo para isso, mas preciso estancar com alguma coisa, então, por enquanto, a mão serve.Eu andei para o mais longe possível, até que finalmente achei um telefone na estrada. Liguei para um colega meu, minha coleta de emergência, e ele veio em poucos minutos.— Hanner, o que aconteceu? — Disse, quando entrei no carro. — Você tá com o rosto todo sujo de sangue. Alguma vítima te deu trabalho?— Não, Taylor. Eu era a vítima dessa vez. Mas não vem ao caso. — Respirei fundo e encostei a cabeça na parte de trás do banco. — Minha cabeça está explodindo. Me leva pra casa do Ryan, pelo amor de Deus.— Eu levo, é claro. — Disse.Silêncio. Eu estava tão cansado que cochilei. Confio no Taylor, ele é pra quem eu ligo quando tudo dá errado. E hoje, tudo deu errado. Quando chegamos na minha casa, eu precisei ser acordado por ele. Ele me cutucou com a mão, e eu despertei em um pulo.— Chegamos.Tive que me localizar primeiro