HANNER NARRANDOEstou sentado na cozinha da minha linda casa, afiando uma faca para cortar a carne do churrasco que estamos fazendo no jardim. É aniversário da nossa filhinha. Depois que terminei de afiar a faca, comecei a cortar a carne na tábua de corte e levei os bifes para o lado de fora. Observei os convidados: Cerca de oitenta pessoas, com chapéus de festa, balões... O rosto de cada um deles era bastante familiar: Fui eu quem tirei suas vidas. Eu fui até a churrasqueira, enquanto em silêncio, eles me olhavam, em silêncio também. Uns com tiros, sangrando. Outros com facadas, outros ensopados de água, alguns com cordas no pulso ou algum tipo de corrente... Todos em silêncio.Alana saiu de dentro de casa com um bolo na mão, e todos eles começaram a aplaudir e cantar “parabéns para você”. Uma garotinha, com vestido cor de rosa, me olha com um lindo sorriso... Alana coloca o bolo em cima da mesa, e pega a menininha no colo. Elas continuam a cantar parabéns, felizes, mas eu ainda olho
HANNER NARRANDOPassear com Alana para fazer compras parecia uma ideia maravilhosa, mas o estômago dela não concordou com isso. Ela quase vomitou algumas vezes dentro das lojas, e na última, vomitou de verdade.— Hanner... Está muito calor, eu não estou aguentando mais andar. Vamos embora, vai. — Disse, desistindo das compras.— Vamos. — Concordei.Compramos poucas coisas, tudo branco e amarelo, porque não sabemos o que vem por aí. Torço para que seja uma menina e um menino, mas tudo bem se não for.Quando chegamos em casa, Alana correu para o banheiro. Ela estava passando super mal. Vomitou mais uma vez e eu fiz um chá de erva doce, para ver se ela melhorava um pouco. Ela tomou e decidiu deitar, para descansar um pouco.Como eu e Alexander brigamos, tenho passado bastante tempo em casa. Tenho fuçado nas coisas, já que essa casa não é minha e sim de Ryan, e pensado em um plano para controlar o Alexander de vez.“Meow”, ouvi. Olhei para trás e Vlad me olhava com os olhos bem arregalado
HANNER NARRANDOSaí com a mão na testa, sabendo que estava sangrando. Eu não ligo para isso, mas preciso estancar com alguma coisa, então, por enquanto, a mão serve.Eu andei para o mais longe possível, até que finalmente achei um telefone na estrada. Liguei para um colega meu, minha coleta de emergência, e ele veio em poucos minutos.— Hanner, o que aconteceu? — Disse, quando entrei no carro. — Você tá com o rosto todo sujo de sangue. Alguma vítima te deu trabalho?— Não, Taylor. Eu era a vítima dessa vez. Mas não vem ao caso. — Respirei fundo e encostei a cabeça na parte de trás do banco. — Minha cabeça está explodindo. Me leva pra casa do Ryan, pelo amor de Deus.— Eu levo, é claro. — Disse.Silêncio. Eu estava tão cansado que cochilei. Confio no Taylor, ele é pra quem eu ligo quando tudo dá errado. E hoje, tudo deu errado. Quando chegamos na minha casa, eu precisei ser acordado por ele. Ele me cutucou com a mão, e eu despertei em um pulo.— Chegamos.Tive que me localizar primeiro
ALANA NARRANDOSinto a água quente descendo por meu cabelo. Fecho meus olhos e abro um sorriso. Eu amo acordar cedo, fazer amor com o Hanner e tomar banho com ele. Ele está com as duas mãos em minha cintura, e tudo parece acontecer em câmera lenta. Deslizo minhas duas mãos por seu peitoral, enquanto ele aproxima o rosto do meu com um sorriso. Seus lábios tocam os meus, e eu o retribuo.— Eu amo você. — Ele sussurrou.— Também amo você. — Respondi.Passei meus braços ao redor do pescoço dele, e o beijei, embaixo da água quente. Eu sentia suas mãos em meu corpo, sua pele na minha... É tão bom tê-lo comigo.Depois que tomamos banho, eu me troquei e peguei meu tablet. Estou estudando algumas coisas sobre culinária, quero aprender a cozinhar melhor. E eu gosto de ver os vídeos. Ryan tem assistido alguns vídeos comigo também, o que é legal.— Alana, hoje eu vou passar o dia fora. Me deseje sorte. — Hanner disse. — Eu vou começar a derrubar o Alexander.O plano de Hanner foi discutido esses
HANNER NARRANDOEstou bravo. Muito bravo. Infelizmente, o Vlad perdeu a patinha. Foi uma sorte do caramba sobreviver, aliás, não acho que foi sorte, acho que foi Deus.Vlad está deitado em cima de uma coberta, em uma gaiola grande, no hospital veterinário.— Vou abrir para vocês poderem falar com ele. — O veterinário disse. Alana estava chorando, porque viu que ele está meio molenga.— Oi, Vlad. — Ela correu até a gaiola e começou a fazer carinho em sua cabeça.Ele soltou um gemidinho, como se dissesse um oi, na língua dos gatos, mas continuou paradinho e com a cabecinha deitada no cobertor. Depois que ela o cumprimentou, foi minha vez. Me aproximei e fiz carinho na cabeça dele.— Você é meu herói, gato perneta. — Falei e sorri. Alana prendeu a risada.— E como vão ser as coisas, a partir de agora? — Alana perguntou ao veterinário.— Como ele foi picado por uma cobra, vou deixa-lo aqui por mais dois dias. Depois, se tudo correr bem, eu libero pra vocês voltarem pra casa com ele. Vocês
ALANA NARRANDOEstou sentada na cama, com lágrimas nos olhos. Hanner saiu do banho e eu estava esperando que ele saísse, preciso falar com ele. Ter que ir para longe dele está me dando desespero.— Oh, o que foi, ratinha? — Ele questionou.Hanner estava com a toalha enrolada na cintura, e foi até o guarda-roupa. Lembro dele fazendo isso quando ainda não tínhamos um relacionamento, olha, ele me fazia passar vontade, viu?— Não quero ir para o Brasil sem você. — Falei.Me levantei e caminhei até Hanner, e o abracei por trás. Encostei meu rosto em suas costas, fechei meus olhos e me permiti chorar. Ele segurava a toalha com uma das mãos, e acariciava meus braços com a mão livre.— Vai ser por um tempo, apenas. Vou te trazer de volta antes que você fique com saudade de verdade.— Você promete que vai resolver isso logo? — Pedi. Dei um beijo nas costas tatuadas, e respirei fundo. — Meu Deus, eu te amo tanto, Hanner. Está doendo só de imaginar ficar longe de você. Eu não sei mais dormir soz
HANNER NARRANDO— Boa tarde. — Eu sorri ao entrar no veterinário. — Como o gato dentuço e perneta está?— O Vlad? — A veterinária riu. — Está bem. Venha ver. Ele está se recuperando super bem.Entrei na sala da internação, e lá estava ele. Quando me viu, levantou a cabeça que estava repousando nas próprias patinhas.A veterinária abriu a gaiola e eu fui até ele. Passei a mão em sua cabeça, com um sorriso no rosto.— Vlad, você é um herói, sabia? — Abri um sorriso ao falar. — Meu herói.Vlad respondeu com um belo e sonoro "Miau", meio cansado, mas ainda assim senti que era uma resposta.Depois da pequena visita, peguei meu telefone e liguei para Alana. Queria almoçar com ela, mas ela não atendeu. Achei estranho... Então liguei para Ryan, que também não respondeu minha ligação. Aquilo me acendeu um alerta, mas decidi ignorar por hora, porque eu preciso encontrar o Alexander. Preciso iniciar meu combate a ele.O primeiro lugar e mais lógico de procurar é em sua mansão. Mas, eu percebi qu
ALANA NARRANDOEu acariciava minha barriga de forma delicada. Os remédios que me deram no hospital fizeram parar o sangramento, e eu estava internada agora em um dos quartos.— Muito obrigada, doutor. — Falei, sorrindo. — Eles vão ficar bem?— Vão. Eles estão ótimos, o ultrassom mostrou dois corações batendo fortes e contentes. — Ele disse, de forma alegre.Posso estar feliz por ter salvado meus filhos, mas não consigo parar de pensar no Hanner. Será que ele está bem? Será que o meu amor precisa de ajuda, ou está em perigo? Eu não sei, e isso me corrói por dentro. Porém, tenho que manter a calma por meus bebês.HANNER NARRANDOVer Alana partindo com o carro, pra mim, foi um dos piores momentos da minha vida, e ao mesmo tempo um alívio. Eu sabia que ela estaria salva, mas estava triste por não estar com ela. Mas nossas separações se acabam hoje, porque ou eu vou sair morto daqui, ou Ryan e Alexander irão morrer.Eu cheguei perto do pitbull que estava morto no chão. Nunca gostei de mata