HANNER NARRANDOPatrick estava estampado na foto que estava nas mãos de um homem alto, com pinta de policial. Mas não de um policial comum: Pelas roupas, ele fazia parte da elite. Talvez o MI5, a agência de investigação da Inglaterra... Ou alguma outra agência da Alemanha.— Posso ajuda-los? — Falei, olhando para eles. — Por favor, vamos entrar. Vou pedir para a funcionária trazer um café, eu... Eu não estou me sentindo muito bem. — Eu falei e os homens concordaram. Assim que vi uma funcionária, pedi que servisse cafés aos três homens. — Então, vocês são de onde?— Somos da Agência de investigações especiais da Alemanha. Estamos aqui por causa do Patrick, fomos acionados por causa do sumiço dele... — Eu concordei com eles.— Olha, o Patrick era namorado do meu chefe, Ryan, dono de tudo aqui. Só que estamos com um grande problema. O Ryan tentou suicídio... Acabei de voltar do hospital, ele faleceu. — Eles ergueram as sobrancelhas. Alana começou a chorar.— Ainda não consigo acreditar.
HANNER NARRANDONão sei por quanto tempo apaguei, só sei que quando abri os olhos, vi Alana sentada mudando os canais. Ela estava com uma xícara na mão.— O que está tomando? — Questionei.— Chá. — Ela disse e eu me levantei. — Vai na cozinha? — Concordei com a cabeça. — Coloca mais pra mim?— Claro, mein liebling. — Respondi. Não sei porque falei dessa forma com ela, não chamo Alana de querida.Servi mais chá. Tirei um pequeno frasco do bolso e olhei para os lados. Alana é um problema para mim, não é? Eu coloquei algumas gotas no chá e voltei para a sala.— Obrigada, amor. — Alana disse e pegou a xícara da minha mão.Ela tomou o primeiro gole e não desconfiou que eu havia batizado a bebida dela. Com o que foi que batizei? Não sei dizer ao certo.A xícara caiu da mão de Alana. Ela ficou em pé, assim como eu. Olhava para as próprias mãos, até que caiu com tudo no chão, batendo a cabeça na mesinha de centro. O sangue da cabeça dela escorria pelo tapete claro e felpudo da casa do Ryan, q
HANNER NARRANDOEntrar naquele local do velório me deu uma péssima impressão. Eu não consigo parar de pensar em tudo: No Alexander, no fato de eu ser o herdeiro do Ryan... Porra, o Ryan literalmente colocou um alvo nas minhas costas. Essa é a verdade.Alana foi até o caixão. Está com um vestido preto até o pé, eu não posso me aproximar dela, porque ela é a viúva do Ryan aqui. Estou orando a Deus para que o amigo dela não venha nesse velório, porque tecnicamente, ele é aluno de um dos amigos do Ryan.Alana chorava. E então, eu vi Alexander chegar, com a maior cara de pau do mundo. Ele até parecia triste. Ele se aproximou de mim e sentou ao meu lado.— A viúva parece bem triste. — Debochou.— Pois é, e ela nem o amava. — Sussurrei. — Sabe qual é a pior parte? Ele foi morto pela pessoa que dizia o amar.— Diga isso de novo e eu mato você. — Eu sorri de forma irônica.— Acha que tenho medo das suas ameaças? Alexander... Já passamos dessa fase. — Afirmei.— Não importa em que fase estamos.
HANNER NARRANDO— Alô? Ryan? Ryan, é você? Meu Deus, o Alexander deve ter me drogado. — Falei em voz alta.— Não, idiota, sou eu mesmo.Juro que meus joelhos viraram uma espécie de geleia. Eu fiquei nervoso por inicialmente não entender o que aconteceu, tão nervoso que não sabia nem como começar a perguntar.— Como pode ser? Eu não estou entendendo, me explica isso direito, pelo amor de Deus. — Falei.— Tudo bem, eu já vou explicar, mas precisa ser pessoalmente. Quero que me encontre no bar do Quinn. Aquele bairro pobre do outro lado da cidade, sabe? É o único bar com esse nome. Eu estou aqui.— Certo, eu vou. — Desliguei o telefone.Eu corri que nem um louco pra me arrumar e ir até o Ryan, eu precisava entender o que estava acontecendo. Peguei meu carro e dirigi durante meia hora para chegar até o tal bar, e quando cheguei, entrei procurando Ryan. Vi alguém acenando para mim, de boné. Sim, era Ryan, com o cabelo tingido de preto, e vestindo roupas de mecânico. Sério, ele estava com u
ALANA NARRANDOEstou completamente ofegante. Estava sentada por cima de Hanner, com ele dentro de mim, rebolando feito uma vadia, pra ele. Esse homem me deixa alucinada. Assim que ele saiu de dentro de mim, eu me deitei por cima dele e me aninhei em seu corpo gostoso. Hanner parece uma galeria de obras de arte. Adoro seu corpo todo tatuado, seu cheiro gostoso pois anda sempre perfumado, seu cabelo sempre bem arrumado... Hanner é bem mais velho que eu, vinte anos e alguns meses, mas isso não faz diferença. Quem olha pra esse homem sabe o motivo de eu não resistir.Me deitei ao lado dele, finalmente, depois de ter ficado por cima dele um tempo. Me entreguei àqueles grandes braços que me envolvem sempre com muito carinho. É bom demais ter o Hanner pra mim, nossa... É bom demais ser dele. Ele me dá um conforto fora do comum. Nunca me senti assim, nunca.Fecho meus olhos e respiro fundo. Meu rosto está aninhado em seu peito, e ele acaricia meu cabelo.— Tudo bem, ratinha? — Ele questionou.
ALANA NARRANDOHanner ficou muito preocupado com minha dor no abdômen, e marcou médico para de manhã. Ele conseguiu um encaixe com uma amiga médica e quando deu sete da manhã, já estávamos a caminho do local da consulta.— Como você está se sentindo? — Ele perguntou.— Estou melhor que ontem. Não precisava desse alarde, foi só uma cólica, isso é normal.— Não custa conversar com a médica e tirar possíveis dúvidas, não é mesmo? — Eu concordei com a cabeça.Isso não era ruim, de forma alguma. A preocupação de Hanner comigo me encanta.Quando chegamos no consultório, chiquérrimo por sinal, fizemos um pequeno cadastro e logo uma loira muito bonita, alta e de jaleco veio em nossa direção.— Hanner, meu amigo! — Ela veio com simpatia demais para perto dele. Não gosto disso, mas olhei para a mão dela e vi uma aliança. — Como está? Quanto tempo!— Laura! Eu estou muito bem, e você? Não te vejo desde a... Georgia.— Faz dezoito anos, Hanner. Você é um amigo muito ausente. — Ela riu e o abraçou
HANNER NARRANDOEu estava parado na cozinha, observando a cara da Alana, que estava em estado de choque.— Hanner, eu... — Ela fez uma pausa. Eu ainda estava segurando seu braço, então a soltei. — Eu estou grávida!Puta merda.— Oi? — Questionei. — Como?— Até onde eu sei, pessoas que fazem sexo correm esse risco. — Ela disse e cruzou os braços.Tive vontade de rir do bico que ela fez. Eu sentia meu corpo gelar dos pés a cabeça. Alana tem quase dezenove anos, mas ainda assim, acho jovem demais para ter um filho... Ainda mais com um assassino da máfia, e no meio de uma guerra!— Puta que pariu! — Exclamei. Não foi pela gravidez em si, mas sim pelo momento. — E agora? — Ela me olhava, com os olhos arregalados como se fossem saltar de seu rosto.— Eu não sei, Hanner! Eu estava tomando as pílulas, mas... Ai, que droga, a culpa é toda minha. Eu sou uma grande idiota. — Ela resmungou para si mesma.Eu estava ansioso, nervoso e com um monte de sentimentos misturados. Gente, Alana está grávid
HANNER NARRANDOEstou sentado na cozinha da minha linda casa, afiando uma faca para cortar a carne do churrasco que estamos fazendo no jardim. É aniversário da nossa filhinha. Depois que terminei de afiar a faca, comecei a cortar a carne na tábua de corte e levei os bifes para o lado de fora. Observei os convidados: Cerca de oitenta pessoas, com chapéus de festa, balões... O rosto de cada um deles era bastante familiar: Fui eu quem tirei suas vidas. Eu fui até a churrasqueira, enquanto em silêncio, eles me olhavam, em silêncio também. Uns com tiros, sangrando. Outros com facadas, outros ensopados de água, alguns com cordas no pulso ou algum tipo de corrente... Todos em silêncio.Alana saiu de dentro de casa com um bolo na mão, e todos eles começaram a aplaudir e cantar “parabéns para você”. Uma garotinha, com vestido cor de rosa, me olha com um lindo sorriso... Alana coloca o bolo em cima da mesa, e pega a menininha no colo. Elas continuam a cantar parabéns, felizes, mas eu ainda olho