Alana caiu na risada e se levantou da cama. Eu a acompanhei até a cozinha, e nos sentamos em frente ao balcão. A funcionária já servia as refeições no prato para nós, e eu agradeci. Ela se retirou e começamos a comer.— Isso está delicioso. — Alana comentou.— Está mesmo. — Falei. — Queria ser rico o suficiente para ter um monte de funcionários a minha disposição assim.— Ryan tem um monte de coisa, mas não tem felicidade. Reparou? Isso é muito triste, Hanner. Eu fico pensando... O dinheiro realmente não traz felicidade, não?— Dinheiro facilita as coisas, mas de fato, não traz felicidade. Digo isso por mim, mesmo. Eu tenho um bom dinheiro na minha conta bancária e nunca pude realizar certos sonhos... — Ela ergueu as sobrancelhas.— Certos sonhos? — Disse, sorrindo.— É. Eu achei que não tinha sonhos, na verdade. Mas reparei que tenho vontade de conhecer alguns lugares ao redor do mundo.— Sério? Você tem vontade de conhecer o quê? Me conta. — Pediu, com muita animação.— Acho que eu
ALANA NARRANDOEstou no quarto, terminando de pentear meus cabelos, enquanto aguardava Hanner voltar para o quarto, já que ele disse que gostaria de ter um momento comigo. Sabe, no fundo ele tem razão sobre o lance de ser um saco eu estar casada com o Ryan. Porque assim, eu estou estudando a bíblia, tenho tentado buscar a Deus... E ao mesmo tempo, eu vivo na cama com um homem que eu não posso chamar de marido, porque eu sou casada de mentira com um amigo que é gay. Eu não quero deixar de ajudar o Ryan, mas eu não quero deixar o Hanner também, porque está mais do que claro para mim mesma que eu... Eu o amo. Eu respirei fundo e me olhei no espelho. É como se minha mente estivesse me acusando de ser uma grande idiota irresponsável, mas não é como se eu tivesse escolha. É muito difícil.— Alana? — Hanner entrou no quarto, e eu sorri. Coloquei a escova de cabelo na gaveta, e me virei de frente para ele. — Esse teu cabelo... — Sorriu de leve ao falar, enquanto se aproximava.— Você gosta? —
HANNER NARRANDOAlana está dormindo nos meus braços, de forma confortável. A noite foi maravilhosa... E eu tive coragem de dizer que a amo, finalmente. Sei que ela conquistou meu coração há muito tempo, mas para uma pessoa como eu, é difícil admitir. Muito difícil.Dei um beijo na testa dela e a ajeitei na cama, com cuidado, para que eu pudesse levantar. Ela não acordou. De manhã, Alana dorme bem pesado, e eu posso me arrumar tranquilo. Depois que terminei de me arrumar, dei uma olhada nela pela última vez, aproveitando para admirar minha garota enrolada nos lençóis.Fui até a cozinha para tomar meu café da manhã, mas antes que eu pudesse começar a fazer meu café, meu celular tocou. Era Alexander.— Bom dia, Hanner. — Disse.— Bom dia. Como posso te ajudar? — Questionei.— Como o Ryan está? — Ele perguntou, prontamente.— Bom... Quer mesmo saber?— Sim.— Ele está péssimo. Atentou contra a própria vida e está internado no hospital. — Falei de uma vez. Não sou um homem de meias palavra
Meu telefone tocou, e era Alana.— Bom dia, ratinha. — Atendi, prontamente. Saí do hospital para poder conversar com ela com a voz mais alta.— Bom dia, Hanner... — Falou, com a voz sonolenta. — Não gostei de acordar e não te ver aqui do meu lado. Senti sua falta.O que ouvi me fez sorrir levemente.— Logo mais estou de volta. Estou no hospital. — Avisei.— Por quê? Está tudo bem? O Ryan está bem? — Questionou. Sua voz demonstrava preocupação.— Está, está tudo bem, fica tranquila. Alexander pediu que eu o trouxesse, então viemos juntos. — Ela respirou de forma profunda do outro lado da linha.— Ufa. Que susto que me deu. Mas que bom que o Alexander foi ver o Ryan, porque ele tem uma grande culpa nisso tudo. — Alana falou.— Bom, eu não sei, não entendo muito disso. — Respondi. — Mas então, você dormiu bem? — Questionei.— Claro que sim... Até sonhei com o que a gente fez ontem. Sonhei que estava rebolando em cima de você, nossa... Acordei molhada. — Sorri de forma maliciosa ao ouvir
HANNER NARRANDOPatrick estava estampado na foto que estava nas mãos de um homem alto, com pinta de policial. Mas não de um policial comum: Pelas roupas, ele fazia parte da elite. Talvez o MI5, a agência de investigação da Inglaterra... Ou alguma outra agência da Alemanha.— Posso ajuda-los? — Falei, olhando para eles. — Por favor, vamos entrar. Vou pedir para a funcionária trazer um café, eu... Eu não estou me sentindo muito bem. — Eu falei e os homens concordaram. Assim que vi uma funcionária, pedi que servisse cafés aos três homens. — Então, vocês são de onde?— Somos da Agência de investigações especiais da Alemanha. Estamos aqui por causa do Patrick, fomos acionados por causa do sumiço dele... — Eu concordei com eles.— Olha, o Patrick era namorado do meu chefe, Ryan, dono de tudo aqui. Só que estamos com um grande problema. O Ryan tentou suicídio... Acabei de voltar do hospital, ele faleceu. — Eles ergueram as sobrancelhas. Alana começou a chorar.— Ainda não consigo acreditar.
HANNER NARRANDONão sei por quanto tempo apaguei, só sei que quando abri os olhos, vi Alana sentada mudando os canais. Ela estava com uma xícara na mão.— O que está tomando? — Questionei.— Chá. — Ela disse e eu me levantei. — Vai na cozinha? — Concordei com a cabeça. — Coloca mais pra mim?— Claro, mein liebling. — Respondi. Não sei porque falei dessa forma com ela, não chamo Alana de querida.Servi mais chá. Tirei um pequeno frasco do bolso e olhei para os lados. Alana é um problema para mim, não é? Eu coloquei algumas gotas no chá e voltei para a sala.— Obrigada, amor. — Alana disse e pegou a xícara da minha mão.Ela tomou o primeiro gole e não desconfiou que eu havia batizado a bebida dela. Com o que foi que batizei? Não sei dizer ao certo.A xícara caiu da mão de Alana. Ela ficou em pé, assim como eu. Olhava para as próprias mãos, até que caiu com tudo no chão, batendo a cabeça na mesinha de centro. O sangue da cabeça dela escorria pelo tapete claro e felpudo da casa do Ryan, q
HANNER NARRANDOEntrar naquele local do velório me deu uma péssima impressão. Eu não consigo parar de pensar em tudo: No Alexander, no fato de eu ser o herdeiro do Ryan... Porra, o Ryan literalmente colocou um alvo nas minhas costas. Essa é a verdade.Alana foi até o caixão. Está com um vestido preto até o pé, eu não posso me aproximar dela, porque ela é a viúva do Ryan aqui. Estou orando a Deus para que o amigo dela não venha nesse velório, porque tecnicamente, ele é aluno de um dos amigos do Ryan.Alana chorava. E então, eu vi Alexander chegar, com a maior cara de pau do mundo. Ele até parecia triste. Ele se aproximou de mim e sentou ao meu lado.— A viúva parece bem triste. — Debochou.— Pois é, e ela nem o amava. — Sussurrei. — Sabe qual é a pior parte? Ele foi morto pela pessoa que dizia o amar.— Diga isso de novo e eu mato você. — Eu sorri de forma irônica.— Acha que tenho medo das suas ameaças? Alexander... Já passamos dessa fase. — Afirmei.— Não importa em que fase estamos.
HANNER NARRANDO— Alô? Ryan? Ryan, é você? Meu Deus, o Alexander deve ter me drogado. — Falei em voz alta.— Não, idiota, sou eu mesmo.Juro que meus joelhos viraram uma espécie de geleia. Eu fiquei nervoso por inicialmente não entender o que aconteceu, tão nervoso que não sabia nem como começar a perguntar.— Como pode ser? Eu não estou entendendo, me explica isso direito, pelo amor de Deus. — Falei.— Tudo bem, eu já vou explicar, mas precisa ser pessoalmente. Quero que me encontre no bar do Quinn. Aquele bairro pobre do outro lado da cidade, sabe? É o único bar com esse nome. Eu estou aqui.— Certo, eu vou. — Desliguei o telefone.Eu corri que nem um louco pra me arrumar e ir até o Ryan, eu precisava entender o que estava acontecendo. Peguei meu carro e dirigi durante meia hora para chegar até o tal bar, e quando cheguei, entrei procurando Ryan. Vi alguém acenando para mim, de boné. Sim, era Ryan, com o cabelo tingido de preto, e vestindo roupas de mecânico. Sério, ele estava com u