Início / Romance / VOCÊ SE FOI MAS O MEU AMOR NÃO / CAPÍTULO 2 - OS MOURAS💙💚
CAPÍTULO 2 - OS MOURAS💙💚

  Os Mouras tinham um padrão de vida que ninguém sabia dizer se eram ricos ou não, pois eram muito simples na sua maneira de viver. Andavam com roupas de estilo, mas nunca com extravagância, eram elegantes em tudo, estavam sempre informados da última moda, conheciam pessoas de influência, mas não davam muita importância a isso. Uma vez tinham sido convidados para uma festa na casa presidencial, mas se desculparam e não foram. Era realmente difícil de saber em que pé andavam as coisas.

  Suzana se lembrou da vez em que Henrique quis produzi-la e divulga-la no país. Ela dissera que não estava preparada. Renato nada comentou na hora em que foi feita a proposta, mas depois, por acaso o ouviu falar para o pai que fosse devagar, pois lá fora estava cheio de lobos e ela era preciosa e ingênua demais para ser lançada naquele momento.

  Foi então que ela descansou e realmente confiou nos Mouras. Sabia que independente de dinheiro, eles também pensavam no seu bem estar.

  Isso foi no primeiro ano em que ela os tinha conhecido. Já havia passado cinco anos. Como o tempo passa!... na primeira vez que viu Renato!...

  Tinha sido convidada para a festa de noivado de uma de suas amigas de infância. No meio da festa, um de seus amigos que conhecia o seu talento se levantou e pediu para ela cantar uma música em homenagem aos noivos.

Sem ter como recusar, pegou um violão que alguém lhe deu e cantou uma canção de amor. Enquanto cantava sentiu um par de olhos fixos nela, tão penetrantes que chegava a arder. Virou o rosto na direção daquele olhar e ficou sem jeito. Renato a olhava de tal forma que parecia que só existia ela naquele lugar. Acabou a canção rapidamente e de tão incomodada que ficou, resolveu ir embora.

  No outro dia, pela manhã, recebeu um telegrama de uma escola de música que estava precisando de professores de violão e teclado. Achou muito estranho, apesar de estar precisando de emprego. Não tinha mandado nenhum currículo. Resolveu ir a entrevista que seria segunda-feira, às oito horas, só pra investigar.

  Chegou cinco minutos antes; na hora marcada, a secretária mandou ela entrar em um escritório aconchegante, com a decoração simples, mas de bom gosto. Ficou alguns segundos sozinha, quando, de repente, Henrique entrou na sala. Ela se levantou rapidamente; ele pediu que sentasse ... ficou olhando para ela alguns minutos e, depois, comentou: Então, você é a Suzana?

  Ela ficou tão indignada que começou a falar sem parar. Como você é a Suzana? Eu nunca mandei currículo nenhum para esta escola, muito menos conheço o senhor. Só vim aqui para falar que vocês cometeram um engano; mandaram telegrama para a pessoa errada. Por quê? Henrique perguntou. Você é musicista e está precisando de emprego? Suzana olhou para ele estupefata e balançou a cabeça, afirmativamente. Henrique, parecendo estar se divertindo com a situação, declarou: - Está empregada! Agora vamos falar de um assunto bastante chato, mas, não dá para fugir dele. E assim trataram do valor do salário.

  Quando Suzana estava no elevador, caiu em si e já ia começar a apertar o botão do elevador para subir e dizer umas poucas e boas para aquele homem, mas descobriu que gostou da ideia, da escola e, por mais incrível que fosse, gostou do tal Sr. Henrique, lhe pareceu uma pessoa distinta e, realmente, estava precisando do emprego.

  Depois de um mês dando aulas, Suzana descobriu que Renato era filho de Henrique e foi através dele que ela estava ali. Renato estivera viajando, mas antes, falara com o pai sobre Suzana. Henrique descobriu seus dados e voilá. Agora era tarde demais, já estava envolvida, por isso continuou no emprego, mas era muito desconfiada e reservada com os Mouras. Só depois que ela ouviu aquela resposta de Renato, que resolveu confiar na amizade que estavam lhe oferecendo. E não se decepcionou. Depois de um ano e meio dando aulas, ela tinha entrado para a banda e estava muito feliz. Henrique era o seu segundo pai e ... Renato ... acho que poderia ser um dos seus irmãos se não fosse tão enigmático e sério.

  Henrique lhe era precioso. Mostrou que o mundo não se resumia àquilo que ela estava acostumada a ver e a fazer. Ensinou-lhe a respeitar as ideias dos outros sem contudo perder a sua personalidade. Mostrou que poderia ser livre. Era difícil, mas não impossível. Devia-lhe muito.

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