CAPÍTULO 5 - PATRICK

Antônio veio cumprimentar Suzana, eufórico, elogiando-a muito. Despediu-se dela com um abraço e um beijo, dizendo que tudo daria certo. Teria que partir de manhã, mas que adorou tê-la conhecido.

Suzana passeava sozinha. Eu estou em Paris, lugar que sempre quis conhecer e não estou aproveitando nada e ainda estou triste. Porque eu tenho sempre que sonhar com o impossível Mas uma voz falava baixinho no seu íntimo: Para você, algum tempo atrás, era impossível estar aqui, mas não tem nada a ver uma coisa com a outra. Ela retrucava consigo mesmo. Quer saber? Eu vou aproveitar. Estou na Europa e vou fazer jus a esse momento. E vou começar agora, não vou voltar tão cedo pra aquele hotel!

Suzana tinha cantado quatro noites, direto. Renato não veio mais e ela não o tinha visto depois daquela noite. Saíra cedo do hotel e deixara recado na portaria, para o Henrique, que voltaria tarde. E era isso que faria.

Estava entrando no hotel, quando aquele homem alto veio em sua direção.

Mademoiselle Suzana?

Oui?

Meu nome é Patrick. Tenho acompanhado a sua banda todas as noites. Falou com bastante sotaque. Devo lhe dizer que estou encantado com a sua belle voz. Desculpe-me se pareço atrevido, mas estou querendo me aproximar e parece que todos protegem-na bastante, o que eu concordo. Sou o dono desse hotel e gostaria de convidá-la para almoçar comigo, amanhã. Tenho alguma chance?

Senhor Patrick, infelizmente não posso. Estarei almoçando com Henrique e a banda, amanhã.

E se eu convidasse todos para um almoço de boas vindas?!

Faça isso, senhor Patrick, e me sentirei honrada em participar! Vejo que és uma moça sincera, além de muito linda! Gosto disso.

O senhor é muito gentil. Agora, com licença, já passa das dez e eu preciso me recolher. Boa noite!

Patrick ficou olhando para Suzana até ela entrar no elevador. Então, acenou para ela. Quando as portas se fecharam, ele pensou: essa é a mulher que sonhei para mim e, por Deus, conseguirei!

Suzana entrou no seu quarto, quase correndo. Que homem estranho e interessante, também! Mas tinha alguma coisa nele que a incomodava. Bem, deixa para lá. Vou tomar banho e descansar. Eu mereço!

Quando estava enrolando a toalha para sair, a campainha tocou. Será que era Henrique? Devia ser.

Quando chegou perto da porta, perguntou quem era. Ouviu a voz profunda de Renato. Sou eu, Suzana. Abre.

Espera aí, Renato. Eu estou só de toalha. Vou colocar uma roupa.

Suzana, não estou interessado em olhar o teu corpo. Quero apenas falar com você. Abre. Vamos logo!

Isso era verdade. Realmente nada tinha que agradasse a Renato, a não ser a sua voz. Suzana! Abre logo!

Ela escancarou a porta, com raiva. E falou, com ironia: você não quer entrar, senhor, oh! Por favor, entre!

Deixe de cinismo, Suzana. Não combina com você.

Renato, fale de uma vez que eu estou cansada e quero me deitar. Onde você esteve? Meu pai está super preocupado, já passa das dez...

E a menininha pobre, que não sabe andar em Paris, estava sozinha nas ruas. Ora, pelo amor de Deus, eu tenho 27 anos, sei me cuidar sozinha!

Mas não parece. Conversando essa hora da noite com um desconhecido. Era com ele que você estava esse tempo todo?

Renato, com licença que estou com sono. Quero mudar de roupa e me deitar.

Estou te fazendo uma pergunta, Suzana. Era com ele que você estava? Os dois se encararam, como inimigos. Renato, de repente, começou a passear os olhos pelo corpo de Suzana. A toalha que ela estava não era suficiente para cobrir o seu corpo. Suas coxas estavam à mostra. Ela queria falar, mas não podia. Renato foi quem quebrou o silêncio.

Por que estamos nos tratando assim? Sempre fomos carinhosos um com o outro. O que está acontecendo? O que mudou?

Nada, Renato. Estou apenas cansada. É só.

Suzana, meu pai está preocupado com você. Ele falou que você está diferente e parece muito triste.

E você veio me divertir? Mal acabou de falar, deu conta de que falara demais. Renato diminuiu a distância entre eles e falou bem perto da boca de Suzana.

Eu não sei se você vai se divertir, mas eu vou, e muito! E colou os lábios num beijo que mais parecia um castigo por alguma coisa que ela fizera. Mas não sabia definir o que era. Ela lutou até onde pode, mas não aguentou por muito tempo e se entregou ao beijo de Renato. Como nos seus sonhos, ele passou as mãos pelo seu corpo, bem devagar. Parecia que não ia parar nunca mais. Renato interrompeu o beijo para olhar para ela. Você é linda, querida. E me Deixa louco!

Meu Deus! Onde ela estava com a cabeça! Renato devia não ter ninguém com quem ficar naquela noite, e a estava usando para não ficar entediado!

O que foi, Renato? Não arranjou companhia, hoje? Falou se soltando com um puxão. Só que eu não estou disponível; eu já tenho um ombro pra chorar, já que você acha que estou infeliz.

Escute, Suzana. Renato falou como estivesse se controlando. Eu não queria vir aqui. Meu pai que pediu. Nós vimos você conversando com Patrick, e por Deus, quero você longe dele. Escutou, Suzana? Fique longe de Patrick.

Se eu quiser, Renato. Só se eu quiser.

Não me desafie. Você pensa que me conhece, que sabe tudo sobre mim, mas está enganada. Se não me obedecer, eu vou te amarrar na beira da cama até a hora de ir embora!

Saia do meu quarto!

Eu falei que você não ia se divertir, mas eu gostei. Sempre soube que beijar você seria gostoso. E claro, muito divertido.

Sai, agora!

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