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CAPÍTULO 4 - PRA QUE AMAR...❤️

Suzana!

  Renato estava bem perto dela, agora, e a olhava como se pudesse ver seus pensamentos.

  Todos já entraram para ver Notre Dame, você não vai? Ela não conseguia responder; ficou olhando para ele, como se só agora pudesse perceber a verdade que sempre esteve diante dela e, nunca quis admitir. Estava e sempre esteve apaixonada por Renato, desde aquele momento que o viu pela primeira vez!!! Meu Deus! Renato nunca poderia descobrir isso. Aquelas mulheres lindas com as quais ele saía. Suzana não chegava nem aos pés delas.

  Suzana era morena, nem alta, nem baixa; seus olhos eram cor de mel, os cabelos pretos, cortados bem curtos, seu corpo curvilíneo, mas ela se achava meio cheinha.

  Mas o seu grande trunfo era a boca, bem desenhada e carnuda, parecia estar sempre pronta para ser beijada. Não que ela soubesse disso, aliás, sempre se achou sem graça, desde pequena, quando sofria com as brincadeiras maldosas dos colegas de escola. Vivia olhando tanto para o passado que não reparou quando se tornou uma linda mulher e os homens passaram a olhá-la de outro jeito. Vestia-se de modo que ninguém pudesse lhe reparar as curvas bem feitas. Sempre se escondeu atrás de uma calça jeans, camisetas super largas e blusões, a maioria, masculinos.

 

Suzana querida, o que está havendo? Conta!

  Renato sempre a chamara desse jeito, mas agora ela sonhou que ele lhe dizia essas mesmas palavras numa outra situação.

  Renato, vocês vão vir ou não? Era Antônio que gritava, saindo da Catedral. Assim que Suzana parar de sonhar besteiras, nós iremos.

  Foi como um balde de água fria, besteira! Isso mesmo, Suzana, besteiras! Agora você tem um trabalho; em hipótese nenhuma, Renato podia descobrir o que ela estava sentindo, ouviu Suzana? Em hipótese nenhuma!!! Ela ralhou consigo mesma. Respirou fundo e procurou o seu olhar mais gelado e falou.

  Por que você está aqui? Eu não pedi pra você me esperar e, muito menos, falar comigo neste tom. Se por acaso eu estivesse pensando besteiras, você não tem, nem teve e nunca terá nada com isso.

  Antônio, que tinha se aproximado, olhou para Renato, que estava pálido e falou, enquanto Suzana se afastava.

É, amigo, acho que desta vez você dançou feio, apesar de eu achar que ela foi um pouco dura, mas você não pode ganhar todas.

Suzana, pelo canto dos olhos, viu quando Renato chegou perto de Henrique, falou algumas palavras e saiu novamente. Henrique o acompanhou com o olhar, até a saída, e abaixou a cabeça.

  Ela só voltou a ver Renato quando estavam no hotel, Mesmo assim, ele não se dirigiu a ela, o que muito lhe doeu. Sempre lhe fora carinhoso, tratando-a como se fosse a irmã que ele nunca teve. Por outro lado, achou melhor assim, pois não sabia se conseguiria esconder dele o que estava sentindo. Pensava e sonhava com ele todos os dias e noites.

  Antônio não a deixara mais; era um bom amigo e percebera que alguma coisa a estava entristecendo, mas não lhe perguntou nada. Na noite de estreia do show, Renato falou algumas palavras com a banda, desejou sorte a todo mundo e desceu para ficar na plateia. Ele nunca fez isso, sempre ficava atrás do palco e Suzana gostava de olhar e saber que ele estava ali para qualquer eventualidade, e outra coisa que ele nunca tinha feito, era levar uma de suas mulheres para os shows, mas qual não foi a surpresa de Suzana, ao vê-lo abraçado com aquela francesa ruiva e linda, nas primeiras mesas reservadas; a mais perto do palco foi onde ele sentou! Você não tinha esse direito, Renato, logo hoje que ela iria cantar uma canção que tinha feito esses dias e mostrara a Henrique. Ele, praticamente, obrigou-a colocar no repertório. Ela ainda tentou fugir, dizendo que o pessoal da banda não tinha ensaiado, mas não o convenceu. Falou que só ele e ela tocariam. Continuou tentando, dizendo que não tinha a letra decorada. Ele falou que colocaria a letra no chão do palco, que tudo ia dar certo, que confiasse mais uma vez nele. Sem mais argumentos, ela cedeu, mas Renato não sabia. Agora, não queria cantar, não com aquela perua pendurada no braço dele.

A banda sempre cantou as músicas de composição de Henrique e Renato. Suzana já tinha feito outras músicas, mas sempre que Renato ou Henrique tentavam colocar na banda, ela negava, era muito autocrítica.

  O show começou, a banda tocava, agora, um instrumental, autoria de Renato. Mas o compositor nem estava olhando, de tão interessado que estava naquela francesa. Foi um dos piores momentos que Suzana passou ou lembrava ter passado na vida. Tudo doía, não físico.

Será que vou conseguir cantar a música? Já tinha cantado todas e Renato não olhou para ela nem uma vez. Henrique, de propósito, deixou a música para o final. Gostava de surpreender Renato, já que era raro, pois ele era muito astuto e perspicaz.

Renato se preparava para sair, quando Henrique anunciou a música “Pra Que Amar”. Essa música foi inspirada pela nossa bela cantora Suzana, aqui na pátria do amor, e nós dedicamos, se permite, querida, à pessoa que mais amo neste mundo: meu filho RENATO!

  Ele continuou de pé, mas por respeito a seu pai, não foi embora.

  Suzana olhou para o fundo da plateia para conseguir cantar; respirou fundo e começou a tocar os primeiros acordes do violão. Foi então que ela se esqueceu de tudo. A introdução da música era um solo de violão, o que foi muito bem feito por ela. Logo após, Henrique entrava com o teclado e Suzana cantou, como nunca. Revelou ali, para quem quisesse ver, o seu antigo amor, agora descoberto. Suzana não reparou que olhava fixo para Renato Quando acabou de cantar, o público aplaudiu de pé e ela o procurou, mas ele não estava mais lá.

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