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CAPÍTULO 6 - AH CORAÇÃO...

Suzana afundou a cabeça no travesseiro, tentando esquecer tudo que tinha se passado. Tudo, não. Com vergonha, ela recordava. Não conseguia esquecer da boca de Renato na sua. Das mãos dele no seu corpo. Ele disse que ela era linda! Ainda que ele falasse pra todas, ela se convenceu que com ela, era diferente. Tomou analgésico, tranquilizante e adormeceu, não antes de tentar se convencer que odiava Renato.

Suzana acordou quase na hora do almoço, com a campainha tocando, insistentemente. Abriu a porta e Henrique entrou. Suzana, eu não vou sair desse quarto até você me contar o que está acontecendo!

Henrique, por favor, eu não tive uma noite muito boa.

  Foi exatamente o que me disse Renato, hoje pela manhã, antes de viajar de volta para o Brasil.

  Renato já foi? Por quê?

  Eu que teria que ir, mas Renato falou que ele iria, pois o clima não estava muito bom entre vocês. Era melhor ficarem longe um do outro.

  Já foi tarde.

  Olha como você está falando, Suzana. Nem parece a mulher que eu conheço e admiro.

  Desculpe, sei que ele é teu filho e você o ama (e eu também), e que, se quiser, pode me enviar de volta para o Brasil e nunca mais me olhar; mas, de repente, ele está me tratando como se eu fosse de porcelana e ninguém pudesse me tocar, e ainda por cima, quer me mandar. Quer escolher as minhas companhias. Eu nunca me meti em sua vida.

  Suzana, Renato sempre fez isso e você nunca se importou.

  Chega um momento que não dá mais, Henrique. Se você quiser, vou embora, sem ficar ressentida. É claro que você preferia que Renato estivesse aqui e não eu.

  Querida, eu amo você como se fosse minha filha e não saberia o que fazer se tivesse que escolher entre você e o Renato.

  Se ele te ouve falando assim, vai me odiar mais ainda.

  Odiar! Suzana, o que acontece com você? Renato não te odeia.

  Vou fazer o seguinte. A próxima vez que vê-lo, vou propor-lhe uma trégua, está bem? Não vamos brigar mais.

  Bom não está, mas é melhor que nada. Deu um beijo em sua testa.

  Te esperamos para o almoço.

  Patrick estava junto de Henrique quando ela chegou no salão de refeições. Suzana tinha comprado algumas roupas novas, diferentes das que estava acostumada a usar, e colocara uma delas, agora. Estava linda e tanto Patrick quanto Henrique a ficaram olhando se aproximar, enlevados. O conjunto de linho esporte da cor dos seus olhos, com a blusa amarrada na cintura, ressaltando-a, e um top preto, um pouco ousado.

  Bom dia! Saudou.

  Bonjour, Suzana, estás magnifique!

  Eu tenho que concordar; está linda, querida, é de tirar o fôlego! Renato vai se assustar quando te ver assim.

  Vamos almoçar. Estou com muita fome, hoje! Disfarçou.

  Suzana, Patrick nos convidou para almoçarmos em sua sala particular, mas isso não é surpresa pra você, não é, querida?

  Suzana sentiu que Henrique não gostava de Patrick. Por que seria? Patrick foi só gentileza para todos da banda, mas com Suzana ele exagerou. Ela não estava aguentando mais. Quando terminaram de almoçar, Suzana pediu licença, pois pretendia ir para o seu quarto, para ler um pouco e estudar.

  Estudar? O que estuda, mademoiselle?

  Seu idioma, Patrick. Durante o almoço ele lhe pedira para chamar assim. Estou revendo alguma coisa, pois já estudei antes, mas tem muito tempo.

  Posso ajuda-la, se quiser.

  Todos prenderam a respiração, esperando sua resposta. Será que Renato pedira a eles para lhe vigiar? Bem, não importa, ela não queria a ajuda de Patrick mesmo. Não é preciso, Patrick, mas, merci.

  Eu a acompanho até o elevador. Pelo jeito ia ser difícil de livrar-se de Patrick. Ainda bem que só ficaria mais três dias em Paris. Estavam de partida para Tourcoing.

  Suzana, eu gostaria de lhe mostrar Paris à noite, o que acha?

  Patrick, eu quero que saiba que estou muito orgulhosa da sua atenção comigo; deve ter mulheres brigando por isso. Mas eu não posso me ausentar sem a permissão de Henrique. Nem sair sem falar com ele. Desculpe-me uma vez mais, obrigado.

  Ele pareceu concordar, mas algo no seu olhar chamou a atenção de Suzana e, mais uma vez, lhe incomodou. Suzana não podia imaginar que mais uma vez estava perto da verdade. Patrick estava fissurado e louco de desejo por ela, e estava perdendo a razão, como nunca tinha acontecido. Iria ter Suzana, nem que fosse a última coisa que fizesse na vida. Custasse o que custasse.

  Suzana não desceu mais naquele dia. Pediu o lanche da tarde e o jantar no quarto. Henrique apareceu para ver se estava tudo bem e jantou com ela no quarto. Perguntou se queria ir a uma boate famosa de Paris, mas ela recusou e disse que deixaria para outra ocasião.

  Querida, quero te pedir uma coisa. Promete que vai cumprir?

  Vou, Henrique, o que é? Parece sério.

  Eu não sei o que é, mas não confio em Patrick. Há algo nele muito obscuro e estranho. Sei que não estou sendo muito claro, mas confie em mim mais uma vez.

  Eu sempre confiei, Henrique. E vou fazer o que me pede. Ele me incomoda, também. Hoje me convidou para conhecer Paris, à noite. Eu disse que não poderia sair sem a sua permissão. Fiz mal?

  Não, amor, fez muito bem. Agora vai descansar que amanhã teremos um dia cheio: palestras, ensaios e show à noite. Durma bem. Beijou-a e saiu. O que eles não notaram era que tinha alguém olhando no final do corredor

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