Ferman AksoyQuando entrei no escritório de Leyla, meu humor já não estava dos melhores. Ozan estava lá, o que não era surpresa, mas o sorriso presunçoso dele enquanto falava com Leyla me irritava mais do que deveria. Talvez fosse o jeito como ele parecia sempre confortável demais perto dela, como se tivesse direito a toda atenção dela. — Não, ela não pode! — disse firmemente, interrompendo qualquer plano que eles estivessem fazendo. Leyla olhou para mim, surpresa e, talvez, um pouco irritada. — Ferman, o que está fazendo aqui? — Vim te buscar para almoçar — respondi, ignorando a presença de Ozan. Não me dei o trabalho de olhar para ele enquanto continuava: — Vamos, Leyla. Ela hesitou por um momento, mas, com um suspiro pesado, pegou sua bolsa e me seguiu. Ozan, claro, fez questão de lançar um comentário sarcástico antes de sairmos. — Aproveitem o almoço. Leyla, conversamos depois. Eu me virei para ele, estreitando os olhos. — Não conte com isso. Ozan apenas sorriu,
Ferman Aksoy — Você não pode simplesmente decidir com quem eu trabalho ou não, Ferman — ela finalmente disse, a voz firme, embora eu notasse a leve hesitação em seu tom. Eu me recostei na cadeira, cruzando os braços. — Não estou decidindo com quem você trabalha, Leyla. Estou pedindo. Ele não é confiável. — Isso não é justo — ela rebateu, sua postura rígida enquanto puxava a mão da minha. — Você acha que pode controlar tudo porque é... você. Eu sorri, mesmo sabendo que ela detestava isso. — Eu sou eu, e você sabe disso desde o início. Ela bufou, claramente frustrada. — Não é só isso, Ferman. Ozan está em apuros, e eu não vou virar as costas para ele. Ele me ajudou quando eu precisei, mesmo sem querer reconhecimento. Ah, Leyla e sua lealdade inabalável. Eu amava isso nela, mas, nesse momento, era exatamente o que me irritava. — Eu entendi. Ele te ajudou, é um bom samaritano e blá-blá-blá. Mas isso não apaga o fato de que ele é um oportunista. E você está sendo usada,
Ferman Aksoy Depois do almoço, deixei Leyla na empresa dela. O caminho foi silencioso, mas confortável. Leyla estava focada no caso de Ozan, mas meu coração estava dividido. Algo sobre ele não me cheirava bem, e eu precisava resolver isso antes que ela se envolvesse ainda mais. — Não se meta em encrenca, Ferman — ela disse de repente, sem desviar os olhos da janela. Sorri de lado. Leyla me conhecia bem demais. — Eu? Encrenca? Nunca. Ela revirou os olhos, abriu a porta do carro e desceu, mas não sem antes lançar um olhar desconfiado na minha direção. — Até mais tarde.—ela me beijou e em seguida eu esperei até que ela entrasse no prédio, e então dei a ordem ao motorista: — Vamos até a empresa de Ozan. Quando cheguei, fui direto até ele. Ele estava saindo do prédio, e o peguei de surpresa. — Precisamos conversar — falei, minha voz firme. Ozan estreitou os olhos, mas não parecia intimidado. — O que você quer, Ferman? Me aproximei, invadindo seu espaço.
Leyla Ylmaz Eu estava revisando os papéis do caso de Ozan quando a porta do meu escritório se abriu. Não precisei levantar os olhos para saber quem era. O perfume de Ferman preenchia o ar antes mesmo de ele dizer qualquer coisa. Quando olhei para ele, percebi algo errado. Sua mão estava machucada, e sua expressão, mais sombria do que o normal. — O que aconteceu com sua mão? — perguntei, levantando-me e indo até ele. — Não foi nada, meu amor — ele respondeu, evasivo, mas eu não deixaria passar tão fácil. — Sente-se — ordenei, pegando o kit de primeiros socorros. Enquanto limpava o machucado, o silêncio entre nós estava carregado de tensão. Quando terminei o curativo, ele segurou minha mão, me impedindo de me afastar. — Descobri algumas evidências sobre o caso de Ozan — ele começou, sua voz grave. — O que você descobriu? — perguntei, sentindo meu coração acelerar. — Ele realmente está sendo ameaçado, Leyla. E quase mataram seu amigo de faculdade hoje. Parei, meu corpo
Leyla Ylmaz Depois de um longo momento em silêncio, ainda sentada em seu colo, recuperei o fôlego e levantei o olhar para Ferman. — Precisamos conversar sobre Ozan. Ele franziu a testa, sua expressão de desejo sendo rapidamente substituída por seriedade. — Já falei tudo o que precisava ser dito. Ele está sendo perseguido, Leyla. E quem quer que esteja por trás disso não vai desistir tão cedo. Saí de seu colo, ajeitando minha saia e a blusa. — Eu sei que você quer me proteger, Ferman. Mas, neste caso, não é só sobre mim. Ozan é meu amigo, e se ele está sendo ameaçado, precisamos descobrir quem está por trás disso. Ele se levantou e começou a abotoar a camisa, mas seus olhos não saíam dos meus. — Você não entende como isso é perigoso, Leyla. Eu não vou deixar qua você arrisque a sua vida. Cruzei os braços, enfrentando-o. — E eu não vou abandonar alguém que precisa de ajuda. Ferman soltou um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos. — Eu já coloquei meus homens
Leyla Ylmaz Nascemos sem escolher nosso nome, e da mesma forma não escolhemos quem será nossa família, crescemos em meio a um mundo caótico, corrupto e muitas vezes, é no nosso lar que deveria ser um lugar de paz e um ambiente amoroso, onde acabamos sofrendo por um amor doentio, que ultrapassa o respeito e torna a vida de uma família em um pesadelo, essa é a minha lembrança familiar, hoje com meus vinte e oito anos, formada em advocacia, ainda tenho feridas que não foram curadas e a maior parte delas vem de um único homem, aquele que quando eu era criança costumava chamar de pai. A perda do meu pai ainda era algo que eu não conseguia assimilar completamente. Fazia pouco mais de um mês que ele havia falecido, mas a ausência dele não me afetava da mesma forma que talvez devesse. Não éramos próximos. Na verdade, a última vez que tive uma conversa decente com ele foi há anos, antes de tudo desmoronar de vez.— Com licença, senhorita — a voz grave e autoritária interrompeu meu pensament
Leyla Ylmaz — Sem sorte com o táxi? — perguntou, a voz agora mais suave, quase brincando.Uma mudança desconcertante considerando como havíamos nos falado antes. Revirei os olhos, lutando contra a tentação de respondê-lo com sarcasmo. — Nenhuma. E eu não tenho tempo para esperar. Ele olhou para o motorista e fez um sinal com a cabeça, antes de abrir a porta do carro. — Eu posso te dar uma carona. Não precisa perder mais tempo. Eu hesitei. A última coisa que eu queria era aceitar ajuda dele, mas eu realmente não podia me dar ao luxo de recusar. O relógio estava contra mim, e eu precisava chegar ao tribunal o mais rápido possível. — Tudo bem — murmurei, finalmente cedendo. — Mas fique claro que estou aceitando por necessidade, não por simpatia. Ele soltou um riso baixo, como se estivesse achando graça na minha irritação. — Claro. Só uma carona. Entrei no carro, e o silêncio entre nós era tenso, quase palpável. Ele não disse nada, e eu também não estava com disposição
Leyla Ylmaz— Não é questão de achar, Eliza — respondi, com firmeza. — Eu sou a dona agora, e não importa quem você foi para ele. Nenhum de nós pode mudar o testamento. Nem mesmo você pode passar por cima de mim, e está empresa só foi criada, anos atrás, por causa da minha mãe, então não ouse falar novamente sobre isso. Eliza parecia prestes a rebater, mas mantive minha postura. Eu não estava ali para me encolher. A empresa agora era minha, e ninguém muito menos ela, iria me impedir de fazer o que fosse necessário. Assim que a reunião terminou, voltei para minha sala. Havia outros desafios para enfrentar, e o maior deles acabava de chegar. A minha secretária disse que era um dos meus clientes mais importantes que estava prestes a entrar. Olhei o nome no arquivo à minha frente: Ferman . Aksoy O nome soava familiar, mas nada me prepararia para o impacto de vê-lo pessoalmente. A porta se abriu e lá estava ele. Um homem impressionante, alto, com uma presença que tomava todo o ambien