Leyla Ylmaz Eu estava revisando os papéis do caso de Ozan quando a porta do meu escritório se abriu. Não precisei levantar os olhos para saber quem era. O perfume de Ferman preenchia o ar antes mesmo de ele dizer qualquer coisa. Quando olhei para ele, percebi algo errado. Sua mão estava machucada, e sua expressão, mais sombria do que o normal. — O que aconteceu com sua mão? — perguntei, levantando-me e indo até ele. — Não foi nada, meu amor — ele respondeu, evasivo, mas eu não deixaria passar tão fácil. — Sente-se — ordenei, pegando o kit de primeiros socorros. Enquanto limpava o machucado, o silêncio entre nós estava carregado de tensão. Quando terminei o curativo, ele segurou minha mão, me impedindo de me afastar. — Descobri algumas evidências sobre o caso de Ozan — ele começou, sua voz grave. — O que você descobriu? — perguntei, sentindo meu coração acelerar. — Ele realmente está sendo ameaçado, Leyla. E quase mataram seu amigo de faculdade hoje. Parei, meu corpo
Leyla Ylmaz Depois de um longo momento em silêncio, ainda sentada em seu colo, recuperei o fôlego e levantei o olhar para Ferman. — Precisamos conversar sobre Ozan. Ele franziu a testa, sua expressão de desejo sendo rapidamente substituída por seriedade. — Já falei tudo o que precisava ser dito. Ele está sendo perseguido, Leyla. E quem quer que esteja por trás disso não vai desistir tão cedo. Saí de seu colo, ajeitando minha saia e a blusa. — Eu sei que você quer me proteger, Ferman. Mas, neste caso, não é só sobre mim. Ozan é meu amigo, e se ele está sendo ameaçado, precisamos descobrir quem está por trás disso. Ele se levantou e começou a abotoar a camisa, mas seus olhos não saíam dos meus. — Você não entende como isso é perigoso, Leyla. Eu não vou deixar qua você arrisque a sua vida. Cruzei os braços, enfrentando-o. — E eu não vou abandonar alguém que precisa de ajuda. Ferman soltou um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos. — Eu já coloquei meus homens
Femrna Aksoy Dirigir pelas ruas da cidade à noite sempre me ajudava a organizar os pensamentos, mas desta vez, minha mente estava uma tempestade. Leyla estava sentada ao meu lado, quieta, mas seu olhar transmitia preocupação. "Ela não entende"—pensei, apertando o volante. Mesmo sendo advogada, determinada e brilhante, Leyla não deveria se envolver em situações tão perigosas. Não enquanto eu pudesse protegê-la. — Leyla, você sabe que eu te amo, não sabe? — comecei, mantendo o tom firme, mas gentil. Ela olhou para mim, surpresa, e assentiu. — Então, você precisa entender algo. Não importa o quanto você seja capaz, ou o quanto você queira ajudar seus clientes, eu não vou permitir que você se envolva em casos que coloquem sua vida em risco. — Ferman, eu sou advogada. Esse é o meu trabalho. — A indignação em sua voz era clara, mas também havia uma ponta de medo. — Não dessa vez, Leyla. — Minha voz era mais dura agora. — Eu não posso perder você. Ela ficou em silêncio
Ferman Aksoy Deixei Leyla na casa da minha família, uma mansão protegida por homens em cada canto. Era o único lugar onde eu sabia que ela estaria em segurança enquanto eu lidava com o sequestro de Nazli. — Fique tranquila, Leyla. — Segurei seu rosto delicadamente, forçando-a a me olhar. Seus olhos estavam inchados de chorar, e seu corpo tremia de ansiedade. — Eu vou trazer sua irmã de volta. Sem um único arranhão, eu prometo. Ela segurou minha mão com força, seus olhos implorando por segurança. — Por favor, Ferman... não deixe nada acontecer a ela. — Nada vai acontecer, Leyla. Confie em mim. Beijei sua testa rapidamente, soltei minhas mãos das dela e me virei para sair. Antes de cruzar a porta, olhei para trás mais uma vez, encontrando seu olhar cheio de desespero. Isso só aumentou minha determinação. Meus homens já haviam rastreado a localização onde Nazli estava sendo mantida. Era um galpão abandonado nos arredores da cidade, cercado por árvores altas e escuras
Ferman AKsoy A casa estava finalmente tranquila, um contraste gritante com as últimas horas. Nazli dormia profundamente ao lado de Leyla, o rosto sereno, como se tivesse encontrado um refúgio após o pesadelo. Leyla, por outro lado, permanecia acordada. Eu a observei de longe, encostado na sofá próximo a cama. Ela alisava suavemente os cabelos da irmã, seus olhos refletindo uma mistura de alívio e algo mais difícil de identificar. Depois de um tempo, Leyla olhou para mim. Nossos olhares se encontraram, e ela se levantou silenciosamente, deixando Nazli adormecida. Seus passos foram suaves enquanto ela caminhava em minha direção e se sentava ao meu lado no sofá. — Não sei como te agradecer pelo que fez, Ferman. — Sua voz era baixa, mas carregada de emoção. — Você salvou a minha irmã. Eu a encarei por um momento, absorvendo suas palavras. Não era algo que precisasse ser dito; eu faria tudo de novo, sem hesitar. — Não precisa me agradecer, Leyla. Eu prometi que a traria de vol
Leyla YlmazO almoço com minha irmã Nazli, Luna e Kerem foi surpreendente e cheio de emoções. Ainda era difícil acreditar na reviravolta que presenciei. Apesar da surpresa, fiquei feliz por Luna e Kerem terem encontrado o caminho de volta um ao outro. Isso me fez refletir sobre a força do amor verdadeiro, aquele que resiste ao tempo e às dificuldades. E, ao olhar para Ferman, não pude evitar imaginar se nossos sentimentos seguiria por uma estrada tão profunda e duradoura. Assim que saímos do restaurante, o ar frio do lado de fora trouxe uma sobriedade necessária, mas Ferman quebrou o silêncio, com aquele tom autoritário que eu conhecia tão bem. — Vamos ao seu escritório agora. Quero resolver logo isso com Eliza. Assenti, sem questionar, mas meu estômago revirou ao pensar na mulher. Eliza tinha uma habilidade impressionante de me fazer sentir pequena. Suas palavras eram sempre afiadas, carregadas de desdém, como se quisesse me lembrar de que, para ela, eu não passava de uma intr
Leyla YlmazFerman me encarava como se eu fosse algo que ele havia desejado por uma eternidade. Sua intensidade fazia meu corpo inteiro reagir, e eu me sentia completamente vulnerável, mas ao mesmo tempo no controle de sua atenção. — Você não tem ideia do que provoca em mim, Leyla — ele sussurrou, segurando meu rosto com as mãos grandes e firmes. Seus lábios encontraram os meus novamente, mas desta vez havia algo mais feroz naquele beijo. Era como se ele estivesse tentando gravar cada parte de mim em si mesmo, como se quisesse que eu entendesse o quanto ele me desejava. Ferman me puxou mais para perto, até que eu estivesse sentada na beira da mesa. Seus dedos deslizaram por minhas pernas, subindo lentamente, provocando arrepios em cada centímetro da minha pele. Ele não dizia nada, mas o olhar em seus olhos dizia tudo. Quando suas mãos chegaram ao meu vestido delicado que me cobria, senti o calor em meu rosto. Ele estava completamente focado em mim, e isso era tão intoxicante
Leyla Ylmaz A aliança em meu dedo parecia carregar um peso e um brilho que eu não sabia que poderia existir. Era como se todo o meu mundo tivesse mudado em um instante. Olhei para Ferman, ainda tentando processar o que acabara de acontecer. Seus olhos estavam fixos nos meus, transmitindo aquela intensidade quase palpável que fazia meu coração bater em descompasso. Ele estava sentado na beira da cama, segurando minha mão, e eu me ajoelhei diante dele para deslizar a aliança em seu dedo. Minhas mãos tremiam, mas meu coração estava firme. — Isso não é só sobre você, Ferman — murmurei, minha voz saindo baixa, mas decidida. — É sobre nós dois. Seus olhos azuis, sempre tão cheios de mistério, suavizaram naquele instante. Pela primeira vez, vi vulnerabilidade neles. Terminei de colocar a aliança em seu dedo e, antes que ele dissesse qualquer coisa, segurei suas mãos entre as minhas. — Você me assusta, às vezes. Não pela sua força ou intensidade, mas pelo que você desperta em mim. E