Ferman Aksoy — Você não pode simplesmente decidir com quem eu trabalho ou não, Ferman — ela finalmente disse, a voz firme, embora eu notasse a leve hesitação em seu tom. Eu me recostei na cadeira, cruzando os braços. — Não estou decidindo com quem você trabalha, Leyla. Estou pedindo. Ele não é confiável. — Isso não é justo — ela rebateu, sua postura rígida enquanto puxava a mão da minha. — Você acha que pode controlar tudo porque é... você. Eu sorri, mesmo sabendo que ela detestava isso. — Eu sou eu, e você sabe disso desde o início. Ela bufou, claramente frustrada. — Não é só isso, Ferman. Ozan está em apuros, e eu não vou virar as costas para ele. Ele me ajudou quando eu precisei, mesmo sem querer reconhecimento. Ah, Leyla e sua lealdade inabalável. Eu amava isso nela, mas, nesse momento, era exatamente o que me irritava. — Eu entendi. Ele te ajudou, é um bom samaritano e blá-blá-blá. Mas isso não apaga o fato de que ele é um oportunista. E você está sendo usada,
Ferman Aksoy Depois do almoço, deixei Leyla na empresa dela. O caminho foi silencioso, mas confortável. Leyla estava focada no caso de Ozan, mas meu coração estava dividido. Algo sobre ele não me cheirava bem, e eu precisava resolver isso antes que ela se envolvesse ainda mais. — Não se meta em encrenca, Ferman — ela disse de repente, sem desviar os olhos da janela. Sorri de lado. Leyla me conhecia bem demais. — Eu? Encrenca? Nunca. Ela revirou os olhos, abriu a porta do carro e desceu, mas não sem antes lançar um olhar desconfiado na minha direção. — Até mais tarde.—ela me beijou e em seguida eu esperei até que ela entrasse no prédio, e então dei a ordem ao motorista: — Vamos até a empresa de Ozan. Quando cheguei, fui direto até ele. Ele estava saindo do prédio, e o peguei de surpresa. — Precisamos conversar — falei, minha voz firme. Ozan estreitou os olhos, mas não parecia intimidado. — O que você quer, Ferman? Me aproximei, invadindo seu espaço.
Leyla Ylmaz Eu estava revisando os papéis do caso de Ozan quando a porta do meu escritório se abriu. Não precisei levantar os olhos para saber quem era. O perfume de Ferman preenchia o ar antes mesmo de ele dizer qualquer coisa. Quando olhei para ele, percebi algo errado. Sua mão estava machucada, e sua expressão, mais sombria do que o normal. — O que aconteceu com sua mão? — perguntei, levantando-me e indo até ele. — Não foi nada, meu amor — ele respondeu, evasivo, mas eu não deixaria passar tão fácil. — Sente-se — ordenei, pegando o kit de primeiros socorros. Enquanto limpava o machucado, o silêncio entre nós estava carregado de tensão. Quando terminei o curativo, ele segurou minha mão, me impedindo de me afastar. — Descobri algumas evidências sobre o caso de Ozan — ele começou, sua voz grave. — O que você descobriu? — perguntei, sentindo meu coração acelerar. — Ele realmente está sendo ameaçado, Leyla. E quase mataram seu amigo de faculdade hoje. Parei, meu corpo
Leyla Ylmaz Depois de um longo momento em silêncio, ainda sentada em seu colo, recuperei o fôlego e levantei o olhar para Ferman. — Precisamos conversar sobre Ozan. Ele franziu a testa, sua expressão de desejo sendo rapidamente substituída por seriedade. — Já falei tudo o que precisava ser dito. Ele está sendo perseguido, Leyla. E quem quer que esteja por trás disso não vai desistir tão cedo. Saí de seu colo, ajeitando minha saia e a blusa. — Eu sei que você quer me proteger, Ferman. Mas, neste caso, não é só sobre mim. Ozan é meu amigo, e se ele está sendo ameaçado, precisamos descobrir quem está por trás disso. Ele se levantou e começou a abotoar a camisa, mas seus olhos não saíam dos meus. — Você não entende como isso é perigoso, Leyla. Eu não vou deixar qua você arrisque a sua vida. Cruzei os braços, enfrentando-o. — E eu não vou abandonar alguém que precisa de ajuda. Ferman soltou um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos. — Eu já coloquei meus homens
Femrna Aksoy Dirigir pelas ruas da cidade à noite sempre me ajudava a organizar os pensamentos, mas desta vez, minha mente estava uma tempestade. Leyla estava sentada ao meu lado, quieta, mas seu olhar transmitia preocupação. "Ela não entende"—pensei, apertando o volante. Mesmo sendo advogada, determinada e brilhante, Leyla não deveria se envolver em situações tão perigosas. Não enquanto eu pudesse protegê-la. — Leyla, você sabe que eu te amo, não sabe? — comecei, mantendo o tom firme, mas gentil. Ela olhou para mim, surpresa, e assentiu. — Então, você precisa entender algo. Não importa o quanto você seja capaz, ou o quanto você queira ajudar seus clientes, eu não vou permitir que você se envolva em casos que coloquem sua vida em risco. — Ferman, eu sou advogada. Esse é o meu trabalho. — A indignação em sua voz era clara, mas também havia uma ponta de medo. — Não dessa vez, Leyla. — Minha voz era mais dura agora. — Eu não posso perder você. Ela ficou em silêncio
Ferman Aksoy Deixei Leyla na casa da minha família, uma mansão protegida por homens em cada canto. Era o único lugar onde eu sabia que ela estaria em segurança enquanto eu lidava com o sequestro de Nazli. — Fique tranquila, Leyla. — Segurei seu rosto delicadamente, forçando-a a me olhar. Seus olhos estavam inchados de chorar, e seu corpo tremia de ansiedade. — Eu vou trazer sua irmã de volta. Sem um único arranhão, eu prometo. Ela segurou minha mão com força, seus olhos implorando por segurança. — Por favor, Ferman... não deixe nada acontecer a ela. — Nada vai acontecer, Leyla. Confie em mim. Beijei sua testa rapidamente, soltei minhas mãos das dela e me virei para sair. Antes de cruzar a porta, olhei para trás mais uma vez, encontrando seu olhar cheio de desespero. Isso só aumentou minha determinação. Meus homens já haviam rastreado a localização onde Nazli estava sendo mantida. Era um galpão abandonado nos arredores da cidade, cercado por árvores altas e escuras
Ferman AKsoy A casa estava finalmente tranquila, um contraste gritante com as últimas horas. Nazli dormia profundamente ao lado de Leyla, o rosto sereno, como se tivesse encontrado um refúgio após o pesadelo. Leyla, por outro lado, permanecia acordada. Eu a observei de longe, encostado na sofá próximo a cama. Ela alisava suavemente os cabelos da irmã, seus olhos refletindo uma mistura de alívio e algo mais difícil de identificar. Depois de um tempo, Leyla olhou para mim. Nossos olhares se encontraram, e ela se levantou silenciosamente, deixando Nazli adormecida. Seus passos foram suaves enquanto ela caminhava em minha direção e se sentava ao meu lado no sofá. — Não sei como te agradecer pelo que fez, Ferman. — Sua voz era baixa, mas carregada de emoção. — Você salvou a minha irmã. Eu a encarei por um momento, absorvendo suas palavras. Não era algo que precisasse ser dito; eu faria tudo de novo, sem hesitar. — Não precisa me agradecer, Leyla. Eu prometi que a traria de vol
Leyla YlmazO almoço com minha irmã Nazli, Luna e Kerem foi surpreendente e cheio de emoções. Ainda era difícil acreditar na reviravolta que presenciei. Apesar da surpresa, fiquei feliz por Luna e Kerem terem encontrado o caminho de volta um ao outro. Isso me fez refletir sobre a força do amor verdadeiro, aquele que resiste ao tempo e às dificuldades. E, ao olhar para Ferman, não pude evitar imaginar se nossos sentimentos seguiria por uma estrada tão profunda e duradoura. Assim que saímos do restaurante, o ar frio do lado de fora trouxe uma sobriedade necessária, mas Ferman quebrou o silêncio, com aquele tom autoritário que eu conhecia tão bem. — Vamos ao seu escritório agora. Quero resolver logo isso com Eliza. Assenti, sem questionar, mas meu estômago revirou ao pensar na mulher. Eliza tinha uma habilidade impressionante de me fazer sentir pequena. Suas palavras eram sempre afiadas, carregadas de desdém, como se quisesse me lembrar de que, para ela, eu não passava de uma intr