— Vai adorar! — Jô bateu palmas, olhando Stephen e sorrindo: — Eu vou com ela de vez em quando, e é realmente um trabalho incrível, mas amanhã combinei de sair com meu namorado. Sabe o Felipe, o guitarrista do bar? Então, é ele! Hum, o cara com jeito de leão, que se esfregou na Serena enquanto ela dançava, pensou Stephen, rapidamente lembrando-se. Joana não ficava enciumada? Garota de sorte por possuir tão poderoso auto-domínio! O lado bom da coisa é que agora sabia que não precisaria se preocupar com o tal músico como rival. Só com os outros cem homens que vinham babar pela cantora noite após noite. Quase rosnou. Depois de haver beijado a sereia morena ali, tocado-a com tanta intimidade, e sido correspondido nas carícias e desejos, sentia-se ainda mais possessivo em relação a ela.— Eu uso as minhas tardes de domingo para visitar meus parentes — anunciou Luíza, quando Stephen a olhou, com uma pergunta muda no rosto. — Vão só vocês dois amanhã, Blond, só vocês dois — completou
— Então só vamos contar a ela depois que já estivermos em casa, e após algumas taças de vinho. Ou após muitas, se achar mais seguro. — Stephen piscou um olho, e sorriu como um moleque travesso.Joana riu. Não podia negar que economizar o dinheiro das compras mensais poderia ajudá-las a pagar algumas das tantas contas atrasadas que jaziam aguardando na prancheta presa na lateral da geladeira. e quando Serena voltou com um pacote enorme de batatas fritas, Jô pagou alegremente por ele. E não falou nada sobre o pagamento principal. ****— Não creio que poderei ser eficiente se estiver bêbado! — Stephen olhou para seu copo, cheio de cerveja mais uma vez. Havia carregado compras, empurrado móveis e agora estava dobrando uma cortina cheia de frufrus que havia acabado de retirar do quarto de Luíza. Entre um trabalho pesado e outro, as moças lhe enchiam o copo. E bebiam também. — Aliás, meninas, não sei como pretendem trabalhar mais tarde se estiverem de ressaca!— É só para relaxar um pouc
— Por que você resiste, Serena? Por quê? Deixe acontecer, my dear... — Inclinou-a sobre a cama, começando a desabotoar a bermuda que ela usava. Pairou o olhar sobre ela um instante. Os cabelos negros de Serena haviam se espalhado pelo travesseiro, e o rosto dela transpirava desejo: — É linda, baby, um espetáculo para os olhos... Desceu seu rosto suavemente sobre o dela, e beijou seus olhos, seu nariz e mais uma vez, seus lábios. Suas bocas já estavam unidas novamente, e os corpos começaram a se contorcer juntos, ansiosos por se completarem.Um ruído vindo do corredor foi o suficiente para retirar Serena do estado de luxúria em que se encontrava. Empurrou Stephen de cima dela, e fechou a bermuda com rapidez. O coração estava disparado enquanto olhava o príncipe louro diante de si, tão ofegante quanto ela. Serena correu para a porta, abriu-a e fugiu correndo para fora.— Mais tarde, Serena, mais tarde... — murmurou ele. ****Ele estava mais uma vez no “ O Encanto da Lua”, dessa v
Quando os primeiros acordes da canção começaram a tocar, Stephen sacudiu a cabeça, vencido, reconhecendo a música. Devia saber que ela não se manteria sentada num banquinho cantando suavemente a noite toda. A cantora começou a balançar os quadris lentamente, depois aumentando o ritmo conforme a letra de “Ojos así”, da Shakira, ia saindo de sua boca. Os frequentadores, antes tão bem comportados, irromperam em assovios, gritos de incentivo e aplausos, e vários rapazes ergueram-se de suas cadeiras para acompanhar de melhor ângulo todos os movimentos sinuosos de Serena.Pronto, ela fizera mais uma vez. Seduzira os homens em volta. Ele próprio estava totalmente excitado. Quem não estaria, afinal, vendo uma odalisca dançando dança do ventre e misturando movimentos que remetiam ao ritual introdutório do Kama Sutra indiano? Melhor do que isso só se ela se despisse no palco fazendo a dança dos sete véus! E Stephen, que fora chamado de herói por Serena antes, se tornaria um monstro violento e
Serena aproveitou a comoção após os aplausos, e anunciou uma pequena pausa ao público, fazendo uma brincadeira qualquer sobre a necessidade imperiosa de seus rapazes usarem o banheiro depois da despedida de solteiro da qual participaram durante a tarde. Em seguida tranquilizou as moças presentes, avisando que o noivo não era nenhum dos membros do grupo. Imediatamente um “ah” aliviado e alto percorreu o recinto, gerando risadas da parte dos músicos. Caramba, estou faminta, pensou Serena, ansiando devorar o sanduíche de atum que havia trazido e pedido para Luíza guardar no freezer. Comera mal durante o dia, a presença de Stephen perturbando seu raciocínio e sua digestão. Quase ficara entalada no horário do lanche da tarde só porque o Super-Gringo-lindo a encarara no momento em que levara um biscoito amanteigado à boca. Como podia engolir qualquer alimento quando ele a olhava daquele jeito, e principalmente depois de uma sessão quase pornô em seu quarto, quando por pouco não manda às f
— Ei, pombinhos, comportem-se, este lugar é respeitável. —brincou Luíza, depositando o sanduíche e um suco de laranja sobre o balcão, para a amiga.Serena e Stephen afastaram os corpos um do outro, encarando-se com um sorriso satisfeito no rosto, e a respiração um tanto descompassada.— Você está linda.— Você também. — Admirou-o. Usava camisa branca de mangas curtas e botões, com as primeiras casas abertas, exibindo uma parte de seu corpo. Calças jeans e tênis terminavam de compor o visual. Parecia mais jovem do que na noite anterior, quando comparecera ao estabelecimento com um traje sóbrio e tradicional, saído diretamente do escritório. Ela inclinou-se para segredar-lhe: — Beija bem, meu Super-herói.— Um beijo só é bom quando as duas partes acertam, baby.Serena sorriu, e sentou-se ao lado dele, vendo-o bebericar seu refrigerante.— Não acredito que as meninas não lhe empurraram os coquetéis coloridos que adoram fazer.— Já bebi um, mas esta noite estou dirigindo e não posso arris
Serena baixou a vista, constrangida com aquele olhar poderoso, mas também um pouco envaidecida. Tudo bem, estava satisfeita consigo mesma, bem resolvida com seu corpo, e também não fazia muita questão de ser a rainha da beleza da Zona Norte. Já tinha dores de cabeça suficiente com os admiradores que arrumava por causa de seu trabalho, não desejava ainda mais holofotes em cima. — Você é linda, Serena. Voz, corpo, tudo. — completou Stephen, com olhos brilhantes: — Não falo para adular ou intimidar, é apenas a verdade.— Cara, você é muito bom nisso... — murmurou, pra si mesma.— O que disse? — Stephen aproximou-se mais.— Nada. — Serena continuou a andar. — Então temos a praia em comum. Sempre gostei do mar, do sol, da areia...— Também sempre gostei. Você sabe surfar?— Nunca tentei. Você surfa bem?— Sou muito bom nisso, entre outras coisas.Serena encarou-o. Ele tinha a escutado antes sim, e agora repetia o comentário dela, provocando. Era divertido.— E modesto. Ela sorriu, e ele
Como se sentiu a esse respeito? Ela pensou um pouco a respeito, então respondeu:— Quando eles casaram? Foi esquisito, mas não fiquei triste, sinceramente. E já voltamos a nos falar, eu os vejo quando vou visitar meus pais. São felizes e já tem um filho.Stephen ficou aliviado, mas não permitiu que sua satisfação fosse demonstrada. Anos a fio trabalhando com empresários calculistas e sem coração o haviam treinado bem para mascarar seus sentimentos e assim fazer jogadas eficientes no campo financeiro. E e em outros campos também.— Voltou a namorar... ahn...firme, depois desse tal Alberto?A pergunta foi feita em tom falsamente incente. Naturalmente ele queria saber mais sobre Serena, sobre seu passado, e sobre o coração dela. — Tive mais dois ou três namoros, desastrosos. E finalmente na última tentativa, pior que as outras, vi que definitivamente não sou boa para analisar o caráter das pessoas. — Serena olhou Stephen fixamente.— Então por causa de algumas escolhas ruins está pens