Stephen havia despertado àquela manhã admitindo que casar-se com Serena era o que devia fazer. A decisão correta e ética. E ter a gata de novo em sua cama era um bônus extra. Ótimo bônus.Tinham que recomeçar.Do zero.Quando um folião mais animado pegou Serena pela cintura e cochichou algo em seu ouvido, Stephen teve a certeza que sua decisão atual era a acertada, e que sua raiva estava se esvaindo mais rápido do que esperava. Fingindo um bom humor que nem de longe sentia, aproximou-se e repousou a mão de forma possessiva no ombros de Serena, afastando-a do homem sorridente ao seu lado.— Acompanhada, amigo. — O pateta não via que estava tentando paquerar uma mulher grávida?O homem assustou-se e pediu desculpas, afastando-se rapidamente para o mais longe possível. Não se deixou enganar pelo sorriso de Stie, nem por seu tom de voz tranquilo. Seu olhar deve tê-lo alertado. Bom.E Serena não pareceu se incomodar com a intromissão, o que era excelente sinal. Talvez aceitasse o fato que
Eles encontraram Lúcio, Ana e Bia apenas para se despedirem rapidamente e entrarem no carro, rumo ao apartamento no Leblon. Foi difícil para Stephen manter as duas mãos no volante. A esquerda queria seguir a direita e acariciar também a parte interna da coxa exposta de Serena, no banco ao lado, e passear perigosamente na área de sua virilha.Na garagem do prédio a febre do desejo que o casal sentia começou a alcançar a altos picos de temperatura, apimentada por apalpadelas mútuas e provocantes. No elevador, ignoraram a pequena câmara de circuito interno e continuaram envolvidos em preliminares que os estavam incendiando, até enfim verem-se deitados no sofá da sala de Stie, fazendo malabarismos para livrarem-se urgentemente de suas roupas.Stephen só voltou à razão quando ouviu o gemido de Serena, por baixo dele. Apoiando-se nas mãos, ergueu o corpo com presteza, mantendo suficiente distância para encará-la.— My God, eu a machuquei! — Stephen estava com os olhos arregalados, horroriza
Foram duas semanas estranhas e difíceis. Falar com o padre João sobre o casamento apressado e a razão deste, havia sido mais fácil do que Serena esperava.O pároco era um homem amigável, e sua paróquia possuía muitos jovens. Estava habituado a ouvir muitas confissões sobre pecados da carne, e não julgava mal seu rebanho, embora isso não significasse aprovar suas escolhas, se elas quebravam as normas bíblicas estabelecidas. Com bondade ouviu Stephen e Serena, não condenou seus atos, e ainda deixou o casal bem à vontade para escolher a data e horário para seu enlace, segundo a disponibilidade da igreja. E felicitou-os calorosamente pelo bebê, convidando-os a voltar a frequentar as missas, imediatamente. Com os pais de Serena não foi tão simples. O pai teve uma reação áspera à notícia da gravidez, e à mãe se encheram de lágrimas os olhos, embora, Serena suspeitasse, fosse mais pela emoção de saber que seria avó em poucos meses do que pela perda da suposta virgindade da filha. Porque do
Ele sabia que algo estava errado. Havia conseguido superar a frustração que sentira quando Serena negou-se a mudar-se para o apartamento do Leblon antes do casamento, dando a desculpa de que ficaria sozinha durante o dia todo lá, enquanto que em Vila Isabel teria a companhia das amigas. Tudo bem. Stephen relevou. Como não poderia? Pressentiu uma discussão se insistisse. E já haviam discutido o suficiente antes, o que definitivamente não podia ser saudável para seu filho.Gui havia lhe avisado que as mulheres grávidas ficavam mais sensíveis. Felizmente Serena não ficara agressiva. Mas estava muito calada e era impossível ignorar seus olhos tristes. No entanto, quando ele perguntava sobre como ela estava se sentindo, Serena se esquivava, evitando conversar, alegando não existir qualquer problema.Stephen não podia negar que era muito cômodo acreditar no que ela dizia, e deixar o assunto de lado, quando já tinha tantas preocupações com seu trabalho, e com a correria para os últimos ajust
Enquanto ele observava Serena, sua paixão, sua vida, ouvia agora a voz de Lipe, cantando uma canção brasileira sobre a necessidade de amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Era isto mesmo. E admirar aquela mulher, a “sua” mulher, com seu filho no ventre que já se destacava, “seu” menino, como o médico informara no dia mágico em que acompanhara Serena para fazer as ultrassonografias de praxe, dava-lhe um orgulho de macho, absolutamente ancestral.Sentira o coração transbordar naquele momento, certamente como sentiria se ao invés de avisar “É um cavalheiro”, o doutor houvesse informado “É uma dama!”. Não era o sexo da criança o mais importante, mas sim o fato de ver o bebê se mexendo pela tela, de ter a verdadeira e real noção de que afinal de contas, ele e Serena haviam gerado um outro ser vivo! Era fantástico! Um milagre!E a moça sentada na cadeira era um milagre à parte, também. Ela o havia amado, o aceitado, e gerava seu bebê mesmo achando que havia sido traída e abandonada.
— Sabemos o suficiente um do outro! — Ele retrucou, exasperado. Passou as mãos nos cabelos, num gesto impaciente. — E já disse que lamento sobre a minha demora e sobre como se sentiu a respeito. Terei que pedir desculpas o resto da vida?— Não. Não terá. — Os ombros de Serena caíram subitamente.Stephen a observou. Parecia mais cansada que antes, e sua aparência frágil o emocionou e atraiu. Aproximou-se dela e curvou o rosto para beijá-la.Mas, Serena desvencilhou-se.— Não, Stephen. Pare. Já deu. O tom de voz o alarmou. Já deu? O que?Serena não o encarou, mas tornou a falar:— Você não precisa mais pedir desculpas, e nem eu. Isso não tem sentido. Nada disso tem. Nem esse casamento por obrigação.— O que quer dizer?— Que devemos cancelar o casamento antes que as coisas fiquem realmente ruins entre nós. Não estamos no século XV, quando as pessoas se casavam para salvar as aparências, ou por causa de alguma promessa feita no calor da paixão. Sabemos que foi isso, não é, Stephen? Você
— Mamãe!O menino de um ano e meio gritou quando viu a imagem da mãe na televisão.— Sim, é a mamãe. — Stephen respondeu, deitado na cama com o filho que apontava o dedinho gorducho excitadamente — A mamãe é gostosa.Na tela, Serena cantava Cry For Me , de The Weeknd, à frente da banda Paraíso, usando uma calça colante e uma blusa com decote generoso. Stephen sentia salivar cada vez que via a esposa em trajes provocantes. Estava ainda melhor depois da maternidade, com as formas mais arredondadas.— Mamãe gos... gos... — o pequeno tentava repetir a palavra dita pelo pai.— Shhh... não, Lucas. Acho que mamãe não vai gostar que você repita isso — Stephen sorriu e puxou o filho para mais perto dele, distraindo-o com cócegas.O menino começou a rir às gargalhadas.— Do que vocês estão rindo? — perguntou Serena, entrando no quarto e sentando na beira da cama: — Oba! Vamos fazer cosquinhas nesse menino bonito!Juntou-se a Stephen, fazendo cócegas em Lucas.— Ele viu você na chamada para o “D
Sou a Silvana Barbosa, formada em Administração de Empresas, carioca, casada, mãe de dois rapazes, dona de dois cachorros impossíveis, sagitariana, torcedora do Fluminense e do Salgueiro, e autora de histórias românticas desde 2016 quando me lancei no mercado com dois romances de época: "Por você", primeiro livro da série Libertinos, histórias narradas no Reino Unido entre o período regencial e vitoriano e "Olhos de mel, lábios de fogo" onde se desenvolve o difícil relacionamento amoroso de Jean Pierre e camille, no cenário da França do século dezoito. Ainda de forma independente lancei outras histórias, contos e novelas, contemporãneos, fantasia e históricos, e publiquei também de forma impressa com três editoras. A série Libertinos e Olhos de mel, lábios de fogo podem ser adquiridos facilmente em suas versões impressas, além de haver a disponibilidade de leitura digital para quarenta e três obras de minha autoria. Aqui na Buenovela também publiquei A boa garota do policial, uma t