A viagem de volta para casa com Alexander é impregnada por um silêncio que parece vivo, denso, sufocante. O olhar dele, tão profundo quanto o oceano, carrega o remorso e a decepção que foi o jantar. Sinto a culpa enraizar-se em minha alma, queimando como ácido, corroendo as camadas de qualquer justificativa ou autocomplacência que eu possa ter construído.“Me desculpa pelo o que a minha mãe falou ontem…” Alexander quebra o silêncio já faltando poucos quarteirões para chegar na minha casa. “Na verdade, eu peço perdão toda a noite de ontem. A rainha foi uma vadia sem coração. Não sei como Caelum consegue se manter com ela,” ele comenta com incredulidade na voz.Ao ouvir o nome de Caelum e de Seraphina, meu corpo responde de forma involuntária. Sinto um arrepio gelado percorrer minha espinha, meu estômago se revirando como se houvesse um nó impossível de desfazer. Seraphina não é apenas uma presença; é uma ameaça constante, uma sombra que paira sobre mim, causando um medo irracional que
Alexander não mentiu quando disse que iria recompensar pelo o desastre que foi o jantar com sua família. O lugar que ele escolheu é um refúgio perfeito: uma cabana rústica e acolhedora, perdida no meio de uma floresta silenciosa, cercada pela imensidão verde e pelos sussurros tranquilos da natureza.“Você sabe quanto tempo faz que eu não ouço isso?” Minha voz soa baixa, quase um sussurro, enquanto fico parada do lado de fora do carro, admirando o som da natureza.Alexander levanta uma sobrancelha, seu tom curioso.“Não ouve o quê?” Ele pergunta enquanto desliza as mãos pela minha cintura, me abraçando ainda mais forte por trás. Ele está tão perto que sinto o ritmo tranquilo de sua respiração, e isso, por um breve momento, me faz esquecer o peso das mentiras e dos segredos que guardo.“Silencio. É tão silencioso, não tem vozes de outros funcionários, de filhos, de mãe, nada. Apenas… natureza,” confesso com um suspiro. Ignorando na realidade o grito da verdade querendo sair de dentro de
Minha respiração está ofegante, sinto os braços firmes e fortes de Alexander abaixo de mim, me abraçando pelos ombros.Deito minha cabeça em seu peitoral, me sentindo segura e feliz com esse momento após o sexo. Nada poderia ficar mais perfeito do que isso. O quarto exala a nossa paixão, eu observo a luz da tarde invadindo pela cortina, dançando pela cama bagunçada.“Aria, eu preciso conversar com você” Alexander diz de repente, sua voz grossa e rouca, soa com pesar.Levanto o meu corpo e giro minha cabeça para olhá-lo, percebo em seus olhos azuis-escuros iguais o oceano de madrugada, profundo e misterioso, carregar algo que o está correndo.“Sim, meu amor, o que foi?” incentivo, passo a mão por uma mecha do cabelo castanho ondulado dele, algo que sempre me trouxe paz de fazer.Porém, Alexander segura a minha mão e afasta do seu rosto, ele senta na cama e respira fundo, eu olho para ele com preocupação, sem entender o que está acontecendo.“Não está dando certo, Aria” Alexander anunci
Minha última noite como um homem livre e solteiro. O pensamento de que amanhã a essa hora estarei casado, me causa enjoo. Ando pelas ruas do meu país sem saber exatamente o que fazer com o meu último dia de liberdade. Sei que o casamento será a salvação para o reino, pelo menos, é o que eu torço que seja.Meus pensamentos são avulsos quando entro no bar, sei que as roupas simplórias que estou usando me ajudara a mesclar com os plebeus. Afinal, está sendo anunciado em todos os lugares o meu casamento, mesmo eu sendo um rei recluso que tenta sempre fugir dos holofotes. Com as roupas simplórias e um feitiço de camuflagem, tenho uma noite tranquila pela frente.Até que eu a avisto e sinto o seu cheiro. Meu lado lycan fica eufórico com o cheiro da humana, algo que nunca aconteceu antes. O cheiro dela é impregnante, avassalador e, ao mesmo tempo, exótico. Me aproximo dela como se ela fosse o sol e eu tivesse que orbitar em sua direção.Assim que me sento ao seu lado, a jovem não esboça nenh
Cinco Anos Depois…O salão está abarrotado de meses redondas espalhadas pelo cômodo amplo e bem iluminado. A decoração me enche os olhos e eu me pergunto se algum dia terei dinheiro para fazer algum evento desse nível de magnitude.Eu equilíbrio a bandeja com as taças de champanhe enquanto passo por entre as mesas oferecendo as bebidas. As pessoas sentadas, toda bem vestidas e elegantes, me ignoram como sempre fazem quando não querem nada sendo oferecido. Tão soberbas e esnobes que me faz ficar irritada. Respiro fundo e continuo passando por cada mesa, alguns aceitam e outros simplesmente continuam me ignorando.O som da festa preenche o ambiente com o falatório dos convidados. A pista de dança comporta apenas adultos dançando e alguns adolescentes com coragem para dançar de forma engraçada. Mantenho minha atenção em cada detalhe que há no salão, notando também minhas colegas garçonetes servindo os canapés e outros pratos.Volto para a cozinha que destoa com a elegância do salão. O lo
“Há mais alguma coisa que eu posso oferecer, para Vossa Majestade?” meu servo questiona. Seus lábios voltam a beijar a minha coxa, o que me causa um arrepio.Meu corpo continua em êxtase pelo o orgasmo que tive, eu sinto ainda o tremor pelo meu corpo e em minha intimidade o latejar do meu clitóris inchado. Olho para o homem deitado entre as minhas pernas. A sua devoção em me agradar chega a ser um pouco patética.“Silêncio,” respondo com frieza e o puxo pelo braço para cima.Percebo que seu membro está rígido e pronto para me penetrar. Deito o homem na cama e subo nele, encaixando o seu membro em minha entrada. A penetração é fácil e eu sinto o prazer percorrer todo o meu corpo. O rapaz começa a ficar mais ofegante e a querer gemer, algo que quebra a minha concentração prazerosa.“Silêncio,” ordeno antes de tampar sua boca com a minha mão.Meu corpo inteiro está carregado de luxúria e desejo. Consigo controlar o ritmo da penetração, o movimento de ir e vir com rapidez. Meu corpo fica
A expressão no rosto do coordenador, uma mistura de desculpas envergonhadas e um certo temor, só aumenta a sensação de sufoco em meu peito. Sua postura inclinada diante da rainha Seraphina e do rei Caelum, como se estivesse tentando compensar um erro gravíssimo, me faz sentir minúscula, insignificante, um inseto prestes a ser esmagado. As palavras dele, tão suaves quanto desesperadas, parecem ecoar pelo salão, cada uma mais pesada que a anterior, e a sensação de que estou sendo observada por todos se torna insuportável. O peso do julgamento silencioso parece recair sobre meus ombros, uma pressão que ameaça me esmagar ali mesmo.Enquanto repasso cada momento em minha mente, cada detalhe do que fiz, o som dos risos e das conversas ao redor se transforma em um zumbido distante, como se eu estivesse submersa em um oceano de incertezas. As paredes do grande salão parecem se fechar ao meu redor, tornando o espaço antes majestoso em algo opressor.Os olhares dos convidados se tornam farpas i
Sabia que o cheiro dela era familiar. Muito familiar. O meu lado lycan ficou tão aflorado que achei que poderia me transformar bem no meio do salão quando a garçonete surgiu a minha frente para nos servir.O ciúme de Seraphina pareceu ser irracional, sei que nosso casamento tem parecido mais uma parceria empresarial do que com afeto e amor. Porém, eu nunca trairia Seraphina. Mesmo sem termos filhos, algo que nós dois ansiamos tanto ter, o respeito e admiração que possuiu pela minha esposa vai além de qualquer divergência que possamos ter agora.Mas aqui estava ela. A mulher que me proporcionou a última noite de liberdade. Eu nunca esqueceria a marca em seu pescoço, tão delicada e charmosa. Assim que ela entrou no salão, o seu cheiro ficou exaltado por cima de todos os outros aromas, até cheguei a pensar que era apenas a nostalgia me rondando outra vez. A saudade de um tempo mais simples e feliz em minha vida, sem um casamento frio e sem um reino prestes a colapsar devido aos ataques d