Capítulo 2 - Caelum

Minha última noite como um homem livre e solteiro. O pensamento de que amanhã a essa hora estarei casado, me causa enjoo. Ando pelas ruas do meu país sem saber exatamente o que fazer com o meu último dia de liberdade. Sei que o casamento será a salvação para o reino, pelo menos, é o que eu torço que seja.

Meus pensamentos são avulsos quando entro no bar, sei que as roupas simplórias que estou usando me ajudara a mesclar com os plebeus. Afinal, está sendo anunciado em todos os lugares o meu casamento, mesmo eu sendo um rei recluso que tenta sempre fugir dos holofotes. Com as roupas simplórias e um feitiço de camuflagem, tenho uma noite tranquila pela frente.

Até que eu a avisto e sinto o seu cheiro. Meu lado lycan fica eufórico com o cheiro da humana, algo que nunca aconteceu antes. O cheiro dela é impregnante, avassalador e, ao mesmo tempo, exótico. Me aproximo dela como se ela fosse o sol e eu tivesse que orbitar em sua direção.

Assim que me sento ao seu lado, a jovem não esboça nenhuma reação, nem percebe a minha presença. Sei que usei um feitiço, mas não forte o suficiente para a minha presença ser apagada.

Pigarro e mesmo assim a jovem não demonstra nenhuma reação. Percebo então o seu olhar abatido e as canecas vazias ao seu redor. Será que ela tomou o bolo de alguém? Quem teria ousadia de fazer isso com ela? Os cabelos castanhos claros estão presos em um coque bagunçado, a sua pele parda carrega um bronzeado e o cheiro do sol que me deixa fascinado. Ela possuiu uma marca de nascença peculiar em seu pescoço. Uma mancha em formato de lua crescente.

“Está sozinha?” questiono curioso e é quando ela finalmente presta atenção em mim.

Mesmo com o hálito carregado com o cheiro de álcool, a jovem mantém a delicadeza e o humor ao me responder, me causando maior curiosidade.

Percebo que ela quer uma distração, talvez vingança por ter tomado bolo de alguém e eu quero uma despedida da minha solteirice. Acho que foi o destino que nos uniu essa noite. Eu pago pelas bebidas e ouvir a risada dela, me causa ainda mais vontade de a ter para mim.

Torço para que a minha futura esposa tenha o mesmo senso de humor que essa humana e seja gostosa tanto quanto.

“Ainda falta algumas horas para o dia chegar, quer ir para a minha casa?” a jovem pergunta com um sorriso malicioso. Consigo sentir o cheiro dos seus feromônios aumentando.

Eu não nego o pedido e acompanho os passos tropeços dela até sua casa. Um local simplório de uma plebeia humana, não me surpreende. Quem me dera ela fosse da realeza, assim eu poderia talvez tentar casar com ela.

Assim que chegamos ao seu quarto, eu não aguardo nenhum segundo sequer. A vontade de possuí-la, de me deliciar com o seu corpo me domina. Ela é corpulenta, com ótimos lugares para apertar e beijar, os seios são fardos e o quadril largo que eu seguro com força e a levanto. Beijo seu pescoço, onde está a marca de nascença e sinto o corpo dela se arrepiar por completo. Mesmo com o teor de álcool elevado em seu sangue, a jovem mantém a consciência de tudo o que fazemos. Deito ela na cama e arranco suas roupas com rapidez, eu contemplo cada curva que ela possuiu e até gravo em minha memória o conjunto da sua lingerie. Azul-marinho.

Os olhos castanhos claros dela carregam tantas emoções e desejos que eu poderia me perder neles. Os lábios carnudos dela são macios e eu os mordo com tesão, sentindo o meu membro ficar cada vez mais rígido em minha calça. Eu me banqueteio com ela, faço ela gozar em minha boca e também em meu membro. Até que por fim, eu gozo dentro dela, sentindo todo o prazer chegar no ápice.

“Deus grego, você consegue fazer eu esquecê-lo?” a jovem pergunta sonolenta e bêbada após finalizarmos. Eu solto uma risada e alinho em meus braços.

“Apenas aceito desafios possíveis, princesa,” respondo ao pé do seu ouvido antes dela dormir.

Eu não pego no sono de imediato. Minha mente vagueia pelo quarto dela, absorvendo as características e história dessa jovem misteriosa. Eu não sei o seu nome e prefiro que continue assim, uma noite prazerosa é o suficiente para mim.

Permito que ela durma abraçada a mim, e passeio os meus dedos pela sua pele despida, principalmente na marca de nascença que me atraiu tanto. Ela dorme profundamente que até mesmo solta um ronco suave. Assim que as primeiras luzes do sol começam a surgir, eu me levanto e visto minhas roupas.

Não quero ir embora como um bandido, então apenas escrevo um bilhete e deixo em cima da cômoda ao lado da cama. Observo uma última vez o corpo sonolento dela e me sinto satisfeito com a forma que gastei minha última noite de liberdade.

“Achei que você teria fugido! A onde você estava, Caelum?” minha mãe, Isolde, indaga com impaciência na voz. “Mas que roupas são essas?”

Eu solto uma risada humorada e beijo a testa da minha mãe. A preocupação dela para que esse casamento vá para frente me causa uma vontade incontrolável de rir.

“Eu nunca desperdiçaria toda a comida que contratamos para esse casamento fugindo, mamãe,” respondo enquanto ando pelos corredores do palácio.

Todos os funcionários estão agitados, preparando as decorações para o casamento. Isolde anda ao meu lado com seu corpo miúdo e rosto preocupado, para uma senhora de cinquenta anos, minha mãe possuiu muita disposição para controlar tudo e a todos, inclusive eu.

“Não faça gracinhas, Caelum! Hoje é um dia muito importante! Você já tem trinta anos, precisamos assegura o seu poder e gerar herdeiros quanto antes,” Isolde responde com uma bronca. Entro em meu quarto e minha mãe me segue logo atrás.

“Não me diga! Sei disso, eu sou o noivo. Além de que, você não me deixa esquecer sobre isso nos últimos meses” rebato já com impaciência. “Estou aqui, não estou? Pronto! Estarei no altar, não se preocupe. Vai ver se a minha noiva, a Sabrina…”

“Seraphina!” mamãe me corrige e eu dou uma piscadela.

“Até o fim da vida decoro o nome dela. Enfim, veja se ela precisa de alguma coisa, okay? Vou me arrumar para minhas outras funções como rei!”

Antes que a minha mãe pudesse debater, eu a expulso do meu quarto de forma rápida e gentil. Repito o nome Seraphina algumas vezes enquanto retiro a minha roupa de plebeu. Eu nunca sequer conheci Seraphina, uma jovem princesa feiticeira de vinte e três anos do reino Syltirion. Um reino que possuiu grande fonte de magia e minérios preciosos, algo que meu reino Veridiana necessita.

A cerimônia ocorre ao fim da tarde no jardim do palácio, com o por do sol atrás de nós. Fico surpreso com a beleza de Seraphina quando ela chega ao corredor até o altar, usando um vestido azul-claro cheio de camadas e justo ao seu corpo magro. Os cabelos cor de fogo estão soltos e carregam uma linda coroa fina prateada com correntes com pérolas brancas, o rosto pálido dela contrasta com os olhos dourados que parecem ouro e com a maquiagem e seu cabelo de cor viva e marcante. Sua beleza é impressionante ou eu que estava pensando o pior.

Sinto os hormônios dela, há uma ansiedade e um coração acelerado. Não a culpo, se casar com alguém que você nunca viu também não estava em meus planos. Mas era o meu dever e faria dar certo o máximo que eu conseguisse.

  “E agora, a primeira dança dos recém-casados!” o cerimonialista declara e uma salva de palmas surge logo em seguida.

Eu me levanto e estendo a minha mão para a minha mais nova esposa. Seraphina fica com as bochechas coradas e eu acho isso ligeiramente encantador, ela aceita e nós dois vamos em direção à pista de dança.

“Desculpa se eu tiver dois pés esquerdos,” Seraphina sussurra nervosa em minha direção e eu abro um sorriso acolhedor.

“Não se preocupe, eu tenho dois pés direitos!” replico com divertimento na voz.

Enquanto danço com minha esposa, minha mente resolve trazer de volta o rosto da jovem que dormi na noite anterior. Como forma instintiva, meus olhos buscam na multidão de convidados a humana, mesmo sabendo que ela provavelmente nunca poderia estar na lista de convidados.

Meus olhos pousam no pescoço de Seraphina, como se quisesse ter certeza que não era a mesma mulher com quem eu dormi horas atrás. Balanço a cabeça, tentando afastar desse desejo carnal que quer me dominar.

“Espero que você consiga se sentir em casa aqui no reino de Veridiana, Seraphina,” comento com modesta e Seraphina lança um olhar lívido, seus olhos dourados que parecem ouro derretido faíscam na minha direção com expectativas.

“E eu espero que a minha companhia te agrade, Majestade. Que eu possa carregar os seus belos e fortes filhos!” ela responde cordialmente, como se tivesse ensaiado aquilo várias e várias vezes.

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