Minha última noite como um homem livre e solteiro. O pensamento de que amanhã a essa hora estarei casado, me causa enjoo. Ando pelas ruas do meu país sem saber exatamente o que fazer com o meu último dia de liberdade. Sei que o casamento será a salvação para o reino, pelo menos, é o que eu torço que seja.
Meus pensamentos são avulsos quando entro no bar, sei que as roupas simplórias que estou usando me ajudara a mesclar com os plebeus. Afinal, está sendo anunciado em todos os lugares o meu casamento, mesmo eu sendo um rei recluso que tenta sempre fugir dos holofotes. Com as roupas simplórias e um feitiço de camuflagem, tenho uma noite tranquila pela frente.
Até que eu a avisto e sinto o seu cheiro. Meu lado lycan fica eufórico com o cheiro da humana, algo que nunca aconteceu antes. O cheiro dela é impregnante, avassalador e, ao mesmo tempo, exótico. Me aproximo dela como se ela fosse o sol e eu tivesse que orbitar em sua direção.
Assim que me sento ao seu lado, a jovem não esboça nenhuma reação, nem percebe a minha presença. Sei que usei um feitiço, mas não forte o suficiente para a minha presença ser apagada.
Pigarro e mesmo assim a jovem não demonstra nenhuma reação. Percebo então o seu olhar abatido e as canecas vazias ao seu redor. Será que ela tomou o bolo de alguém? Quem teria ousadia de fazer isso com ela? Os cabelos castanhos claros estão presos em um coque bagunçado, a sua pele parda carrega um bronzeado e o cheiro do sol que me deixa fascinado. Ela possuiu uma marca de nascença peculiar em seu pescoço. Uma mancha em formato de lua crescente.
“Está sozinha?” questiono curioso e é quando ela finalmente presta atenção em mim.
Mesmo com o hálito carregado com o cheiro de álcool, a jovem mantém a delicadeza e o humor ao me responder, me causando maior curiosidade.
Percebo que ela quer uma distração, talvez vingança por ter tomado bolo de alguém e eu quero uma despedida da minha solteirice. Acho que foi o destino que nos uniu essa noite. Eu pago pelas bebidas e ouvir a risada dela, me causa ainda mais vontade de a ter para mim.
Torço para que a minha futura esposa tenha o mesmo senso de humor que essa humana e seja gostosa tanto quanto.
“Ainda falta algumas horas para o dia chegar, quer ir para a minha casa?” a jovem pergunta com um sorriso malicioso. Consigo sentir o cheiro dos seus feromônios aumentando.
Eu não nego o pedido e acompanho os passos tropeços dela até sua casa. Um local simplório de uma plebeia humana, não me surpreende. Quem me dera ela fosse da realeza, assim eu poderia talvez tentar casar com ela.
Assim que chegamos ao seu quarto, eu não aguardo nenhum segundo sequer. A vontade de possuí-la, de me deliciar com o seu corpo me domina. Ela é corpulenta, com ótimos lugares para apertar e beijar, os seios são fardos e o quadril largo que eu seguro com força e a levanto. Beijo seu pescoço, onde está a marca de nascença e sinto o corpo dela se arrepiar por completo. Mesmo com o teor de álcool elevado em seu sangue, a jovem mantém a consciência de tudo o que fazemos. Deito ela na cama e arranco suas roupas com rapidez, eu contemplo cada curva que ela possuiu e até gravo em minha memória o conjunto da sua lingerie. Azul-marinho.
Os olhos castanhos claros dela carregam tantas emoções e desejos que eu poderia me perder neles. Os lábios carnudos dela são macios e eu os mordo com tesão, sentindo o meu membro ficar cada vez mais rígido em minha calça. Eu me banqueteio com ela, faço ela gozar em minha boca e também em meu membro. Até que por fim, eu gozo dentro dela, sentindo todo o prazer chegar no ápice.
“Deus grego, você consegue fazer eu esquecê-lo?” a jovem pergunta sonolenta e bêbada após finalizarmos. Eu solto uma risada e alinho em meus braços.
“Apenas aceito desafios possíveis, princesa,” respondo ao pé do seu ouvido antes dela dormir.
Eu não pego no sono de imediato. Minha mente vagueia pelo quarto dela, absorvendo as características e história dessa jovem misteriosa. Eu não sei o seu nome e prefiro que continue assim, uma noite prazerosa é o suficiente para mim.
Permito que ela durma abraçada a mim, e passeio os meus dedos pela sua pele despida, principalmente na marca de nascença que me atraiu tanto. Ela dorme profundamente que até mesmo solta um ronco suave. Assim que as primeiras luzes do sol começam a surgir, eu me levanto e visto minhas roupas.
Não quero ir embora como um bandido, então apenas escrevo um bilhete e deixo em cima da cômoda ao lado da cama. Observo uma última vez o corpo sonolento dela e me sinto satisfeito com a forma que gastei minha última noite de liberdade.
“Achei que você teria fugido! A onde você estava, Caelum?” minha mãe, Isolde, indaga com impaciência na voz. “Mas que roupas são essas?”
Eu solto uma risada humorada e beijo a testa da minha mãe. A preocupação dela para que esse casamento vá para frente me causa uma vontade incontrolável de rir.
“Eu nunca desperdiçaria toda a comida que contratamos para esse casamento fugindo, mamãe,” respondo enquanto ando pelos corredores do palácio.
Todos os funcionários estão agitados, preparando as decorações para o casamento. Isolde anda ao meu lado com seu corpo miúdo e rosto preocupado, para uma senhora de cinquenta anos, minha mãe possuiu muita disposição para controlar tudo e a todos, inclusive eu.
“Não faça gracinhas, Caelum! Hoje é um dia muito importante! Você já tem trinta anos, precisamos assegura o seu poder e gerar herdeiros quanto antes,” Isolde responde com uma bronca. Entro em meu quarto e minha mãe me segue logo atrás.
“Não me diga! Sei disso, eu sou o noivo. Além de que, você não me deixa esquecer sobre isso nos últimos meses” rebato já com impaciência. “Estou aqui, não estou? Pronto! Estarei no altar, não se preocupe. Vai ver se a minha noiva, a Sabrina…”
“Seraphina!” mamãe me corrige e eu dou uma piscadela.
“Até o fim da vida decoro o nome dela. Enfim, veja se ela precisa de alguma coisa, okay? Vou me arrumar para minhas outras funções como rei!”
Antes que a minha mãe pudesse debater, eu a expulso do meu quarto de forma rápida e gentil. Repito o nome Seraphina algumas vezes enquanto retiro a minha roupa de plebeu. Eu nunca sequer conheci Seraphina, uma jovem princesa feiticeira de vinte e três anos do reino Syltirion. Um reino que possuiu grande fonte de magia e minérios preciosos, algo que meu reino Veridiana necessita.
A cerimônia ocorre ao fim da tarde no jardim do palácio, com o por do sol atrás de nós. Fico surpreso com a beleza de Seraphina quando ela chega ao corredor até o altar, usando um vestido azul-claro cheio de camadas e justo ao seu corpo magro. Os cabelos cor de fogo estão soltos e carregam uma linda coroa fina prateada com correntes com pérolas brancas, o rosto pálido dela contrasta com os olhos dourados que parecem ouro e com a maquiagem e seu cabelo de cor viva e marcante. Sua beleza é impressionante ou eu que estava pensando o pior.
Sinto os hormônios dela, há uma ansiedade e um coração acelerado. Não a culpo, se casar com alguém que você nunca viu também não estava em meus planos. Mas era o meu dever e faria dar certo o máximo que eu conseguisse.
“E agora, a primeira dança dos recém-casados!” o cerimonialista declara e uma salva de palmas surge logo em seguida.
Eu me levanto e estendo a minha mão para a minha mais nova esposa. Seraphina fica com as bochechas coradas e eu acho isso ligeiramente encantador, ela aceita e nós dois vamos em direção à pista de dança.
“Desculpa se eu tiver dois pés esquerdos,” Seraphina sussurra nervosa em minha direção e eu abro um sorriso acolhedor.
“Não se preocupe, eu tenho dois pés direitos!” replico com divertimento na voz.
Enquanto danço com minha esposa, minha mente resolve trazer de volta o rosto da jovem que dormi na noite anterior. Como forma instintiva, meus olhos buscam na multidão de convidados a humana, mesmo sabendo que ela provavelmente nunca poderia estar na lista de convidados.
Meus olhos pousam no pescoço de Seraphina, como se quisesse ter certeza que não era a mesma mulher com quem eu dormi horas atrás. Balanço a cabeça, tentando afastar desse desejo carnal que quer me dominar.
“Espero que você consiga se sentir em casa aqui no reino de Veridiana, Seraphina,” comento com modesta e Seraphina lança um olhar lívido, seus olhos dourados que parecem ouro derretido faíscam na minha direção com expectativas.
“E eu espero que a minha companhia te agrade, Majestade. Que eu possa carregar os seus belos e fortes filhos!” ela responde cordialmente, como se tivesse ensaiado aquilo várias e várias vezes.
Cinco Anos Depois…O salão está abarrotado de meses redondas espalhadas pelo cômodo amplo e bem iluminado. A decoração me enche os olhos e eu me pergunto se algum dia terei dinheiro para fazer algum evento desse nível de magnitude.Eu equilíbrio a bandeja com as taças de champanhe enquanto passo por entre as mesas oferecendo as bebidas. As pessoas sentadas, toda bem vestidas e elegantes, me ignoram como sempre fazem quando não querem nada sendo oferecido. Tão soberbas e esnobes que me faz ficar irritada. Respiro fundo e continuo passando por cada mesa, alguns aceitam e outros simplesmente continuam me ignorando.O som da festa preenche o ambiente com o falatório dos convidados. A pista de dança comporta apenas adultos dançando e alguns adolescentes com coragem para dançar de forma engraçada. Mantenho minha atenção em cada detalhe que há no salão, notando também minhas colegas garçonetes servindo os canapés e outros pratos.Volto para a cozinha que destoa com a elegância do salão. O lo
“Há mais alguma coisa que eu posso oferecer, para Vossa Majestade?” meu servo questiona. Seus lábios voltam a beijar a minha coxa, o que me causa um arrepio.Meu corpo continua em êxtase pelo o orgasmo que tive, eu sinto ainda o tremor pelo meu corpo e em minha intimidade o latejar do meu clitóris inchado. Olho para o homem deitado entre as minhas pernas. A sua devoção em me agradar chega a ser um pouco patética.“Silêncio,” respondo com frieza e o puxo pelo braço para cima.Percebo que seu membro está rígido e pronto para me penetrar. Deito o homem na cama e subo nele, encaixando o seu membro em minha entrada. A penetração é fácil e eu sinto o prazer percorrer todo o meu corpo. O rapaz começa a ficar mais ofegante e a querer gemer, algo que quebra a minha concentração prazerosa.“Silêncio,” ordeno antes de tampar sua boca com a minha mão.Meu corpo inteiro está carregado de luxúria e desejo. Consigo controlar o ritmo da penetração, o movimento de ir e vir com rapidez. Meu corpo fica
A expressão no rosto do coordenador, uma mistura de desculpas envergonhadas e um certo temor, só aumenta a sensação de sufoco em meu peito. Sua postura inclinada diante da rainha Seraphina e do rei Caelum, como se estivesse tentando compensar um erro gravíssimo, me faz sentir minúscula, insignificante, um inseto prestes a ser esmagado. As palavras dele, tão suaves quanto desesperadas, parecem ecoar pelo salão, cada uma mais pesada que a anterior, e a sensação de que estou sendo observada por todos se torna insuportável. O peso do julgamento silencioso parece recair sobre meus ombros, uma pressão que ameaça me esmagar ali mesmo.Enquanto repasso cada momento em minha mente, cada detalhe do que fiz, o som dos risos e das conversas ao redor se transforma em um zumbido distante, como se eu estivesse submersa em um oceano de incertezas. As paredes do grande salão parecem se fechar ao meu redor, tornando o espaço antes majestoso em algo opressor.Os olhares dos convidados se tornam farpas i
Sabia que o cheiro dela era familiar. Muito familiar. O meu lado lycan ficou tão aflorado que achei que poderia me transformar bem no meio do salão quando a garçonete surgiu a minha frente para nos servir.O ciúme de Seraphina pareceu ser irracional, sei que nosso casamento tem parecido mais uma parceria empresarial do que com afeto e amor. Porém, eu nunca trairia Seraphina. Mesmo sem termos filhos, algo que nós dois ansiamos tanto ter, o respeito e admiração que possuiu pela minha esposa vai além de qualquer divergência que possamos ter agora.Mas aqui estava ela. A mulher que me proporcionou a última noite de liberdade. Eu nunca esqueceria a marca em seu pescoço, tão delicada e charmosa. Assim que ela entrou no salão, o seu cheiro ficou exaltado por cima de todos os outros aromas, até cheguei a pensar que era apenas a nostalgia me rondando outra vez. A saudade de um tempo mais simples e feliz em minha vida, sem um casamento frio e sem um reino prestes a colapsar devido aos ataques d
Sou arremessada brutalmente ao chão, o impacto é violento, como se a força do mundo tivesse sido concentrada naquele único momento de colisão. O baque me faz perder o fôlego instantaneamente, meus pulmões se esvaziam em um suspiro forçado enquanto minha cabeça atinge o chão de mármore com um som seco e surdo. Uma dor intensa explode na parte de trás do meu crânio, irradiando-se para minha coluna como uma corrente elétrica, e por um momento tudo ao meu redor se torna um borrão indistinto, uma confusão de cores e sons misturados.A dor em meu braço, causada pelo aperto implacável do rei Caelum, é rapidamente suplantada por uma nova dor, mais aguda, que atravessa minhas costas e peito. Parece que meu corpo inteiro foi atingido por uma onda de choque, cada osso, cada músculo grita em protesto. A explosão que devastou o salão criou uma força esmagadora, jogando-me ao chão com a brutalidade de uma tempestade. É como se o ar ao meu redor tivesse se tornado pesado, denso, dificultando a respi
O olhar preocupado de Thorne para mim, me faz lembrar do olhar intrigado do rei Caelum. A semelhança entre os dois não se limita apenas a expressão dos seus olhos, os cabelos possuem o mesmo tom, um loiro escuro. Eu mesma coloco uma mecha comprida do cabelo do meu filho atrás da orelha dele.“Você teve apenas um sonho, meu anjinho. Volte a dormir, tá bom?” eu o tranquilizo, afagando os seus cabelos sedosos.“Está bom, mamãe. Mas eu sinto muito que o papai machucou o seu braço, no sonho ele estava muito bravo. Me deixou assustado,” Thorne comenta com um bocejo. Ele se aconchega novamente na cama e eu ajeito a coberta ao seu redor.“Foi só um sonho, nada disso acontecerá. Eu prometo,” respondo com a voz suave. Só que dentro de mim, sinto uma inquietação com suas palavras.Eu sempre me esforcei a acreditar que os gêmeos eram de Alexander, afinal, quais seriam as chances de eu engravidar de uma única vez que transei com um estranho? Mesmo que as chances pudessem ser maiores que um porcent
Os grandes olhos vibrantes e castanhos de Aria se arregalam ao me ver parado na porta, como se tivessem sido apanhados num flagrante. A súbita interrupção, somada à presença imponente dos meus guardas, parece sugar todo o ar do ambiente, transformando o pequeno escritório num lugar ainda mais sufocante e carregado de tensão. É impossível ignorar a proximidade dela com o homem de meia-idade, cuja figura agora me causa um repúdio visceral. A ideia de que ela poderia estar se envolvendo com alguém assim, buscando algum tipo de vantagem, revolta algo profundo dentro de mim.Será que é isso que ela faz? Se deita com qualquer um para ganhar algum benefício? A mera sugestão desse pensamento faz com que meu sangue ferva de raiva contida, embora eu mantenha minha expressão fria e implacável. A visão dos dois tão próximos, com as mãos dele em sua pele, me provoca uma repulsa quase física, como se estivesse testemunhando algo profano.O ambiente está saturado de medo, ao ponto de eu quase conseg
Dessa vez, o toque de Caelum contra a minha pele não é brutal, mas ainda assim, carrega uma firmeza que me faz prender a respiração. Quando ele me puxa para mais perto, sinto o calor do seu corpo irradiando, fazendo com que a distância entre nós se torne praticamente inexistente. Seus olhos verdes, profundos, ficam fixados nos meus, penetrando quase a minha alma Sinto o meu coração acelerar, quase querendo pular para fora do meu peito, martelando em minhas costelas como um tambor de guerra. As lembranças embaçadas daquela noite com o deus grego, ressurgem em minha mente, me causando medo.Caelum não pode ser o pai dos meus filhos. Com tudo o que tem acontecido, com os perigos que o rei sofre com os Wolfspawn Renegades. Meus filhos estariam em risco constante, e essa é uma possibilidade que eu nunca poderia aceitar. Cada fibra do meu ser grita para proteger aqueles que amo, e a mera ideia de Caelum, com seu poder e suas complexidades, se aproximando deles, me apavora.Além disso, há o