“Há mais alguma coisa que eu posso oferecer, para Vossa Majestade?” meu servo questiona. Seus lábios voltam a beijar a minha coxa, o que me causa um arrepio.
Meu corpo continua em êxtase pelo o orgasmo que tive, eu sinto ainda o tremor pelo meu corpo e em minha intimidade o latejar do meu clitóris inchado. Olho para o homem deitado entre as minhas pernas. A sua devoção em me agradar chega a ser um pouco patética.
“Silêncio,” respondo com frieza e o puxo pelo braço para cima.
Percebo que seu membro está rígido e pronto para me penetrar. Deito o homem na cama e subo nele, encaixando o seu membro em minha entrada. A penetração é fácil e eu sinto o prazer percorrer todo o meu corpo. O rapaz começa a ficar mais ofegante e a querer gemer, algo que quebra a minha concentração prazerosa.
“Silêncio,” ordeno antes de tampar sua boca com a minha mão.
Meu corpo inteiro está carregado de luxúria e desejo. Consigo controlar o ritmo da penetração, o movimento de ir e vir com rapidez. Meu corpo fica suado e o do homem abaixo de mim também. Ele aperta a minha cintura com força, me ajudando a manter o equilíbrio.
Não demorou muito em usar o meu servo para me causa prazer. Sei que Caelum está em reunião com os conselheiros do reino e isso leva tempo. Tempo o suficiente para que eu tenha dois orgasmos e ainda mandar o criado ir embora sem qualquer pressa.
Caelum me flagrar traindo seria uns dos meus menores problemas aqui no castelo. Não duvido que ele faça o mesmo comigo quando ele precisa viajar para algum lugar e faz questão de não me levar.
Eu visto minha roupa e ajeito o meu cabelo, olho no relógio em cima da minha penteadeira e percebo que já está quase na hora do meu compromisso mais importante do dia. Me olho no espelho e passo a mão em minha barriga lisa e pequena. Preciso gerar uma criança!
O casamento, nos primeiros anos, foi incrível. Caelum era atencioso e realmente se empenhou para que eu me sentisse em casa, viajávamos e nossa fase de lua de mel foi muito longa. O sexo também não era de todo mal, eu o agradava e ele me agradava. Descobrimos o gosto um do outro com o passar do tempo.
Só que a cada menstruação que descia, as esperanças de gerar um herdeiro começaram a ficar pequenas. A pressão da família dele, os integrantes do conselho real exigindo um herdeiro a cada mês, foi minando o nosso relacionamento. E os ataques dos Wolfspawn Renegades, clamando por um rei que fosse puramente Lycan começou a levantar uma muralha entre mim e Caelum.
Até mesmo a magia começou a ser proibida, algo que me parte o coração. Caelum cada dia mais nega o seu lado Enchantrix, negando o uso da magia e com isso, me privando de tantas coisas dentro do castelo e pelo reino.
Não só o reino de Veridiana, mas o meu próprio, o reino de Syltirion. O meu coração clama para voltar para casa, para trazer vida e salvação. As terras têm morrido e o reino não sobreviverá por muito tempo.
Lanço um feitiço de camuflagem, apenas para ter a segurança de que ninguém vai me reconhecer ao sair do castelo. Volto a me olhar no espelho, a minha roupa elegante e sofisticada, estão como a de uma criada, simples e com rasgos na frente do avental. Minha aparência glamorosa se transforma em algo comum, apenas meus olhos dourados continuam os mesmos.
O trajeto para sair do castelo é tranquilo, eu lanço pequenos feitiços para confundir os guardas e qualquer outro funcionário que pudesse se questionar quem eu era. O caminho até Grimroot Forest, a floresta proibida, onde todos os enchantrix foram chutados devido às novas leis de Caelum, é cheia de magia e familiaridade para mim.
Eu me sinto muito mais em casa em Grimroot Forest, do que no palácio onde estou rodeada apenas de lycan e humanos. Vou em direção à loja de uma enchantrix anciã, uma mulher com poderes bem maiores que os meus.
A loja é pitoresca e simples, cheia de cacarecos espalhados. O local é pequeno e bem intimista, o cheio de ervas queimadas e magia impregna o ar como maestria, me fazendo respirar fundo como se fosse uma brisa do mar na estação de verão.
“Majestade, que honra tê-la aqui novamente,” a enchatrix declara, fazendo uma reverência simples.
“Não achei que iria precisar voltar aqui, mas eu preciso dos seus talentos, da sua magia,” digo com pesar na voz, sentindo em meu peito a angústia que me aflige.
A enchatrix indica a mesa redonda com duas cadeiras de madeira. Eu a sigo e me sento de frente para ela. Escuto o bater do meu coração ressoar por todo o meu corpo, junto com a minha ansiedade crescente.
“O que te preocupa, Majestade? O ouro do palácio não te agrada mais aos olhos ou é a saudade de sua terra natal?” ela questiona com a voz rouca e arrastada.
“Por que eu não consigo gerar filhos de meu marido? Tenho me deitado com ele todos os meses, antes eram todos os dias,” relato com angústia na voz, o desespero querendo subir pelas minhas palavras. “O problema está em mim ou nele? Sem uma criança, nunca poderei realizar o ritual para salvar meu reino Syltirion.”
“Não se angustie mais, Majestade. Verei o que o destino está escondendo de você. Qual maldição ou benção está rondando você e seu marido,” ela responde e logo oferece suas mãos por cima da mesa. Eu as seguro com delicadeza, sei que tipo de magia ela fará e temo pela revelação que vira.
A anciã enchatrix recita a magia proibida, o ambiente da loja fica obscuro, rodeados das entidades do outro plano, criaturas perigosas e traiçoeiras se o enchatrix não souber como controlá-los. Os olhos da anciã, que antes carregavam a cor violeta, são substituídos pela escuridão ao acesso ao reino proibido, alguns objetos ao nosso redor flutuam e uma brisa fantasmagórica balança os meus cabelos. A entidade que ela invocou a possui, as mãos dela ficam frias e mais fortes, me agarrando pelos pulsos.
“A semente do rei já foi plantada e cultivada. Cresce com força fora dos muros do palácio, protegidos e esquecidos pelo destino nobre. Uma nova rainha surgira, mais poderosa e mais perigosa. O reino de Syltirion cairá em trevas e ruína. O que você planeja e deseja, só terá sucesso quando a primeira semente do rei for arrancada. Procure pela mãe, uma mulher com uma lua crescente no pescoço e seu desejo poderá ser alcançado!" A entidade declara com uma voz profunda e cheia de terror através do corpo da enchatrix.
Meu coração se apavora com a notícia de que Caelum já possuiu um herdeiro. Sabia da possibilidade dele me trair assim como faço, mas achava que ele teria a decência de tomar precauções com as suas prostitutas, assim como tenho com meus amantes.
“A onde posso encontrá-la? A mãe dessa criança?” pergunto apressada.
“Ela virá até você, a mulher da lua crescente no pescoço,” a entidade responde. A enchatrix volta a tomar o controle e todo o ambiente volta ao normal.
A anciã tosse, como se tivesse engasgado com alguma coisa, ela solta minhas mãos com rápida, fazendo com que eu bata na mesa sem querer. Percebo a marca vermelha em minha pele pálida, ficará marcas e Caelum poderá reparar nelas.
“Majestade, tome cuidado. Lembre-se que às vezes as entidades são apenas traiçoeiras, apenas querem ver o caos,” a enchatrix aconselha.
Respiro fundo e incorporo a frieza que preciso ter com pessoas que não são nobres como eu, mesmo me sentindo perdida e até mesmo magoada com a descoberta.
“Não me importo com que as entidades querem. Preciso salvar o meu reino Syltirion, se for necessário matar um neném por causa disso, que assim seja!” declaro com firmeza na voz, sem permitir o terror de ter que fazer de fato isso.
Antes que a enchatrix falasse algo para me persuadir, eu me levanto com pressa e com passos ligeiros e pesados eu me afasto de sua loja, deixando o valor da consulta em cima do balcão.
Os dias se passam e a revelação ainda me corrói. As refeições com Caelum se tornam frias e silenciosas, olhar para o meu marido sabendo que ele já é pai, me causa náuseas. Será que ele sabe disso? Será que ele esconde sua meretriz e sua criança bastarda em algum lugar da capital?
O dia do nosso aniversário de casamento chega e a festa é farda e exagerada, perfeita para tentar completar o vazio que sinto em meu peito. Me distraio com os convidados, alguns nobres do meu reino Syltirion comparecem, como meus pais que a muito tempo eu não os via.
Quando o banquete começa e os garçons vão passando pelas mesas, uma jovem de vinte e cinco anos vem na nossa direção com uma bandeja de bebidas. Ela diz as opções e eu nego, porém, Caelum aceita e assim que a moça se abaixa para colocar a taça na mesa reparo no pescoço dela, a m*****a marca de nascença em formato de lua.
O meu sangue gela com a audácia do destino de fato trazer a meretriz de meu marido no meu aniversário de casamento.
A expressão no rosto do coordenador, uma mistura de desculpas envergonhadas e um certo temor, só aumenta a sensação de sufoco em meu peito. Sua postura inclinada diante da rainha Seraphina e do rei Caelum, como se estivesse tentando compensar um erro gravíssimo, me faz sentir minúscula, insignificante, um inseto prestes a ser esmagado. As palavras dele, tão suaves quanto desesperadas, parecem ecoar pelo salão, cada uma mais pesada que a anterior, e a sensação de que estou sendo observada por todos se torna insuportável. O peso do julgamento silencioso parece recair sobre meus ombros, uma pressão que ameaça me esmagar ali mesmo.Enquanto repasso cada momento em minha mente, cada detalhe do que fiz, o som dos risos e das conversas ao redor se transforma em um zumbido distante, como se eu estivesse submersa em um oceano de incertezas. As paredes do grande salão parecem se fechar ao meu redor, tornando o espaço antes majestoso em algo opressor.Os olhares dos convidados se tornam farpas i
Sabia que o cheiro dela era familiar. Muito familiar. O meu lado lycan ficou tão aflorado que achei que poderia me transformar bem no meio do salão quando a garçonete surgiu a minha frente para nos servir.O ciúme de Seraphina pareceu ser irracional, sei que nosso casamento tem parecido mais uma parceria empresarial do que com afeto e amor. Porém, eu nunca trairia Seraphina. Mesmo sem termos filhos, algo que nós dois ansiamos tanto ter, o respeito e admiração que possuiu pela minha esposa vai além de qualquer divergência que possamos ter agora.Mas aqui estava ela. A mulher que me proporcionou a última noite de liberdade. Eu nunca esqueceria a marca em seu pescoço, tão delicada e charmosa. Assim que ela entrou no salão, o seu cheiro ficou exaltado por cima de todos os outros aromas, até cheguei a pensar que era apenas a nostalgia me rondando outra vez. A saudade de um tempo mais simples e feliz em minha vida, sem um casamento frio e sem um reino prestes a colapsar devido aos ataques d
Sou arremessada brutalmente ao chão, o impacto é violento, como se a força do mundo tivesse sido concentrada naquele único momento de colisão. O baque me faz perder o fôlego instantaneamente, meus pulmões se esvaziam em um suspiro forçado enquanto minha cabeça atinge o chão de mármore com um som seco e surdo. Uma dor intensa explode na parte de trás do meu crânio, irradiando-se para minha coluna como uma corrente elétrica, e por um momento tudo ao meu redor se torna um borrão indistinto, uma confusão de cores e sons misturados.A dor em meu braço, causada pelo aperto implacável do rei Caelum, é rapidamente suplantada por uma nova dor, mais aguda, que atravessa minhas costas e peito. Parece que meu corpo inteiro foi atingido por uma onda de choque, cada osso, cada músculo grita em protesto. A explosão que devastou o salão criou uma força esmagadora, jogando-me ao chão com a brutalidade de uma tempestade. É como se o ar ao meu redor tivesse se tornado pesado, denso, dificultando a respi
O olhar preocupado de Thorne para mim, me faz lembrar do olhar intrigado do rei Caelum. A semelhança entre os dois não se limita apenas a expressão dos seus olhos, os cabelos possuem o mesmo tom, um loiro escuro. Eu mesma coloco uma mecha comprida do cabelo do meu filho atrás da orelha dele.“Você teve apenas um sonho, meu anjinho. Volte a dormir, tá bom?” eu o tranquilizo, afagando os seus cabelos sedosos.“Está bom, mamãe. Mas eu sinto muito que o papai machucou o seu braço, no sonho ele estava muito bravo. Me deixou assustado,” Thorne comenta com um bocejo. Ele se aconchega novamente na cama e eu ajeito a coberta ao seu redor.“Foi só um sonho, nada disso acontecerá. Eu prometo,” respondo com a voz suave. Só que dentro de mim, sinto uma inquietação com suas palavras.Eu sempre me esforcei a acreditar que os gêmeos eram de Alexander, afinal, quais seriam as chances de eu engravidar de uma única vez que transei com um estranho? Mesmo que as chances pudessem ser maiores que um porcent
Os grandes olhos vibrantes e castanhos de Aria se arregalam ao me ver parado na porta, como se tivessem sido apanhados num flagrante. A súbita interrupção, somada à presença imponente dos meus guardas, parece sugar todo o ar do ambiente, transformando o pequeno escritório num lugar ainda mais sufocante e carregado de tensão. É impossível ignorar a proximidade dela com o homem de meia-idade, cuja figura agora me causa um repúdio visceral. A ideia de que ela poderia estar se envolvendo com alguém assim, buscando algum tipo de vantagem, revolta algo profundo dentro de mim.Será que é isso que ela faz? Se deita com qualquer um para ganhar algum benefício? A mera sugestão desse pensamento faz com que meu sangue ferva de raiva contida, embora eu mantenha minha expressão fria e implacável. A visão dos dois tão próximos, com as mãos dele em sua pele, me provoca uma repulsa quase física, como se estivesse testemunhando algo profano.O ambiente está saturado de medo, ao ponto de eu quase conseg
Dessa vez, o toque de Caelum contra a minha pele não é brutal, mas ainda assim, carrega uma firmeza que me faz prender a respiração. Quando ele me puxa para mais perto, sinto o calor do seu corpo irradiando, fazendo com que a distância entre nós se torne praticamente inexistente. Seus olhos verdes, profundos, ficam fixados nos meus, penetrando quase a minha alma Sinto o meu coração acelerar, quase querendo pular para fora do meu peito, martelando em minhas costelas como um tambor de guerra. As lembranças embaçadas daquela noite com o deus grego, ressurgem em minha mente, me causando medo.Caelum não pode ser o pai dos meus filhos. Com tudo o que tem acontecido, com os perigos que o rei sofre com os Wolfspawn Renegades. Meus filhos estariam em risco constante, e essa é uma possibilidade que eu nunca poderia aceitar. Cada fibra do meu ser grita para proteger aqueles que amo, e a mera ideia de Caelum, com seu poder e suas complexidades, se aproximando deles, me apavora.Além disso, há o
ico que coloquei na entrada do calabouço continua intacto, suas correntes brilham suavemente com a luz mágica que emana de dentro. Para qualquer um que não seja um Enchatrix, este calabouço não passa de um local abandonado, esquecido pelo tempo e pela necessidade. Mas para mim, é um santuário, um lugar onde posso ser verdadeiramente eu mesma, onde a fachada que construí como esposa de Caelum se desfaz, revelando meu verdadeiro eu, uma enchatrix moldada pelo poder e pela necessidade.Depois que me casei com Caelum, percebi que precisava de um ponto fixo, um lugar onde pudesse exercer e nutrir meu lado místico. Os feitiços leves, como camuflagem e pequenos encantamentos que consomem pouco da minha energia vital, posso realizar em qualquer lugar, sem grandes preparativos. Mas para algo tão complexo e perigoso quanto o Shifters, a magia proibida que desafia as leis naturais, eu preciso de um santuário. O calabouço, com suas paredes grossas e seus segredos ocultos, é perfeito para isso. A
“O que houve? Você não vai trabalhar essa noite? Está doente, por acaso?” Lyra, minha mãe, indaga com surpresa na voz.Continuo sentada no tapete da sala, brincando com Elowen e Thorne. Os dois estão montando um castelo com peças de plástico e fingindo que é a fortaleza deles.“Por causa do último atentado ao palácio. O rei tem investigado vários funcionários e com isso, o meu chefe fechou o salão pelos próximos dias.” Respondo cabisbaixa, tentando afastar a ansiedade e medo de ficar desempregada.A recordação da minha última conversa com Caelum ainda ressoa em minha mente. A insinuação de que eu estava tendo um caso com o nojento e asqueroso do meu chefe, faz o