Minha respiração está ofegante, sinto os braços firmes e fortes de Alexander abaixo de mim, me abraçando pelos ombros.
Deito minha cabeça em seu peitoral, me sentindo segura e feliz com esse momento após o sexo. Nada poderia ficar mais perfeito do que isso. O quarto exala a nossa paixão, eu observo a luz da tarde invadindo pela cortina, dançando pela cama bagunçada.
“Aria, eu preciso conversar com você” Alexander diz de repente, sua voz grossa e rouca, soa com pesar.
Levanto o meu corpo e giro minha cabeça para olhá-lo, percebo em seus olhos azuis-escuros iguais o oceano de madrugada, profundo e misterioso, carregar algo que o está correndo.
“Sim, meu amor, o que foi?” incentivo, passo a mão por uma mecha do cabelo castanho ondulado dele, algo que sempre me trouxe paz de fazer.
Porém, Alexander segura a minha mão e afasta do seu rosto, ele senta na cama e respira fundo, eu olho para ele com preocupação, sem entender o que está acontecendo.
“Não está dando certo, Aria” Alexander anuncia com a voz fria e séria. Arqueio minhas sobrancelhas na sua direção, sem compreender o que ele quer dizer com aquilo.
“ O que não está dando certo, Alex?” pergunto confusa. Alexander gesticula para nós, o espaço que há entre mim e ele.
“Isso, a gente. Eu achei que poderia melhorar, mas não tem acontecido…” Alexander responde com a voz cheia de calma e frieza.
Fico sentada na cama e puxo o lençol para cima, tentando cobrir não só o meu corpo, mas também o meu coração que está se quebrando agora.
“Você está terminando comigo? Por quê? O que está de errado? O que eu fiz?” pergunto com um nó na garganta, sentindo meus olhos queimarem com as lagrimas se formando.
Alexander levanta da cama, me deixando ainda mais ferida com o seu afastamento. Ele começa a vestir a cueca e eu apenas observo, tentando processar o que está acontecendo.
“Alexander, por quê? Vamos conversar, tentar resolver o que está te incomodando,” insisto, me levantando também e enrolando o lençol no meu corpo.
“É tarde demais, Aria. A gente não combina mais, sei lá, apenas preciso que você vá embora, okay?” Alexander responde, ele anda pelo quarto pegando as peças de roupas que jogamos com tanta paixão.
“Você não me ama mais? Existe outra pessoa?” Questiono com ansiedade na voz, meu coração acelera com o medo de que exista outra pessoa que Alexander goste.
Alexander me entrega as minhas peças de roupas de forma rápida, me deixando ainda catatônica com a forma que ele está lidando com a situação.
“Aria, não precisa complicar mais as coisas, apenas não está dando certo, okay?” Alexander responde por fim, já totalmente vestido.
Fico parada no meio do quarto, segurando o lençol e a minha muda de roupa, sem saber o que pensar ou dizer. Alexander olha para mim com seus olhos profundos de oceano que sinto que poderia me afogar, sua expressão é de pena e compaixão, mas há algo a mais que eu não consigo decifrar.
“Por que você está fazendo isso?” pergunto outra vez, sem conseguir entender. A gente acabou de fazer amor, algo que sempre foi incrível para nós dois.
“Porque não está mais dando certo, isso acontece, Aria. Pessoas terminam e seguem em frente,” Alexander responde, desviando o olhar e dando de ombros. “Vou deixar você sozinha para se trocar, quando eu voltar, por favor… não esteja mais aqui, por favor.”
Abro a boca para argumentar, para insistir, até avanço um passo na direção do Alexander, porém, ele se esquiva e sai do quarto, fechando a porta atrás de si. Fico sozinha no quarto sem saber o que fazer. Lagrimas começam a cair pelo meu rosto e sinto tudo ao meu redor ficar pequeno e sem foco. Coloco as minhas roupas em meio a soluços e tremedeira no corpo inteiro.
Meu mundo parece desabar e eu não sei o que fazer. Olho para o quarto pequeno do apartamento do Alexander, há fotografia nossas espalhadas que fico tentada em jogar no chão. Por fim, sem saber quanto tempo passou, eu resolvo sair do quarto.
O pequeno loft de Alexander está vazio, ele saiu e nem disse para onde ia. As minhas chaves estão em cima da bancada da cozinha, com a minha bolsa. Olho uma última vez para o local, tentando memorizar tudo antes de ir embora. O sofá azul que eu e Alexander ficávamos várias noites apenas aconchegados vendo algum filme, a cozinha onde eu preparava a maioria das nossas refeições. Tudo começa a se transformar em memórias doloridas, uma saudade e despedida que se misturam e machucam.
Eu pego somente a minha bolsa e deixo a minha cópia da chave a onde está. Fecho a porta atrás de mim e sinto uma onda de confusão me invadir. O que eu faço agora?
A noite já começa a cair do lado de fora do prédio de Alexander e eu não quero voltar para a minha casa, minha mãe fará perguntas e eu não quero respondê-las, porque na realidade eu não sei como respondê-las. Ando pela calçada de forma automática, sem ter rumo para onde ir, esbarro nas pessoas com pressa e percebo que as lagrimas já pararam de cair e no lugar dela o meu corpo declara que preciso comer algo.
Sem prestar atenção, eu entro no primeiro bar que encontro aberto e peço uma porção de fritas e duas canecas cheias de cerveja.
“Dia difícil?” o barman pergunta e eu apenas confirmo com a cabeça.
Apoio meus braços no balcão e sinto a onde de choro querer voltar, mas eu me controlo. Não farei o papel da namorada carente que tomou pé na bunda e chora em lugares públicos. Manterei o mínimo de dignidade que me resta.
O bar começa a ficar cheio, a música começa a ficar mais alta e eu começo a ficar mais bêbada a cada caneca que eu finalizo. O álcool começa a deixar dormente o meu coração e gradualmente vou esquecendo o motivo que me fez começar a beber.
“Está sozinha?” uma voz masculina grave pergunta de repente.
Levanto meu olhar na direção da voz e encontro um homem alto, com mais de um metro e noventa e cinco, os cabelos são loiros escuros penteados para trás que se alinham com a barba cheia com dois tons mais claros que o cabelo. Os olhos verdes parecem duas pedras preciosas que me olham com desejo e curiosidade.
“Para sua sorte, sim,” respondo um pouco alegre demais.
“Duas doses de tequila,” o homem ordena para o barman que logo o atende. Ele oferece uma dose para mim e eu aceito de bom grato. “O que você está fazendo aqui sozinha?”
“Estou esperando por você, gostosão. Você demorou um bocado, sabia?” respondo com humor, que faz o homem soltar uma risada.
“Desculpa, o trânsito. Vim o mais rápido que consegui,” ele entra na brincadeira e eu me sinto feliz por isso.
“Eu só te perdoo se você me fizer companhia até amanhecer,” sugiro com malícia na voz.
Quero esquecer de Alexander, do seu tanquinho definido, do seu sorriso bobo, dos seus olhos oceanos e a forma como ele me beijava. Quero esquecer tudo sobre ele e esse homem a minha frente, com certeza pode fazer isso por mim.
“Desafio aceito,” o rapaz responde com um sorriso malicioso nos lábios. A presença dele me causa desejo e tesão, misturado com o alto teor de álcool que já percorre as minhas veias.
A conversa fluiu com malícia e com muita bebida. As horas percorrem até que o barman declara que precisa fechar o local.
“Ainda falta algumas horas para o dia chegar, quer ir para a minha casa?” eu o convido.
“Com certeza, linda! Faço até questão de pagar a sua conta!”
“Que cavalheiro!” respondo com uma risada enquanto me levanto. Sinto o mundo girar por alguns segundos até sinto a mão grande e firma do rapaz me segurar pela cintura.
“Tudo certo, princesa?” ele pergunta com a voz baixa perto do meu ouvido, me fazendo sentir um arrepio por todo o meu corpo.
“Tudo perfeito!” respondo com um sorriso safado para ele.
Minha casa está silenciosa, minha mãe já deve ter ido para a cama dela. Assim que chegamos em meu quarto, o homem que parece um deus grego avança para me beijar. Seus lábios são finos e macios, sinto a aspereza da sua barba contra a minha pele, mas isso não me incomoda. Minhas mãos são ágeis e eu logo começo retirando a camisa dele, sinto todos os gominhos do seu peitoral com as minhas unhas. O deus grego beija o meu pescoço e suas mãos grandes e macias são ágeis e ele logo me pega no colo. Cruzo minhas pernas em sua cintura e minhas mãos em volta do seu pescoço, sentindo os fios dos seus cabelos sedosos se enroscarem em meus dedos.
Assim que ele me deita na minha cabeça, eu tenho uma noite confusa e, ao mesmo tempo, incrível. Os pensamentos do meu coração partido desaparecem quando os lábios do deus grego me beijam por todo meu corpo. A forma como ele me causa orgasmo é sublime. Durante as horas que o sol ainda não se levanta, eu e o deus grego exploramos o corpo um do outro que me faz sentir nas nuvens.
Mas o dia finalmente chega e quando acordo, o deus grego já partiu, deixando apenas um bilhete que dizia: desafio cumprido, princesa.
A ressaca junto com a saudade e a dor do Alexander chegam para perto de mim como uma nova inquilina. Uma noite com um desconhecido apenas serviu para adiar a minha dor pós termino. A lembrança da noite anterior começa a ficar nebulosa e o rosto do homem com quem me deitei já vai ficando distorcida em minha mente.
Minha última noite como um homem livre e solteiro. O pensamento de que amanhã a essa hora estarei casado, me causa enjoo. Ando pelas ruas do meu país sem saber exatamente o que fazer com o meu último dia de liberdade. Sei que o casamento será a salvação para o reino, pelo menos, é o que eu torço que seja.Meus pensamentos são avulsos quando entro no bar, sei que as roupas simplórias que estou usando me ajudara a mesclar com os plebeus. Afinal, está sendo anunciado em todos os lugares o meu casamento, mesmo eu sendo um rei recluso que tenta sempre fugir dos holofotes. Com as roupas simplórias e um feitiço de camuflagem, tenho uma noite tranquila pela frente.Até que eu a avisto e sinto o seu cheiro. Meu lado lycan fica eufórico com o cheiro da humana, algo que nunca aconteceu antes. O cheiro dela é impregnante, avassalador e, ao mesmo tempo, exótico. Me aproximo dela como se ela fosse o sol e eu tivesse que orbitar em sua direção.Assim que me sento ao seu lado, a jovem não esboça nenh
Cinco Anos Depois…O salão está abarrotado de meses redondas espalhadas pelo cômodo amplo e bem iluminado. A decoração me enche os olhos e eu me pergunto se algum dia terei dinheiro para fazer algum evento desse nível de magnitude.Eu equilíbrio a bandeja com as taças de champanhe enquanto passo por entre as mesas oferecendo as bebidas. As pessoas sentadas, toda bem vestidas e elegantes, me ignoram como sempre fazem quando não querem nada sendo oferecido. Tão soberbas e esnobes que me faz ficar irritada. Respiro fundo e continuo passando por cada mesa, alguns aceitam e outros simplesmente continuam me ignorando.O som da festa preenche o ambiente com o falatório dos convidados. A pista de dança comporta apenas adultos dançando e alguns adolescentes com coragem para dançar de forma engraçada. Mantenho minha atenção em cada detalhe que há no salão, notando também minhas colegas garçonetes servindo os canapés e outros pratos.Volto para a cozinha que destoa com a elegância do salão. O lo
“Há mais alguma coisa que eu posso oferecer, para Vossa Majestade?” meu servo questiona. Seus lábios voltam a beijar a minha coxa, o que me causa um arrepio.Meu corpo continua em êxtase pelo o orgasmo que tive, eu sinto ainda o tremor pelo meu corpo e em minha intimidade o latejar do meu clitóris inchado. Olho para o homem deitado entre as minhas pernas. A sua devoção em me agradar chega a ser um pouco patética.“Silêncio,” respondo com frieza e o puxo pelo braço para cima.Percebo que seu membro está rígido e pronto para me penetrar. Deito o homem na cama e subo nele, encaixando o seu membro em minha entrada. A penetração é fácil e eu sinto o prazer percorrer todo o meu corpo. O rapaz começa a ficar mais ofegante e a querer gemer, algo que quebra a minha concentração prazerosa.“Silêncio,” ordeno antes de tampar sua boca com a minha mão.Meu corpo inteiro está carregado de luxúria e desejo. Consigo controlar o ritmo da penetração, o movimento de ir e vir com rapidez. Meu corpo fica
A expressão no rosto do coordenador, uma mistura de desculpas envergonhadas e um certo temor, só aumenta a sensação de sufoco em meu peito. Sua postura inclinada diante da rainha Seraphina e do rei Caelum, como se estivesse tentando compensar um erro gravíssimo, me faz sentir minúscula, insignificante, um inseto prestes a ser esmagado. As palavras dele, tão suaves quanto desesperadas, parecem ecoar pelo salão, cada uma mais pesada que a anterior, e a sensação de que estou sendo observada por todos se torna insuportável. O peso do julgamento silencioso parece recair sobre meus ombros, uma pressão que ameaça me esmagar ali mesmo.Enquanto repasso cada momento em minha mente, cada detalhe do que fiz, o som dos risos e das conversas ao redor se transforma em um zumbido distante, como se eu estivesse submersa em um oceano de incertezas. As paredes do grande salão parecem se fechar ao meu redor, tornando o espaço antes majestoso em algo opressor.Os olhares dos convidados se tornam farpas i
Sabia que o cheiro dela era familiar. Muito familiar. O meu lado lycan ficou tão aflorado que achei que poderia me transformar bem no meio do salão quando a garçonete surgiu a minha frente para nos servir.O ciúme de Seraphina pareceu ser irracional, sei que nosso casamento tem parecido mais uma parceria empresarial do que com afeto e amor. Porém, eu nunca trairia Seraphina. Mesmo sem termos filhos, algo que nós dois ansiamos tanto ter, o respeito e admiração que possuiu pela minha esposa vai além de qualquer divergência que possamos ter agora.Mas aqui estava ela. A mulher que me proporcionou a última noite de liberdade. Eu nunca esqueceria a marca em seu pescoço, tão delicada e charmosa. Assim que ela entrou no salão, o seu cheiro ficou exaltado por cima de todos os outros aromas, até cheguei a pensar que era apenas a nostalgia me rondando outra vez. A saudade de um tempo mais simples e feliz em minha vida, sem um casamento frio e sem um reino prestes a colapsar devido aos ataques d
Sou arremessada brutalmente ao chão, o impacto é violento, como se a força do mundo tivesse sido concentrada naquele único momento de colisão. O baque me faz perder o fôlego instantaneamente, meus pulmões se esvaziam em um suspiro forçado enquanto minha cabeça atinge o chão de mármore com um som seco e surdo. Uma dor intensa explode na parte de trás do meu crânio, irradiando-se para minha coluna como uma corrente elétrica, e por um momento tudo ao meu redor se torna um borrão indistinto, uma confusão de cores e sons misturados.A dor em meu braço, causada pelo aperto implacável do rei Caelum, é rapidamente suplantada por uma nova dor, mais aguda, que atravessa minhas costas e peito. Parece que meu corpo inteiro foi atingido por uma onda de choque, cada osso, cada músculo grita em protesto. A explosão que devastou o salão criou uma força esmagadora, jogando-me ao chão com a brutalidade de uma tempestade. É como se o ar ao meu redor tivesse se tornado pesado, denso, dificultando a respi
O olhar preocupado de Thorne para mim, me faz lembrar do olhar intrigado do rei Caelum. A semelhança entre os dois não se limita apenas a expressão dos seus olhos, os cabelos possuem o mesmo tom, um loiro escuro. Eu mesma coloco uma mecha comprida do cabelo do meu filho atrás da orelha dele.“Você teve apenas um sonho, meu anjinho. Volte a dormir, tá bom?” eu o tranquilizo, afagando os seus cabelos sedosos.“Está bom, mamãe. Mas eu sinto muito que o papai machucou o seu braço, no sonho ele estava muito bravo. Me deixou assustado,” Thorne comenta com um bocejo. Ele se aconchega novamente na cama e eu ajeito a coberta ao seu redor.“Foi só um sonho, nada disso acontecerá. Eu prometo,” respondo com a voz suave. Só que dentro de mim, sinto uma inquietação com suas palavras.Eu sempre me esforcei a acreditar que os gêmeos eram de Alexander, afinal, quais seriam as chances de eu engravidar de uma única vez que transei com um estranho? Mesmo que as chances pudessem ser maiores que um porcent
Os grandes olhos vibrantes e castanhos de Aria se arregalam ao me ver parado na porta, como se tivessem sido apanhados num flagrante. A súbita interrupção, somada à presença imponente dos meus guardas, parece sugar todo o ar do ambiente, transformando o pequeno escritório num lugar ainda mais sufocante e carregado de tensão. É impossível ignorar a proximidade dela com o homem de meia-idade, cuja figura agora me causa um repúdio visceral. A ideia de que ela poderia estar se envolvendo com alguém assim, buscando algum tipo de vantagem, revolta algo profundo dentro de mim.Será que é isso que ela faz? Se deita com qualquer um para ganhar algum benefício? A mera sugestão desse pensamento faz com que meu sangue ferva de raiva contida, embora eu mantenha minha expressão fria e implacável. A visão dos dois tão próximos, com as mãos dele em sua pele, me provoca uma repulsa quase física, como se estivesse testemunhando algo profano.O ambiente está saturado de medo, ao ponto de eu quase conseg