TIMOTHY
O cheiro de perfume se mistura ao da bebida e a dos charutos. Mulheres seminuas desfilam com bandejas cheias de taças de champanhe. Um verdadeiro banquete. Não é a primeira vez que frequento uma festa dos Bolths, eles conseguem fazer as melhores.Não gosto de participar desse tipo de festinha. Não precisa disso para foder quantas bocetas eu aguentar. Mas Carl insistiu muito para que eu o acompanhasse, e sabendo que se tratava de uma festa organizada pelos Bolths não poderia ser ruim.Tive um dia de merda, extravasar seria bom.Olho para as duas loiras gostosas conversando próximas a enorme escada. Elas percebem o meu olhar e sorriem, como se soubessem das obscenidades que fariam com elas assim que terminasse a minha bebida.Devido a minha posição e ao dinheiro que tinha, as mulheres praticamente se jogavam na minha cama. E eu não podia reclamar.Passo a mão pelo bolso, sentindo a ausência do celular, são estritamente proibido o uso de qualquer aparelho nesse tipo de festa.Preciso estar atento às horas.Ainda custo a acreditar que fui roubado, ainda mais por um dos meus seguranças. Catarina empregou o maldito por pena, um ex policial que foi expulso da corporação, ele implorou pelo emprego. O coração mole dela, me custou quase todas as joias de minha mãe e 100 mil libras, não me importo com o dinheiro. Mas eu teria as joias da minha mãe de volta.Coloquei todos os homens que tinha a minha disposição atrás do maldito rato.E só de pensar que o desgraçado achou que me faria de idiota, tenho vontade de matá-lo com minhas próprias mãos.E não sou um homem de passar vontades. Eu consigo tudo que quero e quebrar o pescoço do desgraçado e o que mais desejo. Ninguém faz algo assim e se safa. Ela vai pagar muito caro.Sinto uma mão pousar no meu ombro e me viro sabendo ser Carl. Geralmente não tem muita cordialidade em festas assim.— Isso que está uma maravilha! — diz, quase gritando.Dou mais um gole do whisky fitando-o. Ele estava uma bagunça, com certeza já tinha começado a se divertir.Carl é o mais perto que tenho de um amigo, uma das poucas pessoas em que ainda confio.— Vai ficar a noite toda parado aqui? — pergunta.— Acabamos de chegar Carl, não estou tão afoito — respondo.— Uau — diz, olhando algo sobre meu ombro.Olho na mesma direção, vendo as loiras gostosas que estavam flertando comigo começando a se pegar. Meu pau está duro feito uma rocha, clamando por atenção.— Fica com isso — diz me entregando uma chave pequena.— Que chave é essa?— Os chalés estão livres, sei que você não gosta de muito tumulto — pisca o olho.Um sorriso quase brota dos meus lábios.— Nos vemos depois — digo e ele dá um sorriso vitorioso. O filho da puta sabia que tinha mandado bem.Vou ao encontro das garotas elas se apresentam como Kelly e Margot, não tenho interesse algum em saber quem elas são e deixo isso claro, não preciso falar muito para elas me acompanharem até o chalé, elas estão loucas para serem fodidas.Mal entramos no chalé e ela já começam a se despir.Permito que elas começam sem mim, e elas não hesitam. Confesso que gosto de assistir, me deixa ainda mais excitado. Em menos de cinco minutos Kelly enquanto Margot a chupa.Faço sinal para que se aproximem. Seus toques são estratégicos, deixando em evidência que elas sabem o que estão fazendo.Kelly abre os botões da minha camisa devagar, enquanto Margot beija meu pescoço e acaricia o meu pau por cima da calça. Agora os cabelo cabelos de Margot, deixando claro que já estou no limite e não quero mais nada além da boca da vadia engolindo meu pau.Então escuto barulho de algo caindo.Kelly da um gritinho escandaloso ao olhar para porta de entrada.Meus olhos seguem na mesma direção tendo o vislumbre do que havia assustado Kelly.Uma mulher está parada próxima a entrada com o semblante assustado.— O que essa garota está fazendo aqui? — Margot pergunta.Meus olhos percorrem o corpo magro da mulher pequena e delicada vestida com um uniforme de copeira, parando nos traços do seu rosto, como se eu sentisse a necessidade de memorizar os traços do seu rosto fino, com um nariz perfeito, lábios cheios em formato de coração, e os olhos de um castanho nunca visto, algo neles me paralisam me impedindo de tomar qualquer atitude.Suas pernas tremem, e ela parece estar fazendo um esforço para se equilibrar sobre os sapatos de saltos gasto.— Eu...eu sinto muito eu vim trazer a champanhe.— sua voz está tremula mas não esconde o quanto é doce.Ela morde o lábio e meu pau tem um espasmo.Não! A minha razão me desperta do transe, mostrando que não há nada demais na garota. E que meu interesse instantâneo foi pela forma inesperada que ela surgiu.— Então já pode sair lindinha — Kelly gesticula, sinalizando para que a garota saia — A não ser que queira participar. Ainda não começamos.O rosto da garota fica ainda mais vermelho e ela se atrapalha se chocando com o batente da porta, e saindo rapidamente, batendo a porta com força.Kelly e Margot dão risada. Meu olhar sério faz o riso cessar.Continuamos de onde paramos e fodi com as duas até ficar exausto. Mas parecia que eu não estava satisfeito, como se precisasse de algo. Aqueles olhos castanhos surgem na minha mente e eu me recuso a aceitar que aquela garota que com toda certeza nunca mais verei na vida me atraiu.Já está amanhecendo. Me visto, saio do quarto deixando as duas mulheres em um sono pesado, sigo para onde um dos meus homens me espera.Assim que entro no carro e ligo o celular, vejo uma mensagem que faz brotar um sorriso nos meus lábios, o maldito rato tinha sido localizado.Eu faria o ladrãozinho me pagar com a própria vida.ISABELLA Cada centímetro do meu corpo doía. Mesmo exausta não consegui dormir direito, os calos no meu pé não pararam de doer e agora estão em carne viva.Ao menos o dinheiro que recebi pelo trabalho vai dar para conseguir comprar comida e guardar um pouco. Olho para a cama de Tomas que dorme um sono pesado. Ainda são sete da manhã, e não tenho força alguma para me levantar da cama. Pego meu celular e tento ligar para o meu pai, mas vai direto para a caixa postal.— Onde você se meteu papai? Mesmo sem força, me obrigo a levantar. Preciso comprar ovos, pão e leite, pois não tem nada para o café da manhã. Lavo o rosto, escovo os dentes e passo antisséptico nos calos. Procuro por um curativo, mas não encontro nenhum.A cada passo que dou sinto vontade chorar. Visto um conjunto de moletom surrado, pego minha bolsa, e tento andar o mais rápido que posso para sair e voltar antes que Tomas acorde. Assim que passo pela porta e atravesso o jardim tenho uma infeliz surpresa. Ben escorand
TIMOTHYSinto um misto de raiva e satisfação ao sentir que estamos próximos ao endereço do maldito rato.Samuel Weels pensou que poderia me roubar e não sofrer nenhuma consequência?Eu faria o desgraçado devolver tudo que me pertencia. E de agora em diante ele pensaria duas vezes antes de fazer algo assim. Isso se eu o deixasse vivo.O homem era um fracassado. Viciado em jogo e bebida. Meus homens estavam a dois atrás do filho da puta, que parecia ter se enfiado em buraco.Ontem de madrugada conseguiram encontrá-lo, mas o maldito rato conseguiu escapar. Mas foi burro o suficiente para voltar para sua casa. Lugar para onde estávamos indo.Não envolveria a polícia nisso. Como o filho da puta era ex-policial, não que eles aliviariam para ele, já que tinha sido expulso da corporação, mas com a polícia envolvida eu não poderia dar o corretivo que ele merecia.— Ele não é da equipe de segurança? Quem contratou esse cara mesmo? — Carl pergunta bocejando em seguida.Respiro fundo, tendo a cer
TIMOTHYA mulher da noite anterior, estava ali. Ao lado do maldito rato. Poderia ser alguém parecida, mas acredito que não exista outra como ela. A boca entreaberta, os olhos arregalados, a expressão assustada. O que difere é a ausência da roupa de copeira, pois agora está usando alguma espécie de conjunto em moletom que já viu dias melhores.Era algum tipo de piada? Alucinação?— Se...senhor Ritkson? Eu... — a voz trêmula de Samuel me trás de volta à realidade, me lembrando o real motivo de eu estar ali.Meu olhar carregado de ódio se volta para ele, que dá alguns passos ficando no meio do cômodo. O cheiro de bebida barata que emana dele, faz meu estômago embrulhar. Mas não me impede de partir para cima do maldito agarrando-o pelo colarinho.— Achou que podia me roubar e ficar por isso mesmo? — digo entredentes.Posso sentir o seu corpo tremer, não é capaz de erguer sua cabeça, não consegue me encarar. Ele está um caco, cabelos desgrenhados, com a roupa visivelmente suja.— Eu não qu
Isabella Tomas está parado na porta que liga a sala ao corredor, a forma como ele olha para toda cena corta o meu coração. — Tomas querido está tudo bem! Volta para o quarto! — peço, tentando me soltar.— Esses homens são maus? — pergunta com os olhinhos assustados, apertando o dinossauro de pelúcia com força.— Que droga! De onde esse moleque saiu? — ele pergunta em um rosnado, olhando para Tomas .— Ei carinha! E aí? — o ruivo que até o momento é o único simpático tenta uma aproximação.— Soltem a minha irmã! — ele aponta para os dois brutamontes.— Está tudo bem querido — minto.— Eu falei para você não sair pirralho... — Emilie surge com metade do cabelo loiro enrolado — O que está acontecendo aqui? — olha ao redor.— Emilie tira o Tomas daqui — peço.— Que merda! O que esse bêbado fez dessa vez? — olha com nojo na direção do meu pai, que sequer consegue deixar de encará-la já que o braço do maldito em seu pescoço o impede. Seu olhar reflete um misto de medo e vergonha.— TIRA O
IsabellaA qualquer sinal de desatenção desses brutamontes eu daria um jeito de sair desse maldito carro, onde eu estava enfiada.Parei de me debater, eu precisava poupar minhas forças minha garganta estava doendo pelos gritos.Estou aterrorizada. Fui jogada dentro desse maldito carro, e não consigo sequer assimilar os meus pensamentos. Pelo menos aquele homem não estava aqui. Imagino que deva esteja em outro carro junto ao homem dos cabelos ruivos e olhos gentis.Não quero estar em sua presença, tudo nele me causa arrepios.Eu não estava pensando direito quando disse que trabalharia para ele. Também não esperava que ele faria algo assim, me arrastando contra minha vontade.Tomas não pode ficar sozinho com as gêmeas ou meu pai, Emilie e Emma não conseguem ficar quinze minutos sem gritar com ele, e meu pai mal consegue falar com ele.Não podia ficar longe do meu irmãozinho. Os seus olhinhos assustados acabaram comigo. Ele não tinha que passar isso. Ele não tem que pagar pelos erros do
Timothy De alguma forma o percurso até minha casa estava demorando mais que o normal.O moralismo velado de Carl me irritou o suficiente, não aguento mais nenhum minuto dentro desse carro com ele. Ele pode ser extremamente insuportável quando quer, e parece que ele estava muito afim de me tirar do sério.Respiro aliviado ao ver os portões serem abertos.Sequestro? Não tinha nada haver com sequestro. A garota iria trabalhar para pagar a dívida do pai.Não sou politicamente correto, estou longe de ser.Busco conter a euforia instalada dentro de mim. Não tem motivo para que me sinta dessa forma. Não estou fazendo uma loucura, tenha total consciência dos meus atos, e não vou me arrepender deles. O roubo daquele homem, não iria ficar impune, ainda mais com o infeliz, tendo sumido com as joias. O viciado deve ter perdido ao apostar em algum dos seus jogos.Ter sua filha trabalhando em minha casa não era nada perto do que ele merecia.Vejo o carro com os seguranças e a estacionar ao lado do
Isabella Definitivamente esse homem não tem coração. E nada do que eu disser vai fazê-lo mudar de ideia. Segue caminhando com altivez em direção a porta da mansão. Diminui meus passos para manter uma distância segura para não voar no pescoço dele.Denzel e o filho da puta que machucou o meu pai me seguem praticamente colados a mim.Fugir? Não, eu não vou fazer isso agora. E nem se eu quisesse conseguiria. Preciso estudar esse lugar, ver a melhor maneira de sair e pedir ajuda. De nada adiantaria fugir e voltar para casa, ele iria me encontrar, e com toda certeza deixaria tudo ainda pior. Precisava de contatar Ben, Silvie e Eden, eles me ajudariam a sair daqui.Não menti quando prometi que se me deixasse ir embora eu viria trabalhar todos os dias, eu daria um jeito. Mas é claro que o poderoso Timothy Ritkson não facilitaria para mim.Respiro fundo olhando para o céu azul claro. Rezar e pedir uma solução para Deus agora adiantaria? Mas é bem provável que Ele esteja ocupado.Se meu pai
Isabella O nó na minha garganta me sufoca. Sinto uma lágrima escorregar pelo meu rosto. Abaixo a cabeça rapidamente para que ele não me veja chorar.Ele disse que machucaria a minha família. Que tipo de monstro ele é?Não tinha dúvidas sobre ele ser uma pessoa perigosa. Mas agora sei que ele não é só perigoso, ele é cruel.Olho sua mão circulando o meu pulso, e sentindo minha pele sendo queimada ao seu toque. Tamanho o pavor que sinto nesse momento.— Você ouviu o que eu disse? — pergunta.Não consigo formular uma frase.— Não me faça perguntar de novo — rosna.— S...sim, eu ouvi — balbucio, sem encara-lo.Ele solta o meu braço e se afasta sem dizer mais nada.Sou tomada por uma sensação de alívio. Seguro o meu pulso, vejo que não ficou nenhuma marca.— Eu sinto muito por isso querida — Ouço a mulher dizer, e olho em sua direção, tendo o vislumbre de Timothy de costas chegando ao topo da escada.Me esforço para não desabar em lágrimas. Ensaio um sorriso falso antes de dizer para ela